No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

terça-feira, 31 de maio de 2011

431 — Porquê eu?

29/1/96 2:01

Ser testemunha do Espírito e da Luz o que é? É revelar o invisível, é ver e anunciar coisas nunca vistas! – assim Se exprimiu o Senhor. E está aqui sempre a razão das minhas dúvidas. Não é do Senhor que eu duvido, porque o Seu Nome é Fiel e Verdadeiro; é de mim que duvido, porque o Dom é tamanho, são tantas as promessas e profecias a meu respeito, que não atino com a razão porque veio o Senhor a este canto do mundo buscar uma pessoa tão vulnerável e tartamuda. Eu sei que Deus escolhe o que é vil e desprezível aos olhos dos homens, porque é todo outro o Seu Caminho. Mas não há tantos homens de aparência vil e desprezível por esse mundo, com talentos mais vivos e adequados a esta missão? Porquê eu aqui neste canto?

Não, não é querer sondar os Desígnios do Pai, Mestre dos meus encantos; é só a visão desta coisa tão inábil e pequena que me faz falar, para Te pedir que me não leves a mal os momentos em que duvido. Eu só Te quero muito, não há nada em Ti de que eu não goste, cada palavra, cada gesto, cada passo Teu – tudo em Ti acho perfeito. Será que isto Te basta para fazeres a Tua escolha? Mas olha: não há no mundo todo gente mais pronta, de carne mais desapegada, de estômago mais leve, de coração mais incendiado? Porquê eu? Não vês que sou tão lento e pesado para testemunha da Luz, tão rápida, e do Espírito, tão leve? Porquê eu, se Te estou demorando tanto tempo a cinzelar? Fala comigo, Mestre! Responde-me. Esta sensação tão forte de que me vais responder com a Escritura…és Tu, é o Teu Espírito? Diz, então. Tira o Diabo daqui para eu ouvir bem. Ordena ao meu Anjo Simão que me limpe o ouvido. Vou pôr-me à escuta… Que mal Te ouço, Mestre! Mateus quantos? Nove, quinze? Mas estes números…este versículo não mo indicaste já uma vez? Mestre, meu único Amor, gostava tanto de Te ouvir distintamente…. Vês como sou rude? Com um Papa assim nunca mais Te despachas. Não vai ser preciso tomar decisões enérgicas, rápidas, fulminantes? Está bem, seja como queres. Aumenta então a minha Fé. Vou destacar:

                                                                Mt 9, 15

Jesus respondeu-lhes: Porventura podem os companheiros do esposo estar tristes quando o esposo está com eles? Dias hão-de vir em que lhes tirarão o esposo e então jejuarão”.

Assim à primeira vista, Jesus…

Que viste, à primeira vista?

Agarrei-me àquela do jejum: que bom não ter que jejuar agora! Mas verdadeira resposta àquilo que eu Te perguntava, não vi.

Que sou Eu, para ti?

O meu único Mestre. Acho até que exagero: aborreço todos os discursos, ainda antes de os ouvir; não posso com intelectuais e eruditos!

Como sou Eu então para ti, como Mestre?

És o máximo! Não oprimes com a Tua ciência, parece que cada Palavra Tua é um ser vivo, assim como um fruto sumarento que se coma. E depois… Não sei como é: o Teu Ensinamento não vem de fora; surge de dentro, como se mais um espaço se acrescentasse ao nosso coração. Tu…Tu não és outro; és as minhas ânsias boas todas, desabrochando, realizando-se! Não faço esforço nenhum para gostar de Ti.

Sou como um esposo?

Ah! Sim. O amor dos esposos deveria ser este, deveria ser assim!?

Que te diz o texto, Meu amor?

Estou sentindo neste momento que me amas muito. O texto diz isso mesmo: que o Teu amor é o de um Esposo que está comigo… Ah, Mestre! Tu és Encanto puro! Vês? É mesmo isto que eu queria dizer: Tu ensinas assim!… Não há aqui teoria nenhuma; o que dizes, é facto em nós…sente-se dentro, realizando-se! Que lição, meu Mestre! Fica sempre assim comigo!

