No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

762 — A Instituição é a face carnal da Igreja

                  9:46

  Não consigo ler sem adormecer. Até sobre este papel eu cabeceio. De facto, não me deitei mais depois que o Senhor me acordou esta noite e aqui estou cheio de sono neste café, neste Domingo, tentando captar a Voz e a Vontade do Senhor. Não estou a ser violentado: eu é que assim quis, eu tenho pedido imensas vezes ao meu Mestre que me deixe vigiar com Ele, que me deixe participar na Sua Cruz. E de vez em quando acontecem-me surpresas como esta:
   Ao vir aqui para o café trazendo, como é costume, alguns volumes destes Escritos, a Bíblia e a Vassula, ouvi: “Leva o volume segundo”. Sabia que se tratava do segundo volume de “A Verdadeira Vida em Deus”. Então eu, que estava para trazer o primeiro, troquei-o pelo segundo volume. Passados alguns momentos, ouvi assim: “Página quarenta e nove”. Não esperei para chegar ao café e li exactamente no início daquela página: “As horas fogem, Jesus guia-te. Não temas, Meu querido filho, tem a Minha Paz. Jesus está contigo; Jesus é o teu guia. Ama-O como O estás a amar, Meu Salomão. Tu estás a desagravá-Lo generosamente. Sê o bálsamo de Jesus, a Sua delícia. Eu, a tua Santa Mãe, ajudar-te-ei. Não temas e avança, que estás no bom caminho. Amo-te”.
   Estou, pois, “no bom caminho” – disse-mo a minha Mãe. Mas esta palavra é oca, como todas as palavras o são, em si. As da Escritura também são ocas em si: são só rabiscos de tinta. Por isso eu posso usá-las e manipulá-las segundo a minha conveniência. E assim tem acontecido, de facto, muitas vezes, ao longo da História. É assim possível justificar crimes com palavras da Escritura. A Igreja, com este corpo de carne de que também eu sou feito, a Igreja, precisamente a institucional, a oficial, sempre justificou abundantemente com a Escritura tudo o que fez. E fez asneiras monstras, a minha Igreja, carne da minha carne. E foi justamente como Instituição que a Igreja fez asneiras. A Instituição é a face carnal da Igreja, a que peca[1]. A que se agarra às palavras da Escritura e as manipula em seu proveito e segundo a sua conveniência – um proveito e uma conveniência retintamente mundanos. A Igreja tem o corpo de cada um de nós: chagado, disforme, pecador. A Igreja é um corpo que, como o meu, precisa de se converter. Precisa a Igreja, como eu, de reconhecer e confessar os seus pecados.
   Mas a Igreja, tornada Instituição, tem atravessado os séculos de cerviz levantada, como fez Eva e Adão, no Paraíso. Como fez Caim, muitas vezes, matando Abel. Como fez o Sinédrio, matando Jesus. Quantas vezes! Ah, Igreja, meu corpo, onde escondeste a Cruz do teu Senhor? Porque segues o caminho contrário ao do teu Mestre? Porque esvaziaste da Palavra as palavras todas da Escritura? Porque sepultaste a Tradição debaixo das tuas tradições?
    Tem seguido a Igreja a rota que o Pai lhe traçou. Mas em que estado! Com que Dor vive neste corpo o Espírito, rodeado de células mortas! Precisa de se converter a Igreja, como preciso de me converter eu. E converter-se, para a Igreja, significa desinstitucionalizar-se, porque todo o seu pecado consiste em se ter feito Poder à imagem dos poderes deste mundo.


[1] Ao passar agora este texto a computador, dei de repente conta de que esta frase me ficou gravada em itálico, sem que eu expressamente o quisesse, até porque ela não está realçada no manuscrito original. O facto até pode ser explicável pela própria mecânica do computador: eu carreguei em teclas indevidas, sem querer. A verdade é que isto nunca antes acontecera e por isso me surpreendeu. Mas uma circunstância especial me levou ao auge a surpresa: ao ler no manuscrito esta frase, eu pensara: Esta é forte demais! Quando dei por ela escrita em itálico, não tive dúvidas de que o próprio Jesus lhe quis dar um realce todo especial.
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domingo, 29 de abril de 2012

