Sabemos que Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus, se tornou, há muito tempo,
um factor de divisão entre os cristãos. Este verdadeiro absurdo dói muito no
Coração de Deus, conforme Jesus nos revela, sobretudo nos Profetas mais
recentes. A visão do nascimento de Maria que aqui é revelada, não é só simbólica;
é a tentativa possível de visualizar um facto invisível.
17/3/96 – 2:47
Maria é um vulgaríssimo nome de mulher que
tanto encobre como descobre o Milagre maior de Deus: o ter podido manter,
dentro e no próprio âmago da podridão em que o Pecado transformou a natureza
humana, o Seu Sémen incorrupto que, na plenitude dos tempos, Se desenvolveu em
feto onde logo se fez sentir um coraçãozito – pum-pum!, pum-pum! – batendo
furiosamente, muito vivo, muito vigoroso, muito puro, incorrupto no seio da
podridão transformada em matéria orgânica, em prodigioso útero protegendo e
alimentando o luminoso feto em que o coração – pum-pum!, pum-pum! – incansável
e forte e imaculado como o de uma gazela da floresta, comandava toda a vida
daquele Corpito que por fim nasceu. Era uma Menina. E todo o Céu baixou à terra
contemplando o Milagre. Ali estava o Pai, enternecido. Ali estava o Filho que
se chamava ainda apenas Verbo de Deus, contemplando com surpresa agradecida a
Morada nova que o Pai Lhe preparara. Ali estava o Espírito suspenso de encanto
perante o delicado e frágil Ser feito da mesma matéria que Ele próprio
arrancara do Caos com titânica força, lá nas Origens e que o Pai Lhe entregava
agora como Noiva, uma sensação nova para a própria Pessoa que se chama
Omnisciência de Deus. Ali estava Miguel e todo o exército celeste, de espadas
suspensas, paralisados de espanto. Ali estava Gabriel, o Arcanjo-Força de Deus,
deslumbrado, sem saber ainda da inaudita missão que o Pai lhe iria entregar, a
maior da sua vida de Arcanjo. Ali estavam Moisés e todos os Profetas de coração
tenso, reconhecendo lentamente naquela Pequenina a Flor que todos eles viram em
sonhos levantando-se da terra e donde viam nascer o Redentor que anunciaram e
teimosamente esperaram. Estava ali, pois, o Céu todo. Tão querida, Ela, a
Menina! E tudo isto estava acontecendo numa casita muito pequenina na sua
pobreza, em Nazaré da Galileia, num planeta muito pequenino chamado Terra, no
ano setecentos e quatenta da fundação de Roma, há dois mil anos. Tão transparente
era a Menina que, de qualquer ângulo que se contemplasse, se Lhe via
directamente o Coração vigoroso e puro, palpitando, palpitando. Maria foi só um
nome humano com que se designou e encobriu a Rainha do Céu e da Terra, que
acabava de nascer. Maria veio directamente do Coração de Deus!
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