Preciso ainda um pouco de teoria, para chegar a muitos corações. Continua escrevendo em palavras toscas o Meu Ensinamento. Como anseio pelo Dia em que os corações do Meu Povo todos se toquem, sem palavras!

Que queres que eu faça, para que lá cheguemos depressa, a esse Dia?

Que escrevas, por enquanto. Conta tudo o que vês onde os olhos da cara não vêem.

Está bem, Mestre. Mas olha: aquela do Esposo nos ser tirado… Ainda mal te tenho e já me falas em sair?

Estão já às vossas portas os dias da Grande Tribulação, de que tantas vezes vos tenho falado. Esses é que são os dias da verdadeira tristeza.

Então Tu onde estarás, nesses dias?

Às vossas portas, para conquistar definitivamente o vosso coração.

E como aguentaremos nesses dias, sem Te ver?

Como Eu aguentei, na Minha Paixão, sem ver o Pai.

Jesus! Mas se demorares muito…

Não tenhais medo: até no mundo da Ausência o Meu Espírito vela. E o Olhar do Pai tudo sempre envolve, atento.

Ainda Te queria perguntar outra coisa, Mestre: onde está a Tua resposta ao meu problema, neste texto?

Não a ouviste ainda? Não aceitas ser Minha Testemunha nos dias da Grande Tribulação?

Ah!

São 4:29!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

430 — Ler sem conhecer

                        – 14:39:47

Perante acontecimentos e Sinais revelando de modo claríssimo a acção de Deus em mim, como se compreende que regressem, de tempos a tempos, devastadoras dúvidas que me abalam até aos alicerces do ser? Há-de ser difícil, por exemplo, à razão deste mundo, despachar sem mais, com o argumento do “acaso” ou da “coincidência”, ou com o refinadíssimo argumento da moda, o “inconsciente”, aquilo que há pouco me aconteceu: eu trouxe aqui para fora a Bíblia, a Vassula e o terceiro volume destes Escritos. Pensamentos perturbadores impediam-me de me concentrar nas coisas do Céu. Peguei, por isso, como sempre faço nestes casos, num destes livros, para me ajudar a rezar. Saiu-me o terceiro volume deste manuscrito, que se me abriu no dia 15/7/95. Ho! Já conheço disse eu cá dentro e fechei o livro, disposto a procurar outra página. Mas logo me lembrei de que não deveria fazer isso, sob pena de desprezar a Vontade de Deus, apropriando-me do critério de escolha, que só ao próprio Deus poderá, neste caso, pertencer. Assim, fui procurar de novo aquela página e encontrei-a. Li. Afinal, nada conhecia do que ali estava escrito: eu só lera várias vezes. De facto este texto, baseado também num Salmo, o 116 (114-115), foi como um campo semeado que só agora germinara para mim: eu conhecia-o como campo semeado, mas não o tinha visto ainda como paisagem verde, onde já há frutos prontos a comer! Mas porque se regalou assim desta vez a minha alma naquele verde e naqueles frutos? Só lendo com o coração todo esse dia quinze de Julho: é justamente uma meditação sobre o sentido da aridez e um cântico de acção de graças pelo Dom do Deserto! Foi como se tivesse semeado de novo hoje, em nova seara, a mesma semente de então e o Senhor me levasse a ver já o resultado daquela sementeira para me encher olhos e coração com a surpresa!

Dizei-me agora a mim, explicai a toda a gente: porque fui eu arrancar o terceiro volume duma pilha de nove que tinha no quarto, em cima da cómoda? Porque abri eu o livro justamente ali, naquele dia quinze de Julho? Puro acaso! Coincidência pura! Nem sequer é preciso recorrer aqui aos complicados processos do Inconsciente respondereis vós sem pestanejar, meus irmãos sábios de largas testas e altivos rostos. E não sei se alguém acreditou em vós. Mas eu acho-vos tão sequinhos, tão poucochinhos…

domingo, 29 de maio de 2011

429 — Sempre que rezais, sou eu que rezo em vós

                        – 10:00

O Sinal fala-me da Presença avassaladora do Espírito em mim.

Sê a minha voz, Espírito do Senhor. Que todo eu seja vibração Tua dialogando com o Teu Jesus.

Acreditas em Mim. Salomão?

