No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

terça-feira, 30 de abril de 2013

983 — A Ira de Deus


   Quando nos apaixonamos por Jesus, o que Ele nos mostra faz-nos chorar, a maior parte das vezes de gratidão, de empolgamento, de alegria… Nesta mensagem é o Pai do Céu que sobressai e mais uma vez me empolga até às lágrimas.      

21/12/94
                      – 8:18

   A Ira de Deus! Eu conheço-A. Todos nós A conhecemos: quem não a sentiu já, perante os filhos, perante aqueles que se amam? Há-de ser assim a Ira de Deus: é o Amor que A provoca e A alimenta! Porque amamos muito, se nos torna insuportável o abandono, o desprezo, a traição por parte dos que amamos, se nos torna insuportável a nossa solidão! Pobre Deus! O que d’Ele  fez o Amor que nos tem! O absoluto respeito, a paixão que tem pela nossa liberdade! A Misericórdia que tem de nós, que O leva a passar séculos sustendo com a Sua grande Mão a monstruosa avalanche dos nossos pecados que amontoamos continuamente sobre as nossas cabeças e que, pela mais pura e absoluta justiça, nos deveria esmagar! Ah, o Senhor dos Exércitos nunca, nunca, nunca castiga: apenas deixa, de vez em quando, que apenas um pouquinho da nossa maldade caia sobre as nossas cabeças. Ah, se Ele a deixasse cair toda! Choro. Porque Deus está desesperado, desanimado, e tem a razão toda. Toda! É espantosa a Misericórdia deste Pai! Ah, se Ele de repente virasse Senhor dos Exércitos só – que também é! – ninguém escapava! Nem o “resto de José”! Nem Lot!, tão generalizada e medonha é a corrupção de Sodoma ! Mas este Senhor dos Exércitos, que, se quisesse, faria avançar “imediatamente” “mais de doze legiões de anjos” para defender da morte o Seu Filho (Mt 26, 53 – eu fui verificar de propósito, porque me empolga esta passagem), acaba por nunca dar a ordem aos Seus anjos-soldados: Ele não consegue dar a ordem fulminante! Ele não consegue! Ele deixa morrer o Seu Filho, mas não consegue dar a Ordem! Ele não consegue, não consegue, não consegue! Choro. Ele tem-nos muito amor, um Amor que só Deus pode ter! Em vez de dar a Ordem, deixa morrer o Filho Único! Isto é tremendo! Isto é esmagador! Só Deus pode ser assim! O Amor de Deus é incompreensível ao coração humano!

   Mas agora reparo naquelas “12 legiões”, naquele número 12! 12 significa sempre o conjunto do Povo de Deus; o antigo (12 tribos) e o novo (12 apóstolos). Está-se-me tornando insistente a relacionação de todo o Povo de Deus com aquela fala de Jesus na hora da Sua prisão: é todo o Povo que leva Jesus à morte! Até os Apóstolos, que não puderam “vigiar uma hora” sequer com o Mestre!  Que O seguiram só de “longe”, que O negaram todos na pessoa do pobre Pedro! Todo o povo, todas as 12 tribos deveriam, por pura justiça, ser exterminadas por outras tantas “legiões de anjos”. De vez em quando a Justiça vem ao de cima e a Sua Ira aparece por momentos. Mas nunca dá a Ordem fulminante! Será que a dará mesmo no próprio Dia do Juízo Final?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

982 — O Génio


   As paixões são mesmo assim: o nosso enamorado é o máximo em tudo. É genial. Somos sempre excessivos e, mesmo assim, não estamos mentindo. As nossas palavras descontrolam-se e, mesmo assim, há uma arrebatadora harmonia dentro de nós…

20/12/9 – 9:00! 

   No café. Não posso deixar de reparar naqueles algarismos: O Deus Altíssimo, Três Vezes Santo, o Deus Forte, o Deus Eterno e uma Presença avassaladora do Espírito. Mas é para contar a história dos últimos momentos que eu vou registar nesta marca aquilo que o Senhor não quer que divulgue… para já.

   Antes de me vestir para vir para a confeitaria, e perante a revelação acabada de receber, agarrei-me ao crucifixo e fiz esta oração:

   Jesus, ou eu vou estoirar, ou és Tu que vais estoirar com isto tudo!

   E acho que Ele não se importa com este tipo de orações. O “isto” é a ordem que hoje reina, sobretudo na Sua Igreja…

   Mas não só! – segreda-me Ele insistentemente neste preciso momento.

