No jardim da casa
Escrevendo ...
Breves dados biográficos

O meu nome é Salomão. De apelido Duarte Morgado.

Nasci no ano de 1940 em Portugal, na aldeia do Rossão, da freguesia de Gosende, do concelho de Castro Daire, do distrito de Viseu.

Doze anos depois, 1952, entrei no seminário menor franciscano: eu queria ser padre franciscano.

Doze anos depois, 1964, fiz votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores de S. Francisco de Assis seguidos, ao fim desse ano lectivo, da ordenação sacerdotal: eu era o padre que tanto queria ser.

Doze anos depois, 1976, pedi ao Papa dispensa dos votos que era suposto serem perpétuos e do exercício do sacerdócio, que era suposto ser para sempre, casei e tornei-me pai de quatro filhas.

Doze anos depois, 1988, fiz uma tentativa extrema para salvar o meu casamento, saindo de casa. Mas o divórcio de facto consumou-se.

Doze anos depois, 2000, surgiu na minha vida o mais inesperado acontecimento, que começou a ser preparado, sem que eu disso tivesse consciência, no meio deste ciclo, 1994. Foi aqui que comecei a escrever a longa Mensagem que senti Deus pedir-me que escrevesse em Seu Nome e a que Ele próprio deu o título de Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo. Os textos agora aqui publicados são excertos desta vasta Profecia preparando a sua divulgação integral, no tempo oportuno, que desconheço.


Moro há 30 anos em Leça do Balio, concelho de Matosinhos, distrito do Porto.


Não são estas palavras mais do que um testemunho daquilo que vi, ouvi, senti, toquei. Não estão por isso sujeitas a nenhuma polémica. Todos os comentários que se façam, ou pedidos que se queiram ver satisfeitos, sempre serão respondidos apenas com novos textos: de mim mesmo não tenho respostas.




Observações


Muitos e verdadeiros Profetas têm surgido nos nossos dias. Um deles é Vassula Ryden, cuja profecia, "A Verdadeira Vida em Deus", teve um decisivo relevo no meu chamamento a esta missão e revela uma estreita complementaridade com esta Mensagem que escrevo.

Os algarismos desempenham nesta Profecia um papel muito importante como Sinais. Foram adquirindo progressivamente significados diversos. Assim:

   0 – O Sopro da Vida. O Espírito Santo.

   1 – A Luz. A Unidade. O Pai.

   2 – A Testemunha.

   3 – O Deus Trino. A Diversidade.

   4 – O Mensageiro. O Profeta. O Anúncio. A Evangelização.

   5 – Jesus.

   6 – O Demónio.

   7 – O Sétimo Dia. A Paz. A Harmonia.

   8 – O Oitavo Dia – O Dia da Queda e da Redenção. O Homem caído e redimido. Maria de Nazaré.

   9 – A Plenitude de Deus. A Transcendência. A Perfeição. O Regresso de Jesus. O Nono Dia.

Alguns agrupamentos de algarismos adquiriram também um significado próprio. Os mais claramente definidos são estes:

   10 – Os Dez Mandamentos. A Lei. A Escritura.

   12 – O Povo de Deus. A Igreja.

   22 – As Duas Testemunhas de que fala o Apocalipse.

   25 – A Alma humana.

   27 – Salomão, o meu nome que, derivando do termo hebraico Shalom, significa o Pacífico, a Testemunha da Paz.

sábado, 31 de julho de 2010

151 — Refundar a Igreja sobre a Profecia

                       — 15:23:28

Acumulam-se muitas coisas no meu coração e ele não consegue digeri-las.

— Vem ajudar, Mestre! Ordena este tumulto dentro de mim.

— Recebe então a Minha Paz.

— Mas eu quero este tumulto!… Sinto-me bem nele… Só quero que Tu o agarres e o faças avançar ordenadamente.

— Faz avançar o que está à frente, neste momento, no teu coração.

— Que Tu és o Pantocrator.

— E que te diz este Meu Nome?