Em Ti, Terceira Pessoa da Trindade, em Ti, Espírito Bom, Omnipotente, Três Vezes Santo? Tu sabes tudo, meu Senhor: Tu sabes que acredito, acredito com todo o ser e toda a deficiência de que sou feito.

Dialoga então com o teu Mestre, que tanto admiras e amas.

Ficas feliz, meu Frágil e Fortíssimo Senhor, quando falo com o Teu Jesus?

 Quando falas com Jesus, sou Eu que falo com Ele.

Mesmo quando digo asneiras?

Na verdadeira oração nunca ninguém diz asneiras.

E como Te sentes assim revestido da rudeza e incapacidade das nossas palavras, assim afogado quantas vezes na nossa monstruosidade e podridão?

Feliz, muito feliz!

Porquê, meu Encanto subtil e fundo?

Porque ao rezar Me chamastes.

Vens sempre-sempre quando rezamos?

Sempre que rezais, sou Eu que rezo em vós.

Mesmo quando não “sai” nada?

Sobretudo quando não sai nada: sou Eu então toda a vossa impotência rezando.

Rezando a oração da impotência?

Sim. A melhor de todas as orações.

Foi esta oração da impotência que rezaste em mim na vigília de hoje, não foi?

No teu vazio, nesse total vazio que Me deste, fui Eu oração só, límpida e forte, subindo ao Pai.

Não é, então, tempo perdido quando não conseguimos rezar?

É tempo cheio do Olhar do Pai e da Minha Resposta silenciosa.

Querido Amor! Tu és Amor só, não és?

Eu sou oceano e torrente e fonte e gota de água. Eu sou o contrário da aridez.

Então porque está tantas vezes tão árida a minha alma?

Sentes-te bem nessa aridez?

Não!

Sentes-te mal?

Muito mal!

Desejarias muito que ela desaparecesse?

Muito.

Esse teu desejo está enchendo de água a tua alma.

Então porque não vira verdura e cor a minha terra?

Porque não é ainda Primavera!

Foi isso que me quiseste dizer com o Salmo desta noite?

Que diz o Salmo 66 sobre a aridez?

“Quão magníficas são as Tuas obras!”

Aridez, isso?

Este é o fruto maduro da aridez orante quando, “por fim”, depois de Deus nos ter feito “cair no laço”, de ter posto “carga pesada às nossas costas”, de ter deixado “que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças”, nos dá ”alívio”. Aí sim, aí apetece dizer a toda a gente, em todas as praças da Cidade: “Vinde, ouvi e narrarei a todos vós os que temeis ao Senhor aquilo que Ele fez para mim!”

Aridez o que é, Salomão, o que é a aridez para os que rezam e esperam?

É silêncio em que Tu estás actuando dentro de nós e Te ouvimos como Esperança.

E a que poderias comparar mais a aridez, Meu profeta?

Ao inverno: às árvores despidas, à impotência perante as cheias e os vendavais.

E onde está o Amor, no inverno?

Onde estás Tu? No tumulto das águas que se afundam e concentram na Raiz: quando vier a Primavera, a Vida será explosão pacífica!

Diz agora o que pensaste durante este Escrito.

Que afinal eu fui Jesus, com Quem Tu estiveste dialogando!

Não é heresia, isso?

sábado, 28 de maio de 2011

428 — E a voz manhosa deixou de se rir

28/1/96 3:10

Já são 3:40. Estou parado há meia hora, sem um único movimento no coração. Que posso eu assim exprimir, a não ser esta mesma sensação de vazio? A solução será encher todo este espaço de Deus: Ele é todo o Ser e o único Amor que me seduz. Mas como se faz isso? Rezando, é claro. Mas rezando o quê, se a própria oração é Ele também, se rezar é puro Dom Seu?

