Jesus foi desde muito cedo para mim o Herói, o Mestre, o Senhor. Mas, ao
contrário da Teologia, que à partida diz que Ele é Deus, a mim, onde Ele mais
claramente Se me revelou Deus foi na última fase da minha evolução, quando Ele
Se me deu a conhecer como Amigo e Companheiro desta nossa vida vulgar, a que
Ele chama Deserto.
2/9/96 – 10:31:17
Na imagem dos
segundos Jesus está-me dando a Sua luminosa Paz. E enternece-me a frequência
com que ultimamente o meu Companheiro assim através deste código me vem dar
alento para continuar. De facto, está-me custando muito caminhar assim nesta
aridez e nesta escuridão onde às vezes nem sequer estrelas há para me orientar.
Escolheu o Mestre para mim este caminho para, entre outras coisas – está-mo
dizendo Ele agora – reconstruir em mim os contactos com o Invisível. É, na
verdade, o Espírito que me deve comandar inteiramente, a partir de dentro.
Nenhuma outra central de comando deve permanecer em mim. E um forte impulso me
está dizendo – confirmado neste preciso momento com um suspiro! – que Jesus
assim me está fazendo imagem e símbolo da Igreja renascida: nenhum poder
institucional, visível, deverá tomar o lugar do Poder Interior, invisível, do
Espírito, na Igreja de Deus sobre a terra.
Por isso esta via
tão estranha por onde o Senhor me conduz: nada vejo, nada ouço, nenhuma imagem,
nenhuma palavra me é dirigida, nem sequer com a nitidez dos sonhos; e no
entanto caminho sempre, apenas guiado por uma permanente tensão interior que, por não ver nem ouvir, se agarra com quanta
capacidade tem, ao mais imperceptível Sinal de Presença de Deus! Por isso às
vezes me canso. E nestas alturas duvido e uma vez ou outra dou comigo no chão,
inteiramente prostrado e dorido, sem caminho nem consolo diante de mim. É
nestas alturas que se aproxima então de mim este Amigo do Deserto, que eu
aprendi a respeitar inteiramente e às cegas, porque nunca gostei de caminhos já
andados, para trás nunca houve caminho para mim, e este Companheiro é, de
facto, inexcedível no amor: respeita-me também inteiramente e às cegas!
Sabendo, de facto, que eu não quero outra coisa senão segui-Lo, não me desvia
nem me deixa parar na Sua Rota senão o tempo estritamente necessário, apesar da
minha permanente tensão e do meu sofrimento; põe-me só a Mão no ombro, como se
me dissesse: Eu sei o que estás sentindo... Não tenhas medo que vais aguentar.
Eu amo-te muito.
É incrível, a Mão
d’Ele: parece conter em si a energia toda do Universo! E ao sentirmos esta Mão
no nosso ombro, Ele faz delicadamente descer esta energia toda ao nosso coração
em forma de Ternura. Então sentimo-nos capazes de amar as criaturas todas, da
célula mais pequenina à maior das galáxias e sentimos este Amor como Poder que
nenhuma força poderá vencer!