No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

254 — Ver a Iniquidade com os Olhos de Deus

                         - 9:33:14

Quando, no início desta minha conversão, fui surpreendido pelo Mistério da Presença de Deus na minha vida, não poderia supor que esta Presença fosse tão longe.

Tenho afirmado muitas vezes que me parece o Céu ter-se tornado menos presente em mim depois daqueles quatro meses de euforia inicial com todas as características de uma primeira paixão de enamorados. Mas a pouco e pouco fui entendendo: à festa da surpresa inicial teria que seguir-se o Deserto. Sei agora como era importante viver, em toda a sua dimensão, o Mistério da Iniquidade. Sem ver o Pecado e as suas consequências com os Olhos de Deus, como poderia eu seguir o Caminho do Mestre, como poderia eu ser um verdadeiro discípulo de Jesus? E não é de verdadeiros discípulos que tem que ser formada a Sua Igreja?

E vede que longo caminho tive que percorrer sempre mergulhado neste estranho Mistério feito de Escuridão, Secura e Sofrimento! Do sofrimento humano fui levado ao sofrimento dos animais, das plantas, dos próprios rochedos na crista e dentro das montanhas. Fui conduzido ao próprio sofrimento dos que habitam o Inferno, até à sensação indefinível da Não-existência. Sei que este percurso não vai parar aqui, antes se vai intensificar até ao fim da minha vida terrena, em sofrimento, certamente mais vasto e diversificado, porque foi este o Caminho do Mestre.

Acabei assim por entrar no inconcebível Mistério da Incarnação de Deus. E foi esta a forma de Presença do Céu que depois daqueles tempos iniciais me marcou sempre. E compreendo agora que de outra forma não poderia ser: a Presença de Deus aqui não é outra senão uma Presença no nosso Pecado. Como poderia eu querer uma permanente Presença eufórica, feliz, arrebatadora, se a situação em que Deus aqui vive é a do Paraíso destruído e devastado? Só aqui poderia, pois, encontrar o Amor louco de Deus. Já não quero agora sair daqui, desta Felicidade rubra de Dor, invencível.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

253 — A Bíblia deverá continuar a ser escrita

19/2/00 - 2:41

- Guia-me, Mestre, na interpretação daqueles Sinais.

- Não são fáceis de interpretar?

- Fáceis demais… Além disso são talvez os que mais frequentemente me repetes. Julgo, por isso, que um novo segredo desta vez eles devem querer revelar…

- Qual é a interpretação mais directa e imediata que lhes costumas dar?

- Que eu sou Testemunha e Mensageiro da Luz.

- E que significado tens atribuído a esse teu carisma?

- Que eu sou e transmito a própria Luz! - até aqui levaste Tu já a minha ousadia.

- Tu és a Luz?

- Toda a Luz descida à terra és Tu. Mas Tu fizeste-me um só Contigo justamente por me teres iluminado até à mais opaca matéria, até ao mais desajeitado gesto. Agora, sendo diferente de Ti, é a Ti que tudo em mim revela, tudo em mim conduz a Ti.

- Que te distingue então de Mim?

- Todo o meu Mistério, perante o qual Te sentes desde sempre fascinado, mas só agora se Te está revelando.

- A Minha Luz está assim alastrando?

- Exactamente isso, Mestre! Eu sou a Tua Luz brilhando no meu tempo, com um brilho que é surpresa para Ti próprio.

- Será então também surpresa para todos quantos te receberem!?

- Pois será!… Só Te posso responder que sim.

- Eu não estava já todo aqui?

- Estavas e estarás sempre todo aqui.

- Se tu és Luz da Minha Luz, como podes ser surpresa para quem quer que seja, se toda a Minha Luz já aqui estava?

- É este o Mistério da Tua permanente Incarnação. É verdade que já cá estavas todo, mas terás que sucessivamente incarnar em todos os tempos, em cada homem que vem a este mundo.

- Em todo aquele que vem ao mundo e Me aceita, Eu Me revelo a Mim próprio?

- Sim. Exactamente como cada um de nós é surpresa contínua para si próprio.

- Então a Revelação não está encerrada com o último livro da Bíblia!?

- Pois não, Mestre! Cada pessoa que nasce, se aceitar que o seu Pecado lhe seja perdoado, se aceitar morrer e renascer da Água e do Espírito, torna-se um Livro Vivo em que Tu sempre amplias a revelação do Mistério de Deus e do Universo.

- Pode então a Bíblia continuar a escrever-se?

- A Bíblia deverá continuar a ser escrita enquanto a nossa carne precisar de escrita para ser acordada para o Mistério da Tua Presença e Te queira receber.

- Tu podes então escrever hoje coisas que nunca foram escritas!?

- Pois posso. E é o que tem, de facto, acontecido.

- Coisas com que Eu próprio Me posso surpreender!?