761 — A dilacerante divisão no Coração de Jesus

11/2/96 6:10

    Deitei-me já depois das duas, porque estive na escola a trabalhar e depois fui buscar a L. a uma festa. Por isso uma voz em mim dizia que não fizesse hoje a vigília, que não se justificava, que as coisas também não podem ser assim com este rigor todo que às tantas vira rito. Muito lógica, esta voz. Mas a verdadeira Lógica não quis assim ao acordar-me quatro horas depois de me ter deitado. E não foi uma violência que me fez: ficou combinado já há muito tempo com o meu Mestre levantar-me e vigiar escrevendo ou rezando à hora em que eu acordar, seja ela qual for. Também o fim da vigília é só quando o Mestre quiser. Considero, pois, que todo eu, nestas vigílias, dependo da Vontade do meu Senhor. E como é possível saber assim a Vontade do Senhor? – é este sempre o argumento fatal dos sensatos e razoáveis. E como lhes hei-de explicar que estão a chamar mentiroso a Deus? Toda a Revelação, de facto, se funda nesta Verdade primordial: Deus manifesta-Se ao homem. E como se manifestaria, se não fosse possível conhecermos a Sua Vontade a nosso respeito? Mas eles objectam: está na Bíblia e na Tradição tudo o que Deus revelou e é lá e só lá que se deve procurar a Vontade de Deus. A Bíblia e a Tradição – insistem – interpretadas pelo magistério da Igreja e nunca pela cabeça de cada um! E eu, fraco a argumentar, só me ocorre responder-lhes assim: a Bíblia e a Tradição são só palavras que, interpretadas pelo magistério da Igreja, levaram já ao massacre de milhões de filhos de Deus e à asfixia do Espírito através de instituições e leis e tabus e dogmas que outra coisa não são senão uma outra forma de massacre. E foi ao escrever esta afirmação final que senti de forma muito intensa Jesus pedindo-me primeiro que a não escrevesse, mas depois que, escrevendo-a, a explicasse. Foi a primeira vez que isto me aconteceu. Jesus pedia num tom impressionante, aquele tom de quem está dividido no coração entre duas gigantescas forças: era, por um lado, indescritível a Dor de Jesus perante o que eu estava escrevendo e pedia-me que o não escrevesse; mas era, por outro lado, a Verdade daquelas palavras como que impondo-se-Lhe no Coração sobre o mar de Dor a exigir ficar escrita. É indescritível este comportamento de Jesus: apetece-nos só ter um coração do tamanho do d’Ele para O podermos consolar. Tão homem e tão Deus este Jesus! E foi ainda com este Coração assim possuído de titânica emoção que Ele me pediu, como um amigo muito querido, com uma simpatia que não posso explicar, que eu não deixasse as coisas assim. Que desse a explicação mais que justa. Que proclamasse a Verdade inteira: esta Igreja, assim coberta de aleijões e chagas, é o Corpo de Jesus, em que nunca faltou o Espírito, este Piloto de Olhar penetrante guiando-A, sem um único desvio, pela rota que o Pai lhe traçou.

   São 8:23.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

760 — As “maldades” de Deus

10/2/96 4:32

     Deuteronómio dez, catorze! – assim ouvi, em resposta a um impulso pedindo ao Senhor o Seu Pão.

   Mas depois, não sei se por desconfiar do meu ouvido, apareceu dentro de mim esta outra citação: “Génesis quatro, vinte e oito”.

   Diz-me, Jesus, como faço agora.

   Porquê? Há algum problema em ti?

   Há dois: primeiro, admito uma qualquer falta minha ao não confiar na primeira citação; segundo, não sei se deva desprezar a segunda citação, se as deva considerar as duas.

   Não são, as duas, Palavra Minha?

   São.

   Porque havias então de desprezar uma delas?

   Leio-as seguidas?

   Transcreve-as seguidas.

   Como um todo?

