No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

1112 — Lição da Mãe sobre a Palavra


   Uma das mais inesperadas e até chocantes revelações de Jesus nestes Diálogos é certamente a de que a Palavra de Deus não está na Bíblia. Pode alguém ler a Bíblia de cabo a rabo e não ter ouvido uma única Palavra de Deus – dizia Ele. Agora a Mãe esclarece…

19/1/96 19:42:38

   Mãezinha, passei hoje todo o dia envolvido em actividades que me não deixaram escrever, umas obrigatórias, outras que aceitei assumir, porque espero com elas aproximar os jovens do Céu. Mas mal me lembrei de Ti ou do Teu Jesus e estou muito cansado. Escrevo a esta hora só mesmo para estar Contigo, porque Te apontaram os fugidios algarismos dos segundos no meu relógio. Não tens nada para me dizer, Mãe?

   Tenho: que gosto muito de ti.

   Diz-me: porque escrevi eu esta Tua fala?

   Porque sentiste assim, não?

   Senti. Senti que Tu gostas mesmo muito de mim.

   Foi isso que puseste na Minha boca?

   Foi.

   Então qual é o teu problema?

   Queria ouvir-Te.

   Ouvir-Me pronunciar mesmo aquelas palavras?

   Sim.

   E valeriam mais as palavras do que aquilo que sentiste?

   Ah! Eu poderia ouvir-Te pronunciar aquelas palavras sem Te sentir?

   Lembra a Vassula: não desconfiava ela, no início, das próprias palavras que, de facto, ouvia?

    Só passou a confiar nelas quando sentiu a Presença do Céu no coração?

   Sim. O teu processo de audição é ao contrário: tu começaste a ouvir sentindo.

   Porquê, Mãe? Podes dizer-me?

   Regista o que agora mesmo pensaste.

   Que Jesus aproveitou a obrigação que tenho de me saber exprimir por palavras, porque é esta a minha especialidade na ordem da Cidade.

   Jesus está querendo que te sirvas de todos os talentos que te deu e que até agora puseste a maior parte do teu tempo ao serviço da Cidade.

   Mas, Mãezinha, eu posso, nas palavras, não conseguir exprimir bem o que sinto, além de que o meu sentir, muitas vezes, é débil, sem fogo, rodeado de gelo.

   As palavras humanas, até as da Escritura, são só débeis Sinais revelando e conduzindo à Palavra: o que sentes é que é, em verdade, a Palavra viva. O que todos os Profetas sentiram e viram com o coração é que é a Palavra de Deus. Até o que o Meu Jesus disse e fez foi só Sinal da Palavra que Lhe morava, viva, no Coração. Por isso O não viram até os Seus mais próximos. Ele era a própria Palavra e as Suas palavras permaneceram só débeis Sinais que poucos entenderam e na hora da Sua morte quase todos desprezaram. Só quando, depois da Ressurreição, passaram a sentir o Mestre no coração, é que irrompeu a própria Palavra, eficaz. Foi Ela que fundou a Igreja. Jesus é a Palavra que, descendo ao teu coração, faz das palavras que escreves frágeis Sinais Seus. Para nada servirá tudo quanto aqui registas, se não for lido por corações onde já more a Palavra.

   Mãezinha! Que grande exposição!

   Não disseste que estavas cansado?

   Mas fui eu que me cansei a escrevê-la!…

   Eu te abençoo, filhinho.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

1111 — O encanto da Mãe



A partir do texto 1067 e até aqui, as mensagens foram retiradas do quinto volume destes “Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo”. Sempre tendo em fundo o Deserto por nós fabricado, continua a revelação dos mais insuspeitados Mistérios…
 
 
   É uma pena que muitas igrejas tenham bloqueado a descoberta do Mistério de Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus. Uma pena muito dolorosa. Porque Ela é mesmo um encanto.

16/1/96 19:21:08

   Jesus acaba de me dizer, algures nestes Escritos, que escreva, que não me canse de escrever. E vou escrever. Aquele 08 diz-me que o Espírito me assiste e a Senhora quer falar comigo.

   Diz, Mãe. Sabes que não é por esquecimento que nestas folhas não tenho registado, nos últimos dias, a Tua Voz.

   Sei, Salomão. Nunca te esqueces de Mim quando te lembras do Meu Filho. Sentes-te feliz?

