No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

181 — É pelo Coração que A identifico

20/2/01 — 3:51

Da razia que os exércitos do Inferno têm feito nos últimos dias na minha Alma sobressai-me isto: eu estou inteiramente abandonado a Deus. Só n’Ele confio. Só Ele me salva de todas as situações dolorosas. Só Ele entende todos os meus atrevimentos. Ninguém mais conseguiria restabelecer no meu coração a Paz, depois dos abalos que neste caminho sofro.

Ele não vai deixar frustrar a minha Fé. Ele vai ultrapassar todos os limites até onde a minha Fé consegue chegar. E ela não tem já limite nenhum: os seus horizontes são sempre abertos e estão sendo continuamente ultrapassados. É por isso que em regiões tão estranhas a este mundo e ao senso comum só Deus me pode guiar. Por isso, tudo o que eu agora faço é n’Ele e com Ele e por Ele que o realizo. Por isso estes momentos de especial devastação e sofrimento são um preciosíssimo Dom de Deus. Por isso a espera pelo Tempo de Deus é sempre fecunda.

— Maria, onde estás? Onde tens estado nestes dias tão negros e agitados? Como? Também envolvida na mesma batalha que eu?

— Não sabes que é a Mim que o Inimigo pretende atingir?

Maria aparece-me agora vestida com uma daquelas armaduras antigas, de guerreira. Retira da cabeça o elmo e soltam-se-Lhe os cabelos doirados…

— São loiros, agora, os Meus cabelos?

— São. Tu nunca és igual.

— Não? Como consegues então identificar-Me?

— É que Tu és sempre igual.

— Como?

— Acho que é pelo Coração que Te identifico. É o Teu Coração que é um sedutor inesgotável, faz-Te diferente todas as vezes que Te vejo.

— Não serás tu que estás diferente todas as vezes que Me vês?

— Não sei… Se calhar… É verdade que desde este último encontro com Jesus eu nunca estou igual, embora seja sempre igual o Deserto em que vivo.

— E então? Gostas de Mim assim vestida?

— Não há momento nenhum em que eu não goste de Ti. Não há nada que Tu faças que me não encante.

— E que te encanta agora?

— Esse Teu ar decidido e ao mesmo tempo leve… Tu és sempre leve, mesmo com essa armadura, que nem sei se é de ferro…

— A primeira vez que Me viste vestida de guerreira não era assim?

— Não: Tu eras esplendorosa e terrível. Parecia que em Ti se concentrava o fogo dos vulcões, o misterioso ímpeto de todas as energias cósmicas e o portentoso negrume do Abismo.

— E era leve?

— Sempre. Como se bastasse a Tua presença para fazer ajoelhar diante de Ti o Inimigo.

— De medo?

— Acho que não; de encanto!

— Agora o Inimigo não ajoelhou?

— Agora és só a minha Companheira Maria.

— Não sou a tua Comandante?

— És. Mas és Comandante por seres Companheira. É a Tua presença tão próxima que comanda o meu coração e o torna invencível. Bem hajas!

São 5:49.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

180 — Satanás contra Satanás

                       — 9:40:06/7

Só tenho uma hipótese de sobreviver à situação em que me encontro: que o próprio Deus tome conta de mim. Mas existe ainda, para muitos, a hipótese de Deus não existir. E, por mais que isto choque toda a gente e sobretudo a mim próprio, até esta hipótese me varre o espírito, em tangentes instantâneas, afastando-se a toda a velocidade, com uma risada sarcástica. A mais recente insinuação, e a mais diabólica, é a de que eu sou o próprio Rebelde de que falam todos os Profetas actuais e que eu próprio tantas vezes tenho anunciado como aquele que se infiltrará no Santuário de Deus, para aí abolir o Sacrifício Perpétuo, uma vez que - diz a insinuação - o Santuário de Deus se situa, por natureza, nos corações dos homens e é aí que esta pretensa profecia se dirige, com um impressionante espectáculo de falsa santidade; se ela tiver êxito, como o Diabo espera, destruirá, de facto, toda a estrutura da Igreja, corrompendo os costumes pela liberdade que prega, tão absoluta que logo degenerará em permissividade, em libertinagem, em total anarquia, impossível de eliminar. Seria este, então, o completo triunfo de Satanás.

Mas como? Fazendo tal insinuação, não se estará Satanás desmascarando a si próprio, destruindo assim o seu plano? Se isto que escrevo é diabólico, não teria ele toda a conveniência em que eu prosseguisse, entusiasmado com a minha empresa, sem olhar nem para a direita, nem para a esquerda? Deixando-me pôr sequer esta hipótese, não estará ele destruindo o seu próprio reino?

Foi exactamente isto que Satanás fez com Jesus, há dois mil anos! Insinuando, através dos fariseus, que Jesus estaria expulsando demónios e fazendo todos os milagres que fazia pelo poder de Belzebu, príncipe dos demónios, ele estaria, conforme a luminosa advertência de Jesus, contra si mesmo, destruindo assim o seu próprio reino!

Satanás é o monstro mais estúpido que conheço: na sofreguidão de levar por diante o seu projecto de destruir nos corações a memória de Deus, ele faz as mais inconcebíveis asneiras, ao nível da própria lógica que implantou no seu reino. O que lhe importa, neste caso por exemplo, é que eu deixe de escrever. Atira-se então à bruta e às cegas para a frente das pessoas, desmascarando-se de alto a baixo, quando, desesperado, viu que as suas subtilezas não conseguiram travar o que ele tanto odeia. Vai fazer isto muitas vezes quando a Grande Tribulação se aproximar do seu auge.

Por isso Jesus nos ensinou, com a Sua costumada serenidade e lucidez, que quando formos levados perante os tribunais humanos, não nos preocupemos com o que havemos de dizer; deveremos preocupar-nos apenas com a inocência do nosso coração: serão os nossos julgadores que se desmascararão a si mesmos. É preciso deixar a Maldade dar o seu próprio espectáculo!

E isso ela o fará, tanto mais estupidamente quanto mais radical for a inocência do nosso coração.

É a inocência de coração que tudo vencerá. E a inocência manifesta-se numa Fé ingénua no Amor de Deus. Uma Fé a toda a prova, como a das crianças muito pequeninas: mesmo que sofram muito, é sempre nos pais que elas confiam, sem a mínima quebra. Por isso me interessa agora apenas conservar a minha Fé ingénua no Pai do Céu: o que Ele está fazendo comigo é a melhor coisa que agora me pode acontecer.

domingo, 29 de agosto de 2010

179 — E o suspiro abriu o cerco

19/2/01 — 4:55

Tudo se desmoronou. Nunca vivi tão completa derrocada. Aparece-me tudo quanto escrevi como uma prosa intragável, inteiramente balofa. O Céu tornou-se-me de repente também pura fantasia. Estou sentado no meio de uma ruína, sem ninguém com quem partilhe a minha absoluta solidão. Não tenho nenhuma saída: se o caminho que segui até agora conduziu a uma ruína, caminhar em sentido contrário, para o território que fui deixando, é completamente impensável, porque aí então é que já mesmo nada me seduz. O chão é todo preenchido com esta ruína e a abóbada celeste, de um brilho baço, de zinco, não tem uma única estrela. Esta claridade não é sequer o brilho do luar. Parece de dia, mas não se vê vestígio do sol. Incomoda-me uma afta que tenho na boca e está-me a cabeça dorida.

Que faço? Recorro a quem, se na terra ninguém me entenderia, se no Céu…no Céu não há ninguém?

Vou esperar. Vou aguardar pelo romper do dia, para o encher com as tarefas que me esperam: tenho a rotina diária, tenho os testes de uma turma para ver e tenho que elaborar um teste para uma outra turma. Posso fazer tudo como autómato, mas não vou deixar de fazer nada do que o meu dever exige que faça. E vou ver se arranjo tempo para escrever tudo o que se passar dentro de mim. Porque nisto eu continuo acreditando: só dentro de mim encontrarei a saída para este diabólico cerco. Vou, portanto, fazer desta espera uma busca incessante de todos os recantos da minha Alma. Dizem-me os sábios e prudentes que, se faço assim, acabo por asfixiar e morrer. Mas eu respondo-lhes que, para me puxar para fora, já tenho todos os meus deveres perfilados, à espera. E que, para o lado de dentro, não está tudo ainda explorado…

Vistes, meus irmãos, aonde me conduziu a busca de Deus? Vedes a que provas pode ser sujeita a nossa Fé? Reparai: Não tenho nada mesmo que me fale de Deus, nem lágrimas. Os meus costumados Sinais, nem sequer esses os tenho, porque se o Céu me desapareceu, muito mais os algarismos perdem todo o significado. Só mesmo um acontecimento inesperado me poderá abrir qualquer brecha neste cerco.

Mas se esse acontecimento não vier? Alto! Aconteceu agora, quase imperceptível, um muito breve suspiro. E este impulsozinho tão leve veio dizer-me que estou vivo onde tudo parece ter falhado: no coração. E esta avezinha tão leve, que tão depressa veio como desapareceu, falou-me de uma qualquer abertura neste cerco. Justamente uma abertura para dentro…

Sei que de mim mesmo não posso fazer nada, agora, senão continuar a crer, isto é, a dar o coração - todo o que tenho em cada momento. Esta é a única iniciativa que eu posso tomar: continuar a desejar, com todas as forças do coração, muitas ou quase nenhumas, que Deus venha buscar-me. E Deus vem. Tem que vir!

São 7:11!

sábado, 28 de agosto de 2010

178 — A Fonte de toda a Variedade

                       — 11:08:08/9

O Sinal do fim da vigília explicita de forma muito clara a natureza da Paz de Deus. Ela é justamente Diversidade na Unidade. Mas a interrogação que coloquei manifesta a minha surpresa por aquele Sinal vir logo a seguir à declaração de que Maria neutralizará por completo a acção da Serpente. Advertiu-me assim Jesus de que a obra de Satanás consiste precisamente em eliminar a Variedade e que é justamente a Fonte da Ternura de Deus manifestada em Maria que restituirá à terra a Diversidade perdida e, com ela, a Unidade.

Da Variedade fez o Diabo, de facto, Divisão, convencendo cada homem de que seria um deus, o que o levou a tentar pôr todos os seus semelhantes ao seu serviço. E não nos enganemos: Satanás faz isto da forma mais disfarçada que se possa imaginar. Assim, pode um impressionante espectáculo de “caridade”, ou de “generosidade”, ou de “altruísmo” encerrar uma bem disfarçada intenção egocêntrica. Pode até uma atitude de fragilidade ou de impotência encobrir uma perversa intenção de pôr os outros ao seu serviço.

Só a Cheia de Graça nos poderá ensinar de novo a dar de graça. E entendo que dar é, acima de tudo, largar a tentação da posse, olhar cada um para si mesmo e reconhecer a sua extrema humildade de grãozinho de pó. Como a Virgem de Nazaré. Largar tudo àqueles que tudo querem. Reconhecer-se puro Dom. É este o alicerce de toda a Variedade. De facto, só naquele que assim se reconhece nada, pode Deus iniciar a realização do Sonho que veio sonhar para o meio de nós: transformar-nos em Fontes divinas que eternamente O surpreendam a Si próprio!

