No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

518 — Virá quando menos for esperado

            9:55:50

    Estou a ficar, ao que parece, cada vez mais reduzido aos algarismos como Sinais sensíveis apontando-me o Caminho e as diversas zonas do Mistério. De facto, os outros parece estarem-se afastando: o suspiro há muito que não acontece e o prazer sensual aflora, apenas, e não tem conhecido nenhum desenvolvimento, como é próprio dos Dons de Deus. Restam os impulsos interiores, mas também estes parecem ser cada vez mais impulsos de deserto, como plantas mirradas, em que a vida recolheu toda à sua raiz e apenas aí resiste, à espera… Escasseiam, pois, progressivamente, as referências orientadoras, a secura e a escuridão do Deserto intensificam-se.

   Entretanto, estranhamente, avoluma-se dentro de mim a sensação de proximidade do Regresso do Senhor. Sabemos que o tempo de Deus é diferente do nosso, mas neste caso trata-se de uma proximidade segundo o nosso conceito que eu, todavia, não consigo contabilizar, nem nunca conseguirei, pois está dito que o Regresso do Senhor será uma completa surpresa, será quando menos esperarmos. Mas a sensação da proximidade da Vinda do Senhor não só não nos é vedada, como deverá ser mesmo alimentada, segundo o que está escrito e a Igreja Primitiva testemunhou. O que não posso é, por exemplo, marcar esta Vinda para o ano dois mil, porque ela pode acontecer esta mesma noite, quando eu a não espero de modo nenhum, ou acontecer só depois do ano dois mil, quando eu começar já a ficar desiludido, quando já a descrença nesta Vinda tão esperada estiver a tomar posse do meu coração. Sabemos que nem o Filho conhece a hora exacta e levou-me já o Mestre a escrever nestas páginas. que o próprio Pai está suspenso, numa dramática Dúvida, numa misteriosa Espera que só o Seu louco respeito pelo nosso Livre Arbítrio poderá explicar.

   Ensinou-me também já o Mestre que esta espera tensa pela Sua Vinda deve ser uma atitude interior permanente de todos os Seus discípulos em todos os tempos: sempre que na vida particular de cada um, ou na vida colectiva de uma comunidade qualquer as forças da Iniquidade se avolumam, uma especial Vinda do Senhor a essa pessoa ou a essa comunidade deverá ser esperada e sempre, do mesmo modo, o Senhor virá proximamente, na hora em que menos for esperado.

   Mas é agora uma Vinda especial à terra inteira que nos está prometida para breve, porque atingiu já a terra inteira o apogeu da Iniquidade, já o Rebelde está realizando no planeta os seus mais espantosos milagres e já a própria Igreja de Jesus foi devastada pela mais astuciosa e universal Apostasia de que há memória. E é desta Sua Vinda agora, a Segunda, que Jesus me está enchendo o coração. Justamente por assim me estar intensificando a secura e a escuridão do Deserto. E por me levar a contemplá-Lo tantas vezes caído neste mesmo Deserto, completamente esgotado de forças, uma Chaga viva, inteira: Ele não pode esperar muito tempo mais. Também os algarismos insistem de forma estranha neste Regresso: vejam-se, nas imagens consideradas ontem, os primeiros algarismos de cada uma, 3-6-9 e, hoje, a imagem do início da vigília e a do início deste texto, onde se realça, no Nono Dia, Jesus e a presença, apenas apontada agora, do Espírito.

   Entretanto, porque o Pai sabe da minha fragilidade, é impressionante o número de vezes que no relógio me faz aparecer a sequência 7-8, a falar-me da minha Mãe e Rainha da Paz. E veja-se como no fim da vigília a Paz substituiu a Escuridão.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

517 — Esperar pelos filhos


12/10/97 3:19

    Os Sinais falam-me do Teu Regresso, Jesus, e havia uma predisposição em mim para dele escrever, mas Tu sabes como o problema relacionado com a minha filha J. me amarrou até agora. São já 4:53. Ajuda-me. Diz-me o que queres que eu faça.

