No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

403 — Deus também Se espreguiça e boceja

16/6/01 - 5:03

O que eu tenho neste momento dentro de mim é só a mágoa de não ter nada dentro de mim. Ora, numa situação destas, a atitude mais natural não seria parar a escrita, esperando melhores dias? Escrever nestas condições não é violentar a Liberdade de Deus? Não estou tentando forçá-Lo a revelar-Se? Não tem toda a revelação que ser da iniciativa do próprio Deus?

Mas eu escrevo sempre. Porque há dois motivos que se sobrepõem a estas tão acertadas razões da nossa lógica: porque Ele próprio me revelou que está sempre presente e não é possível estar presente sem se revelar; e porque Ele mesmo me pediu que escrevesse sempre. E o que eu não posso é questionar os motivos e os desígnios de Deus.

Ele está, pois, aqui, nesta minha aridez, desejando revelar-Se. Porque em Deus não há nenhuma espécie de ausência ou paragem; Ele é sempre vivo e activo. Mesmo que só me apeteça espreguiçar-me e bocejar, Deus está nestes meus gestos querendo revelar-Se. Como é então? Deus espreguiça-Se? Deus boceja? E se o faz, que pode Ele querer revelar com gestos destes?

É que Deus fez-Se homem em tudo igual a nós. Apenas sempre teve o Coração inocente e não tem outra ânsia junto de nós senão libertar-nos da nossa multiforme deficiência e fazer de nós Filhos de Deus. Este homem igualzinho a nós vindo do Céu chama-se Jesus. É preciso agora acreditarmos para sempre na Incarnação de Deus. Deus é agora um homem que também Se espreguiça e boceja. E está assim dizendo-nos que espreguiçar-se e bocejar não são atitudes indignas, não são gestos mal-educados, não revelam em si mesmos falta de respeito por ninguém. Os bebés também se espreguiçam e bocejam. São gestos que exprimem só uma lassidão, uma descompressão do corpo, ou pretendem só reactivar as suas funções adormecidas. São, de qual quer forma, gestos típicos da nossa carne.

Bocejei neste momento. E acredito em que Jesus esteve em mim, bocejando também. Como isso possa ser, não o entendo. Sei apenas que Jesus, uma vez morto, voltou à vida para mais estreitamente ainda poder viver já não ao nosso lado, mas dentro de nós todos, os habitantes de todo o planeta, em todos os tempos. Portanto mais intimamente unido a nós do que quando viveu em carne, há vinte séculos, em Israel. Vive, portando, em carne, hoje também, em mim, em ti, em cada um de nós que aceita recebê-Lo em total sinceridade de coração. Está também no meu bocejo. Não como quem assiste a ele. Não como quem se sente ofendido com uma qualquer má-educação minha. Mas bocejando também. Tendo as mesmas reacções do corpo que eu tenho.

E é por isso que eu espero atingir também com Ele a minha condição divina. Esse dia, porém, é que é mesmo só Ele que o determina.

São 7:09!

402 — Maria nos novos cenáculos

                        - 9:33:43/4

Esta imagem diz-me que estes Diálogos são verdadeiros diálogos do homem com o seu Deus no Tempo Novo. Que, portanto, aquilo que aqui fica escrito é autêntica voz humana, intemporal porque justamente se revela bem incarnada no seu tempo, e verdadeira Voz de Deus porque justamente se apresenta falando uma linguagem retintamente humana, o mais possível próxima daquele que vive o seu inalterável carreirito diário.

Mas o 9 daquela imagem remete-me também para o Tempo Novo que agora será inaugurado sobre a terra. De várias maneiras Jesus me tem insistido na radical Novidade do tempo que já está irrompendo e a que Ele, com espantosa progressão pedagógica, me levou a chamar o Nono Dia. É como se a Luz, já descida à terra, tivesse até agora permanecido escondida, assumindo até ao mais negro fundo a podridão acumulada desde o princípio da existência humana, para agora, enfim, irromper do Abismo, vitoriosa e firme para sempre.

Pela Força irresistível do Espírito.

Este é o verdadeiro tempo da Descida do Espírito, apenas prefigurada naquele célebre Dia, no Cenáculo, em que expressamente se diz ter estado presente a Mãe de Jesus! É como se aquele Dia tivesse sido apenas o início da gestação do Grande Dia que agora, finalmente, vai nascer! E será este o Dia do grande assombro para todas as nações. Porque esta nova saída do Cenáculo, depois de todos os novos apóstolos terem ouvido atentamente a Mãe de Jesus, terá uma dimensão planetária.

E a Luz resplandecerá, desta vez, numa incontável multidão de ressuscitados!

Um enorme júbilo percorrerá a terra inteira, porque será desta vez impossível não ver que Jesus voltou. Havemos de O ver regressar sobre as nuvens do Céu, conforme está escrito, porque a Sua Luz será vista naquela imensa multidão de ressuscitados que, mesmo que as nossas portas estejam trancadas por receio dos poderes do mundo, nos entrarão em casa, literalmente vindos do Céu. Eles serão a Luz triunfante de Deus no meio de nós, firme para sempre.

Foram muito significativos os meus Sinais, no início e no fim da vigília: se no início me dizem que eu sou, mercê da Luz, Testemunha de Maria, no fim dizem-me que, mercê do anúncio do Mistério de Deus, eu sou Testemunha de Jesus. E este facto manifesta, mais uma vez, a união inseparável de Maria a Jesus, no Regresso vitorioso do nosso Redentor. Porque Ele regressará agora como Igreja, saída do Cenáculo para os mais remotos cantos do mundo, depois de ter ouvido Maria. E de tal maneira o Encanto da Senhora ficará gravado nos corações dos novos apóstolos, que ao falarem e ao agirem, todos reconhecerão neles a Fragilidade Omnipotente da sua Mãe e Rainha do Céu.

- Maria, abençoa o que acabo de escrever. Vem ensinar-nos a ser humildes e leves, como Tu.

