No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

domingo, 31 de julho de 2011

490 — A caminho do Abismo, em busca da Nova Explosão

10/2/09 - 7:50
   - É para mim claríssimo agora, Maria: só o Espírito poderá recriar-nos!
   - Isto é, fazer-nos renascer!?
   - Sim. É Tudo Novo o que os Profetas de todos os tempos anunciam. A antiga Criação deverá seguir até ao fim o caminho que o homem escolheu: a Morte.
   - Mas a morte…como é? Da antiga Criação nada permanecerá?
   - Da antiga Criação nada se perderá: tudo o que Deus faz é definitivo.
   - Vais ter muita dificuldade em explicar como isso poderá ser…
   - Talvez não, porque não vou sequer tentar explicar. Nenhum mecanismo racional poderá conceber que toda a Criação morra e renasça!
   - Sem que nada da antiga simplesmente desapareça!?
   - Sim, sem que os olhos carnais deixem de ver o que estava feito.
   - Então, daquilo que existia, na verdade fica só a aparência!?
   - Nem a aparência permanecerá o que era: a Nova Criação não ficará escondida sob uma capa falsa. A distinção entre aparência e realidade desaparecerá. Deus, o Homem, a Criação - tudo será Um.
   - Não é um Sonho inteiramente novo, esse?
   - Não; está tudo anunciado na Boa Nova anunciada pelo Jesus histórico: Ele disse que nada veio abolir, mas realizar até ao fim.
   - Então tudo quanto foi feito até agora foram passos firmes e necessários em direcção ao Renascimento de Tudo!?
   - Sim, desde que a Morte foi introduzida na Existência pelo Pecado, logo Deus começou a dar passos definitivos para a Criação Nova que surgiu no Seu Sonho.
   - Então a Morte nunca foi um fim!?
   - Não: a Morte tornou-se imediatamente, nas Mãos de Deus, um caminho a percorrer, sem desvios, em direcção ao Caos e ao Nada, onde o Silêncio abissal guarda a Possibilidade de Tudo.
   - Deus não largou nunca das Mãos a Sua Criação!…
   - Não: agarrou-Se mais a ela ainda, com uma amarra que Ele próprio não conhecia…
   - Agarrou-Se a ela não só com as Mãos, mas com o Coração!.
   - A caminho do Lado Contrário à Sua própria Natureza!…
   - É a essa amarra desconhecida que vens chamando Loucura!?
   - Sim, Amor louco.
   - Não poderemos certamente nunca calcular o Incêndio que deflagrou no Coração de Deus, nessa Hora!…
   - Não Maria! Nessa Hora desapareceram todos os cálculos. A própria Harmonia se desmanchou. A Paz do Sétimo Dia levantou-se em ondas revoltas, incontroláveis. Julgo que é a isto que venho chamando a Loucura de Deus.
   - Nada, então, se perdeu, em toda a Existência!?
   - Nada; apenas tudo se levantou numa terrível Convulsão, a caminho da Nova Harmonia, de um novo Sétimo Dia!
   - Mas…o Espírito! Não era Ele que te estava diante dos olhos ao iniciarmos este diálogo?
   - Era. Era o eterno Vivificador! O Executor fulminante da Vontade do Pai!
   - E agora, como O vês?
   - Como Aquele que não consegue ser senão Vida abraçado à Morte, sustentando toda a Loucura de Deus a caminho do Abismo, para aí despoletar a Nova Explosão.
   - Que coisas escreves, Meu amor!…
   Maria tem o Seu olhar muito terno fixo em mim e sorri. O nosso Sonho é um só e o mesmo…
   São 10:09!

sábado, 30 de julho de 2011

489 — O almoço que simplesmente aconteceu

           - 11:28:59

   Que outra coisa não tivesse revelado este desencontro em Lisboa, bastaria já isto para o tornar fecundo: confirmou que vivo muito bem sem projectos e que as aparentes frustrações não o são, de facto; são energias vitais que projectam sempre para mais longe os meus passos e me conformam de forma mais consistente com o Caminho do meu Mestre.
   – Maria, não consigo continuar a escrita, porque os meus olhos está-os fechando um peso de chumbo.
   – E porque não sais do café e não vais dormir?
   – Porque quero acabar esta página.
   – É um motivo sério, esse!… Diz-me: que horas são?
   – 20:08.
   – Não estiveste desde as 11:28 da manhã a tentar escrever, pois não?
   – Não: mal comecei, fui interrompido pela chegada de uma das minhas filhas.
   – Então está explicado o sono: estamos no fim de um dia que eu sei ter sido particularmente cansativo.
   – Pois foi: recebi em casa, para o almoço, quatro colegas meus, três deles com as respectivas esposas – um almoço que só terminou há pouco.
   – Vi que refilaste por te aparecerem mais que os previstos, mas valeu a pena esse convívio alargado…
   – Foi: durou-me pouco o refilanço e acabou por se criar um ambiente agradável e intenso.
   – Em que todos te elogiaram pela recepção que proporcionaste…
   – Sim, foi muito bom: senti-me como uma criança a quem tudo corre bem. É tão bom aceitar simplesmente o que nos acontece… 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

