No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

domingo, 31 de outubro de 2010

234 — O desenho da capa destes Diálogos

                   - 10:44:47
- Mestre, desenhei ontem, pela primeira vez, como Tu sabes, a capa do livro que vai conter estes nossos Diálogos e queria falar um pouco sobre esse facto…

- Alguma coisa te preocupa?

- Não sei se queres que fique assim.

- Desenhaste-a apenas como rascunho?

- Nem sei… Já a tinha imaginado há muito tempo…

- Quanto tempo?

- Talvez anos, não sei… E logo pensei que quando a desenhasse deveria ser definitiva, ficasse como ficasse.

- Porquê?

- Porque sempre me sucede assim também com as palavras que aqui caem: nunca mais as retiro.

- Mas ontem, quando começaste a fazer o desenho, consideraste-o um rascunho?

- Não sei… Fi-lo quase distraído…

- E porque o fizeste ontem?

- Não tenho nenhuma razão para isso. Deu-me só uma quente vontade de o fazer.

- Que quer dizer “quente”?

- Pareceu-me que, apesar de distraída, vinha mesmo do coração. Como os impulsos que me fazem escrever.

- E gostaste do que fizeste?

- Pareceu-me, no princípio, muito mal feito… Se calhar por isso é que pensei ser só um rascunho…

- Fizeste-o todo de uma só vez?

- As lágrimas fiz-lhes, no princípio, rapidamente, só o contorno; só um pouco depois é que as enchi.

- Para quê?

- Para ficarem mais carregadas, mais visíveis… Queria que ficassem muito realçadas.

- Inicialmente também no chão desenhaste só uma pequena mancha…

- Sim, era só uma lágrima no chão. Mas não me satisfazia: achei que deveria ser um lago de água e tentei desenhá-lo.

- Mas há mais um desenho…

- Sim… A seguir tentei enquadrar as palavras no desenho. Mas ficou-me um espaço vazio. Então pareceu-me que o olho, em cima, estava muito mal feito e desenhei ali outro. Saiu pior.

- E que aconteceu depois?

- Comecei a olhar para aquilo e pareceu-me começar tudo a adquirir significado… Até o segundo “olho”, no chão…

- E que significado te pareceu ter?

- O nosso olhar, no chão, procurando-Te… Um olhar desfigurado, frágil… Comecei a achar muito linda a fragilidade de todo o desenho… Depois a estrutura pareceu-me também uma taça…

- Que elementos teria o desenho quando pela primeira vez o imaginaste?

- Só um Triângulo, com um olho chorando, ligado à Terra…

sábado, 30 de outubro de 2010

233 — A nossa natureza é ser pura Graça

12/2/00 — 5:21

Há pouco, perante a resistência em levantar-me, pedi ao Espírito que fosse Ele a pegar em mim e a colocar-me na posição de escrever.

E mais uma vez fui assim conduzido ao Mistério da Graça: todo o Bem nos é dado e o próprio mal que fazemos, se não fosse o Espírito a dar-lhe o ser e a consistência, nem esse fruto da nossa traição ao Criador seríamos capazes de produzir. Sim, até o mal que fazemos simplesmente não teria ser, se Deus não tivesse cometido a loucura de nos criar livres. Ao conceder-nos o Dom da Liberdade, Ele correu o risco de ter que sustentar na existência o nosso próprio Pecado, porque fora d’Ele nada existe. E de novo a emoção me quer romper as paredes do peito ao considerar que o Seu Nome é EU SOU!

Mas, chegados aqui, nós sempre protestamos: afinal que dignidade é a nossa, se de nós mesmos nada podemos fazer? E a resposta parece agora ser feita da simplicidade da própria Luz: a nossa dignidade consiste em sermos só Bem, como Deus; de nós mesmos podemos ser verdadeiros Filhos de Deus, herdeiros de todos os Atributos de Deus! Que somos, de facto, nós mesmos, senão um puro fruto do Bem? Podermos fazer o mal é ainda um bem. É talvez o maior Bem da nossa natureza: significa ele que o Bem que somos não é uma fatalidade, mas pode ser uma Escolha livre! O Bem pode ser verdadeiramente nosso, porque pode ser escolhido por nós. Mais personalizados, mais nós próprios não nos poderia Deus ter criado.

É portanto óbvio que quando escolhemos o mal estamos ainda a servir-nos deste Dom de Deus. Mas nesse mesmo instante escolhemos renunciar à nossa genuína natureza. Escolhemos assim, em verdade, a decomposição, a Morte. Mas porque nada regressa ao Nada, a nossa escolha é trágica: escolhemos existir mortos! É por isso que o Espírito até o peso deste nosso ser morto tem que sustentar na existência até ao momento da nossa definitiva escolha, na hora em que termina o nosso percurso terrestre. Se mesmo aí não escolhermos o Bem, iremos habitar definitivamente as Trevas exteriores ao Mundo da Luz. Aí “haverá pranto e ranger de dentes”, conforme a expressão do nosso Mestre. É, de facto, uma existência absurda, porque contrária à natureza daqueles que assim voluntariamente a ela se condenaram. O nosso Mestre já ma deu a viver um pouco e é, de facto, um insuportável horror. Não sei como é possível escolher semelhante território, mas sei que a este ponto vai a obstinada soberba humana. Foi a nossa Mãe que um dia me iluminou dentro do peito a esperança de que o sofrimento destes rebeldes venha a ser eliminado, porque Deus é só Bem e uma vez que Ele é o SER, se alguém Lhe impusesse um mal por toda a eternidade, Deus não seria o Absoluto Senhor.