401 — Queria tanto mostrar às pessoas a Ternura de Deus…

15/6/01 - 1:28

O conjunto 28 diz-me que sou Testemunha de Maria. Ora testemunha, no Reino dos Céus, é aquele que não pode calar o que viu e ouviu e apalpou e saboreou e cheirou, a ponto de morrer por aquilo que testemunha. A testemunha é bem uma reprodução fiel daquilo que vive, a ponto do o tornar presente perante aqueles que com ele contactam.

Por isso fico muito feliz quando estes Sinais me aparecem. E pergunto-me: será que eu algum dia poderei tornar-me uma perfeita visualização da nossa frágil e doce e terna Irmã de Nazaré? Eu, este tosco e rude brutamontes? E a minha resposta só pode ser afirmativa, simplesmente porque a Deus nada é impossível. Não vêem muitos transformar-se o próprio rosto delicado da Vassula no rosto másculo e Jesus? Sabemos que a força do Espírito se manifesta de preferência na fragilidade. E sempre Jesus me tem dito que a minha missão tem só a leveza de um Sinal. Sinal do Amor. Sinal da Unidade. E se a Senhora aqui apareceu no Deserto para fazer Sua a Mensagem que escrevo, assimilando com ela o Mensageiro, eu sinto-me já vibrar na expectativa de que eu todo seja oferecido às pessoas na Voz límpida e no gesto leve da Rainha do Céu.

É preciso levar a própria máquina institucional a deixar-se serenamente morrer - assim me ensinou Jesus com um olhar muito brilhante, com aquela Fé em nós que sempre sinto borbulhar nas Suas palavras. Se na Primeira Vinda a Fragilidade de Deus se manifestou em toda a vida terrena do Carpinteiro de Nazaré, em especial na Loucura da Cruz, nesta Segunda Vinda todo o poder deste mundo será confundido e vencido pela Ternura de Deus revelada, de forma perfeita, em Maria. Porque Ela é o Encanto máximo de Deus e de todo o Céu.

Ora eu sou reconhecidamente o extremo oposto deste Encanto. Sou o contrário da delicadeza. Nem sequer sou simpático. Mas é por isso mesmo que a minha expectativa de vez em quando quase queima dentro de mim: é o que é vil e desprezível aos olhos do mundo que Deus escolhe para nos revelar o Outro Mundo. Porque Ele é A Surpresa. Pode, por isso, muito bem escolher a rudeza da minha figura e do meu feitio para surpreender a Igreja e o mundo, fazendo de mim Testemunha viva da frágil e doce e terna Mãe da Nova Criação.

Eu queria tanto mostrar às pessoas a Ternura de Deus! Eu queria tanto revelar à Humanidade o Fascínio da sua Mãe! Eu queria tanto poder anunciar às pessoas todas da terra que chegou enfim o tempo de sermos amados e de amarmos como sempre sonhámos e tão ardentemente desejámos desde o princípio do mundo!

- Paizinho, ouve-me Tu hoje. Eu estou a pedir demais, não estou? Eu sei que Tu não Te importas e me entendeste muito bem: eu só quis dizer às pessoas que têm os Pais mais babados e ternos que possam imaginar…

São 3:25!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

400 — À espera da Chuva

                       – 11:04:37

Dirigindo-se ao Espírito Santo, fala assim a minha companheira Vassula, numa página que esta folha marcava: “Vós sois Aquele de Quem as Escrituras dizem: Não haverá mais noite e não precisarão de lâmpadas, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus os iluminará (Ap 22, 5)” (17/7/96).

A última imagem que me ficou do pequenino Santuário da Senhora da Guia dos Arciprestes foi a da absoluta Devastação que cobre a terra: nem uma gota aquela fonte deitava: era uma bica ressequida sobre um pequeno tanque de pedra escaldante! Disseram-me que a água voltará, quando chover. Exactamente aquilo que eu espero, para todo este imenso Deserto. A sensação de secura é agora avassaladora, mas é por isso sempre maior a Esperança de que a chuva Caia, enfim, do Céu e encha todos os veios da terra até à boca das fontes. Quando isso acontecer, o próprio Céu terá abraçado a Terra e serão os dois uma Luz só. Por isso não precisará a terra nem de lâmpadas, nem de sol, não haverá mais Noite e sempre a Luz estará fazendo desabrochar a Vida. Maria, assunta ao Céu, é já a realização plena deste Sonho de Deus. E todos nós, d’Ela renascidos, seremos com Ela um só. Vede-o no meu próprio testemunho, para que Ela mesma me chamou a atenção, na vigília: mediante a Fé da minha mãe terrena, Ela própria me trouxe bem cedo o Alimento do Céu, levado ao auge do prazer, mais tarde, na visão da Luz!

sábado, 23 de abril de 2011

399 — O prazer sensual da Luz

15/8/06 6:53 Rossão

Tu és feita de Luz, Maria! Deixa-nos ver, por um pouco que seja, a Luz!

Sim, haveis de ver a Luz, muitos de vós, ainda antes que desça à terra a vossa carne corruptível.

Eu sei que haveremos de ver as obras da Luz. Mas eu falo da Luz em si mesma, aquela que eu vi na árvore, na longínqua visão da minha juventude.

Também eu falo dessa Luz. Muitos conhecerão a natureza e o poder da Luz.

Não só nos milagres materiais!?

Não, não só nos milagres de ver com os olhos da cara. E será esse o maior dos milagres.

Então já aconteceu em mim o maior de todos os milagres!?

E não foi? Chamaste ao seu fruto “felicidade insuportável”. Ainda não entendeste porquê?

Sim, eu senti que ele não poderia durar muito mais tempo, porque me faria explodir: os limites do meu corpo não aguentariam aquele tão gostoso ardor. Já o comparei a um orgasmo que durasse meia hora.

E a comparação favorece o quê? O orgasmo, ou a Luz?

Indubitavelmente, o orgasmo: a felicidade da Luz é maior.

Mas no orgasmo falas de prazer.

Também a Luz é prazer, prazer físico, que abala todos os nervos. Mas ultrapassa o prazer físico como, de certo modo, o orgasmo também ultrapassa.