Deus está sempre ao alcance da mão. Mas não vem nunca, se a mão se não mover na Sua direcção. Basta, pois, que o nosso Livre Arbítrio – também ele um Dom de Deus, porventura o maior de todos! – comande este primeiro movimento da nossa mão, por imperceptível que seja: Deus capta-o e alvoroçado lhe responde. Está assim desencadeada a torrente que a partir de dentro, como seiva, dará força à própria mão que pede e agarra Deus. Mas uma voz impertinente continua provocando-me cá dentro: Ah sim? Olha o relógio. E eu olho. São precisamente agora 4:40: uma hora inteirinha levei eu a redigir meia página! E a voz rindo, sarcástica, vitoriosa: Que torrente é esta que tal secura dá? E ri-se, ri-se muito esta voz. E eu nem sequer tenho energia para lhe ficar com raiva, para lhe chamar estúpida, para lhe perguntar se não sabe que Deus é Prazer e que não há prazer maior que um cantil cheiinho de água refrescando-nos a garganta e as entranhas depois de nos termos perdido no Deserto!

Mas eu conheço esta voz: é a voz do manhoso fabricante de todos os desertos, especializado em desviar para lá todos os desprevenidos. Por isso vou atrás da Voz que ouvi logo desde o início quando a minha garganta se queixou ao Senhor de que tinha sede: “Salmo sessenta e seis”! Ora 66 traz a marca da voz manhosa que ronda no deserto. Com mais um 6, daria o seu exacto número, porque esta voz que sempre nos afasta das zonas verdes é a conhecida voz da Besta, cujo número é 666. Ah, se houvesse o Salmo seiscentos e sessenta e seis! Creio que seria esse mesmo que aquela outra Voz me indicaria, para mais uma vez me inundar daquela Paz que eu já conheço, dizendo-me que não tenha medo, que também a Besta está às Suas Ordens e O serve com milimétrica precisão. Vou, pois, destacar o Salmo com que o meu Senhor hoje achou por bem alimentar-me:

                                                          Sl 66(65)

E a minha oração terminou assim: “Se eu planeasse a maldade no coração, o Senhor não me teria ouvido. Mas Deus ouviu-me, atendeu o clamor da minha súplica. Bendito seja o Senhor, que não rejeita a minha oração, nem retira de mim os Seus favores”!

São 5:27! Se 27 é o meu nome, Jesus está comigo, a dizer-me que este vazio não é ausência do Seu Amor, mas só uma forma de O robustecer em nós, conforme diz a oração que em mim Ele próprio está rezando ao Pai: “Sim, Tu nos provaste, ó Deus, acrisolaste-nos como se acrisola a prata” (v. 10), “passámos pelo fogo e pela água” (v. 12). Sim, é por este processo que Jesus consegue a rija têmpera dos Seus discípulos!

A voz manhosa, sarcástica, deixou de se rir, no Deserto….

São 5:41.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

427 — É necessário exercer violência para despertar os corações

                        - 12:10:19

Seria uma surpresa total que o Pai quisesse visualizar em mim a delicadeza e a ternura da Rainha do Céu e nossa Mãe: eu nada tenho de delicado na minha figura física e no coração sou rude e bravo. Ternura sinto-a, sim, por todas as criaturas, mas o meu comportamento não a manifesta, especialmente no contacto com as pessoas: sobressai-me sempre nelas a deficiência e é sempre de forma violenta que lido com ela; vejo-a com um obstáculo e tenho tendência a enfrentá-lo, para que as pessoas o reconheçam como obstáculo. Parece uma fatalidade: eu não consigo deixar escondida a maldade, onde quer que a detecte. Desculpo todas as deficiências às pessoas e fico muito magoado quando elas me levam a mal a denúncia que faço: eu não quis culpá-las das deficiências; quis só que as vissem, e abandonassem caminhos que eu sei nunca conduzirem à Luz.

Agora sei, no entanto, que me não pertence converter ninguém. Aprendi já a esperar pelos frutos das minhas atitudes e a respeitar integralmente os caminhos únicos que Deus segue com cada um. Mas continuo a não conseguir calar o mal naqueles em quem o detecto e se tornam em cada momento os meus próximos. E faço isto quase sempre sem medir as consequências: sinto que as consequências, por mais dolorosas que sejam, serão sempre menos dramáticas do que a permanência na Escuridão. Sinto que é necessário exercer violência para despertar os corações; falinhas mansas enjoam-me e mais parecem estagnar o processo de conversão do que estimulá-lo.

- Maria, diz-me como posso revelar a Tua feminina sensibilidade com um feitio tão impulsivo.

