No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

285 — A parábola do mineiro

4/1/02- 4:49

- Maria, vem amparar a minha Fé!

- Já a sentiste como um enorme rochedo. Está-se desfazendo, o rochedo?

- Deve estar-se assentando nos alicerces da Vida, talvez… A verdade é que ele oscila…

- Será? Examina-o bem. Deixaste de crer em alguma coisa dentre todas as que tens escrito?

- Na verdade, não. Sempre de novo acabo por reconhecer muito firme a minha Fé em tudo quanto tenho escrito. Mas há outros momentos…

- Em que nada vês, nada ouves, nada sentes, nada agarras…?

- Isso. Parece-me então que nada tem firmeza…

- E julgas a tua Fé uma espécie de um fumo que ora assenta, ora se levanta, no vale?

- Tão escuro é, às vezes, à minha frente, que é essa, nesses momentos, a sensação.

- Não dizes tu que, noutros momentos, voltas a olhar e lá vês a Fé, firme como um enorme rochedo?

- Isso é. A sensação é a de que enfrentarei um exército inteiro, ou aguentarei esperando, até para além da minha morte, que tudo se cumpra, sem excluir a mais pequena letra do que escrevi!

- E admites que um rochedo de tamanhas dimensões possa assim desfazer-se e refazer-se ao sabor do vento, como uma nuvem de fumo?

- Não poderia ser, de facto… Então o problema é só dos meus olhos, que deixam de ver, às vezes…?

- Não, não são os teus olhos que deixam de ver: é o lugar que estás atravessando que não tem luz.

- Então há muito tempo que atravesso este lugar! Parece-me sempre caminhar em absoluta escuridão…

- E como vês, naqueles outros momentos, a Tua Fé como um gigantesco rochedo? Passa a haver luz, no lugar que atravessas?

- Não sei…

- Imagina um mineiro escavando um túnel. A luz artificial que usa só lhe ilumina a terra ou a rocha que tem que romper. O que vê é sempre e só o obstáculo ao seu avanço. O que sente é sempre e só a luta contra esse inimigo que sempre impede a sua passagem. Há momentos em que lhe parece não sair do mesmo lugar, parece-lhe até cada vez mais longe o momento em que desabe de repente a terra do outro lado da montanha e ele veja finalmente a luz do dia e o fim do seu trabalho. E no entanto ele sabe que para trás de si há uma passagem aberta, sempre crescendo em extensão. Vive essa experiência sempre que, ao meio-dia. Sai do túnel para almoçar e ao fim do dia, quando despega do trabalho. Só duas coisas poderiam fazer vacilar ou desistir este mineiro. Sabes quais são?

- O não ter a certeza da utilidade do seu esforço e o não ter a certeza da direcção em que está rasgando a terra.

- Tu tens a certeza da utilidade do caminho que estás rasgando?

- Tenho: ele leva as pessoas à Liberdade.

- E tens a certeza de que vais no rumo certo?

- Tenho: o meu rumo é Jesus e sei que Ele é a Porta!

- Então continua rasgando o Caminho da Liberdade. Tu até já sabes que a Porta se abrirá quando menos esperares.

São 6:44!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

284 — Que desejo é este, de ser célebre?

3/1/02 - 5:30

Maria, acho que preciso de acontecimentos para me amarrar ao Céu… Acontecimentos fortes… Mordeduras de lobos, por exemplo… Um qualquer prodígio espectacular por exemplo. Parece que assim, não acontecendo nada senão esta rotina chata, também o Céu perde a sua força…

- Há quanto tempo vives nessa rotina chata?

- Há sessenta e um anos, que é a idade que tenho. Mas com a consciência de que a vida neste mundo é, toda ela, uma rotina chata, há sete anos, que foi quando Jesus me abriu os olhos.

- Mas antes a tua vida era muito mais agitada…

- Isso era. Mas agitação não é sinónimo de vida. Vi isto precisamente nestes últimos anos, em que aquela agitação quase desapareceu completamente.

- A vida cresceu enquanto a agitação diminuiu?

- Sim, encontrei a Vida verdadeira e ela tornou-se um Rio enchendo os meus dias…

- Então de que te queixas? Deixou de encher os teus dias?