Só na nossa humildade pode Deus fazer “grandes coisas”, como foram aquelas que realizou na nossa pequenina Irmã de Nazaré. E está aqui a Fonte de toda a Variedade, porque Deus não faz duas “grandes coisas” iguais. E é esta atenção exclusiva ao trabalho de Deus em nós que nos libertará da tentação de atrairmos a atenção dos outros, desviando assim do Único Centro os olhares dos nossos irmãos.

Só deste modo o nosso olhar se tornará também um olhar terno, filho do Olhar do Pai, presente de forma encantadora diante de nós no Olhar da Mãe de Deus. Deixaremos então de querer conquistar os outros, mas pelo contrário olharemos para eles com os olhos muito largos das crianças, para quem tudo no mundo é surpresa que recebem através daquelas suas janelas enormes escancaradas, com o ar espantado e feliz que lhes conhecemos. É assim que vejo também o Olhar da nossa inocente Maria: muito largo, muito aberto para todo o Horizonte do Mistério que, como sabemos, se abre sempre para novo Horizonte…

Só um olhar assim virgem é verdadeiramente terno, porque nos revela também a nós como únicos, como surpresa para a pessoa que nos olha. Mas aqui confesso que não tenho ainda este olhar. O meu olhar é muitas vezes ainda turvo de insegurança, de tristeza, de dor. Mas julgo que é por nunca ter encontrado ninguém assim de olhar liberto e grande como o Olhar de Maria. Por isso me dá tanta pena das pessoas todas. Todas. Dos pobres, mas também dos ricos. Dos que são atribulados com todas as dores, mas também daqueles que passam a vida divertindo-se. Não encontrei ninguém ainda com o olhar virgem da minha Rainha e minha Mãe e minha Irmã e minha Enamorada Maria. Ninguém. Por isso também o meu olhar ainda só quer ser inteiramente aberto, mas não consegue…

Quem olhar para mim agora julgo que encontrará um olhar desfalecido. Desfalecido de uma espera que só o Olhar de Deus presente na minha Companheira Maria me mantém ainda firme. Porque Ela confia em mim e faz-me sentir único. Quando me encontrar com todos os outros que sei estarem também assim quase desfalecidos neste mesmo Deserto, então terei de repente a verdadeira visão da Variedade! E o meu olhar caído tornar-se-á cheio de límpida Ternura, muito largo e tranquilo. Porque nessa hora cada um dos meus companheiros será pura surpresa para mim e ao mesmo tempo o sentirei tão próximo, que me parecerá tê-lo conhecido desde o início da minha existência!

— Maria, se pudesses falar comigo um pouquinho…

— Sim, conta-Me tudo o que pesa no teu coração.

— E Tu não sabes?

— Não. Só sei que te está doendo muito. Mas até a tua dor é surpresa para Mim.

— Como? Não sabes o quanto me está sendo insuportável esta Escuridão?

— Sei que dói muito. Mas quero que me digas exactamente o que te dói.

— Agora a dor atinge-me até a cabeça!

— Ah! Então lembra-te: não é na cabeça que está a central de comando do Dragão?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

177 — A firmeza serena do Olhar do nosso Papá

18/2/01 — 5:16

O Diabo desespera de me puxar para o seu lado, de me destruir. A imagem que vejo é a de alguém contorcendo-se de raiva, agitando-se em movimentos descontrolados, berrando insultos sem nexo, dirigindo ao Céu imprecações que ele sabe não O tocarem sequer.

Jesus amplia-me agora esta imagem a um nível cósmico. O Diabo torna-se então um gigantesco e bruto mostrengo, soltando urros medonhos que ecoam por todo o Espaço, tentando, com a hercúlea força dos seus braços, retirar das suas rotas os corpos celestes que consegue abarcar, a ver se desequilibra o Universo e o projecta no Caos.

Imperturbável, a Máquina cósmica continua marcando o Tempo, sem que o mais pequenino corpo celeste se afaste um milímetro sequer da rota que lhe está traçada pelo Olhar do Pai do Céu!

Meu querido Paizinho! Só me apetece pendurar-me no pescoço d’Ele, apertá-Lo muito contra o meu pequenininho coração, por causa da serenidade daquele Seu Olhar! Satanás pode urrar à vontade e gastar todas as suas forças a tentar descontrolar o Universo até ao Caos: ao Caos nem um átomo regressa, depois de de lá ter saído! É impressionante a firmeza serena do olhar do nosso Papá. Se todos os demónios saíssem ao mesmo tempo do Abismo, a fim de retirarem da sua rota uma única partícula de um átomo, não o conseguiriam!

Só o homem, esta insignificanciazinha que se move à superfície da terra, consegue embaciar o brilho tranquilo do Olhar do nosso Pai! Até que, de quando em quando, essa leve névoa se Lhe desfaz numa enorme Lágrima que vai cair, inteira, no Planeta Azul, encharcando-o com a Mágoa e a Ternura que transporta. Mas os homens misturam a água salgada da Lágrima de Deus com a água estagnada que aprisionaram em reservatórios e canais. E aqui sim, o Diabo sente-se vingado de não poder alterar uma única rota no Universo. Aqui, sim, apenas mercê da sujeição do homem ao seu projecto, o Diabo consegue calar e esmagar a própria Ternura de Deus!

Mas desespera. É certo que a Mágoa de Deus ele conseguiu transformá-la em indiferença e a Ternura em impotência. É certo que Deus hoje já só impressiona meia dúzia de corações sobre a terra. Mas Satanás não consegue calar a insegurança que o rói. Ele sabe que no fundo do coração humano a vontade do homem continua livre e pode acordar de um momento para o outro. Ele sabe que há dois mil anos o Filho de Deus trouxe à terra a missão de recolher todas as Lágrimas do Pai e que as Decisões de Deus são irreversíveis e fatais. Ele sabe que logo na altura em que seduziu o homem para a Rebelião, Deus decretou que a Mulher lhe iria esmagar a cabeça.

E desespera: ele sabe que, se esta Profecia sai à rua, a Mulher lhe esmagará não só a cabeça, mas o corpo todo!

São 7:31!?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

176 — Desinteresse

                       — 19:09:34

Já há vários anos que a minha situação interior não atingia este estado. Solidão e frieza sempre as houve, mas agora à devastação geral junta-se o desinteresse. Parece que até a fome e sede me desapareceram. Não me apetece nada senão descansar. Tudo quanto escrevi me parece agora um montão de palavras, impressionante no tamanho, mas sem interesse para ninguém.

Jesus pediu-me que fosse sempre sincero e eu estou sendo-o o mais que posso. Vislumbro agora, no meio desta prostração, que a própria sinceridade, assim pura e límpida, é autêntica Voz de Deus. Uma Voz incarnada subindo directamente ao Pai, seja quando está feliz, seja quando sofre, seja quando agradece, seja quando se queixa. Só não é de Deus o que em nós é postiço; a falta de Verdade é tudo o que há de mais contrário a Deus. Quando, pois, deixamos jorrar da nossa Alma, com inteira limpidez, o que lá se encontra e assim conforme ele nos sai o elevamos ao Céu, está nesta nossa atitude Jesus partilhando com o Pai a dor da Incarnação.

Na inteira sinceridade perante o Pai, é o próprio Espírito que, liberto, está ligando a terra ao Céu. Se a nossa carne estiver inocente desta frieza e deste desinteresse por se ter entregue sem reservas ao Caminho de Jesus, nós somos em verdade oração pura, que o Espírito transporta até ao Coração do Pai do Céu. O que importa, pois, é nunca desistir de elevar ao Céu a nossa Alma, esteja ela conforme estiver.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

175 — Se me faltar a direita, escreverei com a esquerda

17/2/01 — 3:42

Novamente o Sinal de anunciar e testemunhar! Estou sempre aberto ao âmago da minha Alma, a ver o que o Senhor me quererá com tão insistente mensagem; neste momento continuo a não ver outra coisa senão um terno pedido para que escreva. Parece que Jesus põe mesmo um especial cuidado em que eu não pare com esta escrita.

E sinto esta insistência do Mestre confirmada com um facto intrigante: desde ontem que, sem mais nem para quê, se me ferrou uma dor estranha na mão direita, a que escreve. Não bati com a mão em lado nenhum: é uma dor íntima, nos ossos. Parece uma dor arranjada de propósito, justamente para me impedir de escrever. Pode ser qualquer mazela anunciando a velhice, como outras que já ameaçaram aparecer. A verdade é que elas aparecem todas em sítios estratégicos, para dificultar o cumprimento da minha missão. Pode ser até que esta dor desapareça de repente, como apareceu: ela tornou-se já para mim um Sinal de que o Demónio quer, a todo o custo, fazer frustrar o caminho que venho seguindo.

Mas não vai conseguir; se me impedisse de escrever com a direita, aprenderia a escrever com a esquerda: eu sei que a minha missão se cumprirá fatalmente. E quanto maiores forem as dificuldades, maior gozo dará ao Espírito levá-la por diante e há-de fazê-lo com redobrada eficácia. Só não chegará ao seu termo se esta não for uma Obra de Deus. E isso eu não o consigo admitir: é impossível que Deus me tenha enganado este tempo todo. É verdade que Ele já me “enganou” várias vezes, mas esses Seus “enganos” foram sempre momentâneos e sempre relacionados com o caminho e nunca com o objectivo, porque esse Ele o atingiu de forma perfeita. Trata-se, portanto, em verdade, não de enganos de Deus, mas de deficiência minha. E o mais espantoso é que Deus Se serviu justamente da deficiência para dar eficácia à realização dos Seus desejos a meu respeito!

— Maria, vem amparar-me nesta fase tão difícil que atravesso. Leva ao Teu Jesus a minha multiforme deficiência, para que Ele faça dela pedra sólida do alicerce da Igreja ou fertilizante das Sementes que forem sendo lançadas à terra a partir destes Diálogos. Leva até Ele o meu desejo de que venha na Hora perfeita, mas que, se possível, apresse essa Hora.

— Tu sabes que Ele está vindo já, cavalgando o Dilúvio de Luz, a partir do mais fundo dos Infernos. Pudessem muitos corações ver o que já estás vendo!…

— Mas, vá lá, concorda comigo: não é dura esta via da Fé? Este dar passos sem nada ver?

— Concorda então também tu Comigo, vá lá: conheces algum Profeta que tenha arrombado tantos muros como a tua Fé arrombou? Conheces algum coração que tenha visto com tamanha claridade os campos livres do Reino de Deus?

São 5:28!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

174 — Só na insegurança testemunharei a segurança

                       — 18:52:31

— Maria, diz-me se Jesus está contente comigo.

— Achas que Ele pode ter alguma razão para não estar contente contigo?

— Não sei… Às vezes fico tão sozinho… Fica tudo silencioso à minha volta e só as minhas deficiências me cercam de todos os lados.

— E que te dizem elas, as tuas deficiências?

— Dizem-me exactamente que estou cheio de deficiências, que de mim nada posso fazer, que estou todo dependente da acção de Deus em mim.

— E não sentes Deus actuar em ti?

— Nestes momentos em que assim me sinto, não. São aqueles momentos - lembras-Te? - em que Te peço assim: Mamã, protege a minha vida! É exactamente a sensação de estar completamente desprotegido neste mundo que nessas alturas me invade.

— Olha, Meu menino: tu sabes quantos milhões de Almas são dominadas por momentos desses continuamente?

