5/2/96
– 8:58:39
– Duvidar não é pecado?
– Que te disse Eu já sobre as dúvidas?
– A Fé sem dúvidas é morta.
– Duvidas de Deus?
– Não!
– De que duvidas então?
– De mim. Das minhas faculdades todas. Eu só
duvido de mim, Mãe.
– Tens a certeza?
– Não, nem disso tenho a certeza: só não
encontro dentro de mim nem um cantinho que ponha em causa a omnipotência e a
perfeição de Deus. Mas sei lá… Satanás é tão manhoso e o nosso pecado
tornou-nos tão frágeis… Tu sentias certamente dentro de Ti toda a Força do
Espírito de Deus.
– Não foi assim, Salomão; era necessário que
Eu fosse vossa Irmã em tudo, para poder vir a ser vossa Mãe. Todas as
consequências do Pecado Eu tive que as suportar como qualquer criatura. Como o
Meu próprio Filho também.
– Também tiveste dúvidas?
– Tantas!
– Duvidar não é pecado?
– Pecado é fazer Deus do nosso tamanho,
duvidando d’Ele. Duvidar de Deus é ter caído na Tentação.
– Então também o Teu Filho teve dúvidas!?
– Hás-de perguntar-Lho um dia a Ele e Ele te
revelará o Mistério da Sua Humanidade!
– Duvidar de si próprio é bom?
– Responde tu, Meu filhinho. Que te ensinou
já a Sabedoria?
– A dúvida de nós próprios é a garra que
afasta a escuridão a caminho da Aurora.
– Quiseste fazer uma frase bonita, não
quiseste?
– Acho que quis. E Tu, que pretendeste Tu ao
fazer-me esta pergunta?
– Quis fazer-te duvidar de ti.
– E isso é Amor, Mãe?
– É. É manter o teu coração vigilante.
Deixas-Me vigiar o teu coraçãozito?
– Já sabes que é tudo o que eu quero. Mas
olha: porque quiseste que eu escrevesse “coraçãozito”?
– Que te parece? Tu não és especialista em
análise de palavras?
– Sou, sou professor disso. E costumo dizer
que os diminutivos servem para diminuir.
– Sentiste-te diminuído?
–
Senti-me amado. E o Amor é sempre aumentativo.
– Nova frase bonita, não?
– Que me queres dizer desta vez, Mãezita?
– Que não te prendas ao jogo das palavras.
Nunca te deixes deslumbrar por qualquer
construção verbal. Repara nos Dez Mandamentos que Yahveh escreveu em tábuas de
pedra e que está hoje escrevendo de novo, também nestas folhas. Repara também
nas Minhas palavras aos pequeninos, em Lourdes, em Fátima, em Garabandal, em
Medugorje. Considera a Palavra do próprio Deus que a Vassula regista! Atenção,
Meu filho: as palavras são só um invólucro de carne que com o tempo murcha e se
corrompe; querer fazer delas monumentos imorredoiros é soberba igual à dos
construtores da Torre de Babel.
– Mas há também as Parábolas de Jesus…
– Construção verbal, as Parábolas de Jesus?
– Mas há também o Cântico dos Cânticos…
– Acho que Me apanhaste. Mas tem muito
cuidado: o Cântico dos Cânticos não tem palavras ociosas.
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