- Eu sei que não, mas só a Fé mo diz: vejo, a espaços, este mesmo Rio inundando a minha rotina e através de mim inundando todo o maquinismo insensível que tritura o mundo. Mas são momentos fugidios, que recebo como um mimo do Céu para me segurar nesta via dolorosa. Mas o que se tornou cada vez mais pesado em mim foi mesmo esta rotina chata.

- Como sentes esse peso?

- Como um bloqueio no coração. Como um triturar progressivo de toda a emoção. Parece estarem morrendo dentro de mim todos os impulsos da vida… É como se todo o fluxo vital estivesse em vias de parar completamente. Vês como Tu própria não tens em mim o mesmo vigor de tempos ainda recentes?

- E conheces o remédio para o teu mal?

- Eu falei em mordeduras de lobos, em prodígios que se vissem… Numa palavra, eu julgo que uma vida pública remediava todo o meu mal.

- Não te parece que Jesus sentia o contrário? Quando provoquei o início da Sua vida pública, nas bodas de Caná, Ele achava que não tinha chegado ainda a hora…

- É verdade! Talvez Ele se não sentisse ainda preparado…

- E tu já te sentes preparado?

- Só Te posso responder que sim. Não sinto receio de nada, nem de ninguém.

- E não detectas aí nenhuma tentação assolapada? Um desejo de ser célebre, uma ânsia de protagonismo, por exemplo?

- Que eu quero ser célebre, isso quero. Que eu tenho uma grande ânsia de ser protagonista no Acontecimento que visiono, isso tenho.

- E não vês nisso uma tentação, um mal?

- Uma tentação sim, pode estar aqui escondida. Mas não vejo nesta vontade e nesta ânsia um mal em si mesmo. A missão que Jesus me entregou implica uma revolução nunca antes vivida no mundo. E não vejo como a possa eu realizar sem que toda a terra me conheça - e me siga, ou me odeie.

- E então? É a celebridade e o protagonismo que ambicionas, ou é apenas cumprir a tua missão?

- Não sei. Só queria viver, viver, viver! E que me ajudasses a nunca cair em nenhuma tentação.

São 7:43.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

283 — Como ler correctamente os Sinais

                         - 9:49:06

Mesmo relativamente a acontecimentos futuros, Jesus muito raramente me faz uma revelação directa; quase sempre me leva a ler os Sinais dos tempos a partir do presente.

Está, de facto, cada presente cheio de Sinais do futuro. A questão é reparar neles. E, mais do que reparar neles, vê-los conforme a Verdade. Muitos apontam coisas e acontecimentos como sinais anunciadores de realidades futuras, numa tentativa de se precaverem contra surpresas desagradáveis, ou de dominarem os seus semelhantes, ou simplesmente de obterem proventos materiais. Mas a Verdade é uma força indomável que sempre acaba por lançar por terra os projectos que se lhe opõem e as precauções que a pretendem dominar.

É necessário, portanto, para se lerem com sabedoria os Sinais do futuro, conservar o coração docilmente submetido à Verdade. Trata-se, porém, de uma submissão que produz o efeito contrário à submissão praticada neste mundo: enquanto esta oprime e mutila, a Verdade liberta e expande. Está mesmo escrito que só a Verdade liberta. Também do tempo ela liberta, em direcção ao passado e ao futuro, a caminho da dimensão eterna, em que todo o tempo se torna presente.

É assim que os que encontraram Jesus reparam em Sinais em que mais ninguém repara, vêem nos mesmos Sinais coisas que mais ninguém vê. É que Jesus Se fez para eles A Verdade, não porque lhes sugasse o seu entendimento ou a sua identidade, mas porque os fascinou justamente por lhes ter revelado o óbvio, numa simplicidade arrasadora de toda a Mentira circundante. E é esta Luz que lhes revela o futuro, próximo e longínquo.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

282 — O Islão e outros Sinais do nosso tempo

2/1/02 - 6:22
Este conjunto numérico aponta-me a missão das Duas Testemunhas descrita no Apocalipse e sempre, misteriosamente, me adverte de que aquela é a data em que os muçulmanos começam a contar o tempo. E não sei se alguma relação posso estabelecer entre estas duas realidades tão características do nosso tempo.

- Queres avançar comigo por aqui, Companheira?

- Alguma curiosidade te move, ou algum interesse, em seguir por este caminho?