Somos, portanto, pura Graça. Esta é a nossa natureza. Mas o Pecado feriu as nossas capacidades todas. E não há remendo que se nos ponha: é preciso deixarmos mesmo morrer toda esta nossa incapacidade para sermos reconstruídos desde os alicerces  para renascermos. Custou-me muito entender isto e ainda hoje continuo tenso, em permanente vigilância, a ver se sigo o exacto caminho que Jesus veio seguir para o meio de nós. Ele veio aqui sujeitar-Se inteiramente à Vontade do Pai. Teve uma carne igual à minha e ela teve que morrer. Tudo o que neste caminho foi necessário executar teve que ser o Pai a indicá-lo ao Seu Filho que, inábil e deficiente como nós, nada poderia fazer de Si mesmo no estado em que se encontrava.

Assim quero eu ser. Magoa-me a minha deficiência, mas espero os impulsos de Jesus para fazer seja o que for. O Espírito está atento!…

São 7:50.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

232 — Se esta Profecia for ouvida e praticada…

                        - 19:41:21

Jesus não pára: com estranha insistência me volta a dizer, naqueles algarismos que, no Nono Dia, eu serei o Mensageiro e a Testemunha da Luz. Exactamente o que Ele próprio foi, na Sua Primeira Vinda! É verdade que Ele era a mesma Luz, mas na Sua carne igual à minha Ele era, perante os nossos olhos, Mensageiro e Testemunha do Pai.

E é justamente isto que Jesus me quer levar a escrever de mim próprio: por Sua imensa Misericórdia, Ele fez de toda a minha carne, do gesto e das palavras, uma cópia de Si próprio como Luz do mundo!

Não sei que possa fazer. E ocorre esta insistente e tão decidida declaração de Jesus ao mesmo tempo que me sinto a própria insignificância perante a missão que Ele me entregou. Releio estas páginas e verifico que elas estão permanentemente retratando esta situação: por um lado escancaram a minha multiforme deficiência e por outro contêm tão grande Luz!… Como chorei esta noite! Como choro tantas vezes ao verificar, espantado, que aqui está também completamente escancarada a Misericórdia de Deus!

E uma outra coisa verifico ainda ao reler o que escrevo: se esta Profecia for ouvida e praticada por toda a terra, a promessa de uma Nova Terra, tão insistentemente feita por Jesus, vai ser realizada muito mais depressa do que julgamos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

231 — O homem não precisava da Civilização

                        - 12:06:11

Querer que o homem desmonte toda a Civilização e a deixe desaparecer é, talvez perante os olhos de toda a gente, uma perfeita infantilidade, ou uma autêntica estupidez.

E é perante este espectro que eu me vejo, às vezes. Nunca vi semelhante coisa escrita em lado nenhum. É verdade que Jesus fala hoje, em todos os Profetas, numa Nova Terra. Mas parece que só eu entendo e proclamo esta Nova Terra assim: sem nenhum tipo de obra fabricada pela mão do homem - sem Civilização, simplesmente. É verdade que Jesus afirma hoje frequentemente que vem restaurar aqui sobre a terra, aqui onde nós vivemos mesmo, o Paraíso. Mas parece que ninguém O entende como eu entendo: o autêntico Éden, em que Adão e Eva andavam nus e nem sequer ainda o cinturão de folhas de figueira estava feito. Acredito mesmo que ele nunca se haveria de fazer, se o homem não tivesse pecado.

Ora eu estou entendendo e assumindo as palavras de Jesus à letra: se Ele diz que veio tirar os pecados do mundo, eu creio nisto que Ele nos diz e portanto espero com quanta Alma tenho o regresso puro e simples ao Paraíso como ele era antes do Pecado. Isto é, o Homem não precisava nadinha de ter feito o monstro que fez, para ser feliz; pelo contrário, tudo o que o homem fez com as suas mãos passou a ser um obstáculo à sua felicidade.