- Sim, foi isso que Tu me ensinaste: cada um de nós é uma Semente Tua que, germinando e desabrochando, tamanho Mistério revela, que Tu próprio és por ele continuamente fascinado e surpreendido. Por isso repetes tantas vezes que terias feito tudo quanto fizeste para salvar um único de nós.

- Então quando tentas passar para o papel a Luz que está brilhando em ti, que fazes tu mais do que aqueles que nada escrevem?

- Estou-Te fazendo incarnar também por este especial carisma que me deste, actualizando a Bíblia e assinalando na História do Teu Povo este especialíssimo Tempo de Graça em que a Tua Luz vai brilhar em pureza e intensidade nunca vistas.

- Mas não é só a tua Luz que escreves?

- Sim. Mas eu sou Luz da Tua Luz. É sempre só a Tua Luz que todos os Profetas escrevem.

São 5:21!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

252 — Jesus, a Arca perdida pelos judeus

                        - 19:29:32

Cheguei há pouco a casa e liguei a televisão. Estava a dar um programa sobre os muitos túneis existentes no subsolo de Jerusalém. O homem que falava terminou dizendo que a Arca da Aliança foi escondida e até hoje não se encontrou; no dia em que ela for encontrada, esse acontecimento revolucionará o mundo! - assim rematou o homem.

E sinto que é agora que os Judeus vão encontrar a sua Arca da Aliança, Aquela justamente que enterraram e perderam e que deveriam ter reencontrado há dois mil anos, tornada viva no Messias que lhes fora prometido. Não deveria ser o Imanu-El justamente a definitiva Arca da Aliança Viva de Deus com os homens? Que maior aliança se poderia esperar do que a incarnação do próprio Deus Vivo na nossa degradada natureza? Se a Arca antiga continha as Tábuas da Lei, não deveria ser o Messias a própria Lei Viva encerrada na arca da nossa carne?

Mas Jesus não me deixa encerrar este texto sem referir a Sua Mãe: não está entre Jesus e Maria realizada a perfeita Aliança entre Céu e Terra, entre Deus e Homem?

O Pedro escolhido por Jesus tem hoje um nome judeu!… Os Judeus vão encontrar agora a verdadeira Arca da Aliança que perderam e desde aí nunca mais encontraram!…

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

251 — Ninguém resiste a um coração que crê

                         -10:1:07
Ninguém que aborde estes Escritos pela via racional poderá deixar de se sentir perdido. E das duas, uma: ou tenta a via do coração, ou relativiza, desvaloriza, despreza, condena o que lê.

Estão cheios de lacunas lógicas, de contradições, de ingenuidades, de afirmações não fundamentadas, de sonhos estes textos. Se alguém se atrever a abordá-los segundo métodos científicos, muito dificilmente chegará ao fim, até pela extensão desta Mensagem, que parece não levar jeitos de terminar. Mas àqueles meus irmãos sábios que assim ousarem proceder eu de modo nenhum os condeno, sobretudo por causa deste Princípio que o Mestre fez desenvolver em mim com a solidez do granito: cada um é único para Deus; Ele pode conceder a um destes meus irmãos sábios o inesperado carisma de se pôr a abordar cientificamente esta Profecia de princípio a fim. E para quê? Só Ele saberá, ou talvez não: também Ele estará reverentemente ajoelhado perante este Carisma, à espera de ser por ele surpreendido. E se isto acontecer, temos aqui um caso paradigmático daquela situação que sempre me empolga até não conseguir conter no peito a emoção: o Inferno executa com milimétrica precisão o Bem! É só necessário que este meu irmão sábio tenha oferecido o seu coração a Deus. Porque ninguém resiste a um coração que crê. Nem o próprio Inferno.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

250 — Sobre o chão do Deserto será refundada a Igreja

18/2/00 - 3:42
Nunca me poderei envaidecer das coisas que este mundo considera importantes quando se começarem a realizar as extraordinárias coisas que de mim estão escritas nesta Profecia. É que eu continuarei a ser um homem cheio de defeitos, insignificante, desprezível. E quanto menos vigor físico e fulgurância mental eu tiver, mais intensamente Se revelará em mim o próprio Deus.

Como aconteceu com Jesus. Deus não incarnou num homem altamente colocado na hierarquia deste mundo, nem sequer da hierarquia religiosa. Quando Jesus Se começou a salientar publicamente, a reacção dos Seus conhecidos é muito significativa: Mas como? Não é este o filho do carpinteiro? Jesus era só o filho de um artesão de Nazaré. Conhecido seria, pois, mais o pai d’Ele, pela obra que lhe encomendavam. E não se Lhe notou nenhuma mudança de feitio ou estatuto social nos três anos da Sua vida publica; revelaram-se-Lhe até ousadias inesperadas e defeitos que se Lhe não conheciam na Sua pacata vida anterior. E se leigo era, leigo permaneceu até ao fim, um leigo sem apoio, desprezível, acusado de crimes de tal ordem, que O levaram à morte mais desonrosa daquele tempo. Aos olhos deste mundo, Jesus desapareceu sem nível, sem categoria, sem classe. E até as proezas que fez ficaram assim completamente desacreditadas. Aos olhos do mundo Jesus desapareceu como um impostor e ficaram vistos como ingénuos ou otários todos aqueles que n’Ele tinham acreditado.