   Muito, Mãezinha. De tal maneira, que acho impossível alguém tirar-me a felicidade.

   Nem o Demónio?

   Nem o Demónio: ele faz muitos estragos, mas não pode nada perante o poder do Teu Jesus. E eu olho para fora e para dentro de mim, encontro, é verdade, alguns apegos do meu coração à carne, mas amor que me prenda o coração não encontro, por mais que procure, nenhum, a não ser Jesus. Sei que o Tentador é manhoso, mas sei também que, se um dia eu tiver a máxima infelicidade de cair numa das suas armadilhas, hei-de chorar as lágrimas de Pedro e Jesus me há-de ir lá buscar e há-de ser depois mais forte ainda em mim o amor ao meu Deus.

   Vigia então sempre, Meu filhinho. E quando te vires aflito, fala Comigo, está bem? Vais falar Comigo? Olha para Mim: Eu sou a tua Mãe. Se olhares com o coração, sentirás o que Eu significo para ti e também sentirás o que tu significas para Mim. Se soubesses como gosto de ti!…

   Como gostas de mim? Como é o Teu amor?

   É do amanho do Céu. É feito de Fogo e Água. Nenhuma mãe amou nunca como eu te amo.

   O Teu amor é também terrível como o do Pai do Céu?

   Tem o poder do Amor do Pai e a Ternura do Amor do Espírito quando sorri num bebé dormindo.

   Tens umas mãos muito delicadas e leves, não tens, Mãe?

   Sim, mas sustentam, na palma, todo o globo terrestre.

   São muito grandes?

   O globo terrestre é que é muito pequenininho.

   Pois…!  Para Quem é Rainha do Céu e do Universo inteiro…

   Não é por isso, tolinho!… É porque amo muito a vida toda do planeta Terra onde Eu nasci e onde o Meu Jesus incarnou. Amo a Terra como o Meu eterno bebé.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

1110 — Méritos


   Se o atleta ganhou a maratona, fez isso por méritos seus e vai ter uma estátua e glória imortal na Cidade; o que ficou em último na prova, pode ter feito mais esforço que o primeiro, mas não tem mérito e mais ninguém se lembra dele. Parece que há aqui uma qualquer injustiça, não?

16/1/96 1:59

   Sou todo obra do Senhor: nenhum mérito me caberá se e quando ficar perfeito. É esta uma verdade difícil de aceitar, porque todo o sistema que à face da terra implantámos se funda no mérito. Aos que muito merecem, muito lhes damos: condecoramo-los e fazemos deles heróis, com estátuas no centro das nossas praças. E não há cegueira, estupidez maior. Na verdade é facílimo reconhecer que tudo o que somos, o recebemos; e tudo o que fazemos, o fazemos com talentos e meios que nos foram dados. Nada criamos: para fazermos as nossas obras, desfazemos o que estava feito e é este o nosso único mérito – destruir. Poder-se-ia dizer que também o pássaro destrói para fazer o ninho e também o leão destrói para se alimentar. Mas não: num caso e noutro é vida que se utiliza directamente e só ao serviço da vida. Só o homem verdadeiramente mata; a deficiência e a morte são a única coisa de que se pode gloriar. Todo o hercúleo esforço que faz para erguer a Cidade é, pois, retinto mérito seu, nisso o homem tem razão: a Cidade outra coisa não é, senão a grande pedra que cobre o sepulcro em que o homem absurdamente se enterra.

   Por isso toda a Dor do nosso Deus Lhe vem de nos ver assim voluntariamente enterrados, apodrecendo. Por isso desceu a este túmulo, para lhe fazer ir pelos ares a tampa e dele ressuscitar. A partir daí, toda a dor dos que O viram ressuscitado e por isso Lhe seguem os passos consiste em ter aceitado renascer, o que implica aceitar a morte prévia. É este o Baptismo novo que Jesus nos veio trazer. Recebe-se ouvindo-O e seguindo-Lhe os passos, isto é, renunciando ao nosso mérito, que é a Cidade, esta grotesca construção de morte. Foi isto que a Cidade não perdoou, não podia perdoar a Jesus e não perdoará aos Seus discípulos, porque tal caminho conduz à pura abolição da Cidade. Veja-se o que o tolerante império romano fez aos cristãos. Se a Cidade hoje não teme os cristãos, é porque eles não aceitaram o Baptismo de Jesus: receberam, quando muito, o baptismo de João, símbolo certamente, sinal significativo, por certo, do Mistério da Redenção, mas em si mesmo ineficaz. Tudo no Tempo Novo, conforme me dizem os algarismos iniciais, deverá ser iluminado pela Luz de Cristo, Ele próprio, Palavra viva e activa, sem ritos ou cerimónias que O esvaziem e mumifiquem, tornando-se assim também pedras mortas da Cidade de Satanás, o próprio distribuidor de méritos.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