Mas creio numa outra coisa ainda que vos queria comunicar a todos vós que por qualquer via puderdes ouvir as minhas palavras. Fixai bem: é por ocasião da Segunda Vinda de Jesus que esta Impossibilidade que acabo de expor será realizada! E esta Segunda Vinda, a que chamamos também o Regresso do Senhor, a minha Fé diz-me que já se iniciou silenciosamente nos corações e em variadíssimos Sinais, desde Fátima, e vai manifestar-se de forma espectacular ainda durante o tempo da minha geração biológica. Não sei quando se iniciará, é claro, esta Manifestação decisiva, nem por quanto tempo ou por quantas e quais fases se desenrolará. Foi-me dito apenas que desaparecerei da vista carnal antes que a Paz milenar que nos está prometida se instale sobre a terra e que a saída para as ruas desta Profecia que escrevo assinalará um momento importante neste já imparável Acontecimento. Trata-se, obviamente, do Acontecimento maior de toda a História da Humanidade se, conforme me diz a minha Fé, ele determinar a derrocada de toda a Civilização até que ela desapareça por completo.

E mais uma vez neste passo Jesus me pede, com muita ternura, que deixe aqui gravado o Seu esperançoso Aviso: o Pai não nos vai fazer sofrer muito; Ele fica muito triste se tivermos medo d’Ele…

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

230 — Rolam-me dos olhos as lágrimas, aos pares

11/2/00 - 3:58

Jesus e Maria são, em nós, a Presença de tudo quanto o nosso coração possa desejar. Porque são humanos, como nós. E porque são Deus, na plenitude dos seus Atributos, como nós somos chamados a ser. Neles está toda a nossa necessidade de amar e de sermos amados, N’Eles está a protecção dos pais e a ternura dos bebés, passando pela amizade serena dos irmãos e pelo amor ardente dos apaixonados. N’Eles está toda a nossa fragilidade e deficiência e está também a Infinitude de que o nosso coração tem sede.

Jesus já O vi Bebé, Pai, Irmão, Pantocrator, Amante, Mestre, Frágil, Herói, Incapaz, Yahveh Terrível que num segundo arranca do Nada uma galáxia! E Maria já Lhe chamei Coisinha Linda, já A senti Irmã e Enamorada, já A vi Dona-de-casa e Rainha do Céu, já me ia desfalecendo várias vezes o coração ao chamar-Lhe Fragilidade Omnipotente e já fiquei um dia esmagado de assombro ao contemplá-La como Guerreira e todas as vezes me quer saltar o coração do peito quando A imagino Comandante dos Exércitos Celestes! Atenção: a imaginação não é uma fantasia balofa; é toda a possibilidade que nós temos de ver o invisível.

N’Eles vejo também toda a Protecção e todo o Poder do Pai do Céu. Eles são as Palavras e a Mão concreta do Pai junto de mim, são o Colo onde me aninho e durmo tranquilo. Ah, mas o Pai sempre Se me destaca quando O contemplo na Sua Serenidade, na Sua Paciência, naquele Olhar omnipresente, naquelas Mãos robustas agarradas às alavancas que comandam o Maquinismo Cósmico, naquela Lágrima que às vezes vejo rolar, muito lenta, pelo Seu Rosto tranquilo…

Jesus e Maria são também, aqui, até em corpo, até em carne, até na vibração dos meus nervos, a Presença do Espírito. N’Eles o Consolador adquire Voz e Mãos e Rosto. Mas se tendes lido esta Profecia, sabeis que não me posso fixar no Espírito sem que me rolem dos olhos as lágrimas, aos pares: é Ele que aguenta podre a nossa podridão, à espera sempre que ainda queiramos curar-nos e renascer! Lembrais-vos daquilo que Ele próprio nos disse uma vez - se o vosso Livre Arbítrio quiser disparar uma seta contra o Coração de Deus, sou Eu que sustento o movimento da seta até ela se cravar no Nosso Coração? Se visses, meu irmão, como tenho que desviar para o lado a cara, para me não caírem as lágrimas em cima da folha… Ah, e quando O vejo segurar os orbes todos nas suas rotas, como pode alguém apagar o brilho dos meus olhos encandeados com tamanha Força e feitos fontes ininterruptas de lágrimas?

Assim o longínquo Pai e o imenso Espírito me foram trazidos a este quarto e ao meu coração por Jesus e Maria.

São 6:33.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

229 — Pedro não tem perfil de chefe institucional

                         - 19:36:33

- Viste como eu há pouco me senti tão pequeno, tão ridículo, tão esmagado pela Missão que Tu me entregaste, Mestre? As pessoas vão-se rir todas de mim!  era o pensamento que insistentemente me dominava…

- Mas houve alguém que te aliviou o sofrimento…
- Sim, foi o nosso Pedro… Foi ele? Eu pensei nele…

- Parece que não te convenceste ainda de que ele é o teu Anjo da Guarda!…

- Não tenho pensado muitas vezes nele, é verdade…

- Deixa lá. Ele compreende… Mas fazia-lo feliz se de vez em quando dialogasses com ele. Ele está muito feliz nesta missão de te proteger, ao observar como está crescendo a tua Fé… E então? Como aliviou o Pedro a tua dor?

- De repente apareceu-me no espírito a figura dele: um rude pescador do lago junto da cidade onde morava… Era certamente a última pessoa que a Sinagoga reconheceria como o primeiro representante do Messias… Aos olhos da respeitável prudência deste mundo, ele não possuía o mínimo perfil para ser o guia do Teu Povo: além de inculto, era impulsivo, ingénuo, imprudente…

- E, perante a imagem do nosso Pedro, tranquilizaste-te!

