Fui padre
e levei sempre muito a sério aquilo que eu julguei ser a vocação de toda a
minha vida. E sempre admirei muito Jesus: Ele foi sempre o meu exclusivo Herói.
Abandonei no entanto aquele ministério e a Ordem Franciscana não porque me
tivesse arrependido daquele caminho, mas porque me senti chamado a avançar por
um outro caminho: a minha vocação implicava, portanto, um horizonte que aquelas
instituições me fechavam. A partir daqui o meu caminho passou a ser o que há de
mais comum: casamento, família, com todos os problemas que este caminho implica,
no meu caso bem dolorosos. E foi aqui que Jesus me apareceu de novo, fora do
edifício teológico e de todos os templos. E apaixonei-me por Ele. Literalmente.
Como se apaixonam as pessoas entre nós, tal qual. Isso mesmo: Ele deixou de ser
uma Doutrina e passou a ser uma Pessoa. E nunca mais até hoje esta paixão desapareceu
ou sequer enfraqueceu. Dela falam todas estas páginas, mas ouça-se, por agora,
esta:
Já uma vez nestas páginas ficou dito que, mesmo esmagado contra o solo
por um peso qualquer, eu haveria de continuar a escrever, ainda que levasse uma
hora a desenhar uma única palavra! E sinto neste momento que Jesus, num
irreprimível impulso, me está perguntando que palavra haveria eu de escrever. E
eu não teria dúvidas de que seria esta: Amo-Te. E para que os eventuais
transeuntes ficassem bem esclarecidos, eu haveria de tentar escrever ainda
Jesus: Amo-Te, Jesus!
E estaria assim não só proclamando a paixão máxima de toda a minha vida,
mas estaria acreditando que com esta proclamação eu poderia abrir aos corações
de uma imensa multidão as Fontes da verdadeira Vida e da Felicidade plena. De
facto, Jesus é toda a Plenitude de Deus dada a conhecer aos homens. É por Ele
que chegamos ao Pai e ao Espírito. E é por Ele que conhecemos o Mistério de
todas as coisas e a Tragédia do Pecado na sua origem e na sua dimensão. E é ao
abrir-nos assim os olhos para o Mistério do Universo criado e para o Mistério
da Iniquidade, que Ele nos mostra o Prodígio máximo da Sua descida á nossa
Carne: Maria!
Já certamente reparastes, meus irmãos, que nesta Profecia Jesus Se vai
unindo gradualmente à Senhora de Nazaré, a ponto de Ela O substituir no diálogo
do Céu comigo e, em mim, com todos nós. Vede se por este facto Jesus não
mostrou claramente que também Ela é Palavra pura de Deus. Vede se assim Jesus
não mostrou que a Sua Mãe vive no Seio de Deus e desse modo pode ser Expressão
de toda a Plenitude da Trindade Santíssima!
Nada, pois, nos é dado conhecer de Deus e de todos os Mistérios do
Universo, a não ser por Jesus. Desde Abraão, é por Ele que Deus fala sempre ao
Seu Povo. Desde a Incarnação, contudo, Ele pode falar-nos com toda a Sua Carne –
podemos, pois, captar Deus e unir-nos a Ele com todos os nossos sentidos. (Dl 28, 6/5/04)
Ficava particularmente feliz se lessem o texto 35 (Março 2010), mais ainda se o ouvissem…