   E que queres tu fazer?

   Deixar escrita a Tua Luz, apenas, a Tua Verdade, a Tua Vontade.

   Disseste “Luz, apenas”, mas acrescentaste Verdade e Vontade. Foi de Luz, apenas, que estiveste falando?

   Foi. Foi só de Luz. A Tua Verdade é justamente a manifestação do Teu Mistério em toda a nossa capacidade de o contemplar é a Tua Luz escancarada; a Tua Vontade é a Tua Luz em acção: todas as vezes que é feita a Tua Vontade, é a Tua Luz que na terra alastra.

   Que se passou dentro de ti agora mesmo?

   Estava procurando sentir a presença da Mãe, do Pai, do Espírito.

    E qual foi o resultado?

   Senti-Os presentes, mas silenciosos.

   Indiferentes?

   Não! Tensos, como se só esta nossa conversa Lhes interessasse.

   E agora mesmo, que se passou?

    Distraí-me, divaguei, não sei porquê.

   E vês todo o Céu triste por causa disso?

   Não. Todos continuam observando-me com muito interesse. Pareceu-me até que a Mãe fez um leve sorriso.

   E agora o que te aconteceu?

   Distraí-me outra vez.

   Porquê?

   Porque não recebi, rápida, a Tua resposta… Acho que Te calaste…

   E sentes-Me magoado com o teu comportamento?

   Não! Vejo-Te só muito atento a tudo o que faço ou digo.

    E porque te não prendo Eu a atenção com um diálogo mais fluente, mais vivo, por exemplo?

   Não sei ainda; só sei que tudo o que Tu fazes é perfeito.

   Como? Eu não actuo incarnado na vossa imperfeição, como tantas vezes tens escrito?

   Actuas. Por isso és perfeito.

   Sim? Ser perfeito então…

   É estar totalmente próximo do outro, próximo do que se está fazendo em cada momento. É assumir o outro todo e as suas circunstâncias. Ser perfeito é amar.

   Mas vê bem: isso não é muito teórico, Meu pequenino companheiro? Deixando-te distrair, Eu estive próximo de ti?

   Estiveste: Tu não me violentaste; Tu respeitaste em absoluto todos os apegos que me colam à minha existência concreta e esperaste por mim sem me recriminares, sem Te sentires ofendido.

   Onde íamos, Salomão? A que propósito vinha esta conversa?

   Ela foi despoletada pelo caso da J.…

   E do Meu Regresso, de que tu ias falar no início, não?

   Sim, mas do Teu Regresso não notei que tivéssemos falado até agora.

   E da tua filha? Estivemos a falar dela?

   Sim, parece-me que andou mais próxima dela a nossa conversa… Não fujas, Jesus! Deixa-Te estar aqui comigo e ajuda-me…

   Sentiste-Me ir embora?

   Ficaste calado e pareceu-me que Te afastavas…

   Que sentido tem Eu afastar-Me quando sei que precisas de Mim?

   Não sei… Sei só que também esta Tua atitude é perfeita. Talvez…o deixares-me voltar para onde eu normalmente estou.

   Longe de Mim?

   Sim, ainda longe de Ti.

   E para quê?

   Não sei… Talvez para me deixares sentir, mais uma vez, a minha total impotência sem Ti.

   Continuamos a falar da tua filha?

   Penso que sim…

   E do Meu Regresso?

   Estamos também, certamente, a falar no Teu Regresso. É justamente o Teu Regresso tudo o que nos é necessário quando assim nos sentimos longe de Ti, impotentes.

   A tua filha pede-Me o Meu Regresso, como tu tens feito esta noite, sempre que te sentiste longe de Mim?

   Acho que não. Ela não reza; anda só fazendo o que lhe agrada e o que é fácil. E é isso que me aflige.