   Continuando: cheguei aqui e, não sei porquê, quando dei conta a Bíblia estava aberta numa página preenchida por uma gravura: fui logo ler a legenda. Incompreensivelmente, porque dezenas de vezes aquela gravura deve ter passado por debaixo dos meus olhos sem que nela tivesse reparado e a legenda  nem está especialmente realçada. Pois a legenda diz assim: “Cadeira de S. Pedro”. E a gravura em que só depois reparei, representa efectivamente uma cátedra pesadona, solene e Pedro de barbas, de pesadíssima tiara na cabeça e vestido de não menos pesadas e espalhafatosas vestes.  Deve ser uma pintura de pintor célebre, mas eu não conheço. E neste momento está-me o Senhor segredando:

   Despe o S. Pedro. Quero-te nu.

   Como?

   Sai dessa cadeira. Quero-te em pé.

   Fico abananado! Não esperava, de maneira nenhuma, estas “ordens”. Elas são geniais, na sua formulação! “Geniais”! Que palavra hei-de aplicar?

   Neste momento choro de pasmo, empolgado por o meu Herói ser um Génio, ser O GÉNIO e digo comigo: “Ele vai estoirar com isto tudo! Ai vai, vai!” Tenho vergonha de escrever isto, não sei se o deva escrever, mas aqui vai – Ele diz-me que seja sempre absolutamente sincero e isto é para revelar só quando Ele entender:

   Jesus: se me pões a mim a executar a Tua Vontade no lugar que me estás a indicar, isto vai estoirar muito mais depressa do que as pessoas pensam, como Tu estás sempre, aliás, a avisar! Com a “sede” com que eu lhe estou!…Ah! Estoirar com isto tudo, fazer tudo novo!… A União dos Cristãos! A Tua Revelação aos judeus como seu Messias! A Revelação, às nações, do Teu Poder feito de Misericórdia, Justiça e Amor! Ah! Se Tu quiseres podes curar o mundo! A Ti nada é impossível. Já estivemos tempo demais nisto! Arrebenta com o reino de Satanás! Ele já nos fez sofrer demais! Que venha o Teu Reino! O Teu Reino! O Teu! O Teu! Que mais ninguém alevante a crista, alevante um dedo sequer! Olha, Jesus, eu sei lá o que disse! Mas foi de coração! Choro muito. Estou sempre a limpar as lágrimas, a assoar o nariz, fingindo-me constipado. Mas eu não estou nada constipado: estou é cheio de não sei quê que não cabe em mim!

   Alto! “Não-sei-quê”?

   Pois… Desculpa, Jesus! És Tu, com certeza!

   Com certeza?

   Sim. És Tu. É o Teu Espírito em mim!

   Diz como sentes essa certeza.

   Não é possível ser outra coisa. Só podes ser Tu.

   Porquê?

   Porque eu gosto muito de Ti.

   E…

   E quando os corações dos homens Te amam Tu não deixas, não podes deixar, é absurdo que deixes o Diabo (Dia-bolus) “intro-meter-se”.

   Sim, é verdade. Mas como sabes que isso tudo te foi ditado pelo Amor?

   Não podia ser outra coisa.

   Ai não? Porquê?

   Porque me fazes sofrer e eu gosto.

   Masoquismo?

   Não!!! Não quero o sofrimento pelo sofrimento. Gosto de Ti e por isso sofro de boa vontade.

   Como os amantes?

   Como os amantes.

   E…? Diz isso.

   E no reino de Satanás nunca se sofre de boa vontade. A Dor que Satanás sempre acaba por infligir não é redentora: leva ao desespero. Como a Dor do mau ladrão. Ora eu, no meio de tanta dor, de tanta solidão que já sofri, soube sempre que eras Tu indicando-me o Caminho e no fundo, salvo alguns momentitos de desconfiança e de dúvida, eu sempre esperei em Ti. Por Graça Tua, claro! Não Te aflijas, que eu não me esqueço de o dizer!

   Senti que Jesus se riu.

981 — Eu alinho, caraças!

 
   Eu escrevo numa confeitaria barulhenta aquilo que a minha Fé diz ser Palavra de Deus. Eu tenho muito medo da vaidade e não sei se sou vaidoso. Eu falo com Jesus numa linguagem vulgar. Eu não tenho nenhuma cerimónia com Jesus. Porque primeiro que eu fez Ele tudo isto.