E eu não sou mais do que o meu Mestre. O que eu espero é, portanto, o desprezo do mundo e está-me prometido um fim semelhante. Jesus diz que desta vez Abel não será morto, mas eu não abarco ainda toda a amplitude desta palavra. Entendo-a sobretudo como garantia de que, desta vez, a Ressurreição e o Pentecostes não serão trucidados e enterrados como aconteceu da Primeira Vez. No entanto o meu caminho vejo-o semeado de insultos e estou pedindo ao meu Mestre, com toda a Alma que tenho, que me não deixe negá-Lo, aceitando qualquer cargo, ou honra, ou glória deste mundo.

É muito fácil cairmos nesta armadilha. Satanás usa-a sempre, quando conclui que os insultos e as perseguições não resultaram. É a armadilha da lisonja e da sedução: ele acena com o que é fácil, cómodo, prestigiante. Mas também eu fui “reduzido ao estado laical”, ao nível, portanto, em que Jesus sempre viveu. E até este facto é muito significativo: Jesus quer-me com Ele, bem no chão deste Deserto. E é sobre este chão que Ele refundará a Sua Igreja.

São 6:24!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

249 — Um único desejo: estar com o meu Amigo a sós

                        - 19:57:30

Não tenho nada dentro de mim senão aridez e cansaço. Mas o Mestre pede-nos que oremos sem cessar e que sempre estejamos vigilantes. Ora eu eliminei da minha vida tudo o que não é estrita obrigação que a Cidade me impõe e os deveres familiares implicam. Neste momento tenho, pois, uns minutos livres para orar, para estar a sós com o meu Amigo em Quem não pensei a maior parte da tarde.

E só tenho dentro de mim, enchendo todo o meu deserto interior, resistindo a todo o cansaço, este único desejo: estar com o meu Amigo a sós. Não sei para quê. Não sei porquê. Exactamente como acontece com os enamorados. Por causa d’Ele eliminei do meu tempo tudo o que não me obrigam a fazer. Não me apetece nada agora senão só estar aqui. É como se este ardor que se me está serenamente acendendo no peito bastasse para justificar este tempo. Não é preciso mais nada. Se não falarmos sobre nenhuma assunto, sobre nenhum problema ou vivência minha, isso não tem importância. Basta que eu esteja só assim falando do que sinto, da aridez, do cansaço, do ardor que começou a alastrar dentro de mim. Não tenho necessidade de mais nada; só tenho necessidade desta Presença do meu Amigo.

Estou tão feliz, agora…

domingo, 14 de novembro de 2010

248 — Jesus chorava e eu queria entender

                         - 9:26:52

A folha escrita na vigília marcou na Vassula a página em que estão estas palavras onde agora os meus olhos poisaram: “…O Invasor, que assaltou muitas das Minhas cidadelas, forçando-vos ao abomínio da desolação, abolindo em vós o Meu Sacrifício Perpétuo para erguer, em seu lugar, uma imitação sem valor algum: uma imagem de homem mortal que é um abomínio para a Minha Santidade” (2/6/91).

O Profeta, depois destas palavras, refere, em nota, que “Jesus chorava”. E eu aperto quanto posso Jesus contra o meu peito para ver se entendo o motivo deste choro. Quero sentir com o meu Amigo. Sentir tão intensamente como Ele. Para isso precisaria de ver o que Ele vê. E eu acho isso possível, porque também Ele, embora veja inteiramente com o Coração, tem-no oprimido pela mesma carne opaca e rude e por outro lado já Ele me disse que eu posso, assim nesta carne pesada e apodrecida, ter também já um coração inteiramente puro.

É esta capacidade de ver e sentir que Lhe peço agora, porque sinto extraordinariamente próximo o dia em que no próprio símbolo visível da Unidade do Corpo do Senhor, o Papa, seja visível também a desolação abominável de uma crosta dura, debaixo da qual aquele Corpo esteja reduzido a uma única Chaga…

sábado, 13 de novembro de 2010

247 — A “abominação da desolação”

17/2/00 - 2:00

Os Sinais dizem-me que o Espírito está comigo de forma muito intensa. Mas eu de intenso em mim só tenho o desejo de sentir. Mesmo assim devo acreditar no que os algarismos dizem e está aqui a natureza do poder da Fé: ela entrega-se a este vazio dentro de mim como a um imenso deserto ou a um abismo, esperando daí regressar cheia de tesouros. Ela segue a mensagem de uns míseros algarismos que lhe dizem que o próprio Deus com todo o Seu Poder habita e enche esta solidão desértica e vai actuar.