— Que é este o Nome por que Te trata a Igreja Ortodoxa.

— Sim. E…?

— E sinto que ele há-de estabelecer a união entre a minha Igreja, a Católica, e esta outra Tua Igreja irmã: desde o início me empolgou este Teu Nome.

— Faz avançar a segunda coisa que está no teu coração.

— Que a Vassula representa a “Casa de Paulo”, como Tu chamaste às Igrejas orientais.

— Sim. E…?

— E a mim chamaste-me a representar a “Casa de Pedro”, como Tu chamaste às Igrejas ocidentais.

— Faz agora avançar a terceira coisa que se acumula em avalanche no teu coração.

— Que é à volta do Papa que as Igrejas ocidentais se hão-de reunir, desencadeando o movimento contrário àquele que as levou à separação.

— E qual é o movimento contrário?

— O da pobreza e da humildade.

— O movimento que as separou foi o da riqueza e da soberba?

— Foi.

— Está na hora de fazeres avançar a quarta avalanche que o teu coração não consegue mais aprisionar, não?

— Sim. Mas esta tenho muito medo de a referir… Tenho tão poucos dados… Desculpa, Mestre, eu preciso de alguns dados, não? Algumas referências, alguns sítios onde possa colocar a mão neste escuro onde tacteio a Tua Vontade… Não me levas a mal, Mestre? Eu tenho sempre medo de dar ouvidos à voz da minha vaidade, que Satanás pode mascarar de Voz ou Sonho Teu… Além disso tenho a sensação de que é ainda muito cedo para avançar com esta revelação… Ah, Mestre, desculpa! Deixa o Teu Espírito fazer brilhar uma grande Luz no meu coração, para que tudo seja feito segundo o Olhar do Pai está vendo que é bom.

— Enuncia então, devagarinho, o problema.

— Tu já me disseste que a Tua Igreja seria agora refundada sobre as mesmas doze Colunas de que nascera já o Teu Povo antigo e igualmente a Tua Igreja primitiva.

— Sim. E…?

— E disseste que ias dar a conhecer estes doze apóstolos destes Últimos Tempos, mas que só o farias no tempo oportuno.

— E há alguma voz no teu coração a dizer-te que não é este o tempo oportuno?

— O meu coração sempre resiste a esta avalanche de revelações que me fazes… Acho que é porque não tem paredes que as consigam segurar.

— Se são para revelar, porque é que as hás-de segurar?

— O meu coração só tem as dimensões da carne e treme…fica amedrontado…

— Qual é o medo do teu coração?

— Já disse: é o da presunção, da vaidade… Mas é também o medo de se romper, sei lá… Parece que não consegue fazer bombear tanta coisa para as veias e artérias deste imenso Corpo que Tu queres vivo…

— Desta vez não há razão para tanto medo. Queres ver?

— Diz, Mestre.

— Ias nomear os Meus Apóstolos desta Minha Segunda Vinda?

— Não. Não o conseguiria.

— Se eu te pedisse para nomeares aqueles que conheces, quantos nomearias?

— Uns três ou quatro.

— Que têm eles de comum?

— São todos Profetas.

— Isso basta, por agora: a Minha Igreja será refundada sobre a Profecia.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

150 — O Papa será sempre um Profeta

10/9/97 — 4:32

O mesmo 4 e o mesmo 2 das duas últimas vigílias! Os mesmíssimos algarismos da vigília de ontem! O 3, Sinal da Trindade, inundando do Mistério de Deus esta Mensagem e este Testemunho!

No meu entendimento dos Sinais do Senhor, Ele continua a insistir na relação entre estes Escritos e a missão que me entregou, fez ontem três anos. Mas qual seja a relação… Neste preciso momento ela apareceu-me no coração: o Papa da Igreja refundada tem que ser sempre, não um administrador, mas um profeta. A dependência directa de Deus por parte daquele que representa o Mestre como Sua imagem visível é condição essencial para que a Igreja seja doravante governada pelo Espírito Santo. Por isso também me associou ontem Jesus à minha missão a Sua Mãe como Aquela que dá à luz o próprio Deus, tornando-Se assim o Arquiprofeta. Ela é, portanto, o modelo do pastor, na Igreja de Jesus!