1109 — Ídolos


   O Deus de Israel teve desde sempre uma característica que nenhum outro deus tinha: era impossível fazer d’Ele uma imagem – Ele era invisível. Quando, porém, este Deus-Yahveh incarnou, tornou-Se visível. Podemos agora fazer imagens d’Ele. E fizemos, em quantidades industriais. Imagens que rendem muito dinheiro, imagens que se tornam obras de arte, que admiramos, que…adoramos. Temos assim Deus substituído por outros deuses, agora fabricados por nós…

13/1/96 10:13:20

   Conduz-me então agora, Mestre, ao texto que me indicaste anteontem, o do Livro do Deuteronómio. Quiseste que ele permanecesse silencioso até agora, mexendo-me dentro, como num misterioso útero. Não é agora o Teu tempo de ele nascer?

   E não te importas das dores do parto?

   Este não o pressinto muito doloroso.

   Cada parto é sempre uma surpresa… Qual foi a primeira “contracção” que sentiste?

   Que estes Escritos podem ser o meu ídolo.

   O que é um ídolo?

   É uma “imagem do que quer que seja que há no alto do céu, ou em baixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra”.

   E que te diz esta palavra gravada no Deuteronómio, capítulo quinze, versículo oitavo?

   Diz-me o que ficou gravado a seguir, no versículo nono…

   Quantos?

   Nono. Ah, Mestre! Não me digas que…

   Digo, sim. É esta a Mensagem do Nono Dia. Escreve-A.

   “Só Eu, o Senhor, é que sou o teu Deus”!

   Perante esta Mensagem, não queres exemplificar o que seja um ídolo?

   Um submarino: é a imagem de um peixe, que está “nas águas debaixo da terra”. Um avião: é a imagem de uma ave que voa “no alto do céu”. Um automóvel: é a imagem de um cavalo que corre “em baixo, sobre a terra”. Um robot: é a imagem de um homem; é tentar fazer o que Tu fizeste; é querer ser Deus.

   E estes Escritos, como podem ser um ídolo?

   São um ídolo se pretenderem ser imagem de Ti próprio, Verbo de Deus, construída por mim.

   E como podem não ser imagem construída por ti?

   Se só fizerem parte da Imagem de Deus que eu sou, construída por ti.

   O Homem que o Pai sonhou e fez tinha a faculdade de escrever?

   Não precisava: era perfeita Imagem tua, Verbo do Pai, que dizia e tudo quanto dizia era feito. Escrever só é necessário porque o Homem pecou. Escrever foi o processo que o Pai encontrou para manter no homem decaído a recordação daquele Momento em que, à Tua Imagem, dizia um desejo do seu coração e logo era feito. Só Tu podes escrever. Ninguém mais. Todo aquele que pretender escrever, está fabricando um ídolo. Só a Tua Palavra deve ser escrita e é a Ti só que pertence escrevê-La, da maneira e onde Te aprouver: ou nas rochas do Sinai, ou nos pergaminhos da Escritura, ou nestas folhas do nosso tempo. Também o tempo de escrever só Tu o conheces e determinas.

   Tu quem és então, tu que tanto escreves?

   Não sei se sou, mas queria muito ser: instrumento Teu apenas, escrevendo na nossa carne a Palavra que perdemos e que és Tu.

   Este papel é carne vossa?

   É. Fruto da nossa carne decaída. Este papel é um ídolo fabricado por nós.

   Então também este ídolo de papel terá que desaparecer!?

   Terá. Tudo o que é obra das nossas mãos terá que desaparecer.

   E onde escreverei depois?

   Nas rochas outra vez. Nas formigas. Nas águias. Nas estrelas. No nosso coração… Esqueci os lírios do campo. Escreverás nos lírios do campo também, meu Senhor.