   Ela anda longe de ti?

   Sim, muito longe.

   Porquê?

   Porque despreza tudo o que eu lhe digo. E para não alterar a sua vida, tenta até justificar tudo quanto faz.

   Já houve um tempo em que andavas longe de Mim e justificavas tudo quanto fazias, não justificavas?

   É verdade. Eu achava que estava fazendo tudo muito bem.

   E como se alterou esse teu comportamento?

   Foste Tu que me tocaste.

   De que forma? Lembras-te?

   Arranjaste maneira de eu contactar com a Profecia da Vassula.

   Mas tu já gostavas de Mim, antes!?

   Gostava.

   A tua filha gosta de ti?

   Gosta. Eu sei que gosta.

   Quanto tempo andaste Tu gostando de Mim e magoando-Me?

   Oh! Muitos anos!

   Oferece-Me então essa tua dor e espera, como Eu esperei por ti.

   São 6:26/7!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

516 — já não sou eu que vivo

            9:51

    Um subtil impulso interior levou-me a relacionar os algarismos do início e do fim da vigília e estes agora. Primeiro os dois últimos de cada conjunto: 21-25-51. Há aqui apenas três algarismos: 1 – a Luz; 2 eu, Testemunha do Regresso do Senhor; 5 – Jesus, Aquele que era, que é e que há-de vir, que morreu e ressuscitou. Eu, que no primeiro conjunto sou Testemunha da Luz, no segundo vejo a Luz substituída por Jesus, de que continuo a ser Testemunha, e no terceiro desapareço, substituído por Jesus.

   Só Jesus é a Luz. Mais ninguém!

   Mas ser testemunha do Reino dos Céus é ser o que se testemunha; ser mensageiro é ser o que se transporta. Foi isto que estive conversando com o Mestre na vigília: se Ele assume até a minha caneta, o próprio instrumento que uso para escrever é Luz Sua; músculo, nervo e cérebro meu são, ao escrever, obviamente Luz Sua! E a Sua Luz é Ele próprio, não apenas como Deus Transcendente, mas também como Deus Incarnado em toda a deficiência e necessidade da nossa carne. Quando, pois, eu deixo que Ele me assuma inteiramente, eu sou testemunha e mensageiro, não de mim, mas d’Ele, de tal maneira que já não sou eu que penso, que reajo, que escrevo, mas é Ele que tudo isto faz em mim! E não me condeneis, meus amigos teólogos, porque vos condenais a vós próprios, ao mostrardes que não aceitais a Escritura: eu estou só a repetir o que nela escreveu Paulo: “Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim”.

   Jesus, eu estou com receio de avançar por onde Tu, docemente, mas com muita insistência, estás querendo que eu avance.

   Se Eu estou querendo, porque tens medo?

   Tu sabes, Mestre: o medo é de me enganar, no interpretar este impulso, no discernir a Tua Vontade.

   Vem, Meu pequenino, encosta no Meu peito a tua cabeça e vê se não bate bem sincronizado o Meu com o teu coração.

   Então redige Tu…

   Onde te surgiu isso que estás sentindo?

   Na leitura que fiz do profeta J.N.S.R., na Tua Mensagem intitulada “O último sinal percursor da Minha Vinda” (8/7/93).

   Então resume, de modo a não ultrapassares esta folha.

   A “Verdadeira Estrela que ilumina os Céus e a Terra, a Estrela que anuncia o Meu Regresso”, “o próprio Anunciador”…sou eu!

domingo, 28 de agosto de 2011

515 — É uma mania que eu tenho

1/10/97 – 3:21
   – Mestre, do fundo do Teu sofrimento, guia a minha caneta, para que também ela, na sua insensibilidade, dê testemunho do Teu Perpétuo Sacrifício.

  – Que mais gostarias que a tua caneta gravasse neste momento?