 
Confeitaria “Márcio”, 19/12/94

 
   – Olha, Jesus, Tu sabes: não sei se escreva nem se não.

   – E que problema é o teu?

   – É esquisito: se isto é Teu, era sim ou era não!

   – É Meu o Amor; a cabeça é tua, as mãos são tuas!

   – Vês, Jesus? Não é para ficar confuso? Ainda por cima o rádio, que o Sr. P. pôs muito alto neste momento, canta “Sai da minha vida, sai, sai”! Mais lá atrás alguém dá marteladas não sei onde! A empregada faz um barulho contínuo a lavar a louça, a empilhar a louça, sei lá!… Eu queria estar fora disto tudo, só Amor Teu agindo, fazendo coisas, vendo diante de mim o Teu Reino crescendo.

   – Já sabes o que isso pode significar.

   – Sei, sei! Como sei! Vaidade! Vaidade! Ver diante de mim – até ia escrevendo mim com maiúscula! – o Teu Reino crescendo! O Teu Reino, obra das minhas mãos, das minhas raquíticas mãos!

   – Vá, acrescenta isso que ias dizer.

   – Olha, Jesus, eu acho que não é só vaidade: eu queria ver isto tudo a andar, eu queria ver o Teu Reino a revelar-se muito forte, a irromper e a crescer de forma espectacular, mas também é verdade que eu, embora quisesse ser actor destacado neste espectáculo, não me importava por outro lado de estar só na plateia, anónimo entre os anónimos, dizendo para o lado, para todos os lados à minha volta: “Olhem para aquilo! Jesus não é o Máximo?” E gritar aplausos e bater palmas freneticamente e verificar que és mesmo o meu Herói e que não tenho outro e que gosto muito-muito de Ti! Que Te amo, prontos!

   (Jesus só me põe a Mão sobre a cabeça, acariciando-me em silêncio. Não sei porque não fala. Está magoado comigo? Está sentindo que me ama demais para falar? Atrevo-me a perguntar-Lhe:)

   – Porque estás calado, Jesus?

   – Porque te amo e queria-te puro. Perfeito!

   – Então vamos a isso, Jesus!

   – A tua vontade está sempre pronta, de facto.

   – Mas a minha carne é fraca, é isso?

   – É. É isso.

   – E que posso eu fazer? Olha, vou-Te pedir uma coisa: torna-a mais fraca ainda, fá-la sentir-se extremamente frágil, impotente de todo e depois vem e sê Tu a sua Força, assume-a na Tua Omnipotência, de modo que nada reste de mim estorvando a Tua Acção! Olha, Mestre, não sei que possa fazer mais.

   – Sabes, sabes. Ouve os meus desejos e executa-Os.

   – É tão difícil às vezes distinguir os Teus desejos dos meus…

   – Alguma vez Eu disse que os Meus Caminhos eram fáceis?

   – Pois. O Caminho és Tu e veja-se por onde Tu andaste até à Ressurreição! Durante trinta anos ninguém soube nada de Ti e nos três restantes, em troca de Te teres revelado como Filho de Deus, recebeste insultos e por fim o suplício mortal da Cruz.

   – Também recebi palmas…

   – Pois recebeste. Mas as palmas, salvo raríssimas excepções, eram para o Jesus que eles imaginavam, à sua imagem e semelhança, e não para Ti! O Teu coração devia sofrer tanto…

   – Encontrei algumas crianças… Algumas pegaram mesmo em palmas e gritaram “Hossana! Hossana!”

   – Pobre Jesus! Queres convencer-me de que tiveste alguns momentos felizes na vida!

   – Porquê? Não estás convencido?

   – Talvez um ou outro momento de descanso, no olhar de uma criança, num impulso esporádico de fé autêntica do Teu Pedro, do Teu João… Mas de resto…

   – Queres suportar Comigo esse “resto”, hoje?

