25/2/96
– 10:11
Estou
agora considerando que o testemunho que damos de Deus terá que permanecer
Mistério em nós. Não podemos, pois, estabelecer os objectivos do nosso
testemunho, nem planificar as acções que a eles conduzam. A minha caravela e o
meu espectáculo todo têm que ser inteiramente de Deus para que o meu testemunho
aconteça e seja perfeito. Querem, na escola, que eu institucionalize o “GEL –
Grupo de Expressão Livre” e eu resisto como posso, argumentando que, se o
institucionalizam, matam-no. Contra-argumenta o presidente que a escola é um
corpo e tudo o que acontece na escola tem que estar inserido neste corpo. Eu
tento mostrar que o GEL, assente numa relação puramente pessoal com o Conselho
Directivo será mais corpo da escola e para este corpo mais benéfico, do que se
o institucionalizarmos. Não chego a dizer-lhes que a escola é um anti-corpo,
porque aí é que de certeza acabaria o diálogo. Eu vou cedendo, na exaltante
certeza interior de que lhes irá sair o tiro pela culatra, se aos comandos do
GEL estiver o próprio Jesus e se toda a energia que o impele for o próprio
Espírito Criador e Vivificador de cada célula do Universo. E acredito agora com
toda a alma que isto pode acontecer, mesmo que o texto-base do espectáculo seja
de Camões e que o momento culminante seja o aparecimento de Vénus, seguido do
surgir de uma caravela do fundo das águas. Quando, na proa, surgir Vasco da
Gama e Camões disser “Ajoelha, Homem! Só ajoelhado domarás os deuses!”; e
quando, depois de resistir, Vasco da Gama, por fim, ajoelhar sobre o fundo
vermelho de uma grande Cruz de Cristo alçada na vela branca da caravela, todos
os deuses ajoelhados fixando este quadro – aí poderá o Espírito do Senhor tocar
os corações todos naquela sala, salvando-os do Grande Naufrágio, na Sua
Caravela, encimada com a Cruz.
Também isto é novo para mim: ninguém dá
testemunho de Jesus; Ele é a Única Testemunha das Maravilhas de Deus. Todo o
testemunho que possamos dar é Obra gratuita do Espírito Santo em nós.
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