— Deve haver muitas, sim… Esta sofreguidão pelo dinheiro e pelos bens materiais parece mesmo uma contínua tentativa de atenuar essa mesma sensação contínua de insegurança.

— pois é. E vê bem: tu até só atravessas esses momentos de vez em quando…

— Deus quer que eu participe na insegurança de todos estes milhões de Almas?

—Deus quer que a tua Fé seja um rochedo inamovível. É preciso que dês perante os teus irmãos um testemunho radical de segurança.

— E é assim, sentindo-me às vezes completamente desprotegido, que o meu testemunho pode ser sólido?

— Quando te sentes assim desprotegido agarras-te ao dinheiro?

— Fico preocupado quando o dinheiro ameaça faltar-me para as despesas correntes.

— Desaparece nessa altura a Força que te protege?

— É aqui mesmo que eu quero chegar: às vezes não sinto essa Força.

— Se a sentisses, ficavas tranquilo?

— Certamente.

— E como participarias na intranquilidade dos teus irmãos?

— Mas eu não tenho que dar um permanente testemunho de tranquilidade?

— É esse o desejo de Jesus. Como poderias de outra forma guiar o Seu Rebanho?

— Não sei se entendo, minha Irmã querida: para que eu dê um permanente testemunho de tranquillidade é necessário que participe na intranquilidade dos meus irmãos?

— Não é preciso que lhes mostres onde está a verdadeira segurança?

— É.

— E mostrava-lo melhor se não conhecesses a insegurança?

— Não sei se já entendo…

— Diz o que entendes.

— Nunca seria modelo de segurança se aparecesse diante dos meus irmãos como um homem impecável, longe sempre do lugar onde eles se encontram; só darei um verdadeiro testemunho de segurança se de todas as situações de insegurança comuns a todos nós eles me virem caminhar para os Braços de Deus como quem sabe que em nenhum outro lugar deste mundo se pode achar um refúgio seguro.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

173 — Celeiros cheios e prontos

                      — 9:41:34

São os Sinais numéricos que têm despoletado e balizado a Revelação de Deus nesta Profecia. Mesmo quando tudo parece esgotado, os algarismos, que são só dez, têm-me aberto sempre novas portas para novas zonas do Mistério. Estes agora, por exemplo, pedem-me que seja Mensageiro da Unidade e da Diversidade. E quantas vezes já mo não pediram? Que Novidade quererão eles ainda mostrar-me?

— Maria, porque estás tão calada? Vês que, no esforço para rasgar a Noite que me envolve, me fica a cabeça pesada de dor? Como devo fazer?

— Porque não paras de escrever?

— Porque os Sinais me estão pedindo continuamente que anuncie e não se me abre nenhuma outra porta para o anúncio senão esta escrita.

— Não é um anúncio…para a gaveta? Um anúncio, portanto, inútil?

— Surpreende-me, Companheira tão discreta e fiel; eu tenho já uma reposta para aquela Tua pergunta.

— Escreve então a resposta que darias.

— Eu não escrevo para a gaveta; escrevo para o celeiro, a fim de aí estarem prontas as sementes para alimentar as multidões logo que a fome do Céu as devore.

— Vês? Não era bem esta resposta que ias dar, pois não?

— Não: agora fiz uma referência inesperada à fome das multidões…

— Uma fome também inesperada!?

— Sim, foi isso que de repente vislumbrei.

— Vê então se fixas de novo o lugar que assim de repente se te iluminou.

— Esta Profecia alimentará com uma abundância interminável a fome e a sede que o novo Pentecostes despertará nos corações, em breve.

— Quando alguém te pergunta qual é o tema desta Profecia, que respondes?

— Fico sem resposta. Não sei. São todos e não é nenhum. É só uma Luz que alastra sempre e à medida que avança semeia de Vida o território andado e ilumina sempre territórios novos, lançando neles, ainda e sempre, sementes de Vida.

— Sementes! As mesmas que disseste estarem-se acumulando no celeiro?

— Sim, mas agora vejo que o celeiro é a terra inteira e o próprio Céu presente no coração dos homens! Quando eles acordarem, é só abrir a boca e comer…e beber até ficarem saciados!

— Vês? É então necessário que não pares de aprontar os vasos destas sementes, para serem enviados a toda a terra.

— Referes-Te aos livros?

— Sim. Não pares a edição dos livros.

— Tu sabes que só quatro livros estão escritos pela máquina que rapidametne os pode colocar em qualquer parte do mundo.

— E não sabes tu que Eu sou a eterna Noiva do Espírito, o absoluto Senhor de todo o movimento, imediatamente após as decisões do Livre Arbítrio de homens, de anjos e do próprio Deus?

— Por isso Ele vai satisfazer os teus mais ínfimos desejos, nesta Batalha?

— Vá, faz só o que Eu te digo, na medida das tuas capacidades. Nada mais te é exigido. Deixa tudo o resto Comigo, Meu pequenino Soldado de Luz!

— Já não falta muito, pois não, querida Chefe, para descer à terra o Construtor de toda a Diversidade e de toda a Unidade!?

sábado, 21 de agosto de 2010

172 — Anátema sobre a Cidade e o Templo modernos

16/2/01 — 3:01

Julgo que o Demónio me está atacando agora numa outra frente: estou sentindo sintomas de cansaço cerebral, coisa que há vários anos tinha desaparecido das minhas preocupações. Tem sido, de facto, maior agora a dificuldade em encontrar as palavras para exprimir o que vou sentindo e que a minha Fé crê ser Voz de Deus, e neste esforço fica-me a cabeça algo dorida, perco o sono para o resto da noite, acordo mais cedo e à noite não me dá o costumado sono que me fazia cair na cama e adormecer instantaneamente. Hoje, por exemplo, ainda só dormi duas horas e sinto que me vai ser difícil, depois da vigília, voltar a adormecer. Seria, pois, uma grande vitória para o Demónio se ele conseguisse, por este processo, fazer-me parar com a escrita ou, de qualquer forma, diminuir-me nas minhas capacidades mentais. Ele não desiste nunca de tentar neutralizar-me, seja de que maneira for. Esta escrita representa, de facto, para ele, o completo descalabro do seu reino, porque postula um abandono radical de toda a Civilização. A obra humana é, de facto, a sua grande glória. Começou a edificá-la no próprio momento do Pecado Original, como alternativa à Obra de Deus. Sabemos que nada conseguiria sem o homem, mas a verdade é que o homem se lhe submeteu e Deus ficou amarrado à Sua louca decisão de ter criado o homem livre. Foi, pois, com estas sucessivas gerações de escravos voluntários que Satanás conseguiu levar a Cidade até às mais inacessíveis montanhas e aos mais fecundos vales do Planeta Azul. Falta pouco para poder proclamar, aqui, onde está o Berço do homem, o seu completo triunfo sobre a Obra de Deus.

Ora eu não encontrei ainda nenhuma Profecia que tão às claras viesse declarar a Civilização em bloco como obra de Satanás e seus anjos. Só aqui nestas páginas é que ela é vista assim, nesta tão simples como terrível claridade. Estava já tudo dito, é claro, Jesus havia já pronunciado sobre a Cidade e o seu templo as terríveis palavras que ninguém levou a sério: Não ficará pedra sobre pedra! E hoje volta a pronunciá-las, mas agora de uma forma que ninguém poderá dizer que não entendeu. São tão claras e terríveis estas palavras, que provocarão o maior abalo jamais visto sobre a terra.

Por isso não pode o diabo deixá-las chegar aos ouvidos dos seus escravos. Porque, se as ouvem, tal como outrora no Egipto, é todo um povo de escravos que tomará consciência clara da sua situação e acreditará na possibilidade de se libertar. Satanás sabe que, se isto acontecer, este povo sairá para o puro Deserto à procura da sua verdadeira Pátria e este Êxodo será imparável. Mais sabe Satanás — e isto constitui para ele a maior das preocupações — que os escravos detêm o segredo de todos os seus milagres, especialmente daqueles com que no último século levou ao apogeu o brilho da Cidade e não duvida de que eles utilizarão tão eficazes meios para destruir aquilo que, no tempo da sua cegueira, com tanto suor e com tanta dor levantaram ao serviço de uma pátria que não era a sua. Até que os próprios instrumentos os abandonem, por inúteis, e também eles, decompondo-se, regressem ao lugar de onde foram tirados.

É esta uma perspectiva tão negra para o Diabo, que ele tudo fará para a eliminar do horizonte. Não sei, portanto, a que tropelias irá estar sujeito o Mensageiro destas palavras e todos aqueles que, acolhendo-as no coração, delas se fizerem igualmente mensageiros. Tenho, contudo, uma certeza: a alegria de uma tão inteira Libertação suplantará todos os medos e nenhuma dor será mais forte que o desejo do Regresso à nossa definitiva e verdadeira Pátria.

Espero, por isso, muito tranquilo, os passos deste processo que sei ter sido já desencadeado. E já nenhuma dor de cabeça me desvia um milímetro sequer do caminho da minha Fé. Até esta longa espera me está inundando de uma tranquilidade e de uma alegria inesperadas: eu sei que o Espírito está fazendo, inexoravelmente, cada coisa na hora perfeita! Tão grande é a minha Fé na Eficácia do Espírito, que estarei acreditando em todas as palavras que tiver escrito, mesmo que à hora da minha morte nenhuma delas se tiver visto realizada!

São 5:59!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

171 — Ele espera por nós

12:14:32

Já há muito tempo que não me interrogo para que quer Jesus tão longa escrita: as finalidades de Deus são cada vez menos a minha preocupação. Só me interessa ouvi-Lo com nitidez, para poder fazer exactamente o que Ele quer.

Vivo, por isso, numa situação que não compreendo: por um lado tenho um mar de coisas lindas para comunicar às pessoas e os Sinais pedem-me precisamente que as anuncie, mas por outro lado uma estranha inibição me prende ao meu espaço habitual e não sinto o mínimo impulso para divulgar a Mensagem que tenho até pronta para entregar às pessoas.

O impulso mais saliente em mim agora é para esperar. E é esta força interior que me elimina qualquer iniciativa para sair de onde estou. Apenas continua vivo o impulso para escrever; tão vivo, que enfrenta e vence toda a inércia, toda a má disposição, toda a frieza!

Custa muito esta espera, mas vejo que ela encerra imensos tesouros. Tão importante ela é, que me parece agora querer Deus justamente que aqui fique gravado apenas o meu testemunho desta entrega radical à Voz que me vem de dentro, mesmo que ela me diga apenas que espere, sem sequer me dar qualquer justificação. Parece ser esta, portanto, a grande mensagem destes últimos tempos da minha conversão: esperar sempre, até ao ilógico, até ao irracional, até ao absurdo, pelo Tempo de Deus! É justamente este o mais espectacular Testemunho do Seu Amor: Ele espera por nós!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

170 — Diante de um exército inteiro

15/2/01 — 4:48

— Maria, vê há quanto tempo estou à espera…

— Tenta dizer de que estás à espera.

— De quê? De tudo. Neste momento não tenho nada do que desejo. Até a Ti eu não tenho e estou a falar Contigo.

— Quem sou Eu então?

— És só o desejo de estar em Ti e a certeza de que Tu me ouves.

— A Voz que te responde de onde vem?

— Não sei… Forma-se na própria frieza em que me encontro. Aparece, simplesmente, na insuportável secura deste Deserto. Vês o esforço que tenho que fazer para captar esta Tua tão sumida Voz?