- Sim, vi que justamente nele Tu mostraste de forma radical como era todo outro o Caminho que Tu vinhas inaugurar.

- Acrescenta isso mesmo que estás agora a ver.

- A Tua escolha revela, de forma flagrante, que não querias nenhum tipo de compromisso com a Sinagoga: o perfil de Pedro era completamente incompatível com o tipo de chefe religioso que a Sinagoga poderia conceber para guiar o Povo Escolhido.

- E vês aí algum Sinal para o teu tempo?

- Um claríssimo Sinal: também hoje Tu queres um corte radical com o tipo de chefe institucional de qualquer uma das igrejas existentes, sobretudo com o da igreja Católica, o Papa.

- Mas espera: não diz a Minha promessa, literalmente: “Tu vais ser Papa”?

- Já uma vez ficou aqui registada a razão porque assim formulaste a Tua promessa…

- Lembras-te do que escreveste nessa altura?

- Tu disseste “Papa” para indicares a linha sucessória…

- Mas diz-Me: não quero Eu um corte radical com todo o passado? Que sentido tem falar aqui de sucessão?

- Tu vens, de facto, refundar a Tua Igreja. Mas não rejeitas nada do que já passou: mesmo assim infiel, dividida, chagada, a Igreja foi sempre o Teu Corpo. E o Papa, apesar de tudo, foi o único Sinal de Unidade que se manteve até hoje.

- E vês agora ainda outra razão para Eu te ter chamado Papa…

- Sim: deste modo exprimirás, quando chegar a Hora, a Tua rejeição do Papa institucional.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

228 — O Profeta e o programa televisivo de humor

                         - 12:32:26

O som da televisão, aqui no café, está muito alto. É uma série de humor. Escrevo pedindo desculpa ao meu Amigo por escrever nestas condições, mas escrevo, apesar de tudo. Sinto que Jesus não só não Se importa, como me pede mesmo que continue: eu tenho que me habituar a ouvi-Lo em condições mais impróprias - no meio de gritos, de perseguições, de exaltadas discussões, de tumultos de vária ordem…

É verdade que a tensão e o cansaço provocados pelo estrondo da nossa Babilónia pedem que nos retiremos para um qualquer sítio solitário para orar. Mas é no meio do barulho que haveremos de passar a maior parte da nossa vida e aí mesmo é preciso impedir que o estrondo condicione os nossos passos, sobretudo que os desvie para rumos que não sejam de Luz. Eu poderia tranquilamente estar ouvindo as piadas deste programa, sem que isso significasse um desvio do Caminho de Jesus: Ele quer-nos onde os nossos semelhantes estão. Mas aí há-de estar o nosso espírito sempre desperto para discernir o bem do mal, para que também daí surja a sede de estar a sós com o nosso Companheiro Deus, já que é nessa intimidade que se lavam todos os pecados do mundo - os nossos e os dos nossos semelhantes, todos aí presentes na nossa dor e na nossa espera e no nosso Sonho.

domingo, 24 de outubro de 2010

227 — A Avalanche de Deus será visível

10/2/00 - 4:21

- Mestre, estes Sinais parece estarem aqui apenas para me bloquear: são talvez os que mais frequentemente me têm aparecido e por isso não vejo qualquer novidade para que eles possam apontar.

- Diz-Me então primeiro o que é que eles apontam de velho.

- O Mensageiro. A Testemunha. A Luz ou a Unidade.

- Não precisa a terra de Mensageiros, de Testemunhas, da Luz, da Unidade?

- É talvez aquilo de que com maior urgência necessita.

- Vens dizendo que a Avalanche de Deus está pronta. Quando se desprender da montanha será invisível?

- O Espírito é invisível…

- E já alguma vez viste o Espírito desprezar o Barro de que fostes criados?

- Não; venho dizendo o contrário: o Sopro da Vida formou, com o Barro, uma coisa só. E quando o Barro, que nesta unidade era luminoso, se quis tornar independente, virando trevas, o Espírito, mesmo assim, não o abandonou, mas viveu sempre, nas trevas, reduzido ao lugar que o homem Lhe deixou.

- Onde está então a montanha donde vês o Espírito desprender-Se?

- A Montanha são precisamente os Mensageiros e as Testemunhas do Teu Regresso: é a partir deles que o Espírito rolará, imparável, por toda a terra, até a submergir no Seu Seio de Água e de Fogo.

- Será, pois, uma Avalanche visível por toda a parte!?

- Sim, Deus deixará de ser assunto privado…

- Fixa-te um pouco, de novo, nessa outra cilada do Inimigo.

- De Deus só se ouve falar nos templos; uma vez fora deles, as pessoas calam-No dentro de si.

- Fala-se muito de Mim também já fora dos templos, em estádios, em praças…

- Mas não deixas de ser assunto privado: desfeito o ajuntamento, outra vez ninguém Te vê.