   Como uma só Palavra.
  No meu espírito há uma expectativa grande: pode não existir o versículo vinte e oito no capítulo quarto do Génesis, podem não fazer sentido os dois versículos seguidos… É isto que está dentro de mim, é isto que eu devo pôr cá fora e registar. Porque há também em mim uma grande esperança de que o Mestre me vai fazer uma surpresa das Suas. E há, de qualquer forma, a Fé em que só Bem me vai acontecer. Eis, pois:


                        Dt 10, 14; Gn 4, 28

Vê: ao Senhor, teu Deus, pertencem os céus e os céus dos céus, a terra e tudo quanto nela se encontra…

   A minha suspeita confirmou-se: não há versículo vinte e oito no quarto capítulo do Génesis; vai só até ao vinte e seis!

   E agora, Mestre? Estás certamente vendo a situação ridícula em que me colocaste. Repara bem no que ficou escrito como Voz Tua: “Transcreve-as seguidas. Como uma só Palavra”. Vejo toda a gente a rir-se de mim!

   E custa-te muito, isso?

   De mim podem rir-se à vontade; de Ti é que eu não queria que se rissem. E acho que no fundo é de Ti que se vão rir e Te vão ofender, ao achincalharem a minha Fé na Tua Presença.

   Tens Fé na Minha Presença, tu?

   Não devo ter toda a que Tu desejarias, mas tenho. Não tenho fé em mais nada, em mais ninguém, nesta vida.

   Que te diz então a tua Fé, num caso destes?

   O mesmo que me diz a respeito da caravela: deitaste-ma ao chão e ainda lá está, no chão, sem que eu tivesse atinado ainda como a ponha de pé.

   Sou mau, Eu!?

   Até escrever esta Tua pergunta-sondagem me dá um calafrio! É claro que não és mau, Jesus!

   Como explicas então estas “maldades” que te faço?

   Não explico: aceito-as como Bem. Um Bem tanto maior, quanto mais mal a nossa Razão as considera.

   Queres tentar dizer onde está o Bem das Minhas “maldades”?

   Na Tua Cruz. A Cruz foi uma terrível “maldade” que o Pai fez Contigo!

   E onde está o Bem dessa “maldade” do Meu Pai?

   Na Salvação do mundo. Há Bem maior?

   E onde achas que pode estar o Bem desta Minha “maldade” agora para contigo?

   No…

   Eu tinha várias coisas para escrever, vários “Bens”, mas não sabia qual escolhesse. Incompreensivelmente deu-me vontade de olhar o relógio, à procura de não sei quê, talvez de alguma coisa que me ajudasse a decidir. Mas eu hesitava, também não sei porquê, talvez porque achasse isso sintoma de pouca Fé. Então ouvi dentro de mim, de forma muito intensa, isto: “Olha. Não tenhas medo. Porque não olhas?”. Era esta Voz um impulso apenas, um impulso de extrema simpatia dentro de mim. Olhei. No relógio estava esta imagem: 5:55! E sinto neste momento percorrer-me todo um fluxo de pura Afeição…não sei explicar: é Afeição com maiúscula, é um rio de afecto que tanto corre do Mestre para mim como de mim para Ele. Deve ser isto é isto, diz-me agora o Mestre! o Espírito Santo, esta doce Torrente que circula e une!

   Já sabes agora responder qual é o Bem da Minha “maldade”, Meu querido escrivão?

   Sei cá dentro. Escrever isto que sei é que me parece difícil.

   E há-de ser-te cada vez mais difícil.

   Bem hajas, meu Senhor. Pela escrita agora e por quando deixar de escrever.

   Tenta então, agora que ainda é possível, escrever o que sabes dentro.

   A Tua “maldade” é sempre o puro Encanto: se acreditarmos em Ti, a Fé torna-se forte, a Esperança vira força invencível, o Amor sentimo-lo mais forte que a morte. E outra coisa ainda: os que se riem de nós ficam tão ridículos…

   Que vamos fazer então com o versículo vinte e oito, que não existe?

   O mesmo que temos feito até agora: escrevê-lo, não?

   Sim, Meu querido amigo, vamos acrescentar à Escritura tudo o que for preciso para que os corações se voltem para o Pai. Que diz o final do capítulo quarto do Génesis?

   “Set também teve um filho, ao qual chamou Enós. Foi então que se começou a invocar o Nome do Senhor”.

   Não achas que é tempo de o mundo se voltar de novo para o Pai, invocando o Seu Nome?