  – Não sei… Queria só que ela continuasse a gravar o Teu Mistério, como se fosse comandada directamente pelos Teus Desejos.

  – O que acontecerá se os Meus próprios Desejos comandarem directamente a tua caneta?

  – Está-os realizando já, à medida que escreve.

  – Os Meus Desejos realizam-se pelo simples facto de ficarem escritos?

  – Qualquer Palavra tua que desça à terra, não volta para o céu sem ter produzido o seu fruto.

  – Não é isso mesmo que está acontecendo desde que escreves?

  – Eu queria que fosse, e é essa a minha Fé. Mas é tudo tão frágil – o papel, a caneta, a emoção… E vejo tudo tão envolvido na minha deficiência…

  – Repara no pedido que Me fizeste no início. Repete-o.

  – Que a minha caneta estivesse gravando o Teu Sacrifício Perpétuo.

  – As coisas que te venho revelando referem-se ao Meu Sacrifício?

  – Qualquer revelação Tua à nossa natureza assim como a temos implica um sacrifício.

  – Porquê?

  – Porque Tu, o Prazer puro e a Felicidade plena, tens que Te reduzir aos alvéolos da nossa podridão.

  – Comunicando-Me, sacrifico-Me?

  – É verdade! Porque continuamente Te estás revelando, continuamente Te estás sujeitando à nossa capacidade de entender. Agora mesmo o estou sentindo: Tu estás-Te sujeitando a esta minha lentidão em redigir o Teu Desejo, quando, liberto desta prisão em que Te meteste comigo, Tu ages à velocidade da luz – Tu não tens velocidade, porque és instantâneo ao agir.

  – Então nada do que Eu faço em vós o faço liberto da vossa deficiência!?

  – Assim é, Mestre; por isso o Teu Sacrifício é perpétuo.

  – Que significa então, neste caso, abolir o Meu Sacrifício Perpétuo?

  – Significa banir-Te da nossa deficiência, tentando fazer dela a nossa força.

  – Como assim? Quando fazeis vós da vossa deficiência força?

  – Quando Te dispensamos e, sozinhos, nos pomos a erguer a nossa Cidade: é claro que ela vai cair, depois de nos ter gasto as energias e esmagado se sofrimento. Abolir o Teu Sacrifício Perpétuo é negar a Tua Incarnação.

  – A Minha Incarnação vai, em ti, até à própria dificuldade em redigir?

   – Vai: Tu estás aqui no meu cérebro atrofiado, nos meus nervos engelhados, nos meus músculos ronceiros, nesta caneta ridícula, que deveria ser fogo vindo de Ti, executando instantaneamente a Tua Vontade.

  – Também a caneta é deficiência tua?

   – Pois é.

   – E como escreverias, sem ela?

  – Ela é fruto da minha deficiência. É porque sou deficiente que preciso dela.

  – A Minha Incarnação em ti vai até à própria caneta, fruto da tua deficiência?

   – Vai: também a minha caneta Tu a estás assumindo toda.

  – E assumindo até assim a tua caneta, não estou colaborando na conservação da Cidade?

  – Não: esta caneta está justamente escrevendo o Plano de destruição da Cidade, de modo que não fique pedra sobre pedra, até aos seus fundamentos.

   – Olha, Profeta: reparaste no que acabaste de dizer?

   – Reparei: acabo de provocar a revolta da Cidade contra mim, que deste modo lhe anuncio a ruína e o fim.

   – Escreve o que sentes neste momento.

   – Que a minha caneta parou porque perdi o fio à meada, por falta de assunto.

   – E é preciso que continues?

   – Não sei… Queria só chegar ao fim da folha: é uma mania que eu tenho.