Então quando as pessoas puderem ver e unir-se à Luz, tornar-se-á supérflua a relação sexual!?

Não sei. Não sei como será quando o Novo Céu cobrir toda a Terra. Sei que nesse Dia terão todos consigo a Carne de volta e que a sua felicidade será indizível.

Tens que apontar duas excepções, não?

Sim, os que ressuscitarem para a ignomínia e os que ainda estiverem vivendo a sua vida terrena: os primeiros só serão felizes quando aceitarem a Luz mesmo no Inferno; os outros terão já formas várias de serem felizes porque não terão já o coração prisioneiro, poderão conviver com os ressuscitados e de todos será Jesus a única Lei.

Uma dessas vias de ser feliz já a podes tu próprio testemunhar, não?

Sim; na minha relação Contigo e com Jesus, dois Corpos ressuscitados, já esta carne corruptível vibra em toda a sua capacidade de ser feliz.

São 8:49!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

398 — Na Senhora da Guia dos Arciprestes

                        – 19:49:53 Lamego

Acabo de visitar, pela primeira vez na minha vida, a Senhora da Guia dos Arciprestes, depois de, quando eu tinha seis meses de vida, a minha mãe comigo aí se ter deslocado, a pé, debaixo de uma fortíssima tempestade, a pedir à Senhora que lhe fizesse vir ao peito o leite que lhe faltava para me alimentar. Todos testemunham que o leite voltou, em abundância, depois de ela ali ter estado.

Maria, fala comigo sobre este facto.

Acreditas em que foi assim como as pessoas testemunham?

À letra: a minha mãe tinha ficado sem leite e depois de ali ter estado naquele lugar, o leite voltou, em abundância, de modo a que eu, que estava a ficar “muito magrinho”, depressa fiquei de novo um bebé “muito gordo”, conforme as pessoas daquele tempo testemunham.

Foi feito nesse tempo, portanto, em teu favor, um verdadeiro milagre!?

Foi. Não tenho dúvida absolutamente nenhuma.

E quem fez esse milagre?

Todos os milagres são feitos por Deus. Mas Ele pode fazê-los a um pedido Teu, cheio de alegria.

Achas que foi o que aconteceu?

Foi. Não tenho dúvida absolutamente nenhuma.

Porque estás respondendo assim, tu, o homem de todas as dúvidas?

Não sei. Talvez porque já outros milagres incontestáveis aconteceram na minha vida. Talvez porque me sinto objecto de uma especial ternura por parte de Deus. Talvez por viver agora no Deserto Contigo há seis anos e este tempo me ter confirmado a especialíssima relação que tu tens comigo. Talvez…talvez porque eu sou o Ungido do Senhor neste Tempo Novo. Talvez, enfim, porque todos os elementos se congregam numa espectacular harmonia e coerência quando penso na missão ou missões em que fui investido.

E como viveste aqueles momentos que passaste na capelinha solitária, perto de Castanheira do Ouro, a caminho de Gouviães?

Ninguém no Rossão sabia onde ficava a capelinha. Mas logo, ao entrar num hipermercado, aqui em Lamego, a primeira pessoa a quem perguntei me deu todas as indicações para lá chegar. A capelinha estava fechada, mas logo alguém se prontificou a chamar quem a pôde abrir. Lá estavam, ao lado, dois enormes arciprestes. E lá dentro, no costumado nicho atrás do altar, no alto, lá estava a Tua imagem. Muito feiinha, diga-se. Enterneci-me. E muitos outros sentimentos juntos me atravessaram. Depois fui à fonte onde dizem que a minha mãe bebeu, tendo sentido logo no peito o leite. Senti vagamente que ali estavas Tu e a minha mãe terrena, muito felizes. Mas lá estava o Sinal da Devastação: a fonte estava seca…

quinta-feira, 21 de abril de 2011

397 — O Êxito nasce do Silêncio

14/8/06 3:59 – Rossão

Maria, abençoa tudo o que me acontece… Poderá esta minha actual vida parada e impotente ter tanta força como um testemunho empolgado, que provoque a conversão de milhares de pessoas de uma só vez?

E quando deres esse testemunho, donde achas que terá vindo a sua força e a sua eficácia?

Destes momentos de imobilidade e impotência?

Donde vinha a Jesus a força e a eficácia do Seu testemunho público?

Daqueles trinta anos de silêncio, de imobilidade e de impotência?

Donde vem à árvore a espectacular força de uma primavera?

Do silêncio, da imobilidade e da impotência do Inverno?

Porque perguntas ainda? Não sabes que a Ressurreição e o Pentecostes foram só consequências naturais da longa, lenta e dolorosa Incarnação de Deus na imobilidade e na impotência da vida que o homem fabricou?

Saber, eu sei. Mas custa tanto manter fechados e calados no peito todos os tesouros que do Céu recebi…

Ah recebeste? Assim tantos tesouros? Quando?

Tens razão, como sempre: foi neste tempo parado e impotente do Deserto.

Quanto tempo?

Doze anos. Ou talvez a minha vida toda.

Tinhas recebido muitos tesouros mesmo antes de teres encontrado pessoalmente Jesus, há doze anos?

Sinto agora que foi um tempo extraordinariamente fecundo, justamente pelas tentativas sempre frustradas de mudar este mundo.

Onde está o grande tesouro desse tempo?

No conhecimento directo deste mundo, da sua força destruidora, da sua impotência para se salvar.

Mas não foi nesse tempo que tomaste consciência de tudo isso!?

Não; foi justamente ao longo destes doze anos de caminhada no Deserto Convosco, os meus Amigos do Céu.

Vês? Os acontecimentos já estão em marcha há muito tempo quando tomamos consciência deles e mais ainda quando se manifestam.

É verdade! Ontem de repente dei comigo a pensar que o Regresso de Jesus exigiria justamente este acumular de sementes nos celeiros e de água nas barragens, para que, quando a Hora chegar, tudo aconteça com a rapidez e o fulgor de uma Primavera nunca vista.