   É tempo, sim, Mestre. É tempo de voltar a ter Fé em toda a Tua Palavra. É tempo de que a Esperança não seja uma palavra oca. É tempo de que todos os muros se arrombem e o Amor surja no horizonte como um Sol novo, límpido, saído de trás da espessa névoa que até agora nos envolveu. É tempo, meu Amor. É o Teu Tempo. Vem. Vem, Filho do Homem, vem sobre a nuvem, poisa na terra o Teu Pé de Príncipe da Paz e deixa que Te cantemos como está no Deuteronómio dez, catorze: “Vê: ao Senhor, teu Deus, pertencem os céus e os céus dos céus, a terra e tudo o que nela se encontra”! Maranatha!

   São 6:47.

759 — É boa a necessidade de ser amado?

9/2/96 2:28

    Quero sinceramente encontrar a Vontade do Senhor neste momento e ando à procura dela dentro de mim. É sempre de dentro que vem o Senhor. E de tal forma assim é, que mesmo que eu me encontrasse com Jesus em pessoa, eu não O reconheceria se O não visse com o coração. Aconteceu isto com os discípulos de Emaús: foram-No descobrindo à medida que o coração lhes “ardia” ao ouvi-Lo, de sorte que, ao fazer Ele o gesto de partir o pão, estava-lhes o coração preparado para O reconhecer; teria sido um gesto vulgar aquele partir do pão e nunca lhes teria “aberto os olhos”, se Jesus lhes não estivesse já no coração.

   Procuro a Vontade do Senhor dentro de mim, porque a Vontade do Senhor é que façamos a Sua Vontade e nisto consiste o Amor, conforme a Senhora através da Vassula me ensinou. Mas eu sou de espírito opaco. Tão opaco, que não sou permeável a qualquer tipo de magnetismo ou hipnotismo. Nunca ninguém conseguiu hipnotizar-me. Devo ser dos espíritos mais pesados e rudes que há. E creio que o Senhor me fez assim para me proteger. É que assim mais dificilmente o Demónio me pode manobrar. E a missão que o Senhor me está entregando exige de mim que eu seja rochedo totalmente impermeável às arremetidas de Satanás: as portas do Inferno nunca poderão prevalecer contra a Igreja de Jesus! Mas é isso que constitui também a minha grande desvantagem: sou tardo e pesado no apreender os Desejos do meu Senhor. Se um dia esta situação se alterar, será um autêntico milagre. Por isso vivo só da minha Fé que, essa sim, o Senhor me tem dado, abundante e teimosa. Acredito sempre sem ver, sem ouvir e até sem sentir. É verdade que houve já algumas intervenções mais sensíveis e até espectaculares da parte de Deus, como sejam a visão da Luz, quando jovem, e em Setembro de 94 os movimentos rotativos e a momentânea intervenção na minha mão que me levou à redacção destes Escritos. Não posso esquecer também o subtil movimento rotativo da caneta quando comentava o Livro de Daniel. Mas nunca ouvi a Voz de Deus, nem vi figura nenhuma do Céu; quando falo em ouvir, refiro-me a este meu subtil ouvido da Fé e quando refiro alguma visão, ela acontece só ao nível da imaginação. É, pois, o mais vulgar que pode haver o meu processo de comunicar com Deus. Fenómenos mais estranhos, a qualquer um Deus os dará mais intensos que a mim, porque Ele dá sempre mil por um, Ele só está bem a dar.

   Não sei porque escrevi isto, quando os meus Sinais do início deste texto me falavam da Senhora….

   Fala comigo, Mãe. Estou confuso. Que queriam dizer aqueles Sinais?

   Que Eu gosto muito de ti.

   Dizes sempre assim…

   Não queres que diga que te amo?

   Quero, Mãe. Não sabes que quero? De tal maneira me é agradável ouvir isso, que até duvido: não será só a minha necessidade de ser amado que me faz ouvir assim?

   É. É a tua necessidade de ser amado que te faz ouvir assim.

   Explica, Mãe, senão…

   Senão quê, Meu filho? Não está claro?

   Isso dito assim, cá para nós…

   Vós complicastes tudo. A necessidade de ser amado não é uma necessidade boa?

   É. Estou agora vendo: é talvez a necessidade primordial, a mais pura do ser humano.

   Tira o “talvez”.

   Ah!