- E porquê?

- Porque os Teus discípulos não desencaixam da Cidade. O Diabo não se importa que as pessoas façam “manifestações de fé”, contanto que na Cidade elas não toquem. Ele impôs na Cidade uma lei, segundo a qual as pessoas não devem incomodar os outros com as suas “convicções religiosas”. De resto, é extremamente tolerante, hoje, o Demónio: as pessoas têm todo o direito de expressão e de reunião. Há reuniões de igrejas, como há reuniões de partidos, ou de clubes. Tudo muito à vontade. Esta é a paz e a unidade do Diabo.

- Quando Eu vier, não será assim?

- Quando Tu vieres, será como na Igreja Primitiva, mas à escala do globo terrestre: a Avalanche virá dos corações e entrará nas casas, estando as portas fechadas. Tu não virás dos estádios, nem das praças, nem dos templos, mas do próprio aposento de cada um. E cada um, transformado assim pela Tua Luz, descerá então a todos os espaços largos da Cidade, não para aí receber qualquer doutrina, mas para se encontrar com todos os que já tiverem recebido no coração a mesma Luz. E assim todos verão que Tu, enfim, voltaste.

- Regressarão então a suas casas e Eu voltarei a ser para eles assunto privado, não?

- Não: Tu terás deixado de ser assunto para seres Luz. E a Luz…alumia. Desde que se acenda, como é possível não iluminar à sua volta?

- É por isso que os que Me receberem serão Meus Mensageiros e Minhas Testemunhas?

- Exactamente por isso, Mestre: uma vez iluminados no coração, os Teus amigos não poderão mais fechar-Te dentro do peito, porque também o peito e todo o corpo virará Luz.

- É por isso que a Avalanche de Deus será visível?

- Pois é, Mestre, é exactamente por isso: Ela terá mãos desajeitadas e pés trôpegos e palavras frágeis como toda a gente. A Avalanche será feita de toda a gente, onde quer que se encontre. Será uma Luz visível, proveniente de um Fogo que rolará, imparável, por toda a terra!

São 6:54.

sábado, 23 de outubro de 2010

226 — O Labirinto da Ambição

                        - 19:20:26

Todos considerarão a Fé que o texto escrito esta manhã pressupõe como ingénua e portanto inofensiva. Ali se vê este mundo governado por um louco e sádico Monstro, em vias de institucionalizar de forma permanente o Holocausto que produziu à face de toda a terra. E ali mesmo se espera uma vitória completa do Espírito, chamado Avalanche de Deus, que ponha termo a tão diabólico projecto. E isto todos o hão-de achar impossível, a não ser, quando muito, na Consumação dos Séculos.

Mas a minha Fé continua viva como uma brasa dentro de mim. Como ponto luminoso, é muito pequena. Mas parece ter nela, concentrado, todo o Poder de Deus. Diríamos, numa imagem actual, que ela tem em si, concentrado, todo o poder de todas as bombas nucleares existentes hoje no mundo. Os algarismos do início deste texto colocam-me, uma vez frente ao Espírito do Senhor e outra vez frente ao Dragão. E é como se eu tivesse perfeita noção da luta titânica que está para acontecer. Não que ponha o Espírito ao mesmo nível do Dragão: o Dragão é Seu servo sem outra hipótese que não seja obedecer-Lhe. Vejo, porém, no Dragão a Humanidade inteira  a que foi e a que hoje vive sobre a terra. E sei que todo o poderio do Dragão só pôde ser edificado porque o homem se lhe submeteu. Ele é só a Ambição dos homens: para além da ambição humana, ele é só uma gigantesca máquina de precisão nas Mãos do Espírito. Se a Ambição dos homens de repente cessasse, esta Besta Imunda ficaria no mesmo instante sepultada no Abismo, sem nenhuma interferência no Planeta Azul.

Por isso se dirige todo o meu olhar para o coração dos homens e ao mesmo tempo fixo a Avalanche de Deus pronta a desprender-Se da montanha: o Espírito só espera um Sinal do Pai, a dizer que o coração dos homens, finalmente, quer a sua libertação do Labirinto da Sua Ambição, que com tanta dor edificou e de que agora não sabe sair. Sinto então a brasa viva da minha Fé tensa, como se fosse explodir num grito que se ouvisse ao redor de todo o globo terrestre: os homens vão reconhecer a Civilização em bloco como o produto da sua inexplicável Traição ao seu Criador. Os homens vão querer libertar-se, enfim, do Monstro que criaram!

A eliminação de todo o sofrimento da face da terra não está, pois, dependente do querer de Satanás. Satanás só vai até onde os homens quiserem ir: se se lhe entregam, é claro que ele aproveita; se querem dominar a terra, ele oferece-lhes a sua visão planetária. E instiga-os a continuar. E o homem continua. Apenas porque a sua ambição é desmedida.