— E não encontraste ainda nenhum motivo para que isto te aconteça?

— Não. Tu sabes que eu só vou tacteando os Sinais.

— E que te dizem eles?

— Ultimamente insistem-me muito de novo em que vá, que anuncie. Mas por outro lado não se me abre nenhuma porta… Como posso entender isto?

— Não achas que seja o Demónio o autor desta situação?

— Até o Demónio o não sinto agora; sinto só mesmo este muro fechando-me todos os caminhos.

— Tu sabes que o Demónio sempre se esconde. A sua maior cilada é justamente dar a entender que não existe.

— E não podes então, Senhora, tirar-lhe a máscara e mostrar-mo, bem descascado e nu? Eu acho que não iria ter medo dele.

— E para que o querias ver?

— Não sei. Não suporto que as pessoas façam as coisas sem se mostrarem.

— Escreve o que te inundou agora o espírito.

— Foi mesmo isso: uma inundação! Como se o Inferno inteiro levantasse as armas em sinal de vitória e dissesse: Apanhámos-te! Quem mais Se esconde é Deus!

— Estás então diante de um exército inteiro!?

— Estou.

— E já tens resposta para ele?

— Já, aqui bem fundo, no coração. Mas ajuda-me a escrevê-la.

— Não parece verdade o que os diabos dizem?

— Parece. O que os diabos fazem parece sempre tudo certo.

— Repara: não acabaste de dizer que Eu própria te falo escondida?

— Sim, mas a culpa não é tua.

— Não sou Eu a Rainha do Céu? Não sou a Comandante desta Batalha? Achas tu que Eu teria alguma dificuldade em neutralizar completamente o Demónio e todo o seu exército?

— Acho. Acho que tens sempre a mesma dificuldade do próprio Deus, uma dificuldade inultrapassável: o Livre Arbítrio do homem!

— Como? Tu não Me queres junto de ti?

— Quero. Muito. Mas não Te quer o mundo. E eu aceitei meter-me no mundo com Jesus - e Contigo, naturalmente.

— Aceitas então sofrer o que Eu sofro pela multidão dos corações que Me não ouvem e de que tenho que Me manter escondida porque eles Me não querem?

São 7:26!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

169 — O Espírito será o nosso coração

                        — 9:41:31

A folha da vigília ficou a marcar “A Verdadeira Vida em Deus” numa página onde os meus olhos foram agora atraídos pelas seguintes palavras: “Eu dar-lhes-ei nervos e, desse modo, esses ossos espalhados juntar-se-ão; neles crescerá a carne; sobre eles estenderei a pele e neles infundirei o espírito e reviverão; Eu farei deles um só Corpo…e levá-los-ei de novo à vida. Enviarei o Meu Espírito Santo, a fim de soprar nas suas narinas o mais poderoso dos sopros que os fará reviver e os fará pôr de pé para Me glorificarem” (30/5/93).

Está aqui, nitidamente, a promessa da Nova Criação do Homem. A Primeira Criação, reduzida pelo Pecado do homem a ossos ressequidos e desconjuntados, vai levantar-se de novo daí, desse estado de desagregação e morte, outra vez através do Sopro da Vida, agora mais forte que nunca. Este poderosíssimo Sopro acontecerá depois de àqueles ossos terem sido dados “nervos” que os agregarão, para sobre eles crescer “carne” e, sobre a carne, a “pele”. Estará assim reconstruída a estrutura material da carne humana; falta ainda que a essa carne venha o “espírito”, inundando-a, para que possa reviver, ainda só ao nível da pureza dos seres vivos que povoam a terra…

Sim, repare-se que só agora Jesus fala da descida do Espírito Santo. É este um momento único na Reconstrução do Homem. Acontecerá apenas quando o novo Homem já tiver “narinas” que possam aspirar, no corpo já purificado, o próprio Espírito de Deus! E a tal ponto elevará o Espírito Santo o nosso ser já de novo vivente pela acção de Jesus, que o fará divino, exactamente como o Corpo de Jesus! Ouça-se o próprio Verbo falando: “Ser-vos-á dado o Meu Espírito Santo, para que Se torne o vosso coração” (ibidem)!

Se eu pudesse, escreveria estas palavras a fogo em todas as rochas da terra! Não as passeis à frente, meus irmãos, por favor: o nosso coração será o próprio Espírito de Deus! Não creio que se possam ler de outra maneira aquelas palavras. Exactamente o que o Espírito Santo é para Jesus, sê-lo-á também para nós! Releia-se todo este texto que a “secretariazinha” de Deus escreveu, actualizando e ampliando para o nosso tempo a profecia de Ezequiel (Ez 37, 1-14).

São sempre vivas as palavras que escrevo, porque Jesus me não deixa escrever o que não vivo. E é bem no Vale da Morte que Jesus me tem levado a viver, julgo que desde que existo, mas com verdadeira consciência desse facto só a partir do momento em que comecei a escrever esta Profecia. É, pois, como se estivesse sempre topando com ossos dispersos, com carne apodrecendo, com a própria secura e frieza da morte. Até que toda a Civilização se me tornou um fantasmagórico, gigantesco mausoléu, onde toda a nossa carne se está decompondo, onde a cada passo deparo com as mesmas ossadas da visão de Ezequiel e da nossa frágil Vassula.

Mas é aqui, no Vale da Morte que, por contraste, se agiganta diante de mim a Misericórdia e a Ternura de Deus, tão próximas justamente desta nossa tão confrangedora miséria. É por isso que eu creio até à medula do meu ser na Descida próxima do Espírito!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

168 — Onde é o Deserto?

14/2/01 — 3:21

— Maria, onde estás, que te deixaste resfriar também no meu coração?

— Eu estou sempre no exacto lugar onde tu Me procuras.

— Basta então procurar-Te para Te encontrar?

— É claro, Meu pequenino! Como podes imaginar Deus afastando-Se ou ficando insensível a quem O procura?

— Todas as vezes que Te procuramos a Ti, é Deus que procuramos?

— Sempre que decididamente abandonais o lugar onde vos sedentarizastes e onde pretendestes fazer o cento do mundo apara irdes à procura do Centro Único de tudo quanto existe, estais já vivendo uma verdadeira vida em Deus.

— Este Deserto então…

— É Deus vivendo a rejeição do Seu Amor.

— Então logo que começamos a caminhar para Deus, estamos atravessando, incarnados com Ele, o Deserto que interpusemos entre nós e Ele!?

— Sim, sentir este mundo como um Deserto é justamente a maior prova da autenticidade divina do Caminho que segues, Meu pequenino.

— Ah, entendo agora porque pediu Jesus ao Pai que não nos tirasse do mundo!

— Pediu e pede. Não conseguirás abarcar nunca o Amor com que Ele acompanha esta vossa caminhada por entre os vossos irmãos, até à Morte e ao Renascimento!…

— Então todos aqueles que O seguem são a nossa carne humana invertendo o processo de decomposição em que nós a lançámos, até ao seu pleno Renascimento!?

— Sim, toda a conversão segue sempre o caminho incarnado de Deus.

— Por isso aquele que se converte é aquele que mais ama todos os homens!?

— Sim, seguir Jesus é converter-se ao mais concreto e verdadeiro Amor.

— Então todo o convertido tem que fazer o caminho do Deserto até ao fim dos seus dias sobre a terra!?

— É verdade! Parece-te muito? Demais?

— Compreendo agora que não pode haver outro caminho: convertendo-nos a Deus, convertemo-nos ao Amor verdadeiramente incarnado!…

— Naturalmente, até que a vossa vida na carne chegue ao fim!

— É claro, minha doce e sábia Irmã! Como é que eu não tinha visto isso?

— Já sabes então agora que o Deserto de Jesus não durou quarenta dias!?

— Já. Durou trinta e três anos! Ele viveu sempre em absoluto Deserto, que se foi intensificando até à total Solidão, que atingiu uma intensidade inimaginável a partir do Getsémani até à descida ao mais fundo dos Infernos.

— Diz então, Meu menino, o que significaram os quarenta dias de jejum de Jesus no deserto.

— Significaram só uma preparação para o embate mais violento da Sua vida pública. E foram um espectacular Sinal de rejeição do caminho fácil: o que o Diabo aí quis foi justamente que Jesus desincarnasse!

São 5:37/8!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

167 — Fazer surpresas a Deus

                      — 9:38:45

Atravesso de novo um momento de especial secura. Poderia, em casos destes, pôr-me a fazer qualquer coisa que me espevitasse as emoções fazendo, por exemplo, um difícil jejum, fazendo longas orações, de braços levantados… Mas sinto sempre que não devo fazer nada disto; quero que seja Jesus a dizer-me o que devo fazer e fico assim muito tempo à espera, à espera. Só Lhe peço muito que me diga o que quer que eu faça.

Mas às vezes, como agora, surge-me algures cá dentro esta interrogação: não ficaria o Céu feliz se eu Lhe fizesse uma surpresa, tomando a iniciativa de executar qualquer acção, sem que para isso tenha recebido qualquer impulso do próprio Céu?

Mas esta minha interrogação está-me surgindo agora mesmo no coração como uma rematada palermice: a própria iniciativa de fazer ao Céu uma surpresa seria sempre um Dom de Deus! Não vem de Deus tudo o que é bom?

— Maria, vem, com a Tua simplicidade, esclarecer-nos sobre esta nossa condição de sermos livres e ao mesmo tempo de nada podermos fazer de bom a não ser em Deus.

— Não andaste já passeando tantas vezes pelo Mistério do Livre Arbítrio?

— Pois andei. E só fiquei pasmado. Parece-me que há ainda tudo para ver.

— Que te está prendendo agora especialmente o olhar do coração?

— Aquela afirmação de Jesus uma vez, muitas vezes escrita nestas páginas, de que nós podemos surpreender Deus. Como podemos surpreendê-Lo, se tudo quanto possamos fazer de bom sempre d’Ele próprio virá e apenas n’Ele subsistirá, já que fora d’Ele nada existe?

— Olha: Jesus pode fazer surpresas ao Pai, ao Espírito?

— Claro!

— E há alguma coisa no Filho que não seja já do Pai ou do Espírito?

— Não: nada pode existir que não exista simultaneamente nas Três Pessoas da Santíssima Trindade.

— Como pode, portanto, Jesus surpreender o Pai e o Espírito?

— Não sei. Muito menos hoje, em que a secura me aperta de uma maneira muito especial, como Tu sabes.

— Que fizeste agora?

— Não vi saída nenhuma para este diálogo, parei de escrever e voltei-me para Ti, pedindo-Te que me não deixasses escrever nada que não fosse a Verdade.

— Havia alguma razão especial para isso?

— Havia: à minha frente estava só um muro branco e a minha Fé parecia que se iria quebrar toda contra ele.

— E que força te projectava contra esse muro?

— Não sei… Era talvez a sensação de que eu me estaria a meter onde não era chamado.

— Sim? E quem te tinha metido aí nesse caminho por onde estavas avançando sem que tivesses sido para aí chamado?

— Não faço ideia… O Diabo? Eu próprio, por iniciativa minha?

— Não consegues decidir ou determinar o que se passava?

— Não. De modo nenhum.