   Não entendes ainda?

   Não sei… Eu ouço…pela necessidade de ouvir?

   Não acabaste de dizer que Jesus vem de dentro?

   Então as nossas necessidades boas…

   É Deus que está vindo.

   Ah! Então nós temos andado a destruir tudo cá por dentro!…

   O vosso desarranjo por dentro é muito mais espectacular que o desarranjo do mundo por fora.

   Então, Mãe, não me leves a mal esta pergunta: quando eu escrevo que vou ser Papa, isto é uma necessidade boa do meu íntimo?

   É. Foi lá posta desde toda a eternidade pelo próprio Deus.

   Ah! Mas então…espera aí: eu não posso ter escrito que vou ser Papa por pura vaidade?… Mãezinha, não me fujas. Responde.

   Não sabes a resposta?

   Não. Acho que não. Ajuda aqui, Mãe. Creio que chegámos a um ponto difícil. Responde não só a mim, mas a todos os Teus filhos que caminham no meio das mesmas trevas em que eu caminho procurando sinceramente o Teu Filho. Diz-nos, Mãe: como discernimos as necessidades boas das más, no nosso coração?

   Como distingues um fruto bom dum fruto mau?

   Pela aparência… Comendo-o, provando-o, sei lá…

   Já alguma vez provaste Jesus?

   Que pergunta, Mãe! Então não já?

   Gostaste d’Ele?

   Tu sabes que gostei. Muito.

   Não estás já a entender, Meu sábio?

   Eu sou lento, como Tu sabes, e pesado…

   Há muitos irmãos teus também assim lentos e pesados. Não queres ajudá-los?

   Fazes cada pergunta hoje, Mãe! Então não hei-de querer? Eu acho até que tudo quanto escrevo é mais para os outros do que para mim…

    Ajudar os teus irmãos é uma necessidade do teu coração?

   É, Mãe.

   Uma necessidade boa?

   Não vejo como possa ser má. Ajudar é bom.

   Mas é uma necessidade tua?

   É. Queria muito que todos encontrassem o mesmo Jesus que encontrei, queria que todos Te encontrassem a Ti, queria que todos fossem assim felizes como eu.

   Não entendes ainda?

   Não. Como distinguir as necessidades boas das más acho que ainda não sei.

   Qual é a necessidade que tens neste momento no coração?

   Distinguir as necessidades boas das más.

   É bom, isso que sentes?

   Aqui é que não há por onde fugir: desejar distinguir o Bem do Mal é um desejo bom. Só pode ser uma necessidade boa.

   Não será melhor descansares?

   Mãe, Tu és um espectáculo!

   São 4:48!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

758 — O domínio da Lei terminou

                8:28:48 do dia 8!

    E estes Sinais falam-me muito alto do Oitavo Dia, o da Queda e da Redenção, o do Pecado e da Graça. O do triunfo da Cruz. O Dia do Senhor e da Sua Obra mais perfeita: Maria de Nazaré. Como se toda a Obra da Redenção para aqui se encaminhasse: no fim estaria a Mulher esmagando a cabeça à Serpente. A Vassula diz que Jesus, quando fala da Sua Mãe, quase lhe parece excessivo no entusiasmo, um “exaltado”, segundo a expressão que ela encontrou. Sabemos também que foi Ela que o Pai escolheu para ser de Si próprio o “Grande Sinal no Céu” (Ap 12, 1) neste Fim dos Tempos, tão intenso, tão visível, tão audível, que só os nossos olhos cobertos de escamas não conseguem ver, só os nossos ouvidos acostumados ao ciciar da Serpente, embotados pelo estrondo da Cidade, não conseguem ouvir, só o nosso coração escorraçado para o sótão do nosso ser não consegue sentir. Eu próprio ainda há pouco mais de um ano não tinha dado por nada, nenhum Sinal do Filho do Homem se me tinha mostrado no Céu. As aparições da Senhora eram para mim pouco mais que fenómenos “sociológicos”, manifestações de “psicologia colectiva”, enfim, tudo “aquilo” era discutível e de qualquer forma nada pesava na minha vida. A Senhora foi para mim uma autêntica Revelação, a mais inesperada, a mais encantadora de todas, se é que nas revelações do Céu há encantos maiores que outros! E que grande pena tenho de A não ter encontrado mais cedo, a minha Senhora, a minha Irmã, a minha Mãe, a minha Rainha, a Mãe do meu Deus, Sua Majestade Maria de Nazaré!