   São 6:25!

sábado, 27 de agosto de 2011

514 — Esperei que a Vassula me identificasse

10/10/97 2:29

    Cheguei a esperar um qualquer prodígio no encontro com a Vassula, ontem. Imaginei, por exemplo, que ela, pela via da locução ou visão interior, me identificasse como seu companheiro enquanto Testemunha do Regresso do Senhor, ou mesmo como o Papa da Igreja que ela vem anunciando como verdadeiramente Nova Criação, refundada, agora, pelo nosso Mestre. Cheguei a imaginar que ela viesse ter comigo e, em Nome da Trindade, ali me ungisse como príncipe dos Apóstolos dos Últimos Tempos, conforme me foi predito há três anos por esta altura. Para isso, pespeguei-me no caminho por onde ela iria passar. Tive-a a um metro de distância. Mas ela só olhou a multidão e só lhe vi, mais perto e mais claro, aquele sorriso transparente.

   Depois, a espaços, sentia-me muito ridículo na minha presunção e nenhuma emoção especial me percorreu durante todo o encontro. Nem as palavras que ela nos dirigiu me agitaram: pareceram-me sabidas, repetidas. Chovia. E até nos meus costumados Sinais, os algarismos, nada de significativo me chamou a atenção. É claro que esta situação tal qual, eu também já a esperava, porque eu tenho pedido muito ao meu Companheiro aqui do Deserto que me deixe ser lugar onde se visualize e assim se perpetue, bem vivo, o Seu Sacrifício. Mas estou sempre na expectativa da Hora, a todo o instante; só me esqueço de que ela virá, não quando eu a espero, mas de repente, quando eu menos a esperar.

   E aqui estou eu de novo no meu Deserto, onde de dia o sol queima e ofusca e de noite a escuridão enreda e assusta. Então o Mestre, sabendo da minha inultrapassável fragilidade, dá-me a Sua Mão, também ela trémula, muito leve agora e, pegando nos algarismos que Ele sabe que eu entendo, intitula este texto assim: As Duas Testemunhas do Regresso do Senhor!

   Tens pena de mim, Jesus? Estás consciente de que me estás pedindo para acreditar no impossível? Estiveste lá ontem, tendo vergonha, comigo, daquela figura ridícula que eu contemplava dentro de mim e, hoje, de a deixar aqui registada? Sentes, comigo, esta sensação de me ter metido numa grotesca, monstruosa empresa que, se sai para a rua, vai provocar a chacota de toda a gente e, se não sai, me vai humilhar perante aqueles que sabem que escrevo assim sem parança e que às minhas filhas as vai desapontar na surpreendente reverência com que acompanham esta escrita? Ah, Mestre, nestas ocasiões sinto tão pesada a Tua Cruz… Não, não Te estou a pedir que ma tires dos ombros; deixa-a tombar mais ainda sobre mim e descansa um pouco. Eu acho que aguento… Isto foi só um desabafo que precisei de ter Contigo.

   São 5:04.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

513 — Jesus também não sabe

9/10/97 1:27

    Estava considerando, não sei porquê, o aparecimento recente, na escola, de grupos ou bandos de jovens que se caracterizam pela violência gratuita: provocam e agridem, sem motivo, colegas seus indefesos, de preferência, ao que parece, fisicamente frágeis. Fizeram isso a dois alunos meus. E eu estava aqui segurando a minha raiva, ruminando uma acção drástica, fortemente punitiva, em relação àqueles jovens.

   Ao mesmo tempo considerava que Jesus me trouxe hoje para a frente dos olhos o meu nome (27), que significa Pacificador, acompanhado de um outro Sinal (1), que me remete para Luz, ou Unidade, e é também Sinal do Pai do Céu, segurança e sustentáculo da Ordem do Universo, por isso o garante da Paz.

   Mas a Paz de Deus é um estranho e fundo Mistério, gravado no Evangelho através de afirmações contraditórias de Jesus: Ele diz, num passo, que não veio à terra trazer a paz, mas a espada; e noutro, à despedida, ouvimo-Lo dizer que é justamente a paz que nos deixa, a Sua Paz que nos dá. Assim, parece ser a construção da Paz a causa de todas as guerras, na Ordem que Jesus veio instaurar.