- As Minhas palavras são “falinhas mansas”, daquelas que te enjoam e estagnam os processos de conversão?

- Não!! Desculpa. Não quis referir-me a Ti com aquela expressão: há uma vivacidade surpreendente na Tua delicadeza, conforme tenho escrito.

- E não são violentas as Minhas palavras, nem a Minha actuação?

- Violência conforme a estou entendendo agora, não. Eu estava a pensar naquela violência que vimos nas palavras e nos gestos de Jesus, em várias ocasiões.

- Eu não sou agora a Comandante de uma batalha?

- És.

- De uma batalha sem violência?

- Está aí a natureza da energia que se desprende de Ti e que é muito própria da Tua maneira de agir: é uma energia irresistível; a violência que exerce é só a violência do fascínio, seja pela Tua inocência, seja pela Tua leveza, seja por toda a Tua grácil figura de mulher, seja pela intensidade dos Teus desejos, que se vê precisamente na frontalidade com que nos olhas, como sucede com as crianças pequeninas.

- A Minha Batalha vai ser ganha apenas pela violência do fascínio?

- Sei que o Pai e Jesus e o Espírito desejariam que assim fosse.

- E, se assim fosse, a promessa do fogo devorador ficaria suspensa?

- Não: a violência e o sofrimento que o Teu fascínio provocaria seriam engolidos pelo Teu Encanto.

- E então? Continuas pensando que Me não posso revelar em ti, agora, como Mãe?

- Acabo de escrever que seria a mais louca surpresa da Grande Tribulação.

426 — Eu devo receber nas minhas entranhas a Igreja moribunda

2/7/01 - 2:12

- Maria, diz-me que testemunho quer Jesus que eu dê da Igreja, conforme me pedem aqueles Sinais.

- O que é uma testemunha?

- É aquele que relata com fidelidade aquilo que presenciou.

- Então faz isso e terás realizado o desejo do teu Mestre.

- Mas como? Eu não vi ainda levantada a Igreja com que Jesus sonha…

- Mas vês caída a Igreja em que Jesus vive.

- E é desta Igreja que Jesus quer que eu conte quanto vejo e ouço e sinto?

- Tal como escreveste, não podes dar testemunho de uma coisa que não presenciaste.

- Mas desta Igreja…está tudo dito: ela jaz moribunda, meio apodrecida.

- E não queres recebê-la no teu seio, assim como ela está, para que ela possa renascer?

- Mas ela só pode renascer do Seio de Deus!…

- E onde está Deus, hoje, para que ela se Lhe afunde nas Entranhas?

- Esta Igreja tão de carne deverá hoje afundar-se-Lhe no Seio…de carne?

- Diz-Me, Meu companheiro distraído: não é permanente a incarnação de Deus?

- Jesus quer que eu seja Deus recebendo, nas minhas entranhas de carne, a Igreja moribunda?

- Não tens escrito desde o início que aqueles que aceitam Jesus e O seguem, se tornam um só com Ele, tornando-se assim Seus irmãos e Filhos de Deus?

- Então diz-me, de forma bem clara, minha Pequenina, o que me pede Jesus.

- Que sejas Testemunha viva morrendo.

- Como Tu junto à cruz?

- Deixa-Me dar-te um abraço muito forte, Meu pequenino, porque compreendeste!

- Eu vi de repente nesta Igreja Jesus moribundo na cruz!

- E viste mais…

- Sim, vi-Te a Ti, aos pés do Teu Filho, trespassada de dor.

- E mais estás entendendo ainda…

- Sim!… Vejo-Te ali absorvendo todo o sofrimento do Teu Jesus até ao fundo do Teu ser.

- Eu era uma testemunha do que se estava passando?

- Claro! Uma Testemunha-mártir: o que presenciavas estava acontecendo na Tua carne!

- Deixa-Me então ser em ti novamente essa Testemunha.

- Tu vens para ser hoje o Seio de Deus recebendo a Igreja desfigurada, moribunda, para que daí ela possa renascer?

- Entendeste agora? Eu venho para ser a Mãe da Igreja, recebendo-a na sua morte, para que do Meu Corpo ela possa renascer. Deixa-me ser em ti Seio de Deus recebendo a Igreja que morre, para ser a verdadeira Mãe da Igreja renascida!