Tem em conta que se trata, conforme tu dizes, do maior Acontecimento de toda a História. Não admira, portanto, que a sua preparação seja a mais dilatada de sempre e até proporcionalmente a mais silenciosa relativamente à grandeza do que vai acontecer.

Ah, Maria, está-me custando tanto escrever este texto… Parece que só repito lugares-comuns…

E porque o escreves, então? Poderias escrever muito menos, ou mesmo não escrever nada…

É que não consigo deixar de expor o que me vai na Alma, seja qual for o momento que atravesse. Foi isto que Jesus me pediu.

Mesmo que seja repetindo lugares-comuns?

Pois… Talvez desta forma eu esteja assumindo mais um elemento do nosso Deserto: o lugar-comum, donde já toda a Novidade desapareceu…

São 6:41!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

396 — Nem uma fibra do meu corpo vibrou

                        11:19:29

É domingo e fui à Missa, aqui no Rossão. Os textos falavam de alimento para a Alma, de Jesus como Pão vivo descido do Céu. Foi como se aquelas palavras passassem rasando os meus ouvidos sem terem entrado, ou como se estivessem já dentro de mim, adormecidas ou insensibilizadas e por isso eu achasse supérfluas as que vinham de fora. Fui à Comunhão, depois de ter ouvido com atenção as palavras transubstanciadoras. Nem uma fibra do meu corpo vibrou ao receber o Pão vivo descido do Céu!

E eu, que creio com quanto coração tenho em que é o Corpo de Deus aquele pão transubstanciado, tenho muita pena desta minha indiferença, ou frieza, mas nada faço para alterar esta situação: continuo tranquilo e apenas espero que acorde em mim o tremendo e fascinante Mistério, de que até já gravei sedutoras paisagens nestas páginas. Conforme o testemunho que deixei registado na vigília, prefiro correr o risco de chegar ao fim da minha vida terrena sem ter vivido de maneira correspondente este Mistério, a resignar-me a uma participação insensível nesta Comunhão ritualizada. Estou fazendo isto com todos os outros Mistérios: tento ouvir o que Jesus deles me quer mostrar, registo as paisagens que contemplo, tantas vezes de coração reduzido a caneta que nada sente do que escreve, mas nada mais faço para viver aquilo que me foi dado. Por agora continuo correspondendo ao único desejo verdadeiramente vivo que me vem das profundezas da Alma: ouvir Deus e registar o que ouço; se nada mais desejar, só farei isto até à minha morte.

terça-feira, 19 de abril de 2011

395 — Vivemos continuamente chantageados

13/8/06 5:31 Rossão

Maria, diz-me: ficar sempre assim à espera de impulsos interiores para fazer as coisas é o caminho certo?

Tens já desenhada no espírito uma objecção muito grande a uma resposta afirmativa, não tens?

Pois… Se eu disser que nada devemos fazer contrariados, respondem-me logo que uma grande parte dos homens deixaria de trabalhar.

E não é uma objecção lúcida e válida?

Sim, é uma objecção sensata. Ela tem em conta a realidade em que vivemos: grande parte dos nossos actos não são desejados; são-nos impostos sob uma qualquer ameaça.

Por exemplo?

Se não trabalhares, não comes.

Então as pessoas vivem continuamente chantageadas pelas exigências da vida!?

É verdade: a maior parte dos nossos actos são forçados; é exercida sobre nós, vinda de fora, uma contínua violência.

Então está dada a resposta à tua questão: agir sempre e só em obediência a impulsos interiores é impossível e portanto não seria o caminho certo, já que desorganizaria toda a vida e provocaria contínuas frustrações!…

Assim é, se eu partir do princípio de que o Sistema em que vivo é intocável.

Tens então a consciência de que obedecer exclusivamente a impulsos interiores põe todo o Sistema em causa!?

Tenho. Sem dúvida que a Ordem estabelecida seria toda arrasada.

Então a Ordem em que a vida decorre é o grande obstáculo à realização dos desejos mais profundos e genuínos das pessoas!?

Claramente: ela funda-se e mantém-se com leis que uniformizam e uniformizando destroem toda a variedade que necessariamente se manifestaria se cada um obedecesse exclusivamente aos seus desejos.

Mas tu, segundo dizes, nunca expões teorias; tu falas do que vives. Diz então o que te levou a colocar aquela questão.

Foi, mais uma vez, a situação em que vivo: fora das estritas obrigações que a Cidade me impõe, eu vivo à espera de desejar para avançar para uma qualquer acção, por mais importante e nobre que todos a considerem, por mais que todos condenem esta minha atitude.

E não tens medo de seres tomado simplesmente pela preguiça, de caíres no desleixo?

Tenho. Mas eu corro todos os riscos para que a Liberdade volte à terra.

São 7:44!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

394 — O Dia da nova Infusão do Espírito no Pó da Terra

                        – 11:19/20:00

É muito intenso este Sinal numérico. Ele fala-me do decisivo momento em que o Espírito inundar a nossa Carne para desencadear o Seu Dia.

Sim, o Nono Dia será chamado o Dia do Espírito Santo. E não porque a carne passe a ter menor importância na nossa vida, mas exactamente pelo contrário: nesse Dia a Carne viverá enfim liberta da limitação e da dor a que a sujeitou o Pecado e terá adquirido todos os Atributos de Deus. Ela será verdadeira Carne de Deus, por Ele amada como Corpo Seu.