488 — No Novo Paraíso espera-se sempre o Inesperado

7/12/09 7:04

   Esperar até à última, Maria!
   E a propósito de quê?
    Do encontro com aquele meu antigo professor, que não foi possível contactar.
    E quando é que é a última?
   Não é.
   Como?
   Não há última, para a Esperança.
   Ela ultrapassa a morte?
   Ela ultrapassa a Consumação dos Séculos, quando o Tempo estiver todo assumido na Eternidade.
   Ainda aí a Esperança faz sentido?
   Sim, transubstanciada em harmoniosa sede.
   E espera o quê essa Esperança feita Sede?
   Ser saciada.
   Não pode saciar-se imediatamente, logo que queira?
   No eterno Mundo da Harmonia e do Amor nada se tem quando se quer, como se quer. Assim acontece com o Sistema de Morte, que aqui estabelecemos; quando a Morte deixar de existir, tudo será acontecimento, até a Sede.
   Não haverá coisas definidas que nós queiramos e esperemos?
   Não haverá nada que nós possamos definir e controlar em fronteiras delimitadas. Nem Deus controla nada; só espera que os seres O surpreendam, a partir do Amor neles derramado.
   O Amor é coisa que se derrame?
   Tu estás certa: o Amor, que estava presente em todas as criaturas, no seu núcleo íntimo, como imagem, está, depois da Redenção, presente nos próprios genes de cada ser.
   – Mesmo do ser não humano?
   Sim, em todos os seres.
   Ah, a Transubstanciação!… Mas estamos já deambulando muito por largo e muito por longe; o que despoletou este passeio foi uma coisa bem concreta julgo mesmo que ardente, até à dor, não?
   Já não. Já não tanto. Acho que já nem há verdadeiras desilusões, na minha vida; há antes um Mistério que se alarga, e uma subtil alegria…
   Alegria? Porquê?
   Porque na lógica das Ondas da Vida cada queda desenvolve as energias da nova subida, cada fim traz já no ventre um novo início, sempre inesperado.
   Inesperado! Esperança, outra vez! Já vi que no Novo Paraíso se espera sempre o que não se espera – o Inesperado!?
   Sim, espera-se sempre apenas ser surpreendido.
   É o que esperas, no caso do teu professor?
   Exactamente. A um nível superior àquele que aconteceria se o tivesse encontrado.
   Em que se funda essa tua visão?
   Na Fidelidade do nosso Deus. No Seu Poder absoluto sobre todas as coisas.
   Mesmo sobre o homem?
   Mesmo sobre o homem!
   Espera… E o Livre Arbítrio?
   O poder, em Deus, não é opressão, tirania, violação; é Amor puro. Deus nunca se desiludirá, nunca desistirá até que todo o Livre Arbítrio queira amar e ser amado.
   São 10:14!!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