— Então porque te não ofereces assim tal como estás, com toda a tua incapacidade, a Jesus, em Quem tanto confias? Já te esqueceste de como é bom reconheceres-te incapaz?

domingo, 15 de agosto de 2010

166 — Entregar tudo às Asas do Espírito

13/2/01 — 4:07

Jesus está-me continuamente falando da urgência do anúncio desta Sua Mensagem, mas mantém-me ali fechados no armário praticamente todos os cinquenta exemplares da segunda edição do primeiro volume dos Diálogos. E, para grande surpresa minha, uma grande Paz me inunda. A minha preocupação é, apenas, estar atento ao mínimo Sinal, seja de que tipo for, venha ele de onde vier.

Assim, perante tão intensos Sinais de testemunhar e anunciar, faço só o que vou entendendo em cada momento. Estou, por isso, a preparar agora a edição do terceiro volume. E escrevo. Jesus parece ter um cuidado extremo em me manter escrevendo. Mesmo quando, como agora, atravesso fases em que o Mistério parece esgotado, eu ajoelho à porta da minha Alma esperando que ele se abra. E, penosamente às vezes, as páginas vão-se acumulando… Mais tarde, quando as releio, verifico que em todas elas há um qualquer sabor novo.

Não sei para que quer Jesus este mar de palavras, mas isso não é problema meu. Vejo agora que elas serão sempre poucas, comparadas com a imensidão do Mistério que pretendem exprimir. Mesmo quando relatam a devastação da terra e da minha Alma, elas estão falando do Mistério do Amor. Às vezes, como hoje, parece que escrevo só porque o Mestre pede para escrever. Relato então apenas aquilo que se passa, nem que seja frieza pura. E espero, espero sempre que estas mesmas palavras escritas com gelo virem fontes de Calor e de Luz. Já deu para entender que uma palavra, que a mim me pareceu fria, ou seca, ou ridícula, pode, justamente essa, despertar uma Alma e despoletar o caminho da sua conversão.

Deixei, por isso, de aplicar os meus critérios à Palavra e Deus, em especial àquela que escrevo. E entregar assim todas as coisas às Asas do Espírito transporta-me para um Mundo inebriante: tudo é diferente, tudo é novo, tudo é inesperado. É, em verdade, o Mundo do Amor, de que nós aqui em baixo, no estrondo e na correria da nossa Babilónia, já nada sabemos.

O fruto desta entrega à Iniciativa do Espírito é, entre outros muitos, um desejo enorme de nunca julgar ninguém. De aceitar as diferenças e os caminhos, por mais estranhos e até chocantes que me pareçam. De deixar as pessoas ser! Ser outras coisas, para além do que está estipulado nas normas, numa amplitude infinita. E isto acontece porque até hoje outra coisa não fizemos senão mutilar a individualidade de toda a gente, em nome da ordem.

Sei qual é a objecção que me ireis pôr: essa liberdade assim tão radical cariaria uma sociedade totalmente ingovernável. E tendes razão, porque falais do conhecimento que tendes da Cidade e não conheceis, como eu não conheço, sítio nenhum desta terra onde isto se possa ver realizado: a Cidade invadiu tudo, até ao âmago das igrejas, e nunca nos foi dado ver outra ordem senão a sua. Mas agora vai ser sobre a terra aquilo que nunca foi! Ah, se soubésseis a força com que eu acredito em Tudo Novo!…

São 6:07!

sábado, 14 de agosto de 2010

165 — Ouvir apenas Jesus

                      — 10:20:16

Com o Sinal do fim da vigília a Senhora disse-me, muito a propósito do que ficara escrito, que também o Seu Sonho, na Refundação da Igreja do nosso Jesus, é a Unidade na Diversidade; esta imagem agora, ao mesmo tempo que insiste na luta da Besta contra a Luz, fala-me do meu testemunho: naquilo que deixo escrito e em toda a minha vida ele deve ser a revelação perfeita da total Liberdade do Espírito.

Tem sido esta uma longa aprendizagem, semeada de duras provas. Nós estamos, de facto, inteiramente agarrados a nós mesmos, em todos os passos da nossa vida. Queremos controlar qualquer pequeno movimento do nosso corpo e do nosso espírito. Queremos moldar a terra segundo a nossa visão e os nossos semelhantes segundo o nosso desejo. Já não confiamos em mais nada senão na capacidade dos meios que desenvolvemos, em mais ninguém senão nos especialistas que nós próprios formámos.

Estamos inteiramente dependentes da obra das nossas mãos. A nossa obra é em verdade o único deus a quem adoramos. Obedecemos já cegamente ao próprio Ídolo que fabricámos, numa insensatez de todo inexplicável.

Por isso a Comandante desta Batalha, com genial tino estratégico, me reduziu hoje o templo à “sala grande” onde o Povo se reúne, dizendo-me que da antiga construção Ele não quer ver ali pedra sobre pedra, até ao fundo dos alicerces: rito a rito, cerimónia a cerimónia, gesto a gesto, tudo deverá ser desmontado nesta preciosa construção humana destinada a impressionar os olhos do Povo. E ali mesmo se deve doravante deixar o Espírito agir à Sua inteira Vontade, soprar como e onde Ele quiser. Não mais a Igreja de Jesus se reunirá nas salas grandes dos templos de pedra, mas em todo o espaço e em todo o tempo em que o Sopro do Espírito reunir dois ou três em Nome de Jesus: é aí que estarão os verdadeiros adoradores de Deus, aqueles que adorarão segundo a palavra viva do Mestre: Em Espírito e Verdade!

— Maria, meu querido Prodígio da omnipotente Ternura de Deus, aqui me tens disposto a realizar, com todas as forças que em cada momento encontrar em mim, este lindo Sonho do Teu ingénuo Coração, filho natural do ingénuo Coração do Pai do Céu. Faz, minha inocente Soberana de todas as forças cósmicas e do próprio Coração de Deus, que a minha Fé vire raio, ou vulcão, ou terramoto, ou tornado, ou máquina imparável, ou então luz subtil, ou centelha leve de fogo, ou tremura suave, ou brisa muito leve, ou pétala caindo imperceptível sobre um coração apenas adormecido. Mas que a minha Fé se torne irmã da Tua, meu Amor, assim omnipotente na sua Inocência, assim eficaz na sua Fragilidade!

— E que querias que a tua Fé fizesse, Meu menino, para que o nosso Sonho se realizasse?

— Queria que ela pusesse as pessoas todas apenas a ouvir Jesus.

— E é preciso que ela seja assim aquilo tudo que disseste?

— É. Há pessoas que só com um tornado despertam e outras para quem basta que só uma pétala lhes caia sobre o coração.

— E se todos apenas ouvirem Jesus, o nosso Sonho realiza-se?

— Inteiramente: ouvindo Jesus, estarão todos unidos na mesma Fonte e o Espírito a todos guiará até à descoberta da sua Alma única. Assim a Igreja de Jesus será o Lugar da permanente Surpresa — o Lugar do Amor na terra!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

164 — Quem é Salomão, hoje?

12/2/01 — 5:39

“Paralipómenos três, cinco, segundo livro”. Porquê tantas vezes este livro com um nome tão arrevesado? E Jesus responde-me de novo que Lhe basta uma só palavra para me curar a mim, para curar todas as chagas do mundo. Se, pois, foi este livro e não outro que me caiu no espírito quando à Bíblia quis ir buscar a Sua Palavra, porque não aceitar tranquilamente este livro, mesmo que a citação me tivesse sido trazida por Satanás em pessoa? Não pode Deus, justamente por ser estranho o material que usa, estar dando o toque perfeito na nova Construção que está levantando em mim?

O que importa verdadeiramente é estar atento ao que se passa dentro de nós, não à zona postiça dos nossos pensamentos, mas lá mais fundo, ao cerne da nossa intimidade, porque é daí que vimos, ao renascermos. É verdade que as coisas que ouço me parecem tantas vezes levianas, como folhas esvoaçando. Mas isso que importa, se a minha alma nelas se fixou e as assimilou? Porventura alguém melhor do que ela sabe o que lhe faz falta? Vede quantos tesouros já aqui o Mestre deixou gravados, servindo-Se dos mais leves e ilógicos pensamentos que me caíram no espírito!

Importa só que o meu coração esteja procurando Deus: Ele é o Senhor de todos os pensamentos esvoaçantes e de todos os sentimentos profundos. Nada existe fora de Deus. Por isso, se a Ele nos tivermos entregado, de tudo em nós Ele fará alimento da Construção divina que desde toda a eternidade anseia por levantar em nós. É preciso deixarmos Deus agir; se estivermos atentos, verificaremos que Ele age de formas sempre inesperadas. Porque Ele é a Surpresa.

É assim que vou, confiante, ler onde Jesus me indicou. E em
                                                                       II Par 3, 5

leio isto:

A grande sala foi forrada com madeira de cipreste; guarneceu-a de ouro puro nos lugares em que estavam esculpidas as palmas e as pequenas cadeias”.

— Maria, vem ajudar-me a entender estas palavras, que parecem tão frias…

— A que se referem elas?

— Ao espaço central do templo que estava sendo construído por Salomão.

— Para que servia esse espaço central?

— Era onde o povo se reunia e onde se celebrava o culto, segundo entendo.

— E como quis Salomão esse espaço?

— Um espaço muito precioso.

— Quem é Salomão, agora?

— Entendo que sou eu.

— Diz de novo porque assim entendes.

— Porque Deus é sempre vivo nas Suas palavras e aquela sala nem já no Teu tempo existia, segundo creio, e mesmo a sumptuosa construção que no Teu tempo estava levantada naquele lugar sabemos que foi arrasada setenta anos depois do nascimento do nosso Jesus, conforme Ele próprio profetizara.

— Diz quais foram as Suas palavras quando falou da destruição do templo.

— “Não ficará pedra sobre pedra”!

— E também estas Suas palavras continuam vivas?

— Sim.

— Mesmo depois de terem sido realizadas?

— Elas ainda não foram realizadas.

— Ah não?

— A sala grande, onde o povo se reúne para realizar o culto continua de pé, com o seu brilho nas “palmas” e nas “cadeias”.

— E continuam as palavras de Jesus dizendo que não ficará pedra sobre pedra?

— Sim, mais vivas que nunca.

— Mas olha: Salomão não és agora tu?

— Sim, as palavras que Jesus me traz são sempre para mim mesmo, pronunciadas agora como se fosse pela primeira vez.

— Mas elas não são contraditórias? Estás construindo um templo destinado à ruína?

— Parece difícil de entender o que Jesus me quer, sim e por isso Te pedi ajuda. Leva-me até ao fundo Sonho do Seu Coração, que há-de ser também o Teu grande Sonho, minha querida Senhora do Impossível.

— Olha: não te pediu Jesus que reconstruísses a Sua Igreja?

— Foi.

— E como te tem dito Ele que quer essa reconstrução?

— Como uma autêntica refundação: Tudo Novo.

— Terás então que cumprir aquela Sua palavra viva: não poderás deixar pedra sobre pedra do edifício do Salomão antigo, nem dos edifícios todos que sobre aquele se construíram…

— Sim… Mas porque me falou Ele na “grande sala”?

— Não é aí que está o Povo? De que pedras quer Jesus feita a Sua Igreja, Salomão?

São 8:13!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

163 — Satanás não pode ver Deus na Cruz

                       — 11:06:11

Inesperadamente, o Sinal do fim da vigília mostrava-me Jesus rodeado pelo Inimigo. Ora eu acabara de proclamar a minha Fé de criança no triunfo dos Dois Corações — o Sinal que eu esperava era o Sinal de Jesus e Maria, vencedores.

