Quando comecei a escrever estes Diálogos, Maria estava muito lá em cima.
Ela era para mim quase só o que a catequese e a teologia me haviam ensinado.
Foi então que Jesus me foi conduzindo, devagarinho, pelo imenso Mistério da sua
Mãe.
22/1/96
– 8:49
– Ajuda-me a fazer o anúncio do Nono Dia,
Mãe. Vi naqueles Sinais que o vais fazer.
– Viste bem. Crê nos mudos Sinais do nosso
Deus e Ele fará de ti Voz Sua que todos ouvirão distintamente.
– Ah! É para me fazer a mim Sua Voz distinta
que me não tem permitido ainda ouvi-Lo distintamente?
– São só Amor os caminhos do nosso Deus, Meu
filho.
– Mãezinha, ao dizeres “nosso”, quase Te
sinto como minha Irmã.
– “Quase”?
– Sim… Tenho um certo receio… Estas coisas
são estranhas às nossas categorias mentais… Aqui ninguém pode ser ao mesmo
tempo irmã e mãe.
– Estamos a fazer o anúncio do Nono Dia e
esse Dia vai abrir-vos a imensidão do Céu.
– E nesse Dia Tu serás também a nossa Irmã?
– Repara: porque Me sentes tua Irmã?
– Porque acreditaste no impossível, como o
Senhor me está pedindo a mim que acredite. Sinto-Te tão nossa, assim tão
anónima entre as moças todas que anonimamente percorrem as nossas ruas… Não
sei… Sinto-Te tão Irmã da nossa fragilidade, tão perdida como nós nas ruas da
nossa Babilónia, que ao ver-Te aceitar o impossível Anúncio do anjo apetece-me
ir ter Contigo, dar-Te um abraço muito apertado, como daria a uma das minhas
irmãs, um abraço carregado de uma enorme, inexplicável gratidão por teres dito
que sim ao anjo, a dizer que estou Contigo nesse ingénuo e louco, nesse
inocente passo no Desconhecido, nessa encantadora Fé que me esmaga de encanto!
Minha pequenina, querida Irmã! Posso dizer assim? Pode ficar assim escrito?
– Meu irmão, Meu querido ingénuo, como te
amo!
– Assim mesmo? Assim tosco, assim
brutamontes?
– Meu querido irmãozito!…
– Cuidado, Mãe! Olha que Tu és a Rainha do
Céu e da Terra!
– Por isso mesmo, Meu amor: o nosso Pai
deu-Me o poder de nunca dizer asneiras.
– Vossa Majestade é minha Irmã!… Isto é uma
loucura!
– O Nono Dia, como tu lhe chamas, será uma
loucura para toda a terra, Meu querido rei pacífico.
– Ah! É ainda o Nono Dia que estamos
anunciando!?
– Pois é, Meu distraído… Não foi isso que
combinámos?
– E eu a julgar que já estava tudo
anunciado!
– Não escreveste já tantas vezes que o
Mistério de Deus é inesgotável?
– Sim. Compreendo que se o não fosse, Deus
não seria Deus. É inconcebível à nossa mente a eternidade e a infinitude!
– Compreendes então porque é tão ridículo o
orgulho do homem?
– Sem a nossa televisão veríamos mais longe?
– Quanto mais!
– Então quanto mais Cidade, mais cegueira!?
– A Criação, como Deus a fez, é
inultrapassável em sabedoria e em perfeição. Porque a destruís?
– Virás aqui para o pé de nós, no Nono Dia,
ensinar-nos a inverter os nossos caminhos, tirar-nos todo o medo do coração?
– Eu sempre estive convosco.
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