Por isso também no segundo texto a que fui conduzido ontem me aparecem os acontecimentos iniciais de há três anos unidos num só, a dizer-me que a nossa Igreja terá que se fundar numa permanente reescrita do Mandamento do Sinai, com o qual, unicamente, Moisés guiava o Seu Povo, e na pura Fé, pela qual, unicamente, Abraão foi feito progenitor do Seu Povo, que haveria de ser mais numeroso que as areias da praia ou as estrelas do céu!

E é também aqui que se funda, finalmente, a infalibilidade da Igreja de Deus, de que o Papa terá que ser a expressão visível, conforme me diz o quarto texto lido ontem (27/9/96)! Releio e pasmo. Muito claramente Jesus diz: “Infalível sou Eu, apenas”! E ao explicar a Sua afirmação de que também eu sou infalível que, “como um raio” que se desprendesse do Infinito, eu fui “obrigado” a escrever, Ele muito claramente liga esta infalibilidade à Profecia: “És infalível enquanto Profeta que não dá testemunho de si mesmo, mas apenas reduz a palavras humanas o Amor que Nós temos a todas as criaturas”.

Querido Mestre! Ensinar como Ele, ninguém ensina! Progressivo. Oportuno. Claro. Espectacular! Leia-se o que naquele texto diz sobre a deficiência da linguagem humana, no contexto da infalibilidade!

São 7:08.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

149 — A tentação de desistir

9/9/97 — 4:23

Uma sorrateira tentação me tem poisado no espírito, nos últimos dias: desistir. E são sempre muito pertinentes os argumentos com que se nos apresenta a tentação: estas vigílias, além de prejudicarem a saúde, vão fatalmente entrar numa fastidiosa repetição de coisas já ditas. E se eu não interrompo esta loucura da escrita, pode ela tornar-se um absurdo: com esta média de seis volumes por ano, em vinte anos que eu viva são cento e vinte volumes!… Feitas as contas, dá trinta e três mil e seiscentas páginas! Ninguém consegue manter o interesse da novidade durante tanto tempo! Além de que nunca se viu nenhum Profeta escrever tanto: o verdadeiro Profeta vive muito e escreve pouco.

Tem razão esta voz. Mas eu estou e quero estar sempre mais nas Mãos de Deus. E ainda ontem ao deitar Ele me disse através da Vassula, a quem continuamente pede que não se canse de escrever: “Os Meus caminhos não são os vossos caminhos; deste modo, não vos conformeis com o vosso modo de pensar. Vós conheceis pouquíssimo do modo como Eu pretendo proceder. Lançai a semente onde quer que puderdes” (22/8/92). Entretanto a mim acordou-me o Mestre ontem com a mensagem, cifrada no nosso código especial, de que é imperioso que eu escreva e continue a dar este testemunho (4:24) e hoje, mudando o último algarismo, acrescenta que não devo ter receio, porque o Mistério de Deus (3) é insondável e eternamente inesgotável! E depois, não me pertence a mim pôr prazos a Deus: esta escrita acabará quando Lhe convier que acabe e eu tenho a certeza de que será no mais oportuno dos momentos! Se me irei repetir? Pois vou: tudo o que Deus nos disse até hoje e eu continuarei repetindo nestas páginas é só isto: Amai-Me como Eu vos amo!

Continuo, pois, à escuta, sondando o insondável Mistério que por toda a eternidade alimentará com novas substâncias e novos sabores todos os homens de todos os tempos. Foi assim que desde o início da vigília me pus à espera de uma mensagem especial do meu Mestre para o dia de hoje, o grande dia do aniversário da minha missão concreta na terra. E sei agora que dela faz parte esta escrita: o pastor do Rebanho de Jesus não deverá ter outro poder que não seja o de apontar ao Rebanho as pastagens sempre antigas e sempre novas do seu Senhor!