   – Eu querer propriamente não quero. Deve ter sido horrível… Aqueles momentos em que os morcões dos Teus apóstolos Te falavam em reinos iguais aos deste mundo, queriam que Tu fosses um rei de cá… Aquele Getsémani! Aqueles momentos – que nunca mais acabavam, com certeza! – em que Te achincalharam a Tua mais funda Personalidade ao porem-Te a coroa de espinhos, fazendo do Rei do Universo um farrapo de carne… Aqueles cravos enterrando-se-Te nos pulsos!… Eu propriamente não quero… Mas se é isto que queres de mim, prontos, eu alinho, caraças!


quinta-feira, 25 de abril de 2013

980 — Diálogo com Yahveh, o impotente Deus Omnipotente


 
   Desde o início desta escrita que me impressiona até às lágrimas a impotência do nosso Deus perante o Livre Arbítrio que nos concedeu. Ouça-se:


19/12/94 5:09          

   A iniquidade e a apostasia rodeiam-nos e a confiança das pessoas está no dinheiro e na ciência. Mas eu creio que o Senhor Deus Altíssimo com um piparote pode inverter a situação. Há apenas, a impedi-lo, a vontade do homem! Tremendo mistério este, que transforma Deus num servo esperando um sinal da Sua criatura para a curar! E tanto respeito lhe tem este Deus, que sem “ordem” para avançar, Deus não avança!!! Rezo:

   Querido Deus, como Tu nos amas! Mas não fiques só esperando: faz sinais, faz os Teus Sinais, faz muitos Sinais para que seja impossível não Te vermos! Fala! Fala forte, fala aqui-ali-além, em muitos sítios, para que seja impossível não Te ouvirmos! Senhor, não tenhas medo de violar a nossa liberdade: no fundo, no fundo, nós queremos ser salvos! Repara que estamos rodeados de iniquidade, nascemos já no meio deste chiqueiro, a maldade é o nosso pão de cada dia, as ciladas que nos arma o Teu Inimigo são muitas, são a toda a hora! Vê o que a nossa maldade fez e tem pena da nossa dor! No fundo nós queremos sair disto, direi mesmo que é o nosso mais íntimo desejo. Sim, nós queremos ser salvos disto, desta horrorosa Cidade que com as nossas mãos amontoámos e complicámos. No fundo, sentimo-nos muito mal aqui e queremos ser salvos; não sabemos é o caminho…

   Sabeis, sim – interrompe o Senhor tristemente – Sabeis, sim! No fundo, no fundo, lá onde quereis a vossa libertação, sabeis também qual o caminho. Eu disse-vos: o Caminho sou Eu! E a Minha Criação não está proclamando, gritando o Caminho noite e dia? E o horror que vós criastes não está proclamando que o vosso caminho não tem saída?

   Está bem, Senhor Deus do Universo, tudo isso é verdade. Mas nós já nascemos aqui em baixo nesta escuridão. Desde muito pequeninos somos escandalizados na nossa inocência e rodeiam-nos as solicitações da Cidade. Tem, mais uma vez, pena de nós. Basta um pequenino impulso de pena no Teu Coração e seremos salvos! Uma gota do Teu Amor chega, Deus Omnipotente! Lembra-Te de que também és o nosso Pai e o Teu Amor por nós foi ao ponto de entregares à morte o Teu Filho, como Tu Omnipotente, para que Ele assim nos reconduzisse a Ti.

   E não O vistes, o Meu Filho? – clama o Senhor. – Não O ouvistes, o Meu Filho? Não Lhe levantastes monumentos? Não Lhe tendes gravadas, em biliões de livros, as Palavras? Que Lhes fizestes, às Obras e às Palavras do Meu Filho? Onde estão as Obras, onde estão as Palavras, que deixaram de se ouvir? Mascarastes tudo! Distorcestes tudo! Entulhais o Caminho e agora queixais-vos?

   Senhor Deus Altíssimo, nós somos assim, nós somos muito fracos, nós nascemos já assim fracos e o que vimos ao nascer foi a Cidade, que invade a Tua Criação. Vem de novo sob o Teu doce Nome de Jesus. Olha: há ainda muita gente que ama, ou pelo menos que admira Jesus, acho que já até todos os habitantes da terra ouviram falar de Jesus com respeito! Aproveita ao menos esta admiração e este respeito e dá-nos de novo Jesus, o Teu Jesus, o nosso Irmão. Queremos o nosso Irmão! Queremos o nosso Irmão! Queremos o nosso Irmão, que os sábios e os poderosos deste mundo nos tiraram! Confunde a sabedoria dos nossos sábios, desmascara o ridículo poder dos nossos poderosos!

