Nada sabemos da relação de Jesus com o Seu pai José. Neste diálogo, o
próprio “filho do carpinteiro” fala-nos dos traços mais marcantes deste homem,
de quem não se conhece uma única palavra.
19/3/96
– 15:08:18
– Fala comigo, Jesus, meu querido Filho do
Carpinteiro, e faz esta caneta escrever com exactidão o nosso diálogo.
– Como te lembraste do dia do Meu pai
adoptivo?
– Não me lembrava. Tinha uma série de
projectos à minha frente e não sabia qual era o Teu projecto.
– Algum deles era José, o Meu pai segundo os
olhos e a lei deste mundo?
– Não. José, o Teu pai carpinteiro, nada
tinha a ver com estes projectos.
– Como chegaste a ele, ao Meu pai
carpinteiro?
– Não cheguei. Tu mo deste, de surpresa. E
foi mais outro projecto a juntar àqueles que me ocupavam o espírito. Então
pedi-Te que escolhesses Tu. Sinto que tens coisas para nos dizer acerca do Teu
bom pai carpinteiro, de quem só quase sabemos o nome.
– E ouvistes também falar da sua obediência.
– Sim. Obediência pronta e total.
– E da sua humildade.
– Sim. E que difícil era ser humilde nas
circunstâncias em que o Plano de Deus o apanhou! Fala-nos, Mestre, do Teu pai
José.
– Tinha um coração silencioso e profundo, o
Meu pai José.
– Falava pouco?
– Parava muitas vezes olhando-Me em
silêncio.
– Ele sabia o que se passava Contigo?
– Ele viveu sempre de coração ajoelhado
perante o Mistério que Eu era para ele.
– Mistério que quer dizer, neste caso?
– Coisa grande e insondável que só de Deus
pode vir e só a Deus conduz.
– Ele ralhava-Te?
– Quantas vezes!
– Tu eras traquinas, em miúdo?
– Eu era como todos os miúdos.
– Fazias asneiras?
– Na ordem da Cidade, quanto mais natural se
é, mais asneiras se fazem.
– Gostavas muito dele?
– Aprendi a gostar muito daquele silêncio
sereno que o rodeava.
– Ele falava-Te no Demónio?
– Falava. Ele tinha uma especial
sensibilidade frente às forças do Mal. Ele tinha a consciência bem clara de que
era sua missão especial proteger-Me.
Sem comentários:
Enviar um comentário