487 — Desencontro com o meu professor de Sagrada Escritura

6/12/09 7:57 Lisboa

   Maria, nos Sinais Jesus dá-me a Sua Paz.
   E isso quer dizer…?
   Que me ama, que está muito feliz com o que tenho feito.
   E sentes que Ele Se refere a qualquer coisa de concreto que tenhas feito recentemente?
   Julgo que esta foi uma forma carinhosa de me manter tranquilo perante a minha mais recente apreensão.
   Conta.
   Aquele meu professor disse-me que lhe telefonasse ontem de manhãzinha para combinarmos um encontro e deu-me o seu número privado. Liguei-lhe várias vezes durante todo o dia e sempre o telefone me dava sinal de desligado.
   E que pensaste perante esse facto?
   Cheguei a pensar que ele me não quisesse receber. Mas depois vi que isso não faria sentido, uma vez que ele manifestara muita alegria em nos reencontrarmos passados quarenta anos e forneceu-me o seu número pessoal.
   Então pensaste…?
   Que ele tivesse caído doente, porque me revelou ter sido dado como curado de um cancro recente e ainda se encontrar combalido…
   E então pensaste que…?
   Que o Diabo andasse aqui metido, para fazer abortar este encontro.
   Foste até mais longe…
   Sim, pensei até que lhe pudesse suceder o mesmo que àquele outro meu amigo padre que lia sofregamente os nossos Diálogos.
   Que o nosso Inimigo pudesse pôr de novo um fim radical a esta tua nova tentativa de difundir a Mensagem que tens registada…
   Pois! Com a raiva que ele me tem…
   E se assim fosse, que pensarias de tudo isto?
   Que o Segredo que guardamos nestas páginas é realmente uma bomba de extermínio para o reino satânico, e que para o neutralizar ele não hesitará em fazer mártires, quantos julgar necessários.
   Mas aqui te vou Eu pôr uma questão a que talvez tenhas dificuldade em responder…
   Vamos a ela!
   É uma questão que muita gente te porá: Porque não evita Deus estas maldades de Satanás, se as pessoas em causa ainda nem sequer um pequeno passo deram para prejudicar concretamente o príncipe deste mundo?
   É verdade que é uma questão difícil… Na Igreja primitiva morreram milhares de pessoas só por acreditarem em Jesus, quando não só não praticavam nenhum acto positivo contra a ordem deste mundo, mas a sua Fé só a partilhavam com os outros discípulos de Jesus, escondidos em catacumbas!
   Parece então bastar a simples Fé, mesmo ainda escondida, para que os discípulos de Jesus comecem a partilhar o Seu Baptismo o Mergulho na Dor!?
   Sim, quem crê, imediatamente passa a seguir o Caminho do seu Mestre: a incarnação, sempre dolorosa, no reino do “Assassino desde o princípio”.
   Pressupões então neste caso que o teu professor pudesse dar um bom acolhimento aos nossos Diálogos!?
   Sim, ele é um homem muito simples e crente, e tem-no mostrado publicamente, pois aparece várias vezes na televisão… Mas ainda me resta todo o dia de hoje para tentar o encontro, ou saber o que se passa…
   São 10:38!?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

486 — Sem tensões, não seria possível a Vida

            12:49:22

   Estou, de facto, em Lisboa, de visita normal à minha filha, mas aproveitei para contactar o meu antigo professor de Sagrada Escritura, que disse ter todo o gosto em receber-me e é esta perspectiva que agora se realça como tensão dominante.
   Não é possível a vida sem tensões; o contrário seria a morte. Mas nem aqui a tensão desaparece, pois entra em acção uma nova força – a força da desagregação, que dirige os elementos desagregados para novas rotas, para outras tensões. São tensões gigantescas que provocam os terramotos, os vulcões, as tempestades. Mais gigantescas ainda as tensões invisíveis que mantêm os corpos celestes nas suas rotas. Tudo no Universo vive sob tensão. Não só não é mau, portanto, vivermos sob tensão, como, de facto, sem tensões nem sequer seria possível a vida. Assim o Céu, que já não consigo ver longe de nós, num plano superior à existência material, mas sempre feito Um só com a Natureza universal, se tornou para mim sinonimo de Paraíso. Possuído de todas as tensões que nos fazem felizes até à dor subtil que exige a queda para o fundo, à procura de um novo prazer. Dor pura só o Pecado a produziu; se o nosso coração for puro, não há desilusão que rasgue a Harmonia…

terça-feira, 26 de julho de 2011

485 — A tensão do Prazer, no Novo Paraíso

5/12/09 7:11 Lisboa

   Está muito realçada a Luz naqueles algarismos, Maria…
   E a Paz. Tudo, portanto, aponta uma Harmonia sem mancha! É este o teu estado de Alma?
   Nem sei… O que me domina é uma expectativa tensa…
   E na harmonia não há tensão?
   A ideia que temos de uma harmonia perfeita aponta, de facto, para aí, para um estado de relaxamento em que todas as tensões se atenuam, ou mesmo desaparecem.
   Seria então isso o Paraíso!?
   Sim. Por isso muitos dizem que a vida no Céu deve ser uma seca.
   Mas já não é essa a tua visão das coisas, pois não?
   Já não. Mas também não vejo no Paraíso nem vestígio da correria e do estrondo da nossa Civilização.
   Nem conflito? Nem luta?
   Enquanto não chegarmos à Consumação dos Séculos, eu vejo o Paraíso também inundado da tensão da luta.
   Também? Há outras?
   Vejo a Harmonia habitada por tensões permanentes e variadíssimas…
   Estiveste para escrever tensões violentas…
   Ia-me fugindo para aí a caneta, sim.
   E não corresponderia à Verdade, se ficasse escrito assim?
   A caneta fugia-me para aí com muita força… Eu não consigo, de facto, ver no Paraíso – ou no Céu, se quisermos – nada que não esteja em permanente tensão, desde a mais suave até à mais violenta.
   Existe então uma violência harmoniosa ou uma harmonia violenta!?
   Até ao arrebatamento – até ao êxtase!
   Mas nunca até à dor!?
   Já não sei… No cume do prazer parece surgir uma dor misturada…
   Uma dor boa?
   Sim, a dor de nos estarem sendo forçados os limites…
   Depois dessa dor do auge, o que acontece no corpo da Harmonia? Volta tudo ao lugar onde estava?
   Não! Os nossos limites alargam­-se e dentro de nós tudo se refaz, com novo vigor, porque é preciso preencher os novos limites.
   Está então a Harmonia sempre em expansão!?
   Sim, em todas as direcções.
   Provocando novos picos de prazer violento até à dor!?
   – Pois… Que sei eu? Só sei que seremos felizes.
   – Olha: é um prazer desses, violento até à dor, que esperas do encontro com o teu professor de Sagrada Escritura?
   – A longo prazo, sim, uma enorme Vaga de violência criadora; por agora há só a tensão da espera, que também tem prazer e dor misturados…
   São 9:10!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