- Ah, minha doce Pequenina, não sei se estou penetrando conforme o desejo de Jesus o assombroso Mistério de que me estás falando…

- Basta por agora assim. Mantém-te apenas vigilante. Dentro em breve sentirás na tua carne aquilo que agora apenas registas em toda a medida da tua capacidade.

São 3:24!

425 — Estes Diálogos são uma nova Loucura de Deus

                       - 11:36:21

Tem sido semeada de grandes perplexidades e sustos esta via que o Mestre me fez seguir, de O incarnar em todo o gesto e acontecimento da vulgar vida humana. Parece querer que O leve às mais remotas e degradadas células do nosso corpo, às mais desconhecidas regiões do nosso espírito. Parece querer encharcar literalmente a terra com a Sua Presença. E esta atitude de Deus, tão inesperada, tão intensa, tão abrangente, criando uma tão dolorosa como fascinante tensão na minha Alma, não é, afinal, outra coisa senão o regresso de todas as coisas ao seu lugar de origem, para aí desabrocharem para uma harmonia sempre nova. Trata-se, afinal, do verdadeiro Regresso de Jesus ao Seu Trono de Senhor de todas as coisas criadas e de Redentor de tudo quanto estava perdido.

Disse-nos esta noite a Senhora uma coisa estranha: esta silenciosa, permanente Incarnação de Deus em tudo quanto é humano, fez entrar o homem no próprio Seio do seu Criador, para aí se tornar Filho, se ele aceitasse esta Loucura do Amor. É como se o homem, pela própria Incarnação, mesmo não a aceitando, tivesse sido subtraído à sua original condição de criatura e colocado numa substancialmente nova condição - a de autêntico Filho de Deus; se, neste novo estado, o homem mantiver a sua rebeldia e se recusar a aceitar o Dom da Filiação, isto torna-se um Pecado muito mais cruel que o primeiro, magoando Deus numa intensidade inexprimível.

Por isso é preciso levar agora a Incarnação de Deus ao mais minúsculo alvéolo da natureza humana. Agora é preciso que o homem reconheça o Redentor que o Céu lhe trouxe.

- Maria, minha enternecedora Companheira tão próxima de mim neste Deserto, diz-me como poderemos realizar neste nosso tempo este tão ardente Desejo do nosso Pai, esta tão chocante Loucura do nosso Jesus.

- Só o Espírito pode realizar todo o Desejo do Pai, toda a Palavra saída do Coração do Filho.

- Se o homem quiser, não é, Companheira? Se o homem quiser! Como vamos fazer com que o homem queira? Como vamos levar todas as vontades rebeldes a olharem Aquele que trespassaram, rendidas à Loucura amorosa de Deus?

- Deixa-Me assumir todos os teus momentos do dia, que Eu levo-os ao nosso Jesus, para que Ele os invada completamente com a Sua Pressença.

- Sim, toma os meus momentos todos, minha querida Amiga. Mas eu estava falando daqueles que não oferecem ao nosso Jesus momento nenhum das suas vidas, que não estão reconhecendo n’Ele o seu Libertador. Como podemos levá-los a sentir Deus incarnado em todas as suas células?

- Só o Espírito o poderá fazer, como tu sabes.

- Ele fará incarnar Jesus nos momentos dos outros, se eu O deixar incarnar nos meus momentos todos?

- Sim. Vê como te escolheu o Pai para gravares nestas frágeis palavras esta tão viva e doce Presença de Jesus em todos os teus momentos.

- É com estas palavras que o Espírito mostrará Jesus?

- É uma tentativa. Uma nova Loucura de Deus.

424 — Se não quisermos tornar-nos filhos, Deus nada pode fazer

1/7/01 - 3:15

Estes Sinais falam-me da Presença de Deus vencedor em mim. Por isso eu sou sempre vivo e activo. Por isso eu posso escrever sempre, sem que a minha Fonte se esgote.