Mas mais uma vez é necessário acentuar que este Dia nascerá na terra e brilhará em todo o seu esplendor aqui mesmo, onde agora é a terra da nossa Escravidão. É o dia da nova Infusão do Espírito no Pó da Terra, depois de o Pó ter sido assumido e redimido pela Incarnação do Verbo de Deus, vitoriosamente levada a cabo no Oitavo Dia, quando, portanto, já na terra estiver irreversivelmente estabelecido o Reino do Príncipe e da Rainha da Paz. Esta verdadeira Explosão, protagonizada pelo nosso paciente e fatal Senhor Espírito Santo e que por isso, conforme está escrito, abalará os próprios fundamentos da terra, fará então propagar as suas ondas poderosas em direcção a todo o Passado, assumindo-o na Vitória da Incarnação, e a todo o Futuro, tornando-o firme para sempre. Trará assim a vitória ao Oitavo Dia e inaugurará o Nono, o do Renascimento definitivo do Homem como Filho de Deus.

domingo, 17 de abril de 2011

393 — Jesus, Rei num Mar iníquo

29/7/05 6:33

Maria, levaste-me a escrever ultimamente duas coisas que parece completarem-se: que o reino das Trevas ficará sem o seu rei quando Jesus regressar, e que a Igreja será feita de puros de coração, que verão Deus em si mesmos em primeiro lugar e depois também igualmente em cada um dos outros.

E é a ausência de Satanás deste mundo que vai possibilitar que haja nele corações puros?

Corações puros sempre os há-de haver neste mundo, e houve. São todos aqueles que amaram Jesus de todo o coração. Mas todos eles viveram sob o governo despótico do rei deste mundo. Foram por isso sempre corações solitários, como aliás aconteceu com o próprio Jesus.

Quando Jesus regressar acabará a solidão?

Assim estou vendo: Jesus regressará para ser o Rei efectivo sobre a terra; agora os que pelo Amor tiverem puro o coração não mais se sentirão náufragos no mar da Iniquidade…

Mas o Mar da Iniquidade permanecerá!?

Sempre, enquanto não se converterem todos os corações humanos.

E como poderá ser Jesus Rei num Mar iníquo?

Ele poderá estar muito mais próximo daqueles que ainda não abriram os olhos…

Mas tu falavas no fim da solidão…

Sim, para aqueles que tiverem um coração puro: eles formarão desta vez um Povo único e unido num só Coração, em que reinará Jesus.

Mas tens insistido muito em que este Povo não viverá separado de todos aqueles que não tiverem encontrado ainda o Coração do seu Rei…

Sim, nunca o Povo de Deus se tornará uma elite, ou casta que a si mesma se declare pura, afastando-se assim da vida vulgar de toda a gente. E é assim, vivendo a comum vida de todos os homens que este Povo será a Luz das Nações.

Também, portanto, a solidão das nações e dos indivíduos que não tiverem ainda aberto os olhos, será menos penosa!?

Sim: todos saberão onde se encontra a Verdade. Penosa será, porventura mais ainda, a obstinação. É ela que perpetuará o Sacrifício do Rei.

São 9:06!

sábado, 16 de abril de 2011

392 — Dás de graça, porque de nada precisas

                       – 19:19:13

Maria, diz-me outra vez: Tu gostas muito de Ti mesma, não gostas?

Conheces alguém que não goste muito de si mesmo?

Deveria gostar, de facto. Mas às vezes encontramos casos estranhíssimos, em que pessoas dizem e mostram não gostar mesmo nada de si mesmas. Talvez seja aqui que mais claramente se vê a cruel destruição que o Pecado provocou.

Então parece óbvio que Eu goste muito de Mim. Porque Me fizeste aquela pergunta?

Porque estou embasbacado perante Ti. E acho que é porque o gostares muito de Ti te dá uma força e um encanto muito especiais… Sinto-Te tão segura e confiante!…

E é isso que te encanta?

Sim, acho que é… Tu não estás exigindo nada de mim… sei que não me vais usar nunca…nunca me reduzirás a um simples instrumento.

Então que te dou Eu? Amar é dar, não é?

Pois é. É darmo-nos a nós mesmos sem exigir nada em troca. E Tu, porque és cheia de Graça, dás de graça, porque de nada precisas.

Não tenho então interesse por ninguém!?

Claro que não! Só ficas fascinada com o Mistério de cada um que Te ama…

sexta-feira, 15 de abril de 2011

391 — Felizes aqui – e não num céu fora daqui

                     11:22:46

Vejo-me enorme, às vezes. Mas não porque tenha um corpo gigantesco, mas porque me sinto muito amado por Deus. Como uma criança se sente enorme por se ver o centro das atenções dos seus pais e por ver que tem à sua frente um imenso campo de maravilhas para desvendar, porque ela é dona do mundo.

Se fôssemos inocentes, seríamos todos felizes, porque nos sentiríamos ilimitados. Andaríamos, por isso, sempre pasmados e encantados connosco próprios. Bem-aventurados, pois, os puros de coração, porque verão Deus em si próprios! Quando Jesus pronunciou esta bem-aventurança e agora a iluminou com Luz mais clara, é óbvio que Ele crê na possibilidade de termos o nosso coração inteiramente puro. E não na vida depois, da morte, num Céu fora deste mundo, mas aqui mesmo, neste nosso Vale de Lágrimas. Porque, com Ele, chegou à terra o Reino dos Céus.

É preciso, pois, voltarmos a acreditar nas palavras de Jesus como Ele próprio acredita. Quando Ele regressar, é que o Seu Reino estará definitivamente estabelecido neste mundo. E é justamente esta situação que eu, com todos os Profetas, proclamamos para breve. É agora particularmente importante que acreditemos nesta tão insistente Palavra do nosso Redentor. O Seu Reino está mesmo muito próximo. E quando ele se manifestar, veremos na terra uma imensa Comunidade de pessoas inocentes, pasmadas e encantadas consigo próprias, em quem veremos Deus!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

390 — Os inocentes gostam muito de si mesmos

28/7/05 4:31

Vem comigo pelos campos do Mistério, minha doce Pequenina, para nos fixarmos onde a nossa Alma pedir.

Sabes então já que também a Minha Alma desabrocha quando viajamos juntos pelo Mistério!?

Sim, compreendi que Tu és Vida, como Deus, e por isso estás continuamente revelando coisas que Tu própria desconheces e Te encantam.

Eu vivo então encantada Comigo própria!?

Assim vejo agora: Tu és feliz em Ti mesma.

E não vês nenhum mal nesse espanto e nesse encanto Comigo mesma?