Mas, efectivamente, nos últimos dias tenho sentido, em todo o espaço em que se move a minha vida, um dos típicos ataques de Satanás quando está para acontecer algo que ele especialmente odeia: acumula problemas de toda a espécie, para criar instabilidade, insegurança, a ver se consegue instalar a desorientação dentro de nós.

Sabemos que o alvo absoluto de Satanás é Deus Incarnado, Jesus. Por isso o tenta a todo o custo desincarnar, bani-Lo da terra, em especial da nossa carne, que ele controla, desde o Pecado. Ora a Incarnação de Deus pretende ser perpétua, na Sua Linguagem, no Seu Caminho em direcção ao Calvário, sempre visualizado nos que O seguem, e no tremendo e fascinante Mistério da Eucaristia. E é esta Presença de Deus na nossa carne que Satanás não suporta. Por isso tudo tem feito para retirar à nossa inevitável Dor a companhia do Corpo chagado de Deus, deslumbrando os nossos olhos com milagres, enchendo-nos da abundância dos frutos da sua Cidade e sobretudo corrompendo os discípulos de Jesus, de modo a abolir neles o Sacrifício Perpétuo do seu Mestre e Redentor. Está próximo o dia em que este diabólico intento será visualizado no próprio Vigário de Jesus. É aí que a Tribulação atingirá o seu auge, dando lugar ao Triunfo dos Dois Corações!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

162 — Confio como uma criança

11/2/01 — 4:07

Desejei, logo ao acordar, que Jesus me falasse através da Vassula e o dedo apontava isto: “Peço-Te que, se possível, me dites uma consagração aos Dois Corações”. E, do que Jesus dita à Sua “secretariazinha”, realçaram-se-me estas palavras: “Nós acreditamos que o Triunfo do Teu Sagrado Coração e do Coração Imaculado de Maria está prestes a realizar-se” (21/9/93).

E, ou tudo quanto escrevi até hoje é falso, ou estas palavras são autêntica Voz de Deus e vão, portanto, realizar-se fatalmente. É cada vez mais ingénua e infantil a minha Fé nas palavras de Jesus. Por isso assumo-as inteiramente, como elas se me apresentam, na sua nudez. E entendo-as sempre à letra, com o meu entendimento de cada momento. Jesus diz que os Dois Corações vão triunfar e isto para mim passa imediatamente a ser uma Verdade absoluta; Ele diz que este Triunfo se vai realizar “prestes” e eu entendo brevemente, depressa, dentro de pouco tempo e não tenho hipótese nenhuma de entender isto de outra maneira — é portanto, para mim, Verdade absoluta que o Triunfo dos Dois Corações se vai realizar prestes e o meu coração de criança entende já! Entendo como as crianças entendem e não concebo como de outra maneira se possam entender as palavras de Jesus. Quando os pais lhe dizem em breve, a criança entende já. E o já da criança só quer dizer isto: os pais não vão falhar. E esta confiança absoluta nos pais faz com que a criança saiba já realizado aquilo que os pais lhe prometem para breve.

Tem sido sujeita a duríssimas provas a minha Fé, conforme nesta Profecia está gravado, até que desembocou nesta total entrega do coração às palavras de Jesus. Por outro lado, este caminho de provação seguido pelo Mestre levou-me ao Discernimento: eu sei agora distinguir a Voz do Mestre de todas as outras vozes deste mundo, e também as próprias Vozes do Céu Ele me ensinou a distinguir com nitidez. E é também por isso que o meu coração infantil se sente agora seguro na sua confiança, como todos os corações das crianças se sentem seguros no círculo afectivo dos seus pais. A provação não acabou ainda, porque só na morte pode o nosso coração descansar na Luz plena. As vagas de todos os medos podem ainda, a espaços, abalar de insegurança o meu coração. Mas agora eu, que andei durante longo tempo perdido na Cidade como uma criança num shopping se perdeu atraída pelo fascínio das montras, encontrei finalmente os meus Pais e estou seguro de que a experiência passada me não deixará cair noutra.

Por isso agora a minha Fé se transformou num Amor tranquilo e seguro: tudo o que o Céu me diz é como se começasse a realizar-se no momento em que o ouço. Não importa já tanto o momento em que as palavras de Jesus comecem a ser realizadas perante os olhos da cara: isso é só uma fatalidade, a partir do momento em que elas se realizem nos corações. Estas que hoje ouvimos, vão realizar-se nos corações em breve.

São 6:56!?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

161 — A importância do Acaso

                      — 10:57:26/7

Outra vez Jesus me insiste no embate contra as Trevas e me traz a promessa da Sua Vitória - o Seu reinado sobre a terra como Príncipe da Paz.

Estou continuamente relendo, ao acaso, os volumes manuscritos desta Profecia. Alguns já os reli várias vezes. Mesmo assim, nunca rejeito o volume que por esta via me sai. Nem que me saia duas vezes seguidas o mesmo volume, o rejeito: de tal maneira estou dando importância ao Acaso, que nele vejo a mais pura e directa Vontade de Deus. E quanto mais isto contraria a minha lógica, mais me agarro a esta via, porque de todo o coração acredito na palavra de Jesus quando diz que o Seu Reino não é deste mundo. Confesso que tenho um especial gosto em contrariar as normas do senso comum, as vias da nossa lógica, enfim, as exigências da Razão. Por isso tendo a radicalizar este comportamento: passei a escrever, já há muito tempo, os códigos dos volumes em papelinhos e, todas as vezes que acabo a leitura de um volume, retiro, de olhos fechados, outro papelinho do monte. Aponto sempre, no próprio livro, a data em que ele me saiu.

Sei, deste modo, que o volume MB-5 já o não releio há, pelo menos, dois anos, data em que, aproximadamente, passei a adoptar aquele procedimento. Era, por isso, com muita ansiedade que esperava que ele me calhasse um dia, como espero com muita expectativa que me calhe o MV-5, os únicos dois volumes que desde então nunca me tinham aparecido. Foi ontem à noite o dia de me aparecer o MB-5. E foi há pouco o momento de reler nele a mensagem das 10:38:38 do dia 7 de Outubro de 1996!

Suspirava por este texto, de que nunca mais me esquecera. Ele apresenta “Sua Majestade, a Rainha” sentada ao meu lado, à mesa do café! E só agora chegou o tempo de eu entrar no seu pleno significado que, naturalmente, não tem qualquer limite…

Recordo que o comportamento da “Senhora” me chocou profundamente na altura, pelo insólito da situação. A tal ponto que, sempre que deste episódio me lembrava, me percorria uma misteriosa excitação, feita de um santo temor, misturado com uma expectativa feliz: eu sabia que estava ali a semente de um Mistério que só mais tarde haveria de penetrar para, como é costume, dar grandes passeios pelo seu território inexplorado!

É claro que chegou a poisar também no meu coração a dúvida se não terei inventado todo aquele diálogo e, a ser isto verdade, logo também me varria o espírito a pergunta como foi possível atrever-me eu a sentar à mesa de um café a Rainha do Céu, na figura de uma jovem de tão sedutora presença. Não há, na verdade, página destes Diálogos de que eu não tenha duvidado, tão fora do caixote em que a Cidade nos encerrou estão os caminhos que sigo e tão empenhado anda Satanás em me desviar de tais caminhos.

Por isso reler este texto foi para mim hoje alegria tamanha, que só não me faz desatar aos pulos porque o Deserto me continua secando à superfície tudo quanto pode, e porque ainda o Cavaleiro das Nuvens está avançando dentro do Mistério da Noite. E para mais me encantar, só agora reparo no dia em que aquele texto foi escrito - o mesmo dia em que, a uma ordem da Rainha do Céu, esta Profecia começou a descer à rua!

160 — O inchaço do ventre

10/2/01 — 5:24

Espero muitas e enormes coisas ainda para o tempo da minha vida terrena. Mas se nenhuma delas se realizasse perante os nossos olhos, eu morreria acreditando em que todas elas ou já se realizaram ou se vão realizar ainda, tal é a consistência da Mensagem que gravo na fragilidade destas folhas. Mesmo a promessa de que vou ser Papa: nem a minha morte a poderá anular. De tal modo é infalível e fatal esta Palavra de Jesus, que a minha morte a tornará mais viva e inabalável para sempre.

Por isso não me deixa Jesus abrandar a tensão do anúncio dentro do peito, ao mesmo tempo que retarda o irromper desta Sua Voz na grande praça da Cidade: quando essa hora chegar, será tão torrencial a nascente no centro da praça, que ninguém poderá suster as suas águas. Por isso me pede Jesus que escreva sem desfalecer, em ordem a essa hora, que não posso de modo nenhum determinar, porque isso depende do tempo em que a seara estiver madura para a ceifa e a Cidade tiver atingido o ponto de desequilíbrio para começar a cair. E quem poderá determinar esse momento senão o Pai?

Entretanto a Hora do Regresso do Senhor sabemos que já foi desencadeada e nem todo o exército do Inferno a poderá já suster. Mas esta é a Hora da Vida e, como é próprio da vida, ela vem de dentro para fora e por isso os nossos olhos durante longo tempo não dão por ela; quando um dia de repente reparam no inchaço do ventre, já o nascimento é irreversível e está muito perto. Alguns só mesmo quando nasce a nova vida reparam nela e há outros que só quando, já crescida, lhes atravanca o passo, admitem enfim que ela está ali e, ou a afastam violentamente, ou a aceitam.

É sempre surpresa o Tempo de Deus, porque também o Tempo Lhe jorra do amor que nos tem. Por isso não estejamos inquietos, nem nos precipitemos, porque no nosso zelo e no nosso fervor pode muito bem estar escondido o pai da Mentira: ele mete-se justamente onde ninguém suspeitaria. E este é um dos mais bem camuflados esconderijos habituais. Trabalhar pelo Reino de Deus não é uma coisa altamente meritória? Trabalho. Méritos. Satanás é um incansável promotor do trabalho e das boas acções. Depois que ele incutiu no homem a ambição de fazer obra própria, alternativa à Obra de Deus, tudo lhe serve para levar os corações a dispensarem Deus, mesmo que seja fazendo obra ao serviço de Deus!

A muitos trabalhos e às mais inesperadas acções pode Deus chamar-nos um dia. Mas a Acção de Deus é sempre determinada e serena. Momentos de grande agitação ser-nos-ão sempre impostos, não por Deus, mas pela reacção da Cidade à Mensagem que transportamos. É então que mais necessário se torna recolhermo-nos ao Silêncio, para não sermos contagiados pela Confusão.

São 9:18!

domingo, 8 de agosto de 2010

159 — E poiso a cabeça sobre o papel, à espera

9/2/01 — 2:41
— Jesus, abençoa o teu amigo. Diz-me o que queres que eu faça. Vês que hoje não readormeci e me levantei mais depressa por causa daqueles Teus Sinais? De que forma queres que dê testemunho de Ti e Te anuncie? Tu sabes bem que eu não avanço sem um Sinal Teu para avançar. Lembras-Te de logo no início eu Te ter dito tantas vezes que quero ser um sofisticado instrumento de precisão nas Tuas Mãos ternas e omnipotentes? Se não tenho saudades de Ti é só porque a expectativa se sobrepõe à saudade: eu sei que estás já cavalgando o Dilúvio de Luz que nos inundará à Tua chegada. Eu sei que chegarás na Hora perfeita, mas pede ao Teu Espírito que faça depressa a Hora perfeita. Vês como dos Olhos do Pai até já a Grande Lágrima está enxugando, na expectativa da surpresa que Lhe irás fazer?