   Não sei ainda porque me conduziu o Mestre para aqui, mas foram deveras insistentes e significativos os Sinais com que Ele me guiou. Chamou-me sobretudo a atenção o Sinal da Besta, esta noite, ao fim da vigília e sobretudo mais tarde: 6:46. E porque eu fiquei algo inquieto, o Senhor tranquilizou-me com nova imagem: 7:17. E assim me está desde o início deste texto relacionando tudo com a Palavra que anteontem me trouxe, em Romanos seis, catorze-quinze e por fim seis, citação de Mestre porque, por esta ordem, adquirem os versículos um significado mais claro ainda. E dentro de mim tudo se liga agora: o Pecado e a Graça, a Besta e a Mulher vestida de Sol. Ouço então o Espírito dizer expressamente para nós hoje:”O pecado já não há-de ter domínio sobre vós, pois não estais sob o domínio da lei, mas sob o da Graça” E vou entendendo: não é que se possa à vontade “pecar por não estarmos sob o domínio da lei”; é que a Lei terá a cabeça esmagada pelo Pé delicado e cheio de Graça de Sua Majestade a Rainha do Céu! Isto é, a Lei não terá mais força, “por mil anos”, nem a força da sedução, nem a força da opressão. Será assim possível ser o Espírito o único Poder na Igreja de Jesus, o Poder Interior que tudo comanda, ordena e une na espectacular variedade dos Carismas, justamente os Dons da Graça! E tudo isto será possível porque o sangue de todos os mártires da Lei o veremos correndo daquele Corpo levantado no Calvário, o Corpo da nossa humanidade inocente tornada ali Vítima e Sacerdote único em Jesus, Filho de Deus e nosso Irmão. E nada de novo nos será revelado porque estava já escrito e só a Lei o pôde ter escondido do nosso coração. Na verdade, ”sabemos todos que o velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo de pecado fosse destruído, a fim de já não sermos escravos do pecado”. Está lá na Escritura, no Testamento Novo. Faz parte integrante do Mandamento do Amor, aquele que Jesus chamou Novo e Seu: “que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei”. Será este o Mandamento único na Igreja agora refundada por  Jesus sobre a Paz. Não haverá outra lei. E àqueles que disserem que isto não é possível, que somos humanos, que somos de carne, Jesus responderá que os não conhece, porque também eles não conhecem as Suas Palavras. E se eles disserem que conhecem, que as sabem de cor, Jesus apenas em silêncio lhes apontará o coração vazio.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

757 — Só quando comerdes as Minhas palavras acreditareis em Mim

8/2/96 1:33

    São agora já 2:00 horas, esta imagem a dizer-me, com uma insistência estranha nos últimos dias, que sou Testemunha cheia do Espírito do Senhor. A outra, a que observei ao acordar, fala-me da Unidade de Deus Trino, mas acentuando de forma especial a Trindade, a Diversidade das Pessoas em Deus. Não tenho ainda clara a relação entre as duas imagens, mas ela existe porque as observei às duas, porque não há acaso, porque é em unidade que cresce o novo ser em nós, porque o Mestre mo está dizendo: a minha tarefa maior como Testemunha será anunciar e velar por que o Espírito seja o único Senhor na Igreja refundada, o único Responsável pela Unidade e a única Fonte da Diversidade, esta veste nova da Igreja de Jesus!