484 — A velhice – um límpido testemunho da Paz

4/12/09

12:00:46/7

   Tive que me levantar muito cedo para fazer análises e daí a ausência do texto, na vigília. Dizem que esta revisão periódica do nosso estado de saúde tem contribuído em grau elevado para uma mais dilatada “esperança de vida”. Só muito recentemente comecei a fazer estas revisões gerais e não regularmente; só quando alguma coisa me parece correr menos bem.

   Desta vez foi um estranho cansaço que há algum tempo começou a manifestar-se. Canso-me muito depressa, eu que parecia ter uma energia inesgotável. Porquê esta quebra tão repentina? Será da velhice, apenas? Quero saber. Se é, também a velhice se começa a manifestar surpreendendo. Surpresas más? Não sei. Há uns tempos atrás foi a próstata: comecei a urinar mais devagar. Agora são os músculos que fraquejam: comecei a andar mais devagar. Parece então que a velhice se vai manifestando com este repetido aviso: Anda mais devagar. Deixa as pressas. Talvez que então este possa ser também um caminho de regresso, ou uma preparação para o Novo Paraíso, donde toda a nossa Obra estará excluída e terá cessado toda a nossa correria e canseira. Talvez que então, mais do que qualquer outra idade, a velhice possa tornar-se um límpido testemunho da Paz, no mundo que há-de vir…

domingo, 24 de julho de 2011

483 — Cuidado! Mais devagar! Parem! Parem!

            12:03:40
   Será substancialmente novo, relativamente ao antigo, o Paraíso que agora, a passos largos, se está aproximando de nós. Sim, é ele que se aproxima: não é uma conquista nossa; é um Dom absolutamente gratuito do nosso Criador e Redentor. Por nós, sabemos que sempre só um maior mal acontecerá.
   Esta não é uma visão pessimista. Não está em causa a grandeza do homem; acabo de chamar para diante dos nossos olhos um gigantesco cenário: a Terra toda esquartejada, devastada, à beira da total asfixia. Não precisávamos sequer que os nossos homens de ciência o dissessem, mas verificamos que pressurosamente o vêm confirmar, a todo o momento, gritando mais alto que todos. É impressionante a Obra do homem! Toda programada para destruir a Natureza; a suposta alternativa que daí pretendíamos tirar, aí está também, escancarada, tão exposta, que só o nosso coração alarmado se recusa a admiti-la: a nossa grandeza tem-se manifestado na nossa impressionante capacidade de destruir. Contrapõe logo o nosso coração, é claro, aquilo que parece uma evidência: há uma imensa Obra construída, na paisagem! Mas o sinal de alarme no nosso coração não desliga; berra cada vez mais esganiçado: Isto não tem consistência nenhuma; pode cair a todo o momento! Cuidado! Mais devagar! Parem! Parem!
   E vamos parar mesmo. Mais depressa do que julgamos. Porque os nossos olhos se abriram e começámos a ver a nossa verdadeira grandeza descer do Céu, feliz, ao nosso encontro…