Por isso esta Profecia que escrevo é bem o Evangelho da Presença permanente de Deus em nós, ao nível do mais insignificante dos nossos gestos. Mesmo definhando continuamente, mesmo encaminhando-me para a morte, esta Profecia está proclamando o Dom inesgotável da Vida divina actuando em nós. É justamente na Sua Morte que Deus Se revela mais vivo. É morrendo que Ele faz explodir continuamente os limites do Seu Ser para as regiões do Nada, daí arrancando toda a Vida com que vai povoando o Infinito.

- Maria, vem segurar e fazer crescer esta minha Fé na Presença de Deus em tudo quanto nos acontece.

- Espera aí: Deus também O vês presente no Mal que povoa a terra?

- A minha Fé diz-me que, mesmo quando nós rejeitamos Deus, Ele Se encontra na nossa rejeição, dando-lhe consistência. Nada tem ser nem consistência senão em Deus. Tudo quanto existe, só em Deus pode existir. Mesmo o Mal. Foi assim que Jesus me ensinou.

- Então todo o mal que as pessoas possam fazer estará sempre presente no Ser de Deus !?

- Sim, foi exactamente isso que eu entendi.

- Deus, então, sofre!?

- Sim, desde que, pelo Pecado de anjos e homens, o sofrimento foi introduzido no Universo.

- Diz-Me então uma coisa: se o Mal já doía, desde o início do Pecado, no Corpo de Deus, que significou a Incarnação?

- Significou a redução de Deus ao próprio sofrimento de anjos e homens rebeldes. Deus fez-Se todo Dor. Para vir salvar do sofrimento o homem, Deus reduziu-Se a homem sofredor. O sofrimento de homens e demónios deixou de ser apenas uma ferida no Corpo de Deus, para invadir o próprio Coração do Criador. E foi assim que o Amor de Deus recebeu no Seu próprio Seio o homem, fazendo dele Seu Filho.

- Diz-Me então agora uma outra coisa: se Deus possibilitou assim ao homem tornar-se Seu Filho, haverá alguém que fique excluído desta possibilidade?

- Da possibilidade nunca, porque Deus nos ama a todos com igual carinho. Mas o homem pode não aceitar ser Filho de Deus e permanecer, portanto, sempre criatura rebelde.

- Criatura? Porque não disseste Filho rebelde?

- Porque Deus nunca contraria a escolha livre do homem: se este não quiser tornar-se Filho, Deus nada pode fazer.

- Mas pela Incarnação Deus não assumiu no Seu Seio todos os homens para daí Lhe renascerem Filhos?

- Sim. Por isso não aceitar esta Dádiva Maior da Incarnação é um horroroso golpe no Coração de Deus. Ensina-nos, Maria, a acreditar nesta tão íntima Presença de Deus em nós e de nós n’Ele.

São 6:43.

423 — Nunca Pedro definirá pontos de doutrina

30/6/01 - 3:34

Olho agora o relógio de novo. A imagem que vejo é 5:00! Não tenho conseguido concentrar-me em nada. Vagueia o meu espírito sobretudo pelas preocupações do momento…

- Ajuda-me, Maria. Estas são as horas de maior silêncio no meu dia, talvez agora as únicas. Se nem nelas consigo orar, como poderei evitar afastar-me de Vós, os meus Amigos do Céu?

- Não tenhas medo. Ninguém conhece melhor o teu coração do que Nós. Lembra o dia de ontem.

- Foi desde manhãzinha até à noite a trabalhar nas obras. Nem sequer parei para pensar naquilo que me tinhas dito na vigília…

- Escreve de novo o que Eu te disse.

- Pediste-me que fosse, na Igreja, a presença da sua Mãe.

- E como entendes este Meu pedido?

- Que devo proceder para com todos os Teus filhos com a sensibilidade e a ternura de uma mãe.

- Como Pedro, não deves antes ser a imagem do nosso másculo e decidido Jesus?

- Entendo agora que o Teu pedido é justamente para que Jesus permaneça sempre como o único Centro da Igreja.

- Mas não é necessário que Jesus seja visível na figura e na missão de Pedro?

- Jesus disse-me que Pedro deverá ser sempre e só um Sinal de unidade da Igreja.

- E Eu estou alterando, com o Meu pedido, o desejo de Jesus?

- Certamente que não: entendo que a actuação de Pedro deve ser discreta como a Tua.