São 6:31.

terça-feira, 27 de julho de 2010

148 — O fulgor escondido do Oitavo Dia

                       — 10:53

É Domingo e estaria precisamente na hora de me preparar para ir à Missa. E continuo a hesitar se vá ou não. Há três anos, neste mesmo início de Setembro, foi à Missa que Jesus me reconduziu, depois de muito tempo de afastamento de todas as celebrações e ritos da minha igreja. A pouco e pouco, porém, o Senhor começou a exigir-me, para o Seu especial caminho comigo, uma atenção exclusiva. E este caminho levou-me cada vez para mais longe de tudo aquilo que é cerimónia ou rito, e cada vez para mais perto da Realidade que no rito se pretende celebrar. Está-me, por exemplo, criando uma enorme expectativa relativamente ao Mistério da Eucaristia ou da Santa Ceia, ao mesmo tempo que me tem afastado, por vários períodos, desta tão ritualizada reunião dominical da Igreja Católica. De vez em quando volto lá, mas julgo que a única motivação que me leva para lá os passos é o Mistério do Pão e do Vinho revelado naquela última noite do Mestre entre nós. De resto, sinto que nada me une àquelas pessoas em especial e as palavras que lá se anunciam ouço-as e rezo-as com total reverência, mas o facto de estar ali nada lhes acrescenta, nem em amplidão, nem em intensidade emotiva e eu sei que não deveria ser assim. De facto, conforme o Mestre esta noite me ensinou, cada caminho com Ele é único, mas cada caminho conduz um dia à partilha com outros caminhos únicos e então, quando se juntarem dois ou três em Seu Nome, ou uma multidão, a Sua Presença será nova na amplidão e na intensidade.

Vai longe já a Missa, neste Dia do Senhor, que nós desvirtuámos, como os judeus haviam desvirtuado o seu Dia do Senhor, o sétimo, o Sábado. Mas é preciso que o Oitavo Dia triunfe do Caos, este Dia da Luz que, vindo ao mundo, tem agora o poder, não já apenas de iluminar o dia e a noite, mas de iluminar e discernir no Caos dos corações, um Caos muito mais tenebroso e anárquico que o Caos das Origens! E quando este Primeiro Dia da Nova Criação triunfar, será em verdade um Dia exclusivo do Senhor, Sua Propriedade e Sua Glória, desapossado enfim de todos os intrusos que dele se haviam apossado pela astúcia e pela violência, colonizando-o à sua maneira com vistosos templos e palácios e ritos e cerimónias e normas e leis e valores, tudo isto vigiado por funcionários hierarquizados segundo o grau de fidelidade ao Usurpador original, sempre habilidosamente escondido sob designações abstractas ou sob multiformes capas de respeitabilidade.

Desde há dois mil anos sempre observado pelos olhos humilhados, mas por isso mesmo duplamente gulosos, da antiga Serpente, o Oitavo Dia foi sendo por ela progressivamente invadido, até que, agora, só lhe falta lançar o ataque final ao próprio coração deste Dia que, manhosamente, continua a chamar Dia do Senhor. Continua, pois, escondida aos olhos do mundo esta tenebrosa estratégia de Satanás. Mas está prestes o seu desmascaramento. Um desmascaramento exemplar, com uma espectacularidade nunca antes vista sobre a terra. Serão os seus próprios prodígios, com especial destaque para todos os meios que ele inventou para comunicar entre os homens, que irão levá-lo à sua estrondosa derrota.

Haverá muita dor nesta erupção da Luz do Caos dos corações e no triunfo do Oitavo Dia. É em especial deste triunfo que fala o profeta J.N.S.R., ao preparar o luminoso, espectacular Triunfo da Cruz.

147 — Caminhos únicos e clandestinos

7/9/97 — 4:57

Pedem-me os Sinais que fale de Jesus como Príncipe da Paz.

— Vem cá, Jesus. Aqui onde estamos, quem Te poderá reconhecer como Príncipe do que quer que seja?