Mas há agora milhões de inocentes que juntaram o seu sangue ao Sangue do Cordeiro de Deus. Este Sangue está atingindo os corações, lentamente…

Os corações vão querer ser salvos!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

225 — A lepra do nosso tempo

                         - 9:52:47

Uma notícia de jornal fala numa assustadora percentagem de toxicodependentes num dos bairros do Porto. Ao lermos esta notícia, sentimos estar contemplando o vale dos leprosos, no tempo de Jesus, uma vez que estes nossos irmãos, são, quase todos, portadores de doenças contagiosas. E - quem diria? - incuráveis, desafiando o orgulho da nossa ciência. Mas há uma diferença dos nossos leprosos para os do tempo de Jesus: estes não procuraram as condições em que contraíram a sua doença, ao passo que os nossos doentes procuram com sofreguidão aquele estado que os torna então vulneráveis a toda a espécie de males, desde a doença no seu próprio corpo, até ao desarranjo do seu espírito, tornando-o permeável a toda a espécie de violência sobre si próprios e sobre os outros.

Parece uma voragem imparável o mal do nosso mundo. E não uma voragem a que procuramos fugir, mas uma voragem sedutora, que diabolicamente nos enreda e nos suga para o abismo. É um produto das nossas mãos aquilo que nos seduz para o Vale da Morte, chame-se-lhe tabaco, chame-se-lhe álcool, chame-se-lhe haxixe ou ecstasy, ou heroína, ou simplesmente Droga. Parece um deus! Um deus que se compra com Dinheiro! Dinheiro que está hoje ao alcance dos nossos filhos, desde tenra idade, ou porque lho damos, ou porque facilmente no-lo roubam, por ser muito. Há hoje uma enorme abundância de dinheiro. Dinheiro faz dinheiro - dizemos nós. Com dinheiro tudo se compra! Toda a nossa felicidade é hoje uma felicidade comprada. Com dinheiro.

Foi aqui que nos conduziu Satanás. Ele conseguiu fazer da Lepra uma sedução irresistível! Agora até para nos amarmos precisamos de nos proteger, porque o Amor, de pura Sedução libertadora que era, passou a ser uma sedução mortífera. Até no nosso amor circula já o universal veneno. Agora sim! - berra Satanás, louco, alçado no meio da sua Cidade - Agora todo o mundo me pertence! Agora falta só que o próprio Santuário de Deus na terra abençoe a minha Cidade! - remata ele de olhos esbraseados, todo o corpo tremendo de sofreguidão.

Uma das minhas filhas trabalha com crianças naquele bairro do Porto. Mas todas as minhas quatro filhas, ainda jovens, vivem a euforia do fácil, da abundância envenenada desta autêntica criação de Satanás em que todos colaborámos. Atinge-me isto, pois, também a mim, directamente. Julgo estar a fazer aquilo que posso para revelar a estes meus mais próximos aquilo que Jesus me mostrou ao deixar-me ver o mundo com os Seus Olhos. Os resultados não me pertence a mim calendarizá-los. Só espero, tenso, a Avalanche de Deus!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

224 — Ah, se deixássemos Deus agir!

9/2/00 - 2:07

Imaginava agora mesmo e imagino de vez em quando situações em que pessoas várias, sobretudo altos membros da hierarquia da Igreja, me questionam por causa das revelações desta Profecia e a resposta ou a reacção que eu haveria de adoptar perante aquelas situações. Através da Vassula, Jesus respondeu-me assim: “Serei Eu a falar; não deves temer, Meu filho. Confia em Mim”. E logo, para que eu não me esquecesse do Princípio básico de toda a actuação dos Seus discípulos, Ele continua: “Reza sem cessar; fala Comigo. Bendiz-Me muitas vezes, por aquilo que te concedo. Tu serás sempre posto à prova” (12/7/91).

É preciso, pois, abandonarmo-nos ao nosso Deus. Sempre pelo mesmo motivo: nós estamos sendo reconstruídos conforme éramos no Seu Sonho; só Ele, pois, pode moldar-nos sem nos mutilar. Acresce que, desconhecendo nós a nossa própria natureza original e obviamente a fase em que vai a nossa reconstrução, muito menos conhecemos a situação dos nossos interlocutores. Todos eles estão sendo também acompanhados pelo Olhar de Deus e nós ignoramos por completo qual o toque de que eles precisam em cada momento para chegar até Ele. Ora é esta a única preocupação que deve estar presente em nós: que eles encontrem e se deixem moldar por Deus.

É necessário, pois, facilitarmos o regresso de Deus à Sua propriedade, para que faça dela o que bem entender. É natural que, depois da ruína em que nos tornámos, Ele não só nos reconstrua a nós mas, através da nossa própria reconstrução, atinja outros, em especial os nossos mais próximos, ou aqueles que se nos fizerem próximos porque, de longe, ouviram falar da Obra de Deus em nós; e destes, uns se aproximarão para se juntarem a nós, outros para nos perseguirem. Todos, porém, serão atingidos através de nós pelas Mãos sábias do nosso Criador e Salvador, se O deixarmos actuar livremente em nós.