E para romper este silêncio seco e dolorido, logo no início me pus à escuta de uma palavra bíblica que me ajudasse. E como folha morta no Outono caindo aos ziguezagues, apareceu-me no espírito “Mateus vinte e quatro, quinze”. Mas depois, numa insistência que se mantém, a Voz pede-me que acrescente “dezasseis”. Os versículos seguintes também me estão pairando, como se apenas confirmassem e esclarecessem aqueles. Vou, pois, saber onde o Senhor me conduziu. Em

                                                                    Mt 24, 15-16

estão as seguintes palavras:

Quando virdes, pois, a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel instalada no lugar santo - o que lê, entenda - então os que se encontram na Judeia fujam para os montes”…

A primeira coisa que se me realça é a extrema precisão daquilo que o ouvido da minha Fé ouviu: no versículo quinze justamente Jesus começa a falar da profanação do Santuário e o versículo dezasseis contém só o primeiro de uma série de comportamentos que as pessoas devem assumir por essa ocasião; os versículos seguintes, de facto, apenas confirmam e esclarecem os anteriores! E é este um primeiro Sinal da Presença subtil mas funda do Espírito em mim.

E depois o próprio conteúdo dos versículos apontados! “O que lê, entenda” - diz misteriosamente Jesus.

- Não me queres ajudar a entender, Mestre? Gostaria que partilhasses a Tua intimidade comigo, se isso fosse possível, em nome da nossa amizade que por Tua iniciativa surgiu e tanto já cresceu.

- Vês-Me escondendo de ti algum segredo Meu?

- Não, não sinto que escondas nada de mim; apenas o que tens para me revelar é demasiado grande para o tamanho do meu coração.

- E não sabes tu que também para Mim a tua Alma é Mistério inesgotável?

- Eu posso, naquelas Tuas palavras, ver coisas que Tu não viste ainda?

- Não és tu Meu irmão? Não vamos aqui juntos, mirrados na mesma Desolação?

- O texto fala justamente em desolação!…

- Uma desolação abominável! Diz o que estavas pensando há pouco.

- Que o Santuário de Deus são os nossos corações. É aí o Céu onde Deus habita.

- E é nos corações que se encontra a abominação de que fala o Profeta?

- Ele refere-se ao Templo, mas as palavras dos Teus Profetas têm um alcance muito mais vasto e fundo do que o significado literal…

- Em que Templo estás a pensar?

- Na Tua Igreja.

- A que devastação se refere o Profeta?

- À Apostasia actual, que assumiu proporções inconcebíveis, atingindo sobretudo os pastores do Teu Rebanho, que estão totalmente envolvidos nas obras da Cidade, mesmo que se lhes chame obras de caridade…

- Mas no templo de Jerusalém havia o Santo-dos-santos, onde só o sumo sacerdote entrava…

- Sim, é aí que estou vendo o Sacrifício Perpétuo.

- Onde?

- Era aí que estava a Arca da Aliança. Aliança de Deus com os homens. Ora nisto consistiu justamente a Tua Incarnação!

- E a Minha Incarnação é o Sacrifício Perpétuo?

- Então não é? Vê como estás, Mestre! Não sofres assim justamente por viveres incarnado na nossa Desolação?

- Mas porque fala o Profeta em abominação?

- Porque Te querem desincarnar da Desolação que criaram.

- Para quê?

- Para que não os salves! Para que não os incomodes! Não querer ser salvo é que é a verdadeira Abominação!

São 4:57!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

246  O cenário era um gigantesco Coração

                         - 19:36:55

Estou tentando executar um cenário que imaginei para a próxima peça dos meus alunos e estou encontrando várias dificuldades… Concebo tudo muito grande, grande demais para a minha capacidade de realização. Fico sempre mais ou menos insatisfeito com o produto final, mas esta insatisfação tende a desaparecer. Continuo a colocar toda a minha energia no que faço, mas custa-me começar e depois de feitas as coisas já me não importa tanto de as ver imperfeitas. É que se trata de coisas da Cidade e tudo o que nela faço sei agora que é só um elemento da Ruína universal.

Sobretudo ficava feliz se não tivesse que fazer estas coisas e nenhuma saudade ou apego me deixarão quando chegar a hora de abandonar tudo isto. É mesmo como se abandonasse uma ruína em que tive que viver e por isso fui obrigado a conservar de pé.

Estou, pois, trabalhando aqui como se isto não fosse meu. Só as pessoas verdadeiramente me interessam e por isso continuo a conceber as coisas em grande, como se quisesse sempre evitar que passe despercebido o que faço. E através destes Sinais intensos e largos quero sempre atingir os corações. Desta vez, com aquele cenário, que representa um gigantesco coração que se desfaz e refaz, queria mesmo indicar às pessoas o caminho do Coração. Mas é tudo tão frágil…

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

245 — Eu duvidava muito e pedia Sinais

                         - 10:22:57

Sinto que devo referir o que agora mesmo aconteceu, porque me revela a mim e a todos vós, meus irmãos, a forma carinhosa como Jesus trata aqueles que, não vendo, mesmo assim acreditam na Sua Presença viva, fiel, e na Misericórdia do Pai, infindável, indescritível, louca.