— Espero que Me reconheças tu.

— Eu reconheço. Mas ninguém é príncipe de um só súbdito!

— Não vês mais ninguém Comigo, aqui?

— Hás-de ter muitos amigos que Te reconhecem como seu Príncipe, mas aqui não vejo mais ninguém: só nós os dois.

— E sabes porque te trouxe só a ti Comigo para esta secura e desolação?

— Acho que é porque queres de mim alguma coisa de muito especial, só para mim.

— E dos outros Meus amigos eu não quero nada de especial, só para eles?

— Queres, certamente: Tu queres de cada um alguma coisa de diferente, de especial.

— Este caminho que tu segues Comigo não o segue mais ninguém?

— Este mesmo caminho, não. Acabo de Te dizer que não vejo aqui mais ninguém.

— Mas depois de ti, amanhã, daqui a um ano, digamos, não virei Eu acompanhar outro por este mesmo caminho?

— Só Tu sabes, mas eu acho que não, Mestre! Assim estes cinquenta e sete anos de vida sem nunca poder partilhar com ninguém esta autêntica paixão que sinto por Ti – isto deve estar sucedendo só comigo e com mais ninguém.

— Não, Salomão! Isso sucede a todos aqueles que se apaixonam por Mim.

— Nenhum Teu amigo consegue partilhar com ninguém a sua paixão?

— Não, Salomão, não vês? Numa paixão há uma intimidade que não se pode partilhar com ninguém.

— É por isso que todos quantos Te seguem, seguem caminhos solitários?

— Como Eu. Quem Me seguiu verdadeiramente?

— Ah! É isso que torna especial e único cada caminho que pisas com cada um de nós?

— É. É isso.

— Mas assim, quem nos livrará da nossa solidão?

— Eu.

— Apenas Tu?

— Apenas. Não se isolam os amantes voluntariamente de todos os outros amores?

— Mas assim, Mestre, como se unirão todos aqueles que Te amam, conforme tanto nos pedes e desejas?

— É sempre porque mantêm outros amores no seu coração que os Meus discípulos não se unem.

— A todos os que Te procuram fazes o mesmo — isola-los assim, para que Te amem só a Ti?

— Não sou Eu que isolo ninguém; apenas respondo a quem Me procura.

— Mas a Tua resposta provoca um isolamento…

— Nunca prendo ninguém: as pessoas ficam sempre com a liberdade de voltar para onde estavam. Diz-Me: porque não voltas tu para onde estavas?

— Justamente porque lá onde eu estava é que é a verdadeira solidão!

— Mas não acabas tu de dizer que há uma qualquer solidão neste caminho que segues Comigo, porque ninguém mais aqui vai?

— Sim, há uma solidão, mas é só por não poder contar a ninguém a Liberdade que encontrei.

— E quando te ouvirem com amor a tua história da Liberdade, que te restará para partilhares com os teus amigos todos?

— Ah! Justamente e sempre novas histórias, porque continuará sendo especial e único o Teu Caminho comigo!

São 7:37!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

146 — Visão profética do funeral de Diana

                       — 11:16:56

A televisão transmite o funeral da princesa Diana. Todo o mundo tem os olhos postos neste acontecimento. Ao perguntar ao Mestre se deveria referir-me a ele e ao pedir-Lhe que me respondesse através dos algarismos, foi aquela a imagem que observei. Realça-se-me nela Jesus frente à Besta. E, junto a Jesus, a “Mulher vestida de Sol”. Não entendo…

— Jesus, faz brilhar a Tua Luz sobre os acontecimentos deste mundo e abençoa-os.

— Quando Me pedes a Minha bênção para os acontecimentos concretos, que Me estás pedindo no fundo do teu coração?

— Que os não deixes instrumentalizar pelo príncipe das Trevas.

— Instrumentalizados por ele, em que se tornam, os acontecimentos?

— Em obstáculos à Tua Luz.

— Como faz ele isso?

