Se me permitis, queria fazer-vos um pedido particularmente intenso, desta vez: que tentásseis ler com o coração este diálogo com o Espírito Santo:
22/2/96 – 1:14
– Espírito Santo, meu Senhor omnipotente,
vem preencher toda a Ausência em mim! Ensina-me o que é a Graça e destrói em
mim toda a presunção de merecer ou de possuir algo de meu. Dá-me a alegria de
me sentir nada e de ser puro Dom e Construção Tua. Vem realizar em mim o Sonho
do Pai. Vem ser Tudo em mim: toda a minha fome e sede, toda a minha altura e
largura e profundidade, toda a palpitação e movimento e acção do meu ser. Meu
querido Senhor, eu quero ser todo…Tu, todo Dádiva ao Céu e à terra. Eu quero
ser nada. Diz-me, Tu também, uma palavra que me abra os olhos, me cure o ouvido
e seja o Cântico da Tua Presença em mim. Ou Tu não és Voz? És só Silêncio Vivo
em que se toca Deus? És só a Vibração e a Luz e a Força de Jesus – Palavra do
Pai? És só a Ternura da Expressão de Deus? Quando ouço Jesus, és Tu o Encanto
da Sua Voz? Fala então através d’Ele.
– Papá!
– Foi a primeira palavra que ouvi e hesitei
tanto em escrevê-la…
– Porquê?
– Não sei. Porque não a ouvi forte, como
esperava. Porque nunca tratei assim o meu pai da terra. Porque aquela palavra
não a esperava de Ti: ela deveria ser minha. Não sei.
– Ouviste bem. É a primeira palavra com que os bebés
tratam os pais. Foi assim que pela primeira vez chamaste o teu pai da terra. Eu
sou a vossa linguagem de criança a vida toda. Eu não falo outra linguagem nos
que renascem filhos do Pai do Céu!
– És Tu a nossa fala?
– Quem mais poderia ser?
– Quando falo com Jesus, és Tu a minha voz?
– Quem mais poderia ser?
– Quando falo com a nossa Mãe, és Tu a minha
fala?
– Sim. Sempre Eu. Eu sou sempre a tua fala
de criança.
– Sempre de criança?
– No Reino dos Céus entra-se criança e
cresce-se até à Criança perfeita.
– Meu querido Senhor! Ensina-me então a ser
criança perfeita.
– Aprende a dizer Papá.
– Papá.
– Sem vergonha.
– Papá!
– Olha bem o Rosto do Teu Pai do Céu e chama
por Ele.
– Papá!
– Faz-Lhe uma festinha e repete.
– Papá!
– Agora diz-Lhe o que está no teu coração.
– Gosto muito de Ti, Papá.
– Não O sentes feliz?
– Sinto. Não posso sentir mais? Sinto tudo
de maneira tão imperfeita, tão fugidia, tão intermitente…
– Caminha sempre para o Coração. É lá que Eu
falo em ti com o teu Pai do Céu. O invólucro da carne e o Deserto hão-de
passar.
– Papá! Papá!
– Sim. Deixa-te enternecer pelo Pai do Céu.
– Pensei que já sabia tudo, meu bom Senhor!
– E que é que não sabias ainda?
– Dizer Papá.
– Mamã. Diz.
– Mamã. Assim? Ao mesmo nível?
– No Céu não há níveis.
– Mamã.
– Fixa o Rosto da tua Mãe e volta a
chamá-La.
– Mamã! Mas eu já falei com Ela várias
vezes. E com o Pai também…
– Mas não tinhas dito ainda Mamã. Nem Papá.
– Não. Nunca…acho eu…
– Queres continuar a aprender a ser criança?
– Quero, meu…quero dizer outra palavra, mas
só me sai a palavra Senhor. Como hei-de chamar-Te a Ti?
– Chama-Me Amor
– Meu Amor!
– Eu sou o Amor descido do Céu. Eu sou o
Silêncio de Deus, vivo em toda a carne.
– Meu querido Silêncio Vivo!
– Eu habito mesmo onde a Morte poisou,
rodeio a podridão, à espera de a poder transformar em Luz!
– Meu Amor!
– Estás cansado, Meu filhinho?
– Sentes-me filho?
– Filhinho!
– Mas assumiste o papel do Pai.
– Não há papéis no Céu. Eu também sou tua
Mãe.
– Como??
– Não há ternura materna que não seja Eu.
– Mas nós…não estamos habituados…temos os
nossos esquemas tão rígidos… Isso confunde-nos.
– O que vos confunde são os vossos esquemas
rígidos. No Céu somos Um só.
– Mas cada um é …personalidade autónoma…
– Somos Um porque somos autónomos. Não te
escandalizes, Meu filhinho: o que agora não entendes, anuncia-o mesmo assim.
Entenderás mais tarde, juntamente com uma multidão.
Sem comentários:
Enviar um comentário