Não! Vejo agora nisso o supremo Bem.

Sim? Nunca tinhas falado nisso, acho Eu…

Pois não: eu nunca tinha visto o que estou vendo agora…

É uma nova paisagem no Mistério, então!?

Sem dúvida! E vês o alvoroço que vai dentro de mim?

Ao que vejo, também então a tua Alma está desabrochando!?

Pois está! Quando viajo Contigo, ela vai-se abrindo para a Luz!

Se te sentires pasmado e encantado contigo próprio, isso agora já não o verás como um mal!?

Não! Pelo contrário, vejo-o agora como tão natural, que me parece estar aqui a mais monstruosa distorção operada pelo Pecado na nossa mente.

Porquê? Tu já escreveste várias vezes que amar-se a si mesmo é tão natural, que nem precisa de ser preceituado e por isso se torna na Escritura o modelo do amor aos outros.

Sim. E fiquei tão espantado, que me perguntei como foi possível eliminarmos das nossas preocupações o amor a nós próprios.

Que viste então agora de novo?

Não tinha reparado em que, se o Amor sempre espanta e encanta, o maior espanto e encanto do Amor deverá acontecer connosco próprios!

Então, ao veres-Me assim espantada e encantada Comigo própria, não Me vês vaidosa!?

Não: vejo-Te inocente!

Os inocentes gostam muito de si mesmos?

Julgo que é a sua característica principal. Por isso eles são invariavelmente muito felizes.

E amam os outros?

Eles espantam-nos e encantam-nos com o seu Amor.

São 7:29!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

389 — O Sistema iníquo será agora decapitado

                        – 19:15:34

É para mim mais claro agora que Jesus não regressará para partilhar o governo da terra com o príncipe das Trevas. Desde sempre, mas particularmente desde a Sua Incarnação pessoal neste mundo inteiramente contrário à Sua natureza, a grande ânsia de Deus foi tirar da terra todo o pecado, até ao último vestígio, para que ela fosse de novo conforme a sonhou. Sabemos como a Redenção ampliou este Sonho até fazer dele a maior surpresa da Sua Existência para Si próprio.

Assim, portanto, acontecerá, porque se trata de um Sonho de Deus: Jesus, quando regressar, é para governar sozinho e para sempre a Terra!

Não cabe, porém, nas mais ousadas previsões humanas uma situação destas, se tivermos em conta que todos os Profetas actuais a anunciam para breve. É esta mesmo a grande novidade da Profecia actual: a proximidade do Regresso de Jesus. Mas hoje a Senhora veio lançar sobre este Mistério uma nova Luz: o Sistema iníquo em que todos nascemos e temos vivido será agora decapitado. É o seu príncipe que será encerrado no Abismo; não é o próprio Sistema. Mas não poderá contar mais com a visão planetária e com a ambição de Satanás…

terça-feira, 12 de abril de 2011

388 — Não acabará o sofrimento até que Satanás regresse

                       – 11:17:01

A Senhora conduziu-me esta noite até à causa primeira não só da Grande Tribulação, mas do permanente Sacrifício da Igreja de Deus até ao Fim Último: o facto de Satanás não ter mais canto neste mundo onde se esconder e ter por isso que recolher ao Abismo, sem possibilidade de interferir no curso dos acontecimentos à superfície da Esfera terrestre.

Mas como? Não era Satanás a causa primeira de todo o sofrimento na terra? Porque não acaba logo o sofrimento, uma vez que a sua origem estará eliminada? É que, de facto, a fonte não ficará agora definitivamente eliminada: sabemos que ela voltará a jorrar sobre a terra passados os mil anos da Paz prometida. E não ficarão eliminadas as consequências da primeira investida da Serpente, o Pecado Original, no Paraíso: recordemos que o Homem se deixou contagiar pelo Projecto traidor. E o Homem fora criado autónomo e livre; nunca Satanás o poderia transformar num simples braço ou instrumento seu. Além disso, o Homem era a mais amada das criaturas, por ser Imagem perfeita do seu Criador. Ele teve, por isso, a sua culpa pessoal no Pecado das origens. Portanto, ainda que Satanás abandone o comando da Maldade, sempre o homem poderá manter por sua conta o reino perverso que ergueu. Mas agora a Verdade e a Mentira ficarão nuas diante dos olhos de todos. Assim, a partir do Regresso de Jesus, quem escolher o Mal nunca mais poderá mascará-lo de Bem. E é esta raiva de não poder gozar em sossego o Fruto roubado que não deixará acabar o sofrimento até que Satanás regresse…

segunda-feira, 11 de abril de 2011

387 — Satanás é a Mentira

27/7/05 5:06

Maria, não deixes ficar neste mundo o mais pequeno recanto escuro onde o Diabo se possa esconder.

E não se podendo esconder ele não poderá estar presente?

Foi assim que a pouco e pouco eu fui vendo: o Demónio não pode coexistir com a Luz: ele é Trevas.

Bastará então que a Verdade seja escancarada perante os olhos das pessoas!?

Sim: a Mentira não pode subsistir perante a Verdade. E Satanás é a Mentira.

Sendo então Jesus a Verdade, basta que Ele seja recebido nos corações e amado apaixonadamente, como ontem dissemos!?

Não tenho dúvidas: Jesus é tão claro, tão directo, tão óbvio que, se Ele brilhar, límpido, nos corações, Satanás não terá mais onde se esconder e será fatalmente revelado como a Mentira.

Mas espera: Tu pediste-Me que não deixasse ficar neste mundo uma única possibilidade de o Diabo se esconder! Teriam então todas as pessoas, sem excepção, de se converter, aceitando Jesus no coração!?

Eu sei que a conversão depende da vontade do homem e que Tu não podes de modo nenhum violentar a sua Liberdade. Mas podes atingir o mundo todo através daqueles que se converterem.

Isto é, através da Igreja!?

Exactamente! Segundo eu já vi, o Teu jeito simples e leve tem tamanha capacidade de mostrar o óbvio, que a Igreja será em todo o mundo essa Luz fatal que não deixará mais o Diabo esconder-se.