— Absolutizando-os. Fixando neles os olhos, impedindo assim de ver, para além deles, o seu significado no Teu Plano. Assim, os acontecimentos obstruem a Tua Luz.

— Como pode a morte de Diana obstruir a Minha Luz?

— Endeusando-a. Fazendo dela fonte de beleza e de inocência e de encanto.

— E ela não é fonte?

— É. Tenho que responder que é.

— Porque tens que responder assim?

— Porque me ensinaste que nós temos em nós uma fonte. Cada um de nós. A fonte desta princesa jorrou verdadeira beleza e inocência e encanto.

— Então…?

— Então sinto já as mãos porcas de Satanás lançando névoa para a frente dos nossos olhos, para não vermos que Quem nos deu esta fonte foste Tu.

— Eu não estou condenando todo o espectáculo que vês na televisão como operação montada por Satanás para desviar de Mim os corações?

— Tu não condenas uma única lágrima sincera, sejam quais forem os olhos de que ela role. E há milhões de lágrimas sinceras neste funeral. Mesmo que em cada rosto rolasse uma só lágrima, haveria talvez biliões de lágrimas hoje rolando dos olhos de filhos Teus.

— Se Eu as abençoar, essas lágrimas todas, que acontecerá?

— Elas voarão até ao Céu.

— E que encontrarão no Céu essas lágrimas?

— Encontrarão o verdadeiro motivo por que foram choradas.

— Qual é?

— A palavra que o filho-criança de Diana escreveu nas flores: “Mammy – Mamã”.

domingo, 25 de julho de 2010

145 — Que força é esta?

6/9/97 — 1:07

Já são 2:35, caí já inclusivamente num pequeno sono para ter um sonho qualquer, mas aquela imagem fala-me da Luz, fala-me do Espírito e fala-me da Paz e por isso me ficou bem gravada.

Sobretudo por causa do 7. Este Sinal, tão frequente nos últimos dias, é como um beijinho de todo o Céu, a dizer que me ama. São, de facto, três longos anos de Deserto, sempre procurando, são três longos anos de Escuridão sempre tacteando… Se não viesse o Céu assim visitar-me, embora só com este beijo mudo, como teria aguentado? Difíceis são sobretudo os tempos de maior aridez, como o presente, em que nenhuma emoção mais forte revolve a terra e pelo menos alguma humidade me refresca um pouco… Só passados muitos dias depois de escrever os textos é que lhes começo a ver a Luz, é que lhes sinto, palpitando forte, o Espírito, como o seu vivo Coração!

Alguém entenderá semelhante teimosia? Que procuro eu que assim às cegas me mantém caminhando? Que força é esta que me não deixa desistir? Alguma empresa humana teria tamanho poder de sedução? Ouvi, gentes todas que buscais a fonte da Vida: esta teimosia e esta sedução que assim me amarram a este caminho absurdo são o próprio Deus, que caminha aqui comigo, de lábios gretados ardendo em febre pela sede, mais do que os meus, de mãos já sem forças para continuar rasgando a escuridão, mais cansado do que eu!

Ouvi-me, gentes todas desiludidas dos caminhos de salvação até agora andados por nós-homens: mesmo que o vosso Sonho seja assim tão impossível como o meu, sabei que o sonhou primeiro que todos nós o nosso Deus e por ele Se meteu a esta louca caminhada e por ele resolveu enfrentar quanta dor o Inferno possa fabricar!

Ah, gentes com o coração dorido como o meu, desfalecidas no chão de não ver e não sentir, tentai tocar a mão do vosso Companheiro caído ao vosso lado: estareis agarrando a Mão de Deus! Por mais longe que vás no teu Sonho louco, nunca estarás sozinho: sempre ao teu lado estará Quem mais louco é que tu, Quem mais longe ainda sonhou que tu. E quando vires assim o Criador dos mundos reduzido ao teu tamanho, amarrado até ao mesmo momento de desânimo que tu e verificares que Ele não está fingindo, então terás decidido morrer docemente com Ele, mas largar o teu Sonho é que nunca mais largarás. Porque nesse dia terás encontrado o Amor que desde o nascimento procuravas e terás vencido o seu maior inimigo, em verdade o único inimigo: a morte.