   Eu abençoo o teu Sonho, Minha caneta de carne, Meu amor!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

1108 — Deixai vir a Mim os pequeninos


   Conhecemos estas palavras de Jesus. E conhecemos também estas: Se não vos fizerdes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Mas o que fizemos destas palavras? Envolvemo-las numa aura romântica – Jesus e as criancinhas! – e pronto: foi por esta via que as esterilizámos.

13/1/96 5:35

   São estes os algarismos que no início me levaram à escrita e à vigília. Mas eram 5:44 quando me levantei e por estes Sinais Jesus confirma e abençoa os Escritos e a vigília.

   Meu Mestre bom e sábio, vem falar comigo, vem dizer-me os Teus Desejos grandes e pequeninos, vem manifestar-me a Vontade do Teu Pai e meu Pai.

   A Vontade do Pai é que faças a Sua Vontade.

   Por isso mesmo: diz-me qual é, neste momento, para que eu a escreva e a execute.

   Estás já fazendo o que Ele mais deseja: sentir o teu coração desejoso de fazer a Sua Vontade.

   Só?

   Basta. Querer de todo o coração o que Deus quer é ter já entrado no Seu Reino.

   Onde só Ele manda, não?

   Faz-te alguma impressão, não faz?

   A impressão que me faz é saber muita gente escandalizada com aquela verdade.

   Escandalizada com a Verdade?

   Sim, meu querido Provocador. Aqui neste mundo que fabricámos parece que já só a Verdade escandaliza. Até as crianças logo bem cedo as habituamos à violência, à mentira, ao horror.

   Entendes então agora porque querer o que o Pai quer é tudo?

   Sim. Mas querer é um estado de alma… E é preciso transformar o mundo. Não basta querer; é preciso fazer.

   Nunca vos preocupeis em fazer nada. Foi essa preocupação de fazer que criou o mundo de dor em que viveis.

   Quando eu proclamar este Teu Evangelho, serei corrido à pedrada ou ao insulto: eu estarei pregando a maior das revoluções; se  alguém me ouvir, será corrido também; se muitos aderirem a este Evangelho, haverá um terramoto na Cidade; se todos aderissem, a Cidade ficaria deserta e em ruínas.

   Isso tudo? E estavas tu com medo de que tudo parasse!

   Mas o que assim ficou feito foi uma ruína.

   Sim. A ruína de tudo aquilo          que o Pai não criou.

   E não quer? O Pai nada quer do que nós construímos?

   Vinde saber o que o Pai quer. Se o terramoto acontecer, se a Cidade ficar deserta, isso que importa, se estiverdes ouvindo o Desejo do vosso Pai? Acaso não saberá o vosso Pai cuidar de vós? Há-de porventura deixar-vos morrer à fome, ao frio? Há-de abandonar-vos por terdes vindo saber o Desejo do Seu Coração?

   A atitude que Tu assim nos estás pedindo é a da criança… Agora recordo: eu acordei, não sei porquê, com o desejo de ser criança!

   Sim. Se não vos fizerdes como crianças, não podereis entrar no Reino dos Céus.

   Sabemos isso, Jesus. Há dois mil anos que o sabemos.

   Então porque não pondes em prática o que sabeis? Porque tornastes ocas as Minhas Palavras? Porque não acreditais em Mim?

   Nós acreditamos todos que Tu és bom e disseste a Verdade.

   Não acreditais, não! Repara: se acreditais em que vos deveis fazer crianças, porque vos não fazeis crianças? Que fé é essa que não faz aquilo em que acredita?

   Ah! Enquanto não fizermos o que Tu disseste, não acreditamos em Ti, não temos Fé?

   Vê bem: quando Eu disse ao Pedro que viesse ter Comigo à barca andando por sobre as águas, se ele não tivesse vindo, que fé seria a dele?

   Então enquanto não nos fizermos crianças é porque ainda não acreditamos em Ti?

   É.

   Então são muito pouquinhos os que acreditam em Ti.

   E quantos são os que Me admiram?

   Todos.

   O que Eu quero de vós é a Fé, Salomão. Admiradores tenho Eu muitos e de nada Me servem.