Jesus desapareceu outra vez do meu horizonte interior, como que arrastado por uma nova vaga de ódio de Satanás. É por demais notório que o Inimigo está atacando de novo, em força: cai-me em casa um enxame de problemas ao mesmo tempo e o Deserto parece consumir-me toda a seiva da Alma. Não sei o que isto possa significar, mas sei que se trata de um momento importante do Regresso de Jesus e portanto da minha vida: o Diabo só faz este serviço quando Deus lho permite. São, pois, sempre um bom prenúncio os ataque de Satanás. Deste modo, para aquele que crê, até a acção do Demónio se transforma num amoroso Dom do Céu.

E neste caso mais amoroso se torna, se eu pensar que fui entregue por Jesus à direcção da própria Comandante desta Batalha. De facto, parece que também Ela me abandonou desta vez à fúria do Inimigo, mas no meu coração deixou Ela a Sua inconfundível marca: uma Paz leve, infantil, mas resistente a todos os vendavais.

E poiso a cabeça sobre este papel, à espera. E ninguém acharia isto uma atitude personalizada, digna de um homem evoluído: o homem apreciado nesta sociedade é aquele que “faz a hora” e não se põe a esperar que as coisas aconteçam; ele julga-se o centro do mundo e o responsável único pela sua expansão. Este homem nunca verá valor nenhum, numa simples espera. E no entanto esta sujeição ao Tempo de Deus encerra em si um tremendo potencial explosivo. Ela é como que o tempo de encher de eternidade os reservatórios do presente, para que, quando chegar a hora de agir para fora, a nossa acção tenha as características da própria Acção de Deus: irreversível e plenamente eficaz.

— Maria, bem hajas muito: eu sei que acabas de exercer sobre mim a Tua acção de Rainha e Comandante desta Batalha. Sei que fizeste em mim a única coisa que importa fazer nesta Batalha: tornar inabalável a nossa Fé.

São 5:14!!

sábado, 7 de agosto de 2010

158 — O sono das multidões

                     — 18:11:02

— Maria, vem retirar de sobre as minhas pálpebras o pesado sono que me oprime.

— Não querias escrever o que acabas de escrever, pois não?

— Não: estava achando que podia muito bem livrar-me do sono dormindo. E depois aquela expressão parecia-me tão solene, que não se poderia aplicar ao sono que, de facto, me incomoda.

— Porque a escreveste então?

— Porque ela me surgiu exactamente assim no espírito e não se ia embora. Por isso, mesmo não a entendendo, senti que a deveria passar ao papel.

— E já estás começando a ver algum sentido naquelas palavras?

— Sim, apareceu-me no espírito o que diz Jesus do sono da Humanidade, que dorme anos e anos…

— Tu estás inteiramente acordado?

— Não, certamente. Mas Jesus já me fez sentir a desolação do Seu Coração perante a indiferença e a insensibilidade das multidões, de facto oprimidas por um sono de milénios.

— O teu sono, então, passou a ser o sono das multidões?

— Vejo que sim: Jesus fez dele expressão e Sinal do alheamento em que Satanás mantém os homens.

— Escreve o que sentes agora.

— Sinto o espírito embotado. Como se tivesse perdido todo o interesse pelas coisas do Céu, até por este texto que escrevo.

— É esse o resultado do sono das multidões?

— É: a Cidade cansa-nos, esgota-nos com actividades contra a natureza do nosso ser, de modo que o tempo que nos sobra deste corrupio fica cheio de um som que depois se estende pelo dia inteiro…

— Eu abençoo este texto, escrito sob o peso do sono das multidões…

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

157 — Não executo nada que me não venha de dentro

                     — 11.41.14

Não posso deixar de ver nestes Sinais um intenso toque de Jesus, a pedir-me que anuncie a Luz. E não vejo que outra coisa possa anunciar senão aquilo que Ele próprio me tem revelado, me encheu o coração e derramei o melhor que pude e soube nestas páginas.

Mas não consigo identificar ainda, concretamente, a intenção do Mestre. Acabo de ler algures palavras ditadas por Jesus à Vassula, que fixei, à letra: “Depende inteiramente da Minha Autoridade”. E é isto que estou fazendo até agora, intransigentemente. Nunca eu executarei mecanicamente nenhuma ordem de ninguém neste mundo relacionada com a Mensagem que recebo e escrevo, mesmo que me venha directamente do Papa, com todo o peso de um decreto oficial. Ouvirei tudo o que me disserem com muito respeito e provavelmente irei dar uma curva para, no Silêncio, interrogar o meu Jesus. E só cumprirei a ordem oficial se, quando e da forma que Jesus me indicar.

Não executo nada que me não venha de dentro, do cerne da minha Alma, onde me mora Jesus, o Espírito, o Pai e todo o Céu. Mesmo as coisas que me são impostas pela Cidade eu as executo porque o meu Jesus, de dentro, me pede que cumpra este sacrifício para salvação da Cidade, em união estreita com a Sua Cruz — que pesa muito, às vezes… Deste modo, com irredutível teimosia e uma permanente tensão interior, eu sondo continuamente os Sinais, desde o horizonte longínquo até ao interior do meu corpo, como o vigia que se tivesse mudado com armas e bagagens para o posto de sentinela.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

156 — Diálogo com Simão, o meu Anjo da Guarda

8/2/01 — 4:23

De novo me insistem os Sinais em que anuncie e dê testemunho do Mistério. E eu não posso, por enquanto, entender outra coisa senão que escreva, escreva sempre. E neste preciso momento me surgiu de repente no espírito que este pedido dos Sinais se refere também à edição do terceiro volume dos Diálogos e dos subsequentes.

Mas mantém-me o Espírito numa estranha espera relativamente à difusão dos livros já editados e retarda-me, sem prazo, o momento de descer às ruas, a anunciar de viva voz e em gesto vivo, as Maravilhas que por outro lado me faz acumular incessantemente em livros e no coração. Pobre coração, que não sei como aguenta a pressão de tantas águas!

Tudo, pois, me aparece agora envolvido num misterioso e tenso silêncio, como se a Vinda do Senhor estivesse sendo sucessivamente adiada por um qualquer motivo de força maior…

— Simão, meu querido Anjo, não sei que impulso foi este para falar contigo agora. Deves estar triste comigo por eu tão poucas vezes me lembrar de ti…

— Todos no Céu te amam muito. Nós aqui sabemos respeitar o Tempo de Deus.

— Há muito que Jesus me pediu para me lembrar mais de ti…

— Os processos de Jesus são muito diferentes dos vossos aí na terra. Só Ele conhece em toda a profundidade a natureza humana. Ele sabe quando há-de dizer as coisas e quando elas se vão cumprir.

— Foi o que fez com esta escrita, no princípio. e está fazendo agora com a edição dos livros, não?

— Sim. Importa só estares atento a cada instante da tua vida, lendo todos os Sinais e acreditando na sua eficácia.

— Mas olha: não há perigo, por exemplo, de o Demónio conseguir travar a divulgação dos livros? Ele deve ter-lhes um ódio…

— Pois tem. Como me tem raiva a mim, por eu te estar guardando. Mas tu sabes que o Demónio só contraria Deus quando alguma vontade humana se lhe submete. Vês como ele me não pôde impedir a mim, nem a ti, de nos encontrarmos agora assim deste modo?

— Então se eu não falei contigo até agora…

— Não te preocupes; a minha missão é manter-te ligado ao Céu. Toda a minha alegria me vem de te ver sempre unido ao Coração do nosso Mestre, procurando realizar-Lhe sempre os desejos. Quando for bom falares comigo, Ele há-de abrir-te o caminho para mim, como está acontecendo hoje.

— E houve algum motivo especial para esta surpresa?

— Para Deus todos os motivos são especiais. Ele põe em cada acto Seu o mesmo Coração.

— Mas há alguma coisa que Ele te tenha pedido para me dizeres hoje de maneira especial?

— Não é já muito bom que o nosso Mestre te lembre de que eu estou aqui e me tenha dado a oportunidade de te dizer que estou muito feliz por todo o caminho que até agora tens seguido?

— Sim, é muito bom esperar pelos Dons de Deus. Não me deixes escapar um único Sinal, para que tudo eu execute no tempo oportuno, segundo a Vontade de Deus.

— Não tenhas medo. Eu estou atento. Vigia e ora sempre.

São 6:34!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

155 — Eu creio no absurdo de uma Terra toda Nova

                      — 10:39:15

Tão nova, tamanha surpresa estou eu visionando a Igreja de Jesus, que a nada a posso comparar neste mundo senão ao Paraíso perdido, dizem, há milhões de anos!

Por isso é tão impossível o meu Sonho! Mas este Sonho é completamente imparável na sua loucura: o impossível quer dirigir-se já para a fronteira do absurdo! O absurdo, neste caso, é o estabelecimento, aqui na terra, de uma situação mais avançada do que a do Paraíso original!

E onde me fundo eu para manter este Sonho não só intacto e vivo, mas ampliando-se e fortalecendo-se cada vez mais? Claro que me afastei já completamente do senso comum: dentro dos parâmetros das possibilidades humanas mais arrojadas, o meu Sonho não passa de pura quimera, que só um espírito infantilizado e portanto doente poderá considerar realizável. Ora a minha certeza na realização de tão louca Utopia funda-se nesta coisa bem simples: eu aceito Jesus. Como Ele Se nos revelou. Sem desconfiar do que Ele fez. Sem questionar o que Ele disse. E Ele não disse que o Messias deveria morrer e ressuscitar? E não se fez como Ele disse? E não disse que por este caminho Ele tiraria os pecados do mundo? Disse - não o podemos negar. Então porque chegamos aqui e paramos na nossa Fé no Messias? Porque não cremos em que, se O aceitarmos e O seguirmos, ficamos sem pecado - sem nenhum pecado, sem o Pecado, simplesmente? E não está escrito que o Verbo incarnou e àqueles que O receberam deu o poder de se tornarem Filhos de Deus?

Então? Porque pára aqui a nossa Fé? Porque não acreditamos nisto que o próprio Verbo Eterno fez reduzir a palavras humanas, para que O entendêssemos e O pudéssemos receber?

Porque nos recusamos a recebê-Lo? Porque fazemos ouvidos moucos a estas palavras? Podemos nós exigir que Ele fale mais claro? Podes porventura afirmar que não sabes o que é um Filho de Deus sem que o teu olhar revele que estás a mentir? Acaso serás capaz de comparecer diante de Deus, de fixar os teus olhos nos Seus e de Lhe dizer: Eu não sabia que me poderia tornar Teu Filho?

Entendes agora, meu irmão, porque acredito no absurdo de uma Terra toda Nova, ainda aqui onde tu e eu temos os pés? Se recebermos Jesus no coração, Ele tira-nos os pecados todos e ficamos inteiramente puros, não vês? Não é isto que está escrito? E não está escrito que este renascimento nos torna autênticos Filhos de Deus? Como podemos então pensar que uma Terra habitada por Filhos de Deus não se torne num Paraíso mais belo e livre e feliz que o Éden original?

