2/5/02 — 4:07
Nada tenho dentro de mim senão a pena de nada ter para anunciar. E no entanto aqueles algarismos são um afectuoso abraço do Céu por aquilo que sou e tenho feito justamente como Profeta. É verdade, tenho afinal também isto dentro de mim: sinto todo o Céu feliz por esta Profecia que estendo diante de mim, diante de Deus e diante dos homens, sem prazo, sem limite de nenhuma espécie. Vejo, pois, naquela imagem, um carinhoso pedido para que continue a escrever.
— Maria, preciso hoje muito de que fales comigo, porque esta página teima em ficar em branco. Diz-me: como pode Deus pedir-me que escreva, quando ao mesmo tempo me deixa assim o coração sem nada que eu possa anunciar?
— Não sabes tu mesmo responder? Achas que é para te dificultar a vida, para te fazer sofrer?
— É claro que não. Isso nunca. Fazer sofrer é uma maldade pura e Deus é o próprio Bem.
— Ele não fez sofrer o Seu Filho Jesus?
— Não. Quem fez sofrer Jesus foram os homens. São os homens a causa de todo o sofrimento na terra.
— E demónios também, não?
— Nenhuma possibilidade de nos fazer sofrer teriam os demónios, se os homens lhes não abrissem todas as portas.
— Tu abriste alguma porta aos demónios?
— Não sinto que o tenha feito. Até pelo carinho que ainda agora o Céu manifestou para comigo.
— Não sendo então Deus nem o Demónio a causa do teu sofrimento, só restam os homens. São eles que te fazem sofrer?
— São. São sempre os homens que me fazem sofrer.
— Quem ler esta Profecia há-de ficar baralhado com tantas contradições que escreves…
— Quem ficar baralhado, depressa deixa de ler. Quem chegar aqui na leitura, não estará certamente baralhado, mas estará sendo iluminado por uma grande Luz.
— Mas tantas vezes te queixas do Demónio como a causa dos teus sofrimentos… E não o vês tu tantas vezes comandando um exército e fazendo estragos sem conta na terra?
— É verdade. E continuo vendo assim. Mas sempre disse que Deus tem o Demónio sob o Seu total domínio; só não interfere nas escolhas dos homens e estes escolheram até hoje servir o Diabo: eles querem-no como seu rei e ele, naturalmente, reina. Vejo no entanto agora uma Luz mais forte incidindo na responsabilidade dos homens. Eles têm Jesus. E o pecado deles parece-me agora maior do que o pecado das Origens: ao longo destes vinte séculos o que fizeram foi calar progressivamente a Voz do seu Redentor e expulsá-Lo deste reino que entregaram ao Demónio!
— Tu já não pertences a essa gente que tal coisa fez?
— Sim, sou carne da sua carne e durante muito tempo colaborei nesta Traição universal. Mas agora Jesus mudou o meu coração…
— E já não tens nada a ver com este reino infernal?
— Tenho tudo a ver. Tenho mais ainda agora que lhe vi a perversão. Mas agora o meu sofrimento é redentor.
— És um inocente feito vítima?
— Sou um culpado a quem Jesus purificou o coração.
— E por isso te fez vítima dos homens?
— Sim, para lhes lavar o coração.
São 6:31.