    E pede-me o Mestre neste momento que continue por aqui: há-de ser ao sabor do Espírito que os carismas hão-de florescer na Vinha do Senhor. Nela terão lugar todos os que de coração sincero invocam e reconhecem Jesus como seu Dono. Eliminadas as heresias e os dogmas, é esta apenas a condição para se sentar à mesa com o Senhor. Sei que me vêm já todos os sensatos e prudentes falar de confusão e sincretismo, que assim tudo ao monte e fé em Deus só pode existir na cabeça de alguém alheio à realidade, isolado num quarto, fazendo pura construção mental. Mas eu respondo-lhes que esse alguém é ajoelhado que escreve, embora por vezes sentado sobre os calcanhares ou tombado de encontro à cama e que acredita cegamente no Mestre e em tudo quanto Lhe pede. E que não tem medo. De facto, o que tem governado a Igreja até agora é o medo, porque os seus chefes se julgam os proprietários da Revelação. Assim a foram reduzindo ao seu tamanho, ou seja, a um cantinho apenas, tapado por normas e dogmas. E é tão vasto e diversificado o território do Verde, tão abundantes as pastagens e as fontes do Senhor! Mas os nossos sábios não se calam ainda. Quem – argumentam eles – se poderá, numa situação dessas, arvorar em guia, nesta verdadeira Babel? Ninguém! respondo eu. Ninguém será o guia e por isso é que não haverá Babel. Babel é agora, porque muitos se arvoraram em guias da comunidade dos crentes, carregando-os com o fardo insuportável da sua própria pequenez.

   Jesus, nosso único Mestre, vem dizer-nos como se governa a Tua Igreja.

   Deixando o Espírito governá-la.

   Mas os nossos sábios dizem que isso que disseste são só palavras.

   E são. Que outra coisa, senão palavras, poderias neste momento escrever? Bem-aventurados aqueles que nas palavras vêem só frágeis Sinais e por isso lhes passam além, à procura do Coração: só daí lhes virá a força que transformará todas as palavras em Pão. Só quando comerdes as Minhas palavras acreditareis em Mim. Quem Me não come nas frágeis palavras que abundantemente semeio, também nada verá de Mim quando Eu próprio aparecer no céu, sobre a nuvem…

   São 3:36!

terça-feira, 24 de abril de 2012

756 — Ele não trata connosco de vara na mão

7/2/96 12:08:02

    A situação é inteiramente nova: não fiz vigília hoje! Eu tinha-me deitado já um pouco depois da meia-noite, vindo da escola, depois de uma tarde inteira e de um serão de trabalho pelo menos à primeira vista totalmente estéril: em vez de fazer, parecia que estava desfazendo a caravela: saíam-me as coisas do sítio, fiz coisas que depois de acabadas tive que deitar fora porque não deram resultado, por fim partiu a serra de recorte e tive que vir embora com os alunos, porque sem serra nada se podia adiantar. Acordei às 7:14, ainda cheio de sono, mas de coração agradecido por me ter assim deixado o Senhor dormir sete horas seguidas. Estava tranquilo e mais tranquilo fiquei quando ao levantar a imagem do relógio se me meteu pelos olhos dentro: 7:27. Eu te dou a Minha Paz, Salomão! assim me falava o Senhor naqueles Sinais. Vim para o café disposto a escrever. Eram 8:50, a Senhora e o Mestre presentes através do Seu Espírito. Mas o trabalho na escola urgia e preocupava-me. Sentia, contudo, que Jesus e Sua Mãe me estavam dizendo, com imensa ternura, que fosse trabalhar e deixasse para depois a escrita, que Eles estariam vigiando por mim. Inseguro, quis uma confirmação: se me aparecesse um 7 no relógio… Deu-me nas vistas logo o 7, o dia do mês, mas eu procurava um outro 7, ainda duvidando. Apareceu-me, nos segundos, 57. Mas a dúvida persistia e olhei de novo: 07, nos segundos. E no cúmulo da dúvida, coração temendo que o Senhor me ralhasse, pedi-Lhe que me confirmasse esta para mim tão estranha como exaltante situação, nada mais, nada menos do que através da Bíblia. Usei o dedo. E, como um ponteiro, ele apontou isto: “Que preferis? Que vá ter convosco com a vara, ou com o amor e espírito de mansidão?”. Está em I Cor 4, 21. Fiquei então convencido de que o amor e a mansidão são a forma de agir do Céu e de que Jesus e Sua Mãe não tratam connosco de vara na mão, exigindo o cumprimento de leis. Fiquei sabendo que a vigília não é uma lei que Jesus me tenha dado, mas um Dom que eu, por Graça Sua, aceitei e continuo recebendo de coração agradecido. Porque não havia então de receber com o mesmo coração agradecido uma noite inteirinha de sono tranquilo e as horas que fossem precisas para pôr de pé a caravela…? E estou agora mesmo lembrando-me… Está no final do dia 3… Jesus pôs-me a hipótese de Ele próprio partir a caravela toda! E de facto, hoje de manhã, há pouco ainda, todo o esqueleto da caravela caiu, partindo várias peças. Já anteontem, misteriosamente, tinha caído. Que será isto?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

755 — Aumenta, Jesus, a minha Fé!