Acabava eu de escrever o texto anterior e uma persistente apreensão ameaçava fazer vacilar a minha Fé. O motivo é óbvio: eu acabava de fazer um vaticínio muito concreto - o cumprimento da profecia do capítulo sétimo de Daniel ainda durante a minha vida e apontando ainda para esse tempo a realização da Ressurreição de que fala o capítulo doze do mesmo Profeta. Pedi, por isso, ao meu Amigo, com um tremor de receio de O magoar, que me desse um Sinal confirmativo do que escrevera.

Abri então ao acaso o maço dos Escritos mais recentes e os meus olhos poisaram nestas palavras: “Sim, eu serei só um claríssimo Sinal, como a Tua carne há dois mil anos foi um perfeito Sinal da Tua vinda aos corações” (25/1/00, às 9:24:52). Aí também, logo a seguir, se fala do “Sepulcro” em que o Império de novo encerrou Jesus, remetendo assim para uma generalizada Ressurreição. E aí se insiste em associar a Vassula à minha própria missão. Mas eu estava ainda apreensivo e pedi um outro Sinal. Abri então em 8/2/00, que remete para 19/9/97. Leiam-se, nestes dois dias, os respectivos textos! Não pude mais duvidar. E vejam-se os algarismos do início deste texto!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

244 — Os ídolos doutrinários

16/2/00 - 3:31

A Nova Terra virá como consequência de se ter aberto, nos corações, o Novo Céu. Será, pois, no tempo, um acontecimento mais afastado. Consentir em deixar desmoronar-se toda a obra das nossas mãos é, de facto, impensável sem a mudança prévia dos corações. Terá que haver um arrependimento sincero e generalizado. É preciso primeiro que todos os ídolos sejam substituídos no coração pelo Deus Vivo.

Por isso foi sempre preocupação máxima e quase poderíamos dizer única de Jesus curar a Alma. Se Ele conseguisse que o nosso coração procurasse primeiro o Reino dos Céus e a sua Justiça, tudo o mais nos seria dado por acréscimo - não só a saúde do próprio corpo, mas a saúde de todo o nosso Planeta Azul.

Foi isto que Jesus fez em mim: encheu-me o coração de um inesperado carinho por todas as criaturas e passei a vê-las todas esmagadas a uma velocidade alucinante pela garra do homem. Até já o ar que respiramos está envenenado, até já o céu o temos todo sujo e não tarda que de lá nos comecem a cair em cima da cabeça, com uma frequência de que hoje ainda não suspeitamos, os ídolos com que o estamos enchendo.

Deste modo foi Jesus robustecendo a minha Fé em que também a Nova Terra haveria de vir. E assim como do antigo Céu, atulhado de leis e doutrinas e dogmas, já nada resta em mim, também a Terra a vejo de todo limpa dos nossos ídolos. Porque tanto é ídolo uma casa como o Código de Direito Canónico, uma catedral como uma doutrina, uma nave espacial como um dogma. Foi com ídolos fabricados pela nossa soberba que atulhámos Céu e Terra.

E não estou certo de que os ídolos materiais sejam mais difíceis de deitar abaixo do que os ídolos intelectuais ou doutrinários. A Grande Batalha vai desencadear-se, pois, no terreno das convicções religiosas e morais, levantadas e mantidas ao longo dos séculos com mão férrea pelos poderes deste mundo, entre os quais os mais fortes e ferozes não são os políticos e militares, mas os religiosos! Foram sempre os poderes religiosos que condicionaram e legitimaram os poderes da Cidade. Mesmo nas sociedades modernas, onde se diz que o Estado é laico: são sempre doutrinas e princípios mais ou menos dogmatizados que os guiam e tais doutrinas e princípios têm sempre uma matriz religiosa, escondida mas que aflora sempre que aqueles ídolos são postos em causa. Por isso me diz a minha Fé que, desfeitos nos corações os ídolos doutrinários, a Nova Terra virá mais depressa do que julgamos.

São 5:49!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

243 — O Novo Céu virá dos corações

                         - 19:49:42

É realmente um Novo Céu o que vejo nestas páginas e que vou estendendo pelos nossos dias mecânicos, pelas nossas noites povoadas de pesadelos. Nunca tínhamos visto um Céu assim: largo, profundo, livre…

Mas o Céu que aqui está escancarado aos nossos olhos e aos nossos ouvidos é só o Céu que eu fui vendo dentro de mim. Não será o Céu de mais ninguém, se ninguém se fixar a contemplá-lo e quando fechar os olhos não for conduzido à contemplação de um Céu assim dentro de si próprio, intenso mas pequenino primeiro, abrindo-se depois rapidamente, para o fundo e para o largo, infinito e livre… A minha Esperança, porém, é que este meu Céu, tão aberto, tão livre, desperte, através dos olhos e dos ouvidos, os corações, os corações sem mais nada nem ninguém a interferir, cada um para o Céu que o rodeia dentro.