Sabemos no entanto, e tu próprio o tens escrito várias vezes, que a obstinação de muitos provocará um permanente conflito na terra, até à Consumação dos Séculos. Só, portanto, mesmo no Fim do Fim, deixará de poder o Diabo esconder-se aqui!?

Não, não é assim que estou vendo: é justamente o facto de ele não poder mais esconder-se que provocará o permanente Sacrifício de Jesus nos Seus amigos concretos de todos os tempos. Por isso, quando a Igreja deixar de ser perseguida, das duas, uma: ou será porque traiu de novo o seu Mestre, ou porque somos chegados mesmo à Consumação dos Séculos!

São 7:28!

domingo, 10 de abril de 2011

386 — Muitos O admiram, mas poucos O amam

                        – 19:05:16

Só a partir do momento em que alguém se apaixonar por Jesus será seu verdadeiro discípulo e portanto só a partir daí fará verdadeiramente parte da Igreja.

Por isso às vezes me percorre uma particular sensação de desânimo: mesmo os meus mais próximos, mesmo aqueles que estão lendo com interesse estes Diálogos não os sinto apaixonados por Jesus! Deve ter sido esta a sensação que em vários momentos atravessou o Coração do nosso Mestre, como uma lança. Desde sempre muitos O admiraram, como O admiraram os Seus ouvintes. Desde sempre muitos dizem e sinceramente julgam segui-Lo, como O seguiam muitos, naquele tempo. Desde sempre muitos aceitam que Ele seja o Messias, o Filho de Deus que seja verdadeiro Deus, como já naquele tempo alguns intuíram e admitiram.

Mas até hoje muito pouquinhos O amaram. Falo de uma verdadeira paixão. De um fascínio que absorva todas as nossas atenções e energias. De uma entrega sem cálculos nem limites. Na nossa relação com Jesus o nosso coração não pode estar dividido: Ele terá que ser o nosso único Amor o nosso Tudo. Atenção: estas palavras não são ocas, nem uma força de expressão; elas são para levar á letra. Este Amor dá a vida toda. Como Ele fez.

sábado, 9 de abril de 2011

385 — O santo medo de perder Jesus

                        – 11:49:38

Há momentos em que a minha ligação a Jesus parece resumir-se ao receio de O perder. Porque de resto nada de sensível me liga a Ele; só sei que Ele é, de facto, o Tudo da minha vida. É neste contexto que me percorre às vezes a sensação de que as próprias palavras destes textos, que a minha Fé diz terem por Autor-Fonte o próprio Verbo de Deus, se estão esvaziando. Mas a nossa omnipotente e doce Rainha veio hoje mostrar-me, mais uma vez, que esta sensação faz parte do próprio processo da nossa incarnação no mundo estéril que ajudámos a construir; trata-se, pois, não de um perigoso afastamento de Deus mas, pelo contrário, de uma mais perfeita partilha do Caminho seguido por Jesus na Sua Incarnação.

Assim, a garantia de que esta sensação de esvaziamento das palavras que cremos virem de Deus não corresponde a um perigo de afastamento de Deus mas a uma maior união com Ele é-nos dada justamente por aquele receio de perder Jesus. Torna-se então este receio um verdadeiro medo santo. É o Santo Temor de Deus de que fala a Bíblia e que Jesus confirma nos Profetas mais recentes, chamando-lhe princípio e coroa da Sabedoria. Enquanto, pois, este medo existir em nós, sabemos que se trata de um subtil laço com toda a força de um Dom de Deus, que nos permitirá sempre discernir entre o Bem e o Mal. É esta, de facto, a verdadeira Sabedoria, aquela que o Pecado pretendeu apagar no nosso coração, ao levar-nos à pretensão de ver, de saber mais do que o próprio Criador. É este subtil Temor Santo que o Espírito mantém em nós enquanto não abre as comportas da Barragem e não encharca a terra!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

384 — Porque é que se gastam as palavras?

26/7/05 6:22

Maria, nunca deixes as minhas palavras tornarem-se ocas.

Detectaste algum perigo de isso acontecer?

O perigo é permanente: a falta de acontecimentos que activem as nossas mais profundas e poderosas energias pode levar-nos à pura repetição das palavras sem que lhe sintamos sequer o conteúdo.

Dá um exemplo de uma palavra que possa assim esvaziar-se de conteúdo.

Maria. Começo há muito tempo já os textos das vigílias escrevendo o Teu nome e tenho receio de o vir a escrever só por hábito, por puro automatismo.

Não é o que estou vendo neste momento…

Pois não: eu posso pronunciar milhares de vezes o Teu nome sem me cansar!

Mais do que isso, segundo estou vendo…

Sim, eu estou pronunciando o Teu nome com verdadeira paixão!…

Vejo que o repetes muitas vezes…

Sim, repeti-lo não me cansa; antes vai aumentando a intensidade da emoção com que o pronuncio!…

Pelo que vimos, não há então qualquer perigo de esta palavra se esvaziar!

Sim, acabo de verificar que ela não está gasta; parece, pelo contrário, cada vez mais cheia da Seiva da Vida. Mas às vezes escrevo-a quase distraído, só para que o leitor advirta que é Contigo o diálogo que se segue.

Acontece o mesmo com todas as palavras que gravas: estás continuamente referindo a frieza e a secura com que as escreves.

É verdade. Achas então que elas revelarão toda a sua vitalidade quando chegar a hora?

Não é o Espírito a Seiva da Vida e não está escrito que Ele será derramado em toda a Carne no tempo oportuno?

Mas entretanto como evitamos que as palavras fiquem estéreis?

Tu sabes muito bem. Verificaste ainda agora que o Meu nome não está estéril dentro de ti. Porquê?

Porque todos os dias vives comigo intensos momentos de prazer.

Vê se não vives o mesmo prazer com todas as palavras que escreves.

Referes-Te à Esperança e à Fé em que todas elas se vão realizar e vão curar o mundo?

Sim, vê se não são todas células vivas do grande Sonho da tua vida. Se sonhas, vives!