   De facto, Jesus constrói sobre terra firme, de entranhas rochosas. Chama-se Verdade a escavadora que alisa o terreno e abre, fundos, os alicerces. Nunca, para evitar conflitos, Jesus calou a Verdade, ou foi ambíguo, ou chamou verdade à mentira. Escandalizou multidões inteiras por causa deste Seu jeito de avançar sempre em plena claridade. Foi este caminho que sempre Lhe admirei, nos Profetas antigos, e me empolga ainda, nos Profetas actuais. Nunca O vi esconder a situação da Igreja; pelo contrário, Ele escancara-a com um realismo por vezes chocante, em toda a Verdade que os Seus Olhos de Deus observam; para unir os Seus discípulos não hesita em condenar o ecumenismo actual como falso e não procede com nenhum cuidado especial ao tocar nos pontos que há séculos desunem os cristãos; nunca engana, nunca vende a Verdade para conseguir a adesão de quem quer que seja, mesmo que fique só, mesmo que todas as multidões se afastem de novo, escandalizadas!

   Jesus é o Esplendor do Pai, Aquele que segura todas as coisas na sua Unidade. E é junto desta Luz tão clara que está o meu nome.

   – Que me quiseste, Jesus, ao acordares-me chamando assim pelo meu nome?

   – Quero-te sempre a mesma coisa quando te acordo: venho dizer-te que te amo e perguntar-te se gostas de Mim.

   É a isso que se resume tudo quanto me fazes e quanto me dizes?

   É. É só a isso que se resume.

   Então quando me chamas a atenção para a Luz, para a Verdade…

   Estou-te dizendo que te amo e perguntando se Me amas.

   – Todas as vezes que assim me vens declarar o Teu Amor, é a Tua Verdade que jorra sobre mim?

   É. É o Esplendor do Pai que te ilumina.

   E todas as vezes que me perguntas se Te amo…

   Estou a perguntar-te se Me aceitas, se queres a Minha Luz.

   E que queres que faça com a Tua Luz?

   Quero que Me ames.

   Eu queria dizer…relativamente à Tua Igreja…

   Relativamente à Minha Igreja, quero que Me ames.

   Mas como devo fazer perante a actuação do Divisor, perante as previsíveis agressões dos Teus inimigos…?

   Deves, sempre que acordares de noite, estar atento, porque te vou dizer que te amo.

   E devo responder-Te também que gosto muito de Ti?

   Se isso for verdade…

   E como poderá não ser verdade, se assim pronunciares o meu nome, como hoje, e eu Te ouvir dizer que me amas?

   Não precisas então que Eu te diga mais nada sobre a forma como hás-de tratar com a divisão e a perseguição no seio da Minha Igreja?

   Queria saber se devo usar de violência, às vezes…

   Eu também não sei.

   Como??

   O Amor é a única Lei, para sempre, na Minha Igreja. Como posso responder-te? O Amor sabe, porventura, de antemão, as surpresas que lhe reserva a Liberdade do homem?

   Não… Se soubesse, não seriam surpresas, e o próprio Amor morreria, porque se alimenta da surpresa.

   Então, se Me amas, porque te preocupas com o que farás, amanhã?

   São 4:20.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

512 — Irmão e ao mesmo tempo amante

            8:44:22

    Vou amanhã ver de novo a Vassula, em Requião. Refiro isto, porque isto mesmo está referido naqueles algarismos: dois Mensageiros, duas Testemunhas e, abençoando-os, a Mãe do Céu.

   Irmã. Diz antes Irmã, agora! interrompe a Maria, a nossa Irmã de Nazaré.

   Tu sabes, Maria, como hesitei em escrever a Maria…

   E porque acabaste por escrever o a?