   Eu virei, sim! Eu vos darei de novo Jesus. E Ele será de novo o vosso Irmão e habitará nos vossos corações. O Meu Filho, a quem vós tirastes o Coração e fizestes só Figura, só Referencial mudo, falará de novo, agirá de novo, como outrora, na Minha Primitiva Igreja. Preparai-vos: haverá mártires, como então. Mas no lugar do vosso coração de pedra Ele colocará de novo um coração de carne, sensível e sadio, batendo forte. E todo o Deserto será irrigado de sangue e água, o mesmo sangue e a mesma água que jorraram da Cruz, naquele tempo. O Sofrimento do Meu Filho vos levará de novo à Ressurreição!

   Pai, Paizinho, não sejas mais Yahveh…

   Sou. Sou, sim! Eu Sou Aquele que É. Não seria Pai, se não fosse Yahveh!

   Sim, nós sabemos…

   Não sabeis! Eu sou a Verdade.

   Sim, nós…

   Não Me façais à vossa imagem!

   Tu és justo também, Senhor, nós sabemos.

   Não sabeis! Não sabeis! Só sabeis com a cabeça e eu quero que saibais com o coração! Eu quero o vosso coração! É lá que Eu quero morar, Eu-Todo: Eu-Pai, Eu-Senhor, Eu-Juiz, Eu-Amor! O vosso amor não Me pode mutilar! Não Me façais à vossa imagem! Eu sou AMOR! O vosso amor é frágil e imperfeito. Tomai Jesus! Ele vos ensinará o que é amar!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

979 — A obsessão de ouvir Deus


 
   Já aqui declarei várias vezes que não me foi concedido o dom da “visão mística”, nem o da “audição interior”. Isto encheu-me de dolorosas dúvidas, no princípio: por um lado eu “sabia” no meu íntimo que Deus me pedia que escrevesse e que seria Sua a Palavra que ficasse escrita; mas por outro lado não me eram dadas palavras prontas a escrever, nem imagens prontas a descrever. Eu tinha só a obsessão de ouvir Deus, que Ele próprio me levara a amar pessoal e incondicionalmente. Mostrou-me depois que esta é a única condição necessária para O ouvirmos e vermos com exactidão.

 
No meu quarto, 6/12/94

   Como começo, Jesus?

   Não comeces; continua.

   Não sei como continuar: não tenho assunto para este diálogo.

   Mas tenho Eu. Não te basta?

   É exactamente isso que eu quero: que fales!

   Então invoca a Minha Presença.

   Não estás já presente?

   Não suspiras tu por uma Presença mais real? Invoca essa Presença que tu queres!

   Jesus, vem!

     Queria tanto ver-Te!

     Queria tanto ouvir-Te!

     Diz de novo “Epheta!”

     para que os meus ouvidos se abram!

     Senhor, se quiseres podes curar-me!

   Quero! Fica curado!

   Jesus, foi mesmo assim que Tu disseste?

   Não ouviste assim?

   Eu não ouvi nada!

   Porque escreveste então aquelas palavras?

   Porque estão no Evangelho e lembrei-me delas.

   Então foi uma temeridade! Como te atreveste?

   Não sei. Eu não quero ofender-Te de maneira nenhuma!

   Que sentiste ao escrevê-las?

   Temor e tremor.

   Mesmo assim escreveste-as. Porquê?

   Porque me lembrei delas, Jesus! Já to disse!

   Seguiste uma simples lembrança…

   Lembrei-me de uma coisa boa, não?

   Porque olhaste agora as horas?

   Porque me lembrei.

   Que horas eram quando olhaste?

   3:15.

   Que diferença fazem estes algarismos para os da hora em que te levantaste e te ajoelhaste?

   Eram 2:46. A diferença é que estes algarismos são todos pares e os outros são ímpares.

   E isso que tem?

   Fiz ontem uma constatação: os números ímpares estão, para mim, sempre relacionados com a Realidade Divina; os pares têm sempre a ver mais ou menos directamente com a nossa realidade humana.

   Conta o que sentiste ao levantares-te perante aqueles algarismos.

   Não estavas Tu entre eles e tive medo. Uma esquisita sensação de solidão. Ainda por cima o 6 relaciono-o com o número da Besta.

   Já te lembraste de a pôr daqui para fora?

   Tu lembraste-me neste momento.

   Acreditas que fui Eu?

   Acredito, e é a única coisa que tenho de Ti.

   Não te chega?

   Só Tu sabes se me chega. Eu queria ouvir-Te e ver-Te. E tocar-Te!

   Achas isso possível?