   Pois, Jesus. Às tantas até Te prejudicam: tiram a visão aos que Te querem ver, servem-se de Ti…

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

1107 — Os doutores da Lei


   Já os havia no tempo de Jesus, que com eles entrava frequentemente em conflito. Porque Jesus anunciava a Vida correndo, livre, ao ritmo dos impulsos do Espírito, como se fosse o seu Coração e aqueles doutores queriam ser eles próprios a administrar a Vida, como se fossem os seus proprietários. Por isso secavam tudo e Jesus não os suportava. Hoje não são menos letais estes doutores e não é menos cortante a Espada do Verbo sobre eles.

11/1/96 9:04:40

   Aleluia! Glória a Deus! Louvor ao Senhor, porque Ele é bom! Foi seguindo um impulso muito forte que olhei a imagem dos segundos e foi num repentino clarão de luz que isto me foi dito: Estes Escritos provêm de Deus Três Vezes Trino (9) e têm o Espírito Santo (0) como garantia da sua autenticidade! – o 4 tornou-se assim de repente Sinal deste Evangelho que estou escrevendo, desta Mensagem Nova que estou proclamando. Estes Escritos são outra vez Jesus falando incarnado na minha deficiência!

   O que acabo de afirmar será certamente para os nossos doutores da Lei a prova mais clara da inautenticidade destes Escritos: eles dirão que o autêntico profeta não se justifica, não se recomenda, não se proclama a si próprio; o verdadeiro profeta espera humildemente o juízo da Igreja. Pois espera respondo eu e este profeta que tais coisas afirma irá ocupar, feliz, o cantito que lhe cabe na Igreja de Jesus, depois de rasgar e queimar todos os milhares de páginas que tiver escrito, se a Igreja lhe disser que não escreveu a Vontade e os Caminhos de Deus. Mas há duas coisas que eu sei com toda a certeza que um ser humano pode ter na sua Fé inteira e na sua total deficiência: há na Igreja um cantito para mim; e vós, vós doutores da Lei, não sois A Igreja! Há-de ser a Igreja que me vai julgar, sim! Mas a Igreja-Profeta de Deus para as Nações, esta que vós dissecais e analisais e por isso desconheceis, esta que levastes para o laboratório e armados de bisturis e de microscópios retalhastes e reduzistes a fenómeno sociológico. Esta, esta Igreja que vós cegos armados em guias dos outros reduzistes a corpo sem alma e como cegos o apalpais e mutilais, esta Igreja é, apesar do vosso pecado, habitada pelo Espírito, que nunca conseguireis apalpar ou mutilar! Por mais blindadas que sejam as portas do vosso laboratório sem janelas, sempre a Alma da Igreja escapará às vossas mãos disformes e assassinas. E o Corpo da Igreja, mesmo esse que levastes para o laboratório e julgais controlar, mesmo esse que continuamente golpeais e mantendes sangrando, mesmo esse vos escapará das mãos “três dias e meio” depois que o tiverdes matado, ressuscitando e atravessando, glorioso, as paredes do vosso “bunker”, “estando as portas fechadas”.

   Na Igreja nova que vai surgir, é a Profecia que julgará a profecia! Como no princípio, há dois mil anos.

domingo, 22 de setembro de 2013

1106 — A violência da Paz


   Paz foi coisa que nunca se viu no comportamento de Jesus e no clima que criou à sua volta naqueles três anos da Sua vida pública. E no entanto era a sua Paz que Ele estava construindo. À espadeirada, conforme se viu. A Paz que acompanha os Profetas também é assim viva, sempre.

11/1/96 3:11

   – Espírito Santo, vem! Que eu sinta o Teu tumulto dentro de mim, no seio da Igreja de Jesus, no ventre da terra! Avança, meu querido Senhor, e no Teu avanço irriga toda a raiz, queima toda a iniquidade. Isto mesmo Te peço que faças em mim. Sê toda a minha expressão perante Deus e perante os homens. Faz de mim oração, apenas. Meu subtil e doce Senhor, meu Rio omnipotente, vem. Invade todo o meu ser, move o meu braço, aperta com os meus dedos esta caneta e escreve Tu. Sê tudo em mim. Amen.