O Novo Céu virá dos corações, que foi donde o meu veio todo, sem interferência da nada nem de ninguém: só da Graça inicial, que mo abriu e o pôs à escuta e de olhos muito abertos. Depois foi só deixar o Céu jorrar. Vi que era todo novo, um Céu que eu nunca tinha visto!

Muito provavelmente vai ser dolorosa esta abertura dos corações, como o ventre de uma mãe tem que se abrir para deixar aparecer o seu fruto. Mas depois de o Novo Céu ter nascido, já nada nem ninguém poderá impedir que ele construa, aqui, uma Nova Terra!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

242 — A Prisão Universal

                        - 9:57:36

O Escrito da vigília ficou a marcar uma página do profeta Vassula, onde agora os meus olhos se fixaram nestas palavras: “És tu aquele a quem o Meu Coração procura; és tu que podes consolar-Me, bem-amado; e é por ti que o Meu Coração grita, para te alcançar” (8/7/91).

Elas são a resposta directa à situação que vivi na vigília: Jesus procura-nos e nós podemos consolá-Lo! E não se diga que aquelas palavras vêm num contexto próprio e se referem aos prisioneiros da penitenciária de Kansas City, USA, aonde Jesus enviou Vassula para dar testemunho, conforme diz a informação do Profeta; as palavras de Jesus são sempre para aquele que, sedento, as procura. E pode haver sede maior do que a daquele que se vê tão pesado e seco como uma pedra?

As palavras de Deus-Connosco são sempre pronunciadas num contexto histórico concreto e dirigidas a pessoas concretas. Mas atente-se justamente neste caso: sendo elas proclamadas perante prisioneiros, deveriam, segundo a nossa lógica, focar a situação específica das pessoas que as ouviam e dar-lhes respostas concretas e claras. E que vemos? Não há nenhuma alusão directa à situação em que os ouvintes se encontram. Tudo, nesta mensagem, poderia ser igualmente dito, com toda a pertinência, a qualquer um de nós. Jesus fala, mais uma vez, do Seu Regresso como Amor e pede que O recebamos tais como somos. E é neste contexto justamente que estão escritas estas palavras: “Vinde a Mim, tais como sois, e Eu perdoarei os vossos pecados, que aprisionam a vossa alma”! Como naquele tempo perante o paralítico, Jesus repete que a verdadeira prisão sobre a terra é aquela que o Pecado constrói à volta da nossa Alma. E logo a seguir volta-Se para toda a “Criação”, numa tentativa muito clara para nos mostrar que todos, sem excepção, somos prisioneiros.

Por isso o Mestre de novo esta noite me declarou andar à procura do Âmago do meu ser, para aí encontrar e desentulhar completamente a Fonte, donde espera jorre sem empecilho ou prisão de nenhuma espécie o Dilúvio sobre o qual Ele Se sentará como Rei vencedor lavando a Terra e aqui estabelecendo em toda a pureza o Seu Reino (cfr Sl 29 (28)).

E neste passo não posso deixar de referir a simpatia do meu Companheiro, que me vence sempre de ternura: ao querer identificar o Salmo em que aquela portentosa imagem do Rei sentado sobre o Dilúvio se encontra e sabendo eu que o poderia fazer através destas próprias páginas, já que ainda recentemente eu fizera um comentário àquele Salmo e não tenho aqui a Bíblia, abri o maço das folhas justamente onde o Salmo é referido: 28/1/00!

domingo, 7 de novembro de 2010

241 — Jesus reduzido a uma ânsia minha

15/2/00 - 5:45

- Jesus, ajuda-me a encontrar-Te; eu não sou capaz de sair daqui.

- Daqui, de onde?

- Deste território de Ausência. Nada palpita… É tudo pesado e seco.

- E quem sou Eu então neste momento?

- És só a ânsia de Te encontrar, de estar Contigo, de viver o que Tu vives.

- Estás então dialogando com uma ânsia tua!?

- Sim, mas esta ânsia tem ser, tem consistência… Dentro da pedra a que parece que estou reduzido debaixo de outras pedras, ela é a única coisa em mim com alguma vida.

- E é por ser vida que nela Me vês a Mim?

- Sim… Estou sentindo agora que Tu és, em verdade, a Vida.

- A Vida sem personalidade, abstracta?

- Não! Uma Vida que me ampara, que gosta de mim, que nunca se vai embora do lugar onde eu estou.

- Nem que seja só uma ânsia de Me encontrar?

- Sim: esta ânsia parece ser a única coisa que nunca morre em mim.

- E porque Me vês a Mim nessa ânsia? Ela não és simplesmente tu, ansiando?

- Se ela fosse eu e apenas eu aqui e mais nada, já eu teria asfixiado de solidão e desespero.

- Sentes-nos dois, aqui dentro da pedra fria?

- Pois sinto. Ninguém mais está aqui. Ninguém mais quer vir para aqui.

- E Eu estou aqui?