   – Possibilíssimo!

   Então toma!

   Meu Jesus! Não me deixes escrever estas coisas, se não as cumpres! Sinto-me tão mal! Estou prostrado! Sinto-me… olha, sinto-me um autêntico aldrabão!

   Porquê? Há alguma possibilidade de não ser Eu que te falo?

   Há, sim, há! Eu presto para alguma coisa? Não é fácil o Demónio tomar conta de mim através da vaidade?

   Escorraça-o. Tu sabes como fazê-lo.

   Arcanjo Miguel, pede ao teu Senhor que te deixe vir com a tua espada flamejante expulsar daqui para longe o Inimigo! Simão, meu anjo companheiro, não deixes Satanás aproximar-se de mim! Pedro, meu querido Pedro, pede ao teu Jesus que me não deixe cair em Tentação!

   Não te sentes melhor, agora?

   Não. Sinto-me mal, mal, mal!

   Como? Tenta explicar melhor.

   Vazio.

   Mais nada? Diz isso que te passa agora pelo espírito.

   Estava para escrever que me sinto atrevido, presumido, aldrabão.

   Porque não escreveste?

   Porque por outro lado não me sinto nada daquilo.

   Como assim?

   No fundo sinto que foste Tu que quiseste que eu escrevesse isto tudo, não sei porquê!

   Mesmo as Minhas promessas não cumpridas?

   Já não é a primeira vez!

   Como? Já te menti alguma vez?

   Não!!!

   Explica.

   Jesus, estás a forçar-me tanto! Está a ser tão penoso escrever hoje… a esta hora…

   Queres parar?

   Não!!! Quero o que Tu quiseres!

   Então explica as Minhas “mentiras”.

   Isso, Jesus: entre aspas. Porque Tu és a Verdade e eu acredito em Ti.

   Mas então as promessas não cumpridas…

   Das duas, uma: ou serão cumpridas a seu tempo…

   Quando digo, por exemplo, “Quero! Fica curado!”, isto não devia acontecer no momento?

   E aconteceu!

   Como com X?

   Exacto. Tu disseste: “Ela já está curada”!

   E está?

   Está. Irreversivelmente.

   Como explicas então que nada se tenha alterado no comportamento dela?

   É uma questão de tempo. Aquele comportamento vai alterar-se exactamente para o comportamento contrário, porque aquele vem de Satanás e o que vai aparecer nela és Tu, porque lhe tocaste já o coração!

   Então das duas… a outra é…

   É sempre a possibilidade de eu ter ouvido mal, de ter ouvido a voz da minha vaidade!

   Então muita coisa nestes escritos pode ser só a voz da tua vaidade e nessa altura deverás rasgá-los já!

   Rasgava, sim, se mo mandasses! Feliz por Te obedecer!

   Não terias pena?

   Nenhuma! Para fazer a Tua Vontade vou ao fim do mundo, faço o pino na praça pública.

   Eh lá!

   Tu sabes que é verdade!

   Olha as horas.

   4:08.

   Interpreta.

   O 4 são os quatro cavaleiros, os 4 viventes, os 4 anjos. São os executores da Tua Vontade, os Teus mensageiros. Tu queres que eu Te anuncie! O 8 é o oitavo dia, o dia da Queda e da Redenção. Tu queres que eu, pecador, Te anuncie no meio de nós, pecadores, para que sejamos salvos pela Tua Graça.

   Falta o Zero.

   O Zero é o essencial. É a Tua Presença inefável no meio da nossa fragilidade. O meu Espírito querido!

   Sentes-te melhor agora?

   Um pouco melhor. Mas sabes que tem sido horrível!

   Sei. Eu sei tudo o que se passa contigo e estou a gostar muito do que se passa contigo.

   Assim tal e qual?

   Assim. Fica tranquilo. Eu amo-te muito. Nenhum mal te acontecerá.

   Não dei barraca neste escrito?

   Este escrito é Meu!

   E as Tuas promessas?

   Já as cumpri.

   És surpreendente, Jesus! Eu ia escrever “Vou cumpri-las”!

   “Já as cumpri” é que está certo.

   Meu Senhor e meu Deus!

   Deita-te. Não tens sono?

   Não é sono… Sinto-me todo atado… o meu coração parece prisioneiro dentro de mim. Este escrito saiu-me penosamente.

   Porque o escreveste?

   Porque mo mandaste ontem à noite.

   São 4:32.