A morte só se vence não fugindo dela, mas procurando-a. Derramando voluntariamente a própria vida na morte, o próprio corpo da morte é inundado de vida. Onde está, ó morte, a tua vitória?

Vinde, gentes, sonhar o Sonho de Deus! Vinde acompanhá-Lo no Seu Caminho, até que todas as células mortas ressuscitem! Vede se haverá outro caminho, se o próprio Deus o não encontrou e foi este que expressamente escolheu. Vinde! Havemos de ser muitos. Vinde dar, com o Mestre, a vossa vida a esta terra gretada, para que nela voltem a brilhar ao sol as cores da Vida! Vinde! Morrer assim é só ir ao fundo do Abismo arrancar de lá a Nova Criação!

São 4:14!

terça-feira, 20 de julho de 2010

144 — Jesus, o mais próximo dos próximos

5/9/97 — 3:41

São 4:27 já e, levando-me assim a olhar o relógio quando lá estava o meu nome escrito, Jesus diz-me que me ama e abençoa assim este tempo todo que até agora passei à procura da Sua indicação para continuar viagem pelo Mistério de Deus.

— Diz porque não me deste indicação nenhuma até agora, Mestre.

— Porque não precisava: tu estavas caminhando.

— Não saber por onde começar, não saber com Quem deveria falar, não é estar enredado no caminho, não é estar parado?

— Nada mexia em ti?

— Mexia. Muita coisa. Tanto assim que eu quase chorava por não saber como sair dali.

— Estás saindo agora, não?

— Estou…

— E como fizeste para sair?

— Pus-Te exactamente o problema que estava tendo.

— Porquê a Mim, uma vez que não sabias com Quem deverias entrar em diálogo?

— Porque Tu és o meu próximo.

— Como?

— Saiu-me assim…

— Eu sou todo o teu próximo?

— És. Respondi assim, porque Te sinto o meu Amigo Íntimo.

— Eu sou também as outras pessoas todas próximas de ti?

— És: em Ti está também todo aquele que precisa de mim.

— Porquê?

— Porque ninguém precisa mais de mim do que Tu.

— Mas assim não te isolas dos teus semelhantes concretos que te rodeiam?

— Não: cada vez mais me sinto sensível às suas verdadeiras dores.

— Porquê “verdadeiras”? Há neles dores falsas?

— A dor deles não é quase nunca onde eles dizem que lhes dói.

— E é em Mim que lhes descobres o sítio da verdadeira dor?

— É isso: Contigo vou caminhando até à verdadeira dor do mundo, de cada pessoa.

— Que dor era a tua naquela hora inicial em que te parecia não saíres do sítio?

— Era a dor de todos os que se sentem emaranhados na teia da vida.

— E viste essa dor em Mim? Eu também estava emaranhado na tua teia?

— Estavas. Tu estás sempre onde eu estou. Não há ninguém mais próximo de mim do que Tu.

— Mas se também Eu estava ensarilhado no teu enredo, se lá fui parar também, como te posso Eu dali libertar, a ti e a Mim?

— Vejo agora de repente, Mestre: é a Tua união com o Pai e o Espírito que sempre Te liberta de todos os enredos e cadeias e Contigo todos aqueles que Te amam. Tu és a Segunda Pessoa da Altíssima, Omnipotente e Terrível Trindade!

— E prisioneira sempre nos vossos enredos, nas vossas masmorras?

— Sempre, meu Senhor.

— Olha: porque chamaste à Trindade “Terrível”?

— Porque o Seu Poder é inexorável, fulminante. Ninguém que se Lhe oponha poderá jamais ter qualquer êxito.

— Não se passeiam à tua vista, cheios de êxitos, todos os demónios e todos os grandes deste mundo?

— Passeiam. Mas em breve veremos o tombo que vão dar.