- Pois estás. Foi seguindo a Tua Voz que eu vim aqui parar. Nunca mais ninguém veio connosco…

- Acabas então de Me encontrar!?

- Tu também estás reduzido a uma ânsia como a minha?

- És tu que estás reduzido a uma ânsia como a Minha. Não Me tens pedido para Te conformar inteiramente Comigo?

- É verdade. É esse o meu maior desejo. Mas diz-me: Tu anseias encontrar quem?

- O âmago de ti. O teu coração.

- Ainda não o encontraste? Eu não To abri ainda?

- Eu sei que o tens aberto para Mim. Mas quero chegar-lhe à Fonte e desimpedi-la completamente.

- O que é a Fonte, Mestre?

- É a tua Fé.

- E quando ela estiver completamente aberta, o que sucede?

- Eu poderei sentar-Me em cima do Dilúvio e regressar.

- A minha Fé é o Dilúvio que vai lavar a terra?

- Não sentes, Meu pequenino, quanto lavou já em ti a tua Fé e quanta Água já fez jorrar por tantos milhares de páginas? Não viste ainda que o teu carisma é a Fé?

- Como o Teu?

- Sim, como o Meu. Não Me acompanhaste até agora na descoberta do Meu próprio carisma, em Nazaré?

- Falta só então abandonar Nazaré, para pôr os pés nas ruas do mundo inteiro?

- Sim, como um Dilúvio!

São 7:43!

sábado, 6 de novembro de 2010

240 — A diabólica tentativa de nos afastar de nós

                         - 9:59:05

Desaparece em nós a solidão quando nos lançamos à procura de nós mesmos. Caminhando para dentro, encontramos a Vida e a Vida é o contrário da Solidão. Acontece então um vivo diálogo na nossa Intimidade. E bastamo-nos a nós mesmos.

Os nossos sábios chamam a isto doença. Põem-lhe nomes vários, como esquizofrenia, autismo e outros que eu desconheço, mais arrevesados ainda. Os nossos sábios são um elemento importante na estratégia de Satanás. Eles servem para dar consistência e respeitabilidade à Mentira. Ora vejamos: se fomos criados à Imagem e Semelhança de Deus, fomos também criados de forma a bastarmo-nos a nós mesmos, exactamente conforme o Atributo porventura mais natural a Deus. Esta é, portanto, a Verdade. Mentira será então passarmos a vida voltados para fora de nós, dependendo inteiramente de tudo quanto nesse mundo exterior foi posto à disposição dos nossos olhos e da nossa curiosidade. E não é justamente esta obsessiva atenção ao que está fora de nós que a Cidade hoje exige, tornando-nos inteiramente dependentes desta omnipresente realidade criada pelas nossas mãos? E não é toda esta realidade o orgulho da nossa ciência, a glória dos nossos sábios? O verdadeiro sábio não é hoje aquele que vai à frente do Progresso, descobrindo soluções para ampliar e aperfeiçoar sempre mais a Cidade? Não são os nossos sábios que dão consistência e respeitabilidade à Civilização, toda ela um Monstro devorador de todas as nossas energias e atenções, desviando-as do nosso profundo Íntimo? Que admira, pois, que os nossos sábios chamem doença à tentativa de inverter os nossos passos, dirigindo-os na direcção contrária ao território que eles proclamam como a verdadeira pátria do cidadão?

A Civilização, tornando assim deserto todo o território da nossa Intimidade, tornou-se, portanto, a verdadeira pátria da Solidão, onde nunca encontraremos a Fonte da Vida e do Amor. É claro que agora, ao tentarmos fazer o caminho de retorno à nossa verdadeira Pátria dentro de nós, só pode o nosso comportamento aparecer aos olhos da Civilização como de loucos. E é em grande parte com este tempo que Satanás conta para fazer fracassar toda a tentativa para sair do reino da Mentira.

Mas agora Jesus vai voltar, com Poder e Glória, de modo que ninguém possa dizer que O não viu: Ele vai regressar sobre as nuvens do Céu, sentado sobre um universal Dilúvio purificador, feito de Fogo e de Ternura. E seremos finalmente reconduzidos ao Céu, dentro de nós. E é a partir de dentro que depois restauraremos, sobre o Planeta Azul, o imenso Verde do Paraíso.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

239 — A minha Alma e eu

14/2/00 - 4:07

Mais uma vez aqui estou, prostrado diante da minha Alma, tentando ouvi-la…

Mas estou agora advertindo nas implicações do que acabo de dizer: se me ponho assim diante da minha Alma, ela não é outrem? E quem sou eu quando me prostro diante desse outrem? Sou feito de quê? Eu existo fora da minha Alma? E outra pergunta tenho ainda a fazer: Não é Jesus que eu quero encontrar e ouvir? Como digo então que quero ouvir a minha Alma? Ele é a minha Alma?