   Porque no fim da linha só tinha espaço para uma letra: dava jeito pôr ali um a.

   Quem te vai levar a sério, Salomão?!

   Talvez as crianças…

   Vá lá: não foi só por causa do espaço que puseste o a

   Pois não; foi porque me lembrei de que, ao falar dos meus irmãos e dos meus amigos, eu sempre lhe ponho antes o ou a, que nós chamamos artigos definidos.

   E que mais te levou a escrever assim?

   O lembrar-me de que também já escrevi o Jesus, justamente quando O considero meu Irmão e se cria no meu diálogo com o Céu um clima familiar em que eu me sinto criança…

   Escreve o que estavas pensando agora.

   Quando me refiro ao Espírito Santo, ponho sempre o artigo definido: digo sempre o Espírito, o Consolador, a Avalanche de Deus…

   Porquê?

   Não sei. Nós começamos a dispensar o artigo definido quando se trata de nomes próprios de pessoas que adquirem dimensão universal, que ficam célebres… Sempre o colocamos quando se trata de títulos, de características das pessoas…

   A universalidade, a celebridade, os títulos, as designações, alteram a relação dessas pessoas com a proximidade e a intimidade das relações normais entre as pessoas normais?

   Parece que sim.

   E é bom, isso?

   Não sei. No caso de Deus, ajuda a tomarmos consciência de que Ele é o Absolutamente Outro, o Santo…

   Essa Transcendência de Deus afasta-O de nós seres humanos?

   Eu sempre achei que sim, mas o meu Mestre vem-me ensinando a dizer “nós” e, para Ele, dizer é fazer-se, é ser.

   E quando dizes nós e dizes o Jesus sentes de qualquer forma que estás pondo em causa a Santidade de Deus?

   Não: a consciência da Santidade de Deus aumenta em mim sempre que Ele Se aproxima de mim e me aproxima d’Ele até ao “nós”. Aí a Transcendência transforma-se em assombro e em agradecimento, no meu coração.

   E quando dizes o Jesus em clima familiar…

   Aí a Transcendência transforma-se em protecção e segurança e eu sou um menino girando despreocupado com o meu Irmão Jesus num círculo afectivo de que não vejo o limite e por isso a ele me entrego sem nenhum cálculo nem medo.

   Olha: se dizes sempre o Espírito Santo, porque é? É porque Espírito Santo não é nome próprio, é só um título, ou porque é um nome que não é célebre?

   Ah, Mãe, agora baralhaste-me.

   Não digas Mãe, agora; diz apenas Maria!…

   Ah, Maria, agora baralhaste-me mais ainda…

   A nossa Irmã Maria riu agora como já há muito tempo A não ouvia rir; com aquele riso que uma vez ouvi e nunca mais me esqueceu: ao mesmo tempo redondo e vibrante, quente e cristalino… Tão espontâneo e jovem este riso!… Entra cá dentro e agita-nos todo o ser… Mas esta agitação é serena e funda… Parece Ela toda passando para dentro de nós em forma de felicidade, apenas.

   Ela não é, de facto, Mãe, agora; é uma Irmã, sim, mas uma Irmã vibrando desta maneira dentro de nós tem também algo de uma paixão nossa e d’Ela… Ela é a nossa paixão, a nossa enamorada enamorando-nos… É muito linda e muito jovem e sem mancha nenhuma esta nossa Irmã…e arde-nos dentro até à flor da pele como ardem os encantos das primeiras paixões… Apetece-nos cantar o Cântico dos Cânticos de novo, porque esta sensação reproduz exactamente a música que lá vem escrita!…

   Maria, minha Irmã, minha Irmãzita inocente de Nazaré, bem hajas por teres dito Sim ao nosso Deus! Tais coisas sinto nesse Sim, que nem sei se Tu própria atinges todo o seu infinito oceano de felicidade. Vem ensinar-me como se pode ser irmão e ao mesmo tempo puro amante.