Às vezes, sem dar conta, lá estou eu enfrentando este e aquele, tentando antever o futuro. Tenho já a experiência de que, ao realizar-se depois o que procurei antever, tudo me saiu diferente, quantas vezes até bem ao contrário do que imaginei! Sei que Jesus não nos leva a mal estes devaneios, se eles nos vêm sem querermos, se os não assumimos como projecto nosso. Pode até servir-Se deles para ir treinado a nossa intervenção futura. Mas se tudo entregarmos nas Suas Mãos, estes devaneios também, Ele vai aplicá-los certamente no futuro, porque nada deixa perder daquilo que Lhe oferecemos; o mais certo, porém, é não os aplicar na situação que nós havíamos imaginado: quando imaginámos uma denúncia demolidora, Ele pode reduzir-nos ao silêncio e quando nos imaginámos humilhados, Ele pode abrir a nossa boca e fulminar o nosso e o Seu inimigo. Ah, se deixássemos Deus agir!

São 4:33!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

223 — Todos os crentes são inspirados

                         - 11:56:31

Gozar a Paz neste mundo é tão possível ou tão impossível como partilhar a Lucidez e o Tumulto do Espírito no meio da frieza e da aridez da Devastação que aqui temos estabelecida.

A Paz perfeita, como a Inspiração perfeita, só serão possíveis quando o último filamento da Iniquidade desaparecer de toda a Existência. Mas Jesus exorta-nos a sermos perfeitos não como executores de um projecto de perfeição futura, mas agora e aqui mesmo, nas condições tão contrárias à nossa natureza em que nos encontramos. Perfeitos, portanto, nomeadamente na Paz. E perfeitos na Inspiração. E não uns tantos eleitos, mas todos. Porque a Paz é oferecida a todos. Como também a Inspiração é oferecida a todos, sem excluir ninguém. Aqueles a quem chamamos Profetas são, de facto, testemunhas e mensageiros da Paz verdadeira e para isso têm necessariamente que ter recebido a Inspiração divina. Mas não são os únicos pacificadores nem inspirados. Trazem estes uma missão especial exigida por especiais situações ou determinados momentos históricos, e por isso é o seu testemunho e carisma profético geralmente gravado na escrita. Mas, tirando essa específica vertente da sua missão, são iguaizinhos a todos os outros homens. E também aqui, na sua vulgaridade, continuam sendo testemunhas da Paz e continuam estando inspirados. Como todos aqueles que creram em Jesus. Mas porque todos estes aceitam o Caminho do seu Mestre, nem a Paz que vivem estará liberta da Dor, nem a Inspiração da Aridez. E é assim que uma e outra serão sempre perfeitas.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

222 — O que é a inspiração?

24/4/08 - 7:24

- Mais uma vez, Maria, os Sinais me dizem que sou Testemunha e Mensageiro da Paz. Que mais falta ver, nos campos da Paz, para que o testemunhe e anuncie? E porque havemos de seguir estes Sinais?

- Tens outros?

- Não; tudo parece estar parado e calado…

- Então? Queres parar por aqui a escrita?

- Quando assim acontece, diz-se que eu não estou inspirado e neste caso seria até uma traição à minha missão de Profeta escrever seja o que for.

- Uma traição porquê?

- Porque estaria tentando eu próprio ter a iniciativa que o Espírito não quis ter e portanto eu teria desprezado a Vontade de Deus.

- E o que seria estares inspirado, neste caso?

- Seria sentir dentro de mim uma vivência qualquer, muito intensa, relacionada com o Reino dos Céus, que me impelisse de forma irrecusável a deixá-la gravada.

- Se é isso a inspiração e se só nesse estado interior devesses escrever, quantas páginas terias escrito?

- Não sei. Muito poucas. Levando este conceito de inspiração muito a sério, talvez nenhuma: quando a agitação dentro de mim é forte, a ponto de, por vezes, me levar às lágrimas ou mesmo a um choro convulso, nunca isso acontece antes de iniciar a escrita, mas à medida que escrevo, como uma descoberta, progressiva ou repentina; o clima em que me movo é sempre a frieza e a aridez do Deserto.

- Já disseste várias vezes porque é que, apesar disso, escreves. Mas gostava que o dissesses mais uma vez.

- Escrevo sempre, seja em que situação for, porque foi justamente aqui na Devastação em que nos encontramos que Deus incarnou, para dela nos libertar para a Vida.

- Então, segundo todas as lógicas, parece que estar inspirado é justamente viver, par e passo com Deus, a situação em que também Ele se encontra: dominado pela frieza e pela aridez desta terra devastada!?

- Sim, acho que só pode ser isso mesmo, segundo todas as lógicas.

- Mas tu falas em descobertas que te levam às lágrimas…

- Sim, E acho que são todas devidas ao facto de encontrar Deus aqui, onde Ele, por natureza, nunca deveria estar. Sentir Deus é certamente uma experiência única. Mas vê-Lo aqui, é verdadeiramente esmagador.