- Não. Queria só deixar registado o desejo do nosso Jesus: Ele pode querer que sigamos por aqui.

- E julgas-Me conhecedora dos desejos de Jesus em cada momento?

- Não sei…

- Como? Admites que Ele esconda alguma coisa à Sua Rainha?

- O que eu sei é que Ele também para ti é Surpresa permanente. O desejo de Jesus pode, neste momento, estar germinando na minha Alma e pode Ele querer dar-To a conhecer através de mim.

- E que te leva a admitir que alguma surpresa possa estar oculta naqueles algarismos?

- O facto de eu ter fixado, ainda muito jovem, aquela data como importante para os muçulmanos. Nada acontece por acaso…

- E também relativamente às Duas Testemunhas alguma coisa especialmente te marcou?

- Sim: a luta contra a Besta, igualmente bem realçada naquele conjunto numérico. Sempre vi neste acontecimento profetizado por João uma reprodução muito próxima do que aconteceu com o próprio Jesus, ampliado agora a uma dimensão planetária. Assim como Jesus foi morto por ter sido o tormento dos poderes religiosos de Israel, também as Duas Testemunhas serão mortas por serem agora “o tormento dos habitantes da terra”.

- Os poderes religiosos de Israel e agora os habitantes da terra são a Besta?

- São a Besta em acção concreta, escancarada, pública, enquanto lhe executam, como súbditos dóceis, o monstruoso Projecto.

- Mas agora todos os habitantes da terra são servos da Besta?

- Agora a Apostasia é generalizada e a Civilização enche o coração de todos os habitantes da terra como o seu Ídolo universal. E as Duas Testemunhas, como condensando em si a Mensagem de todos os Profetas, estão dirigidas inexoravelmente aos fundamentos da Civilização, para que ela entre em derrocada irreversível. São, de facto, os fundamentos da terra que Jesus vem agora subverter, através do fogo que o Espírito fará jorrar das Duas Testemunhas.

- E os muçulmanos, quem são eles, neste tão decisivo e vasto Acontecimento?

- Eles são, como todos os outros habitantes da terra, Imagens desfiguradas do Criador, que Ele quer fazer Seus verdadeiros Filhos.

- Mas algum papel especial lhes está reservado neste Fim dos Tempos?

- Já os vimos atingir, de forma cruel, as torres da nossa soberba e da nossa glória, não deixando pedra sobre pedra. Eles despoletaram já a outra face da Grande Tribulação que também as Duas Testemunhas vão provocar, a partir de dentro, dos corações.

São 8:43.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

281 — Entrou em circulação o euro

                       - 19:51:01

Resisto em escrever. Julgo que por ter a impressão de que nada de novo sairá da minha Alma: não faço outra coisa senão trabalhar na restauração da minha casa material todo o dia e este trabalho não me oferece conteúdo nenhum que pareça digno de registo como palavra de Deus, a não ser a vontade de me libertar dele. Ultimamente só nas vigílias escrevo, sempre de coração frio…

Depois os anos sucedem-se, sem que as palavras dos Profetas tenham o cumprimento espectacular que apontam e asseveram em Nome de Deus… Só o mundo continua somando êxitos que parece irem suplantando sempre as angústias que provoca. Hoje, por exemplo, festejou com grande regozijo a entrada em circulação de uma nova moeda que, segundo dizem, irá contribuir para fazer da Europa um potentado económico determinante no domínio da Cidade, esta velha Europa que já conseguiu um regime político de matriz comum, com órgãos institucionais únicos e contribuiu já decisivamente para o edifício civilizacional que está à beira de destronar Deus do coração dos homens.

- Maria, que faremos aqui tão pequeninos e sozinhos neste Deserto sempre alargando-se, monstruoso, sobre o último resto de Vida?

- Podemos, por exemplo, continuar sofrendo com esta misteriosa alegria as feridas nas mãos e a dor de todo o corpo na tentativa de conservar nesta Ruína um abrigo menos cruel enquanto aqui vivemos. Podemos, por exemplo, continuar a gravar nesta folha, no frio da noite e sob o peso do sono, a inexorável Palavra de Yahveh, o Único que nunca falha!

domingo, 26 de dezembro de 2010

280 — O Poder da Verdade

1/1/02 - 6:25

- Maria, vem conduzir-me para a Verdade que a minha Alma tem pronta para nos revelar.