E ninguém me pergunte quando é que isso se poderá tornar realidade. Que mania nós temos de querer saber quando e onde é que a Felicidade estará lá, prontinha para lhe irmos roubar um grande pedaço e para virmos consumi-la para o nosso buraco, até a esgotarmos!

— Maria, diz Tu estas coisas às pessoas, que eu não consigo!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

154 — O coração tem uma força espectacular

7/2/01 — 6:12

— Maria, continua a falar comigo sobre o poder da Fé.

— Diz então para onde está olhando o teu coração.

— Para onde os Sinais me apontam: para a Igreja do nosso Jesus.

— E nada vês ainda?

— É só uma ânsia que eu tenho.

— Perguntei se nada vês.

— Esta ânsia é já ver?

— Como vê o coração?

— Vê com desejos, com ânsias.

— Escreve qual é a ânsia do teu coração.

— Que a Igreja seja formada por corações que se entregam inteiramente ao que os olhos não vêem.

— Nem os ouvidos ouvem, nem as mãos tocam, nem o nariz cheira, nem a língua saboreia… Era isto que querias acrescentar?

— Sim, isso é um território novo que ontem me abriste e em que eu vou dando passos, de coração tenso… Tão longe me está levando…

— Querias então uma Igreja de sentidos todos presos a Jesus, a Mim!?…

— Sim, acho que é essa a minha ânsia.

— E como cumpririam as pessoas os seus deveres para com a Cidade, que lhes procura preencher todos os sentidos?

— A Cidade monopolizou-nos, de facto, todos os sentidos. Até o perfume das flores ela sugou e meteu nas casas, em frascos, para o poder derramar quando e onde quiser…

— Se as pessoas voltarem os sentidos para o coração…

— A Cidade cai, sim! É a via mais eficaz para destruir a Cidade!

— Vamos com calma. O objectivo da Igreja é destruir a Cidade?

— Não: é revelar às pessoas a sua verdadeira natureza e a possibilidade de se tornarem verdadeiros Filhos de Deus.

— E precisa de destruir a Cidade para revelar às pessoas s sua grandeza?

— Se as pessoas descobrirem a sua grandeza, a Cidade fatalmente será abandonada e cai em ruínas até se afundar por completo na terra donde a levantámos.

— Mas é na Cidade que estão as pessoas; se os discípulos de Jesus voltarem os sentidos todos para dentro, como podem chegar às pessoas e amá-las concretamente, elas que têm os sentidos todos voltados para fora?

— Por um pouco os discípulos de Jesus se retirarão da vista e de todos os sentidos dos seus irmãos, como fez o seu Mestre. Por um pouco a Cidade deixará de os ter consigo. Mas eles voltarão, como Jesus, agora pela via do coração.

— E como farão esse novo caminho, o do coração?

— Tal como aconteceu com Jesus, é o Espírito que os conduzirá por esse caminho novo.

— E quando voltarem, pela via do coração, que farão os discípulos de Jesus nos seus semelhantes agarrados à Cidade com todos os sentidos?

— O coração tem uma força espectacular! Se ele estiver vivo, tudo lhe obedece!

— A Igreja será então formada por corações assim vivos!?

— Sim, só pelo coração se pertencerá à Igreja.

— Nada fará então a Igreja que fixe os sentidos fora do coração!?

— Nada. O mundo já tem tralha que chegue para nos prender os sentidos fora. Os discípulos de Jesus só prenderão os sentidos na Cidade enquanto nela andarem os seus irmãos.

— E quando é que as pessoas deixarão de andar na Cidade?

— Quando ela não existir.

— Há-de então levar muito tempo a cumprir-se esse teu sonho…

— Não importa o tempo que demore, porque ele estará continuamente em realização. E as pessoas estarão já sendo felizes onde importa ser feliz: no coração.

— Queria ainda voltar a perguntar-te: tens a certeza de que a Igreja não voltará a ser feita de pessoas todas voltadas para dentro, cada uma ocupada exclusivamente com o prazer que essa introversão lhes proporciona?

— Este prazer é Amor puro. E não há nada mais atento à situação do mundo e da vida do que o Amor.

— Considera um casal, por exemplo. Se um dos cônjuges passar a seguir a vida da Fé, voltando todos os seus sentidos para dentro, que será do outro cônjuge, tão habituado à atenção do companheiro a todos os pormenores da rotina diária e até porventura a uma estreita comunhão de sentidos?

— É por terem os sentidos todos voltados para fora que os casais depressa se esgotam como amantes.

— Mas haverá, neste caso, necessariamente um conflito…

— Isso haverá. Jesus avisou: a Sua Mensagem provocará divisões profundas no seio das próprias famílias. Mas não há outro caminho. E só a Fé, suportando na Paz a dor da divisão, edificará a verdadeira Unidade.

São 8:50!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

153 — O nosso corpo material não é um acidente

                      — 10:34

— Vês, Mestre? Quis abandonar-me todo nas Tuas Mãos e vim ter aqui…

— Aqui, aonde?

— Tu sabes: a esta secura que ninguém entende, depois de cinco mil e trezentas páginas a falar Contigo e com o Céu inteiro!

— Esclarece melhor que secura é essa.

— É o ter ficado sem assunto nenhum, é o parecer-me ter sido durante este tempo todo apenas recoberto de um verniz frágil que estalou todo e me deixou à vista outra vez a minha total incapacidade e bruteza, como no princípio.

— Exprime isso que estás a pensar agora.

— Não sei porquê – mas Tu sabes certamente – dei comigo considerando que me desprendi muito mais do alimento corporal e que como, de facto, muito menos agora.

— E não era essa a maior amarra com que te sentias ainda preso à carne?

— É verdade: eu cheguei a considerar esta fome do estômago como um autêntico rival Teu, o maior de todos em mim.

— E já não é?

— Parece que não… Vamos a ver quando vier o frio…

— Não tens então a certeza de que esse maior desprendimento da comida material seja um Dom Meu!?

— Acho que tenho, Mestre. Pelo menos tenho uma certeza: se não fores Tu a retirar daqui este rival Teu, ele não sai com nenhuma outra força deste mundo. Por isso Te tenho pedido tanto que o retires. Mas estou tenso, na expectativa do teste do próximo Inverno, a ver se ele desapareceu ou não.

— Ficavas feliz se o sentisses de todo desaparecido?

— Ficava.

— E por que querias vê-lo substituído? Já Mo disseste muitas vezes, mas repete-Mo, repetes?

— Que me transferisses esta fome do estômago para o coração.

— E neste momento não queres ampliar ou alterar este pedido?

— Quero: que me ponhas no coração uma insaciável fome do Pão que nos revelaste na Tua Última Ceia entre nós, uma sede ardente do Vinho que ali mesmo nos ofereceste.

— Que vês no Pão e no Vinho que então tomei nas mãos e abençoei?

— Um tremendo e fascinante Mistério que até agora apenas adivinho; tenho-lhe permanecido só à porta, à espera que ma abras.

— E que será abrir-te a porta?

— Sentir Corpo Teu aquele pão, Sangue Teu aquele vinho.

— Sentir onde?

— Sei lá… Na boca, nas papilas gustativas…no corpo…

— Não acabaste de Me dizer que querias uma fome e uma sede no coração?

— Sim. Eu sei que é no coração que devem estar todas as minhas fomes, toda a minha sede, mas eu deste Teu alimento acho que posso sentir e pedir-Te uma necessidade física e o respectivo prazer corporal ao sentir-me saciado…não sei… Como vou dizer estas coisas?

— Diz-Me só: porque Me pedes uma sensação física?

— Porque quero sentir o meu corpo ressuscitar, este corpo que arrasto agora pelas ruas da nossa Cidade e que sinto definhar lentamente.

— Porquê este corpo?

— Porque foi este que me deste e não outro, foi exactamente este que Tu sonhaste imortal, mas que o meu pecado feriu de morte.

— Exactamente este?

— Sim. É esta a minha Fé. Diz-me Tu mesmo, com palavras bem claras, o que neste preciso momento me estás mostrando no coração.

— Também o teu corpo é definitivo e irrepetível! O barro que levantei da terra ao criar-te não é um acidente: faz parte da Tua Alma e forma com o Nosso Espírito em ti um ser uno.

— Então quando pecamos…

— Quando pecais o vosso corpo entra em decomposição, amarfanhando com ele o Sopro da Vida. Vede, por favor, quanto nos dói a vossa ruína.

— Então quando nos ressuscitas, não é outro o corpo que nos dás!?

— Não! É este mesmo, este que se está decompondo.

— Então a Eucaristia…

Jesus deixou-me assim, com esta Luz alastrando… Ele nunca pára.

domingo, 1 de agosto de 2010

152 — Snupi, o mensageiro de Deus

14/9/97 — 5:20

De todas as vezes que o Mestre ontem me conduziu a estes Escritos, havia uma referência ao Snupi. E por esta via me foi concentrada a atenção num acontecimento recente: ao meditar eu na bouça, mais uma vez, no Mistério do Prazer, O Snupi de novo começa a escavar a terra. E eu, convencido de que o Senhor me quer transmitir uma mensagem através deste comportamento do cão sem que até agora a tenha entendido, pergunto: “O que há mais fundo que o prazer”? E acto-contínuo, muito clara, ouvi esta resposta: “Mais fundo que o prazer, é a dor”.

Eu duvidava da origem destas palavras, porque sei que estou avançando pelo feudo de Satanás e por isso ele tudo fará para evitar o seu desmascaramento, nomeadamente servindo-se de palavras traiçoeiras. Por outro lado, aquela voz senti-a carregada da serenidade e da misteriosa sedução do meu Companheiro do Deserto. Por isso ficou em mim, pairando, como está ainda pairando em mim Ap 9, 13-15 a partir do passado dia 2, sem que até agora, num e noutro caso, eu tivesse encontrado a intenção do meu Senhor. E quando assim acontece, mesmo que na origem possa estar uma intervenção do Inimigo, sinto que o Mestre quer que ponha na respectiva mensagem um especial cuidado, como se de uma árvore preciosa se tratasse.

No caso da mensagem despoletada pelo Snupi, eu perguntava: Não é Deus todo Prazer? Não é o Prazer, no fundo, a Essência de Deus? Que pode, pois, haver mais fundo que o prazer? Por isso me surpreendeu aquela resposta e novamente senti fugir-me o chão de debaixo dos pés e olhei com algum temor o caminho andado. Mas quanto a este, o caminho andado, logo e sempre o Mestre me tranquiliza: Ele é um Guia seguro e tudo quanto andei foi agarrado à orla do Seu manto; apenas me pede que não pare, porque as Suas Águas são inesgotáveis e há milhares de bocas a saciar.

Então lembrei-me do que ontem o Mestre me disse: “Naquela Cruz, no Gólgota, não estava um homem a fingir, sofrendo a fingir”. Em Jesus, pois, Deus renunciou ao prazer, para ir à procura da dor. Não que a dor seja um objectivo último, mas é certamente o único caminho para resgatar o prazer das mãos imundas de Satanás. E é o único caminho, porque o próprio Deus não viu outro. É preciso, pois, aceitar este prazer efémero da Cidade como dom, mas muito mais fundo está o Prazer eterno que é preciso resgatar através da Dor!

São 7:44!