São perguntas a que eu, obviamente, não sei responder, como ficarei sem resposta perante as outras perguntas todas que estes Diálogos suscitarem nas pessoas e elas mas fizerem cara a cara. Vou certamente dizer-lhes que tentem fazer como eu: que ouçam a sua Alma; é de lá que lhes hão-de vir todas as respostas. Hão-de ser certamente respostas diferentes das que eu daria, mas é essa diferença que nos vai unir. Se eu respondesse, correria o risco de parar este processo de escuta e então sim, estaria a estancar a Fonte que há em cada um dos meus irmãos, estaria a torná-los dependentes de mim e estaria deste modo a dividi-los de si mesmos e também de mim, porque mos tornaria dispensáveis, uma vez que deixariam de constituir para mim qualquer novidade.

Sei apenas que é a Verdade o que escrevo e é por isso que não posso dar respostas que calem as perguntas. É que a Verdade é viva e por isso a cada pergunta responde só com nova sede de perguntar. É isso que fazem as palavras que escrevo: elas só abrem caminho para a Alma de cada um, multiplicando aí sempre as perguntas e ampliando aí a sede que se vai traduzir em nova pergunta. E é por isso que as palavras de Deus nos tornam vivos: ao saciarem-nos, dão-nos uma nova sede e projectam-nos assim sempre para mais longe, como as ondas da vida.

Não sei, portanto, responder às minhas próprias perguntas. Elas reconduzem-me só, sempre de novo, ao tremendo Mistério que existe dentro de mim. Quem sou eu e quem é a minha alma e Quem é Jesus em mim, que parecemos ser três pessoas distintas e no entanto somos uma só e mesma pessoa? Quando me ponho a ouvir a minha Alma, sou eu que me prostro diante de mim próprio e quando aí dialogo com Jesus sou eu ainda dialogando comigo. E no entanto sou eu que faço perguntas, distinto da minha Alma que se me abre como uma árvore que desabrocha, distinto ainda de Jesus que me guia até à permanente surpresa que todo este fascinante Mistério me proporciona. Neste mundo as pessoas querem respostas, em vez de se deixarem fascinar. Por isso tudo murcha e acaba por morrer.

São 5:47.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

238 — Sinto-me às vezes tão ridículo…

                        - 18:58:22

- Jesus, segura com firmeza a minha mão, para que ela escreva só a Tua Vontade, mesmo que ela escandalize o mundo inteiro.

- Há alguma razão especial para me fazeres agora um pedido tão estranho?

- Aqueles Sinais acima estão-me guiando para mais uma afirmação no mínimo incómoda para os nossos ouvidos.

- Porquê?

- Porque neles vi um paralelo entre os conjuntos 58 e 22.

- À primeira vista não parece haver nada de comum entre aqueles conjuntos…

- 58 é o conjunto que mais frequentemente me aponta a união indestrutível entre Ti e a tua Mar e o conjunto 22 sempre foi para mim Sinal das Duas Testemunhas e a minha Fé diz-me que elas são a Vassula e eu - também uma mulher e um homem.

- E isso levou-te a ver num de vós Maria e no outro Jesus?

- Sim, era para aí que esta sinalização me estava conduzindo…

- E isso é incómodo?

- Estou a dar a estes Teus dois Profetas um realce que todos comigo acharão excessivo.

- És tu que nestas páginas dás ou tiras realce a quem quer que seja?

- Eu queria muito que só a tua exactíssima Vontade fosse feita nestas páginas… Eu sei que só Tu podes dar e tirar o que quer que seja, a quem Te aprouver. Mas peço-Te que entendas… Às vezes a minha Fé vacila… É tão enorme o que Tu me pedes para escrever… Além disso, ser eu a dizer tais coisas de mim mesmo…

- Que tem?

- Que tem?

- Parece vaidade… Sinto-me às vezes tão ridículo…

- Se fosse outra pessoa a dizer estas mesmas coisas de ti, a vaidade não existiria? Já não serias ridículo?

- Tens razão, Mestre, como sempre! Vejo agora que a vaidade e o ridículo seriam os mesmos e poderiam ser muito maiores, mas eu livrava-me de os assumir; sendo eu próprio a escrever tais coisas, não me posso esconder e fico assim inteiramente exposto perante o mundo.

- Recorda: enquanto vivi em carne junto de vós, mandei dizer por alguém as coisas que estão escritas de Mim?

- Não: Tu escancaraste-Te completamente diante do mundo, sem recuares nunca perante o escândalo que pudesses provocar. Por isso foste morto.

- Não queres seguir o Meu Caminho, companheiro?

- Quero, quero, Mestre! É que nós não estamos habituados a uma sinceridade assim… Todos nos consideram vaidosos, orgulhosos, megalómanos…

- E não achas oportuno desmascarar agora mais esta armadilha de Satanás?

- Acho. Quanto mais cedo, melhor.

- Deixa então ficar escrito o que está escrito. E não tenhas medo. Vê os Sinais, no relógio.

- 19:34:58: Tu e a Tua Mãe abençoam o que ficou escrito.