sábado, 23 de julho de 2011

482 — Era a Sensualidade que estava perdida

2/12/09 7:01
   Maria, esta imagem numérica só me diz que está tudo bem.
   Tens que esclarecer isso; o que mais se ouve dizer é que está tudo mal.
    Reli agora o que foi escrito aqui ontem; é a esse bem que me refiro.
   Só ao que escreveste ontem?
   Ontem o Espírito conduziu-nos à visão do Paraíso Definitivo; agora o mesmo Espírito, naqueles Sinais, acaba de nos dizer algo semelhante ao que Yahveh disse no Sexto Dia, depois de ter criado o Homem: tudo o que até aí fora feito era muito bom!
    Podes dizer, em poucas palavras, o que é o Paraíso Definitivo?
   É Deus unido à Sua Criação em eternas Núpcias.
   Toda a Obra de Deus tornada Sua Noiva!?
    Exactamente.
   E Deus amando esta Noiva eternamente, com a veemência de um dia de Núpcias!?
   Eu diria, talvez, de uma noite de Núpcias…
   Nunca consegues abstrair da sensualidade, pois não?
   Não: a característica desta Noiva que mais encanta Deus é a sua sensualidade.
   Quem to disse?
   Foi Ele mesmo; segundo as Suas próprias palavras, Ele veio buscar o que estava perdido. E, segundo as Suas obras, para o conseguir Ele cometeu uma inominável Loucura…
   E era a sensualidade que estava perdida?
   Era: a Obra que fizera surgir durante seis Dias era de uma beleza arrebatadora e vivia feliz no inebriante Prazer que a trespassava continuamente…
   E tudo isso se perdeu?
   Beleza e Prazer começaram a ser sistematicamente agredidos, feridos, mutilados, conspurcados. Tudo foi instrumentalizado ao serviço de um Projecto assassino. A Criação foi aprisionada e deixou de ser feliz.
   A Felicidade da Criação era a Sensualidade?
   Parece agora óbvio, não achas? Ela era dotada de sentidos capazes de provocar sensações que, lidas e interpretadas pela estrutura invisível que a comandava, se tornavam Prazer puro.
   Foi então esse Prazer da Criação que o Pecado atingiu de morte!?
   Sim, o Pecado iniciou no Universo uma implacável devastação que obviamente transformou as sensações de prazer em sensações de dor. Foi esta Dor, tão contrária à natureza de tudo quanto havia criado, que dilacerou o Coração de Deus e despoletou nele aquela Loucura que aqui nestas páginas temos contemplado…
   O Mergulho na Dor!?…
   Mergulho, sim. Baptismo. É este e só este o Baptismo de Deus, que Ele com tanta veemência e ternura nos pediu que partilhássemos.
   E que nós não aceitámos receber até hoje!…
   Ampliando cruelmente a Sua Dor, porque assim continua o prazer da nossa Sensualidade a ser sofregamente instrumentalizado, desordenado, desvitalizado. Era a Sensualidade que fazia a Criação feliz.
   E era ela o objectivo do Criador!?
   Parece óbvio, agora: foi para ser feliz que Deus chamou à existência o Universo!
   E vai ser feliz de novo!…
   E definitivamente. Uma felicidade que nem o primeiro Paraíso conheceu.
   São 10:41!!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

481 — E onde está então a Alternativa?

12:15:17/8
   O Sinal 12 estou-o agora lendo em paralelo com os outros: a mesma Luz envolvendo a Testemunha, Jesus e a Rainha da Paz. Eu, Jesus e Maria, de novo. E esta minha visão, ou leitura, só pode ser um acontecimento: não a planeei, não a esperava, não sabia sequer que me iriam aparecer estes algarismos. Muito menos a insistência nos mesmos três da vigília, com a variante, bem clara: eu agora sou visto como Testemunha e Maria como garante da Paz.
   Acontecimentos puros são também, e muito claramente, os sonhos que ocorrem enquanto dormimos. Refiro os sonhos, porque eu estava sonhando quando acordei  para escrever, esta noite. Um sonho muito significativo, parece: perante várias pessoas, que vagamente retenho serem todas treinadores de futebol, gente, portanto, habituada a planear tudo, a tentar prever os próprios imprevistos, a delinear estratégias, a montar tácticas, eu falava da perversão intrínseca da intencionalidade presente em toda a nossa obra – justamente no caso do futebol construída sobre a derrota dos outros. Foi aqui que um conhecido treinador, português como todos os outros, levantou a voz para objectar, com um brilho nos olhos, em todo o seu rosto largo e, é claro, na voz, bem firme, bem segura de me ter deixado sem resposta: E onde está então a alternativa? Eu senti uma força tremenda dentro de mim ao responder-lhe que não tinha, de facto, alternativa para lhe oferecer; se a tivesse, estaria a tirar-lhe, a ele e a todos os outros, a oportunidade de me surpreenderem. E bem forte e firme há-de ser essa surpresa, porque implica a subversão total da ordem reinante. A única vez que vi na História a Alternativa realizando-se, vi-a provocar um mar de sangue entre aqueles que a abraçaram…