- E quando for preciso tomar atitudes enérgicas, porventura drásticas?

- Estão em Ti todas as energias cósmicas, sem que Tu deixes de ser a nossa leve Rainha, a nossa delicada Mãe.

- Que diferença há então entre uma atitude enérgica Minha e de Jesus?

- Jesus regressará agora aos corações. É aí que Ele actuará de forma diferente para cada um, conforme sabemos; as Tuas atitudes são sempre as da Mãe de Jesus: elas conduzem sempre ao único Mediador. Toda a Tua energia, revelada também de forma diferente a cada um, sempre levará os corações a centrarem-se em Jesus.

- E quanto às decisões drásticas?

- Decisão drástica foi, por exemplo, o total silêncio de Jesus perante Herodes, que queria que Ele fizesse ali um milagre. Decisão drástica foi a do Pai quando entregou à morte o Seu Filho…

- Como preservará então Pedro a Autoridade exclusiva de Jesus perante os conflitos, na Igreja?

- Fará como Tu: pedirá a todos para orarem.

- Mas isso não parece muito eficaz… Pedro não deverá tomar atitudes determinadas perante as divisões, na Igreja?

- Toda a eficácia, na Igreja, estará para sempre no Espírito Santo. Nunca Pedro definirá pontos de doutrina, excomungando os discordantes; esperará que todas as árvores dêem os seus frutos.

São 6:02!

422 — Deixa-Me ser em ti a Mãe da Igreja

29/6/01 - 6:05

- Maria, fala comigo, neste dia de Pedro.

- E qual era a coisa que mais desejavas que Eu te dissesse?

- Não tenho nada de especial a pedir-Te; queria só que falasses comigo. Se o fizeres, sei que me vais surpreender.

- Não sentiste necessidade de falar com o nosso Jesus, ou com o próprio Pedro, teu Anjo da Guarda?

- Não: era para Ti que o meu cansado desejo todo se dirigia.

- E não sabes porquê?

- Não; só senti vagamente depois que a minha missão deverá estar muito relacionada Contigo.

- Atende sempre ao que sentes. Vamos examinar os teus Sinais. Que dizem aqueles ali acima?

- Que a Besta se está preparando para fazer parar as palpitações do Coração de Jesus.

- Ela não sabe que o não consegue?

- Ela é cega; o que ela vê é que os homens têm a Alma aberta para o Infinito e para o Abismo e que da sua Liberdade saem opções que emudecem neles o bater do Coração do nosso Jesus.

- É nas pessoas que ela combate Deus?

- Sim, só nas pessoas.

- Então vamos preocupar-nos apenas com as pessoas. Que lhes dirias, neste momento?

- Que se ouvissem a si mesmas.

- Ias dizer de outra maneira…

- Sim. Que orassem.

- E são semelhantes essas duas maneiras de dizer?

- São: ao ouvirmo-nos a nós mesmos, é a Deus que escutamos.

- Vê se não é isso que diz a primeira imagem numérica que observaste.

- Eu senti que nela havia uma relação muito estreita entre mim e Jesus. Era 5:02

- Onde vês, neste caso especialmente, essa relação estreita?

- No zero, Sinal do Espírito. É Ele que tudo une de modo perfeito.

- É então essa a imagem perfeita da oração!?

- Não tinha reparado ainda… Sim: a oração é o Espírito vibrando entre Jesus e a Sua testemunha.

- Sabes qual é a Minha Mensagem a todos os pequeninos Profetas do Senhor que tenho visitado nesta preparação para a Vinda de Jesus?

- Sim, acho que se pode resumir justamente nessa palavra: oração.

- Diz de outra maneira orar.

- Converter-se.

- E de outra maneira ainda.

- Gostar muito de Deus.

- Vês então agora qual tem sido a Minha missão neste tempo que antecede o Regresso de Jesus?

- Sim: levar as pessoas a orar.

- Queres ser a Minha Voz quando chegar o tempo de assumires a tua missão?

- Sim, gostava tanto de poder ser a Tua Voz!…

- E de fazer os Meus gestos e de ter os Meus sentimentos?

- Claro, Senhora.

- Deixa-Me ser então em ti a Mãe da Igreja!

São 7:43.