— Entretanto, embora temporários, trata-se de verdadeiros êxitos, não?

— Nem uma gota desse êxito regará o reino com que sonham e com tanta canseira estão tentando levantar; pelo contrário, tudo quanto fazem e toda a dor que causam — tudo se está encaminhando para o alicerce da Tua Construção, a verdadeira, a única, a definitiva!

— Onde é essa Minha Construção?

— É neste mesmo Deserto que pisamos e que o Demónio fabricou. Como pode ele ter êxito?

São 5:43.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

143 — O inferno da princesa Diana

                     — 10:47:36

É sempre no reino da Besta que se revela o Mistério de Deus, enquanto caminhamos neste mundo…

— Surgiu-me mesmo agora a pergunta, Mestre: o reino da Besta limita-se a este mundo visível, à vida física das pessoas?

— Sabes que não: o próprio Lúcifer não é uma criatura visível. É sempre no mundo invisível que ele age: os estragos que vedes são só consequências da perversão operada no território invisível aos olhos carnais.

— É por isso que o pecado é o único mal que existe?

— É. Tu sabes já que o pecado é a origem de toda a desarmonia e de toda a dor.

— Mas eu queria que me falasses do mundo das criaturas cujo corpo físico desceu ao túmulo, ou foi consumido pelo fogo… Não Te importas?

— Fico feliz sempre que procuras o mundo que os teus olhos carnais não vêem; é tão enganador o que eles vêem…

— Então diz-me, Mestre: onde termina o reino de Satanás?

— Termina com a purificação da última mancha no vosso coração.

— Morreu anteontem Diana, uma princesa aqui da terra, muito célebre. Diz-me, Mestre: o inferno deste mundo a que esteve sujeita, com obrigações dos poderes deste mundo oprimindo-a e com os homens da Comunicação Social sempre perseguindo-a – este inferno está continuando agora, depois que ela desapareceu da nossa vista?

— O verdadeiro inferno da Minha filha Diana não estava fora dela. Por isso o seu inferno o trouxe ela consigo dessa vida e nela permanecerá até que de todo seja purificada.

— Mas o seu corpo, em que foi brutalmente extinta a vida ainda jovem num acidente numa das nossas vias rápidas – o seu corpo participará desse continuado inferno, até que também ele esteja de todo purificado?

— O corpo da princesa era belo?

— Todos consideravam o corpo da princesa muito belo à vista carnal dos nossos olhos.

— Pois infinitamente mais belo é o seu corpo perante os Meus Olhos.

— E esse corpo que Tu vês, onde está ele?

— Onde estava antes de nele se ter extinguido a vida carnal: em reconstituição, sempre na medida em que o seu Livre Arbítrio Mo permitia.

— A morte física então…

— É só o não ou o sim definitivo à reconstituição do vosso corpo imortal.

São 11:47:07!

domingo, 18 de julho de 2010

142 — E isso é problema teu?

2/9/97 — 2:24 — Faro

— Vem dizer-me, Mestre, por onde queres que eu vá: Tu sabes que tenho uma confiança ilimitada em Ti.

— Não queres escolher tu o caminho?

— Se quiseres que assim seja, eu escolho; o que importa é que sempre e só o Teu Desejo se faça em mim.

— Diz-Me então o que te ocupa o espírito.

— Aqueles algarismos: quando vejo dois 2 juntos, logo penso que me estás juntando à Vassula.

— E há algum conflito em ti quando esse pensamento te ocorre?

— Há. Por dois motivos: não entendo porque assim unes estes Teus dois Profetas e não outros; e a missão que nos entregas vejo-a enorme, desproporcionada em relação à nossa insignificância.

— Vamos então a cada um desses motivos de cada vez: se Eu escolhesse outros dois Profetas e assim os unisse naquela missão, já não estranhavas?

— Certamente me haveria de interrogar, mas esse problema já não seria meu.

— E torna-se teu por seres tu um dos escolhidos?

— Pois torna: mexe com a minha vida toda