6/2/96 – 1:59/2:00

   Eu olhei o relógio no preciso momento em que 1:59 virou 2:00. A primeira imagem fala-me da Luz que descerá à terra no Nono Dia e é Jesus; a segunda fala-me da minha condição de Testemunha pela Força do Espírito. Grandes coisas está fazendo em mim o Omnipotente enquanto eu faço caravelas e dormito sobre este papel. Aquilo que está para acontecer tem a dimensão da Primeira Vinda de Jesus, ultrapassa-a mesmo, segundo a medida da iniquidade do nosso século. Jesus fala de sinais e prodígios ainda maiores, de acontecimentos nunca antes presenciados. E é preciso acreditar em cada uma das Palavras que saem da boca do Senhor.
   Aumenta, Jesus, a minha Fé. Dá-lhe a firmeza do rochedo e a dimensão do mar. Reconstrói outra vez sobre a Fé a Tua Igreja, como foi com Abraão, com os Apóstolos, na plenitude dos tempos. Substitui as nossas leis pelo Teu Amor, a nossa obra pela Tua! Ardo na Esperança de ver chegar a Tua Salvação, de participar no Teu Triunfo, meu Herói. Gosto mesmo muito de Ti, sabes?

   Então apascenta as Minhas ovelhas, os Meus cordeirinhos todos.

   Nada vejo ainda: ser eu o Teu Pedro do nosso tempo continua sendo uma autêntica impossibilidade, mas é isso que me encanta e me empolga em Ti: é no território do impossível que Te moves, como no Teu palácio real. Por isso Tu és eterna Surpresa e Sedução. Por isso Tu és a Segurança e a Paz. Por isso eu Te amo com este amor de menino, intermitente, mas puro.

   Então apascenta o Meu Rebanho.

   Apascentarei, meu Mestre bom e Pastor único, com todo o coração que me deres. Por isso desmonta, querido Artista, toda a construção da iniquidade em mim: Tu mereces um serviço pronto, eficaz, sem mancha. Tu mereces tudo. Ah, quando eu puder dar-Te um abraço, corpo com Corpo ressuscitado! Nada mais me queres dizer agora, Mestre?

  Que te amo muito.
  Dá-me então o Teu Pão, para que o meu coração possa amar como ama o Teu.

  Romanos…
  Eu ouvi “Romanos”, mas sem energia, sem fogo, como que à sorte.

  Se a sorte te trouxer para junto do Meu coração…

  Seria a sorte maior de toda a minha vida. Deixa-me ouvir-Te distintamente, Mestre! Há tanto tempo To peço… Vês? Porque me vêm ao espírito números de capítulos que não existem na Carta aos Romanos? Porque dás tanta folga ao Demónio?
   Porque te amo muito e te quero forte.

    Põe-no então ao Teu serviço, de tal forma que tudo quanto ele Te faça me aproxime do Teu Coração.

   Então Romanos seis, catorze-quinze.

   Julguei que ias dizer  seis, seis.
   Também aí te mostrarei o Meu Coração.

   Como fica então, Mestre?

   Lê catorze-quinze e repara depois no que diz o seis.
   Tudo bem:

                                               Rom 6, 14-15 e 6 

O pecado não há-de ter domínio sobre vós, pois não estais sob o domínio da lei, mas sob o da Graça. Como então? Havemos de pecar por não estarmos sob o domínio da lei, mas sob o da Graça? De modo algum”.
   E o versículo seis:

 Sabemos todos que o velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo de pecado fosse destruído, a fim de já não sermos escravos do pecado

 Não alcanço certamente ainda, Mestre, o que me queres dizer, mas sinto que o Demónio foi expulso para longe, desta vez, e que a Tua Luz vai brilhar intensamente em mim.
   Descansa, Meu filhinho. Eu te abençoo.

   Deixas-me abençoar-Te também?

   São 4:27!