   Quando, passado algum tempo sobre o seu registo, releio estes Escritos, parecem-me em geral fluentes, leves e ao mesmo tempo profundos. Cheios sempre da Bondade do nosso Deus. Mas quão pesados foram os momentos em que os escrevi, quão barulhento e superficial e até leviano foi tantas vezes o clima que os envolveu ao nascer. Como agora, por exemplo: é lenta e pesada a escrita; é leve de emoção, é gelado o clima em que vai surgindo. No entanto, quando dentro de alguns dias voltar a esta página, lerei tudo seguido, terei já esquecido todo o sofrimento que agora estou passando e só se me realçará a Bondade do Senhor!

   E é esta certeza que me dá a Paz, já agora enquanto escrevo. Ensina Jesus através da Vassula: “Jamais te abandonarei com uma mensagem que te traga perturbação (…) Toda a mensagem que te der ansiedade, ou toda a mensagem que te deixar inquieto, não vem de Mim. Eu sou a Paz e o Amor. Eu quero que tu te sintas em paz ao trabalhar Comigo” (5/10/86). Quantas dúvidas, quantas perplexidades, quantos medos me assaltam enquanto escrevo! Quão pesado e doloroso é quase sempre o tempo da escrita! E no entanto sempre uma grande Paz paira sobre mim. Mesmo nos momentos de maior perplexidade, em que abandono a escrita sem uma resposta de Deus, nunca o meu espírito ficou angustiado, nem sequer inquieto: eu sei que a resposta virá – é só esperar pelo tempo de Deus. Lembro-me então de Jesus, no Jardim das Oliveiras, na Sua noite de todos os medos! E lembro-me do Princípio, em que por sobre o gigantesco turbilhão do Caos pairava, sereno, o Espírito de Deus! E lembro-me do sofrimento de um parto: a paz paira sobre a agitação e a dor da mãe e chama-se nesse momento Esperança! E lembro-me das surpresas, das perplexidades, das quedas e dos medos de uma criança pequenina: sobre ela paira a presença protectora dos pais, que sempre acorrerão ao seu grito, restabelecendo a paz.

     É esta a minha Paz quando escrevo e chama-se Espírito Santo. Nos estranhos Caminhos do Pai por que Jesus me está conduzindo, é o Espírito que me envolve e me alimenta. Nada Lhe escapa e, se estas folhas estão sendo continuamente marcadas pelas minhas deficiências, ainda bem – segreda-me o Mestre: elas ficarão a assinalar o caminho que conduzirá muitos à Paz.

sábado, 21 de setembro de 2013

1105 — A Utopia de Jesus


   Se os próprios Apóstolos tivessem entendido Jesus, tê-Lo-iam abandonado como um homem utópico, sem capacidade para actuar sobre a realidade concreta, transformando-a. Mas eles sempre O viram como o seu líder politico e só por isso se mantiveram junto d’Ele até ao momento em que, com a Sua prisão, se iniciou aquilo que eles consideraram um rotundo fracasso. Só O entenderam depois do Fracasso e de tal maneira se entregaram à Sua Utopia que, aos milhares, por ela deram a vida.

10/1/96 9:07

   No Nono Dia o Espírito do Senhor encherá a terra inteira e irá trazer-lhe a Paz! assim me dizem os meus Sinais.

   Isso é pura utopia! dirão todos comigo. Mas o Mestre sobe àquele rochedo e explica: a utopia não é uma miragem; é o Sonho do Pai realizado. Ele quer nos vossos corações o Seu Sonho vivo, em toda a perfeição que vós podeis sonhar. E mais vos digo: se sonhardes com todo o tamanho e com todas as capacidades do vosso coração a Utopia, ela mesma se realizará no meio de vós. Sonhai sempre a Utopia e ela realizar-se-á em todo o horizonte do vosso sonho. Ao contrário, nunca a vereis realizada se a não sonhardes. Sonhai tão alto e tão longe quanto o vosso coração atingir, porque o Pai realizará o vosso sonho muito para além do que sonhastes. Se Lhe derdes todo o vosso sonho, Ele vos dará a cem por um, já nesta vida, e depois vos fará realidade eternamente todos os vossos sonhos: Ele pode tudo e não consegue resistir a um filho Seu que sonha o Seu Sonho em toda a medida do seu coraçãozito pequenino e frágil. Por isso sonhai sempre em toda a medida do vosso coração. Não façais planos com a cabeça; deixai antes o coração sonhar. Se for mesmo o vosso coração a sonhar, os vossos sonhos nunca serão sonhos deste mundo, porque os sonhos deste mundo é com a cabeça que se sonham. Se sonhardes com o coração, haveis de o sentir arder: os sonhos do coração são vivos, realizam-se à medida que se sonham. Alimenta-os a Esperança, robustece-os a Fé. E verificareis espantados que o vosso sonho se fez Amor. Amor tão real e tão forte, que todos o verão e ao vê-lo serão curados.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

1104 — Vigiai!