São 8:01!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

383 — A Iniquidade é gigantescamente longa

                        – 19:7:17/8

Espero para breve a Paz de Jesus, aquela que Ele disse não ser possível estabelecer neste mundo sem guerra.

Maria, estou cansado neste fim de tarde e por isso dentro de mim também os próprios sentimentos parece não terem força sequer para se mostrarem. Muito menos para se ordenarem. Mas é ainda o Mistério da Iniquidade que paira sobre todos eles querendo encontrar a consistência da Verdade. Não me queres ajudar?

Há uma coisa que te está bailando no espírito desde esta noite…

Sim: a dimensão da Iniquidade começou a aparecer-me também relacionada com o tempo…

A Iniquidade é gigantesca também por ser gigantescamente longa?

É isso mesmo! O Homem foi criado imortal por isso durará para sempre, seja qual for a situação em que a sua livre opção o coloque. Vi então a mancha do Pecado alastrar sem descanso desde que ele surgiu no Universo… E embora na morte terrena todos façam uma opção definitiva, sabemos que muitos daqueles que nesse momento optaram pelo regresso à Ordem do Amor continuam sujeitos às dolorosas consequências do Pecado como purificação e participação no Sacrifício do nosso Redentor… E depois há o misterioso sofrimento do Inferno… A guerra construtora da Paz não se limita então à terra!…

quarta-feira, 6 de abril de 2011

382  O gigantesco poder do Pecado

                        – 11:41:39

Inesperadamente o Mistério da Iniquidade abriu-se-me para regiões insuspeitadas, sem fronteiras à vista…

E mais uma vez a Senhora me chamou a atenção para o óbvio: a dimensão espectacular do acontecimento trágico iniciado logo no Paraíso assenta no facto de Deus ter concebido e criado o Homem à Sua Imagem, portanto com atributos em tudo semelhantes aos Seus! O Homem poderia ir tão longe que, numa expressão verdadeiramente estranha, a Bíblia diz que Deus teve receio de que, depois de se ter apoderado do fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal, a mais sublime das Suas Criaturas se apoderasse também do fruto da Árvore da Vida, atingindo de morte a própria Fonte do Ser!

Porque Deus dotara o Homem de Liberdade plena e assim lhe dera um poder verdadeiramente semelhante ao Seu próprio Poder. E num só Homem, feito desde o princípio Masculino e Feminino, reside todo este estranho poder, capaz de fazer ao próprio Criador insuspeitadas surpresas! Por isso o Pecado se tornou verdadeiramente gigantesco, muito para além do que possamos imaginar. Ele é muito maior no seu poder do que todas as Energias cósmicas reunidas.

Não esqueçamos nunca: o Homem foi feito com um poder semelhante ao Poder de Deus.

O Homem é, tendencialmente, todo-poderoso!

Mas não esqueçamos também: pela Redenção, o Homem pode tornar-se mais ainda que a Criatura excelsa das Origens: ele pode tornar-se Filho natural de Deus. E nesta nova condição o seu Poder já não é apenas uma imagem, já não é apenas um poder semelhante ao Poder de Deus: o Homem é, como Filho, em tudo igual a Deus. E como tal ele nunca mais trairá Deus!

terça-feira, 5 de abril de 2011

381 — É imedível a dimensão do Pecado

25/7/05 6:55

Maria, estou contemplando agora de novo as consequências da Rebelião Original. Ela atingiu proporções que nós não vimos ainda, apesar de vivermos mergulhados nas suas devastadoras consequências.

E que estás vendo agora, que antes não tinhas visto?

Parece que Deus combate o reino das Trevas de igual para igual; às vezes parece até em posição de inferioridade…

E onde viste tu isso agora?

No facto de há tantos milhares de anos Deus não ter conseguido acabar com o nosso sofrimento.

Mas o sofrimento resume-se a um planeta quase invisível na imensidão do Universo, não?

É esse mesmo facto que agora prende a minha atenção: o Mistério da Iniquidade, pela atenção que merece de Deus, não pode ser assim uma coisa tão sem importância na imensidão cósmica…

E que atenção merece ele de Deus?

Ele esteve continuamente enviando Mensageiros aos homens para tentar fazê-los regressar à Felicidade Original sem ter conseguido nada, e por fim entregou-Se Ele próprio à morte sob tortura.

Sem ter conseguido nada ainda!?

É verdade! Até a morte de Deus parece ter sido um fracasso completo.

Tem a Iniquidade então um poder capaz de rivalizar com o Poder de Deus!?

Eu tenho escrito que não, que a Vitória de Deus será uma realidade efectiva e visível, e insisto em que ela acontecerá dentro em breve! Mas todas as previsões humanas me desmentem.

Dizem o quê, as previsões humanas?

As mais arrojadas chegam a admitir um espectacular Colapso da Civilização e uma profunda viragem na História, mas não admitem a inversão das tendências perversas dos homens. Muito menos com carácter definitivo e muito menos para breve.

Segundo essas previsões então, o Sistema Iníquo implantado na terra, poderá atravessar uma crise, mas sairá dela reforçado!?

Sim, ninguém consegue imaginar a terra sem a Maldade e sem a Dor; todos acham impossível que os corações dos homens se tornem inocentes, muito menos definitivamente e muito menos para breve.

Ninguém confia, portanto, na capacidade de Deus para eliminar simplesmente da terra a Maldade e a Dor!?

Todas as religiões dizem que sim, que Deus triunfará completamente. Mas as religiões esterilizaram as palavras da Verdade e por isso já ninguém as leva a sério.

Tu falaste entretanto há pouco na dimensão da Iniquidade, que não poderia limitar-se à terra, a avaliar pela importância que Deus lhe dá. Em que se funda essa tua consideração?

Na dimensão em que Deus concebeu o Homem ao criá-lo à Sua Imagem e Semelhança e ao amá-lo depois até à morte. Cada homem é, portanto, maior que o Universo. Por isso é também imedível a dimensão do Pecado.

São 9:52!