- Esmagador! Viste já tantas coisas em Deus, aqui! Devias já estar esmagado, a ponto de nem existires, não?

- Não tenho dúvidas de que isso me aconteceria se me fosse retirada de repente toda a aridez deste Deserto.

- Isto é, mesmo quando a tua vivência interior te leva às lágrimas, estás ainda envolvido em todo o clima do Deserto!?

- Certamente. Caso contrário, não a suportaria.

- Então a inspiração directa do Espírito sobre ti, com a carne que tens, não seria possível!?

- Acho que não; só uma Carne renascida a poderá suportar.

- É bom, então, seguirmos os Sinais que temos, para chegarmos à Paz.

São 9:10!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

221 — O Pai-Nosso não é para rezar

                          - 12:13:30

A oração será diferente em cada pessoa que ora. E revestirá até formas variadas nas diferentes fases de evolução de uma Alma.

Não há, por isso, “orações” estabelecidas para todos orarem. Nem os salmos bíblicos. Nem sequer o Pai-Nosso! Todos sabemos que, ao pedirem os Apóstolos a Jesus que os ensinasse a orar, as palavras com que lhe respondeu, a que chamamos o Pai-Nosso, não são uma oração como aquelas orações que eles já rezavam nas sinagogas, entre as quais os preciosos salmos bíblicos e que eles, ao que se vê, entenderam não constituir a oração conforme o Mestre a entendia. Ora um dia disse-lhes Jesus que era preciso “orar sempre, sem nunca parar”. Seria, portanto, absurdo pensar que Jesus lhes estivesse pedindo que estivessem continuamente a rezar Pai-Nossos. Assim, “a oração que Jesus nos ensinou” não é, seguramente, uma oração “para rezar”; ela só quer dizer exactamente o que a Senhora me levou a escrever esta noite: orar é deixar o Espírito livre para em nós fazer a oração que Ele próprio quiser! Repare-se melhor no que diz o Pai-Nosso. Não pedimos nele ao Pai que sempre e só a Sua vontade se faça em nós, aqui na terra, de modo a que aqui seja como é no Céu? De modo que, afinal, a Terra seja Céu? E não somos nós, para Deus, todos diferentes, seja aqui, seja no Céu?

domingo, 17 de outubro de 2010

220 — A abrangente oração da Espera

23/4/08 - 5:00

- Considera, Maria, a situação a que eu cheguei: eu não rezo mesmo nada há muito tempo já! Até o texto
que costumava escrever ao fim da tarde praticamente desapareceu destas páginas!

- Continuas a rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria todas as noites.

- Mas muitas vezes distraído, como sabes.

- E várias vezes voltas ao princípio e rezas tudo de novo, devagar.

- Também é verdade. Pronto. Então que achas disto tudo?

- Acho que és alguém que espera.

- Isso é um facto indesmentível: estou todo suspenso de uma Hora que nunca mais rasga o Silêncio e se manifesta.

- Trata-se, portanto, de uma espera que enche inteiramente todos os teus dias!?

- Sim. E acho que posso dizer-Te mais: é essa a única força que me mantém vivo; se deixasse de esperar o que espero, a minha vida perderia todo o sentido.

- É, portanto, essa espera que te faz andar, que movimenta tudo na tua vida, em cada dia que passa!?

- Julgo que sim: é ela que me faz escrever sempre, apesar de tudo, duas páginas por dia; é ela que dá sentido a esta lida diária rotineira em que ocupo o meu tempo; é ela que me leva a renunciar a outra qualquer actividade que me enchesse os dias; é ela que me traz atento a todos os grandes e pequenos Sinais que possam revelar o movimento do Plano divino para o Regresso de Jesus…

- Pronto. Já vi que é essa misteriosa Espera que comanda tudo na tua vida. Porque dizes então que não rezas?

- Como? Esta Espera pode ser uma oração? Se pode, eu passo, de facto, o dia e todos os meus dias orando!…

- Mesmo que não escrevas ao fim da tarde!?

- Sim, a ausência desse tempo de escrita não abranda a tensão da espera.

- Mesmo que não participes em nenhuma das orações ritualizadas da Igreja!?

- Sim, entendi que tudo isso vai ser engolido nessa outra Ordem que espero.

- Mas porque não participas nessas orações enquanto esperas?

- Julgo que foi o próprio Deus que assim dispôs, justamente para reforçar a tensão da espera.

- Posso deduzir daí que, se Deus te eliminasse totalmente a própria escrita, a tensão da espera, em vez de abrandar, aumentaria!?

- Brutalmente. Acho que, se a escrita me falhasse, só Deus poderia impedir que a tensão me prostrasse numa angústia insuportável.

- Vamos então agora observar os teus costumados Sinais, os do início deste texto, por exemplo, que ainda não interpretámos. Que te dizem eles?

- Agora dizem-me que eu estou seguindo o exacto Caminho de Jesus precisamente no avanço desta Tensão, em que de repente vejo a mais clara Presença do Espírito em mim.

- Vês? Quem está, afinal, orando em ti?

São 6:34!