   Este diálogo com Jesus mostra bem como Ele está próximo de nós, como é um Mestre tão nosso irmão!…
 

5/1/96 1:35

   Nada encontro em mim que possa registar. Só muito sono…

   Porque me acordaste, Mestre?

   Porque te amo muito.

   Então diz-me o que me queres, senão adormeço.

   Que vigies um pouco Comigo.

   O que é vigiar Contigo?

   É não Me deixar só.

    E que se faz enquanto se vigia?

   Ouvem-se, no silêncio, os corações.

   Como eu ouvi ontem o Teu?

   E Eu o teu.

   E que mais, Mestre? É só isto?

   Que tens feito em todas as vigílias?

   Ah! Tenho ouvido o Teu coração e registado o que ouço.

   E quantas páginas escreveste?

   Mais de duas mil.

   Vigiar é isso.

   Não é também estar atento ao Inimigo?

   E como vês o Inimigo?

   Ah! Com o coração. Só com o coração se vê o Inimigo.

   E viste-o muitas vezes?

   Praticamente todas as noites.

   Que queria ele?

   Sempre a mesma coisa: impedir-me de Te ouvir.

   E tem conseguido?

   Acho que não. Eu acabo por Te ouvir. Creio que tudo o que escrevi veio do Teu Coração. Mas o que ele tenta! Os obstáculos que levanta! Os processos que usa!

   Entendes agora porque é preciso vigiar?

   Ah! Agora entendo, sim! É facílimo cair-lhe nas malhas não vigiando! Ah, Mestre, Tu és um espectáculo! Como é que eu não tinha ainda entendido isto? Quer dizer que é por as pessoas não vigiarem que ele domina o mundo!

   Eu avisei:”Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”

   Pois, Mestre! Como é possível sabermos de cor as Tuas Palavras e não Te ouvirmos? E esta outra: “Importa rezar sempre, sem nunca parar”. Rezar é vigiar, não é?

   E vigiar é já rezar.

   Olha, Mestre: vigiar não é também estar atento às Tuas Ordens?

   É. Vós às Minhas e Eu às vossas.

   Como? Tu cumpres ordens nossas?

   No Meu Reino não há ordens; há só desejos que se manifestam. Todos os vossos desejos Eu os cumpro

   Todos?

   Todos os que Me apresentais. Só não os cumpro muitas vezes da maneira que esperais, porque não é a melhor.

   Ah, se conhecêssemos o nosso Deus! Se O soubéssemos assim atento a todos os nossos desejos,  como Tu acabas de dizer…

   Há muito tempo já vo-lo disse. Desde sempre o sabeis.

   Cá está: sabemos, mas nunca o ouvimos.

   Porquê, Salomão, porquê?

   Porque não estamos vigilantes Contigo. Mas diz-me ainda uma outra coisa, Mestre: é também vigiando que se descobre a nossa vocação, não é?

   Só pode ser, não?

   Pois! É óbvio! Vocação é chamamento; como poderemos ouvir o Teu chamamento, se não estivermos vigilantes?

   Ah, se ouvísseis a Voz do vosso Deus!

   Se todos a ouvirem como eu ouço… Porque me não curas de vez este ouvido?

   Porque preciso de curar muitos ouvidos…

   Mantendo o meu neste estado?

   O teu ouvido é o da Fé. Não é menos fiel do que os outros “ouvidos”. E está em muito bom estado.

   Então apura-o, Jesus. Tem-me dado tanto trabalho e tantos problemas ouvir assim…

   Trabalho e problemas é o que não falta aos teus irmãos. Não os queres ajudar?

   Ouvindo assim?

   Não é ouvindo assim que se te tem alargado o coração?

   Ah! O esforço de apurar o ouvido mantém o coração desperto e ligado a Ti?

   Sim. Faz crescer o coração.

   Mas vais deixar-me ouvir-Te um dia destes com o  outro ouvido, não vais?

   Vou. Conforme te prometi.