- A Mim também?

- De repente foi assim que senti dever escrever!

- Acabas então de dizer duas coisas que ainda há bem pouco tempo não te atreverias a dizer…

- É verdade! Digo “nós”, com se fôssemos autênticos companheiros e digo que também Tu podes receber da minha Alma a Luz, Tu, a Rainha vestida de Sol!

- Tu disseste “a Verdade”…

- É que de repente vi que Luz e Verdade são o mesmo Deus. Ele é EU SOU  é portanto a própria Verdade de tudo quanto existe e a Verdade é o próprio brilho das coisas. A Verdade, simplesmente porque está, mostra-se. A Verdade não pode deixar de ser Luz.

- Acabas de escrever então mais duas coisas surpreendentes: que vamos os dois à procura de Deus na tua Alma e que, sendo Deus a Verdade necessariamente escancarada no seu Brilho impossível de suster, pode, no entanto, estar escondido, uma vez que falas em procurá-Lo!…

- É que, conforme a exacta mensagem dos meus Sinais ao acordar, Satanás conseguiu que obstruíssemos a nossa própria Alma.

- E era assim importante para ele que a nossa Alma fosse obstruída?

- Era vital: era necessário cortar a ligação com Deus, para levar por diante o seu projecto de O substituir em todo o Universo, com a colaboração do homem.

- Então sempre pode a Verdade ser bloqueada, sempre pode a Luz ser obstruída!

- Não sei…

- Qual é a tua dúvida? O Pecado não coloca anjos e homens nas “trevas exteriores”? Não existe um mundo em que a Verdade não penetra?

- Esse mundo só existe porque existe a Verdade. Satanás é o pai da Mentira e o seu mundo existe justamente como tentativa incessante de negação da Verdade. Até no mundo da Mentira está presente a Verdade, pela permanente tensão que nele provoca. É nisto que consiste o sofrimento do Inferno.

- Tu já o sentiste um pouco…

- Um pouco, apenas, porque o meu ser não tinha capacidade para mais. Mas pelo sofrimento que senti pude adivinhar o horror da vida nas Trevas.

- E sentiste ser a Verdade que provocava essa dor?

- Sim, o Inferno senti-o sobretudo como Ausência. Ausência do próprio Ser e portanto da Verdade com a sua Luz que a tudo dá sentido e harmonia.

- Não havia nenhum sentido no que viveste?

- Nenhum! Existir morto é o completo absurdo.

- E harmonia?

- Impossível! Esse próprio estado de viver morto é uma contradição tal, que nos projecta no puro estado contrário à Paz, impossível de descrever.

- Somos assim chegados onde começámos, não reparaste?

- Sim, nós caminhámos juntos e fui eu, com a experiência que Jesus me deu a viver, que acabei por Te guiar no Mistério da Mentira, enquanto Tu me foste mostrando o Poder da Verdade.

- E onde chega o Poder que viste?

- É total. Ele chega aos mais fundos recantos do Inferno. É da sua rejeição que nasce todo o sofrimento.

São 9:31!?

sábado, 25 de dezembro de 2010

279 — Sucata

31/12/01 - 5:13

Em vários momentos da minha vida aconteceu uma mudança brusca de rumo, em que um muro parece ter desabado à minha frente e aberto um horizonte inesperado e muito vasto, que eu passei a percorrer, excitado pela novidade, até que, activadas todas as possibilidades desse território, um novo se abre de repente diante do meu coração inconformado com um qualquer horizonte, incapaz de se manter dentro de um qualquer limite.

Verifico agora que tais mudanças de rumo não significam desvios do caminho que desde sempre a bússola da minha Alma apontou, mas momentos fortes de surpresa do próprio Caminho, que nada despreza de cada passo que dá, de cada extensão que se espraia pelas suas margens. Era preciso passar por tudo isto, mesmo que aparentemente o rumo siga em direcção contrária ao objectivo que persigo. E uma coisa Jesus assim me ensinou: cada um deve viver o seu troço de mundo, aquele justamente que o seu carisma comporta, antes de entrar na Luz eterna - ou nas perpétuas Trevas.

Sim, tanto os que se salvam como os que se condenam, terão que atravessar este mundo, por que todos somos solidariamente responsáveis pela sua existência. É como se entre nós e o Céu tivéssemos interposto esta interminável extensão de sucata. E uns agarram-se a ela como território seu, esgotando em refazer esta paisagem todas as potencialidades do seu carisma; outros caminham pelo meio destes trastes mortos, reconhecendo-os como obra sua, cheia do seu suor e das suas lágrimas, interrogando-se como poderão limpar agora a paisagem de tanto lixo, com um misto de ternura por tanto suor e tanta lágrima vertida no tempo da sua ignorância, de impotência perante o montão de lixo que parece inamovível e de ânsia de que tudo volte aqui a ser como era, se possível mais belo ainda.

Foi assim que eu percorri territórios vários e inesperados, abertos de improviso diante dos meus pés, sempre bem assentes neste mundo, sentindo-lhe toda a aspereza, enquanto o coração se enchia de saudades do caminho fofo de verdura, de que a minha Alma conservava a memória. Até que de repente olhei o chão e vi a nossa obra comum transformada mesmo em sucata esmagando a verdura fofa em toda a extensão do meu horizonte - o passado e o futuro. Reconheci que foi bom ter passado por onde passei e é bom permanecer aqui, para comunicar a todos quantos puder esta minha visão, até que ela apareça como a Verdade acerca do nosso sofrimento. Espero deste modo juntar uma multidão que comigo sinta ternura pelo suor e pelas lágrimas da nossa ignorância e ao mesmo tempo dissolva a nossa impotência colectiva num entusiasmo louco de limpar o Planeta Azul.

É aqui que eu estou, agora. Tarda-me o tempo em que os corações se abram a esta minha Visão e a esta minha tão sofrida Esperança. Sei que vejo a Verdade e dói-me que as pessoas a não queiram receber. E nesta tensão espero que de novo um muro desabe diante de mim, abrindo-me um horizonte, agora infinito e virgem, invadido em avalanche por essa incontável multidão. Sei que esta Visão se concretizará, mesmo que só depois de eu partir deste mundo.

São 7:49!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

278 — A Dor, no Oitavo Dia

30/12/01 - 6:09

Fala-me muito alto esta imagem, na sua luminosa claridade. Ela diz que o Nono Dia será o Dia do Espírito, que tirará à Besta o domínio da Terra. E é insistente hoje esta mensagem pedindo-me, na imagem 4:29, que me não conseguiu fazer levantar, que proclame o Nono Dia e nele creia como o Dia de todos os Impossíveis, conforme li depois na imagem 6:19!

- Maria, sinto-Te tão frágil, em mim… Vem ser o ardor destas palavras, que eu creio estarem destinadas a incendiar o mundo.

- Que quer dizer frágil?

- Quer só dizer que a Tua presença não tem força para derreter o gelo deste Deserto polar. Preciso de fazer tanto esforço para Te ouvir falar dentro de mim…

- Que tipo de esforço?

- É preciso estar sempre a chamar a atenção para este Silêncio em que nos costumamos encontrar e é preciso voltar sempre de novo a apelar à minha Fé para teres alguma consistência neste nosso Santuário interior…

- Não é ainda o Nono Dia, Salomão…

- Nem o Oitavo, sequer!

- Ai o Oitavo é! Não é ele também o Dia da Dor?

- É bem certo: o Oitavo Dia começou por uma ferida insuportável no Coração de Deus. E essa chaga não só não deixou de sangrar, como se afundou, cruelmente, sem parar, até hoje, sobretudo depois que os homens Lhe mataram o Filho e, mesmo depois de ressuscitado, O voltaram a enterrar.

- Mas o Oitavo Dia, conforme tu proclamas, é o primeiro da Nova Criação! Diz-Me: pode haver alguma dor, alguma imperfeição sequer, na Nova Criação?

- Não! Como não houve na primeira nenhuma imperfeição. Só anjos e homens introduziram no Universo a imperfeição.

- Então, começando com a dor e a imperfeição e tendo-se elas sempre acentuado até hoje, como pode o Oitavo Dia tornar-se um Dia perfeito?

- É que ele será também o Dia da mais impressionante manifestação do Amor de Deus!

- Será - futuro?

- Na verdade, ele já o é; sempre o foi. Mas muito pouquinhos assim o sentiram. E só no silêncio dos corações ele se revelou. Eu estava contemplando a manifestação deste Amor. Esta, a grande Epifania, a grande Revelação do Amor, não aconteceu ainda!

- E quando acontecerá?

- Agora, no Regresso de Jesus!

- E eliminará do Oitavo Dia toda a dor?

- Não. A dor continuará até à Consumação dos Séculos quando, no Juízo Final, todas as decisões definitivas do Livre Arbítrio estiverem tomadas. Mas desde agora a perfeição do Oitavo Dia se revelará na própria Dor, pelo triunfo da Incarnação, tornada Sacrifício Perpétuo, testemunhando a loucura do Amor de Deus!

- Olha: não era do Nono Dia que todos os Sinais te falavam?

- Era.

- E foi dele que estivemos falando?

- Foi. Estivemos falando do seu alicerce e da sua fonte: no Nono Dia todas as fronteiras do possível serão desfeitas, justamente pela força que se irá desprender do Oitavo Dia, o da invencível Misericórdia de Deus!

- Mas então o Nono Dia vem ainda muito longe!?

- Está mais próximo do que julgamos. Porque o Oitavo Dia já triunfou; só falta manifestar-se o seu triunfo!

São 8:12!?

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

277 — Não fomos feitos para esta Jaula

29/12/01 - 4:09

Eu creio no impossível Nono Dia! Eu creio cada vez mais no Impossível. Os limites do possível são aqueles que nós edificámos e a nossa Obra é tragicamente ridícula. Nós fomos feitos para um espaço que nada tem a ver com esta jaula em que nos metemos. Por isso cada vez mais as minhas aspirações extravasam para fora deste recinto asfixiante, em busca da minha verdadeira Pátria. Vejo cada vez com maior clareza que ela se situa toda em território virgem, coisa de que há muito tempo perdemos a memória e que por isso se situa para além das nossas possibilidades.

Mas agora é aí nesse território selado que eu coloco todas as minhas expectativas e invisto todas as minhas forças. É como se este mundo fosse uma casa prestes a desmoronar-se e de onde, portanto, eu tenho que sair antes que me caia em cima. Só quero, com a minha descoberta deste outro mundo, contagiar todas as pessoas, para que ninguém pereça na derrocada.

- Maria, fica sempre em mim, para que a Tua Fé dê consistência à minha e a torne invencível…

- Querias dizer também luminosa…

- Sim, gostava muito de que a minha Fé fosse uma Luz que mostrasse aos corações o que vejo…

- E o que vês já não é impossível, para ti?

- Não! Está tão perto, mesmo ao alcance da mão!…

- Mas, conforme escreves, está vedado às pessoas: para elas continua sendo o território do impossível… Como lho poderás abrir?

- Julgo que só mesmo com a minha Fé: está escrito que ela remove montanhas.

- Mas esta parece enorme… As pessoas sempre tiveram a sua verdadeira Pátria ao alcance da mão, não tiveram?

- Tiveram.

- E vê como fizeram dela o território do Impossível!

- Mas agora, minha querida Rainha…agora Jesus vai regressar… É um tempo bendito, como ainda nunca os homens viveram.

- E o que é necessário para que as pessoas possam sair da sua jaula?

- É necessário que se entreguem à condução do Espírito.

- Mas o Espírito, onde O têm elas, para que O sigam?

- Tão próximo O têm! Está dentro delas!

- É então necessário que as pessoas deixem de ouvir todas as vozes que as rodeiam!?

- É. É só necessário que elas agora entrem no Silêncio da sua Alma.

- E crês tu em que elas farão agora o que nunca fizeram?

- Creio. E vês esta emoção dentro de mim? Elas estão desacreditando de todas as vozes a que até agora se entregaram.

- Não é isso que parece… Não as vês construindo desalmadamente…

- E destruindo desalmadamente! Ah, minha tão sensível Companheira, não vês como se está clareando agora, perante os nossos corações indefesos, o fracasso da nossa Obra?

- E sabes quem está preparando meticulosamente esse fracasso?

- Sei. É Satanás. Meticulosamente ele está levando este mundo ao auge da sua glória.

- E é esse o momento do fracasso?

- Sempre assim foi: chegada ao auge, a glória do mundo esgota-se e revela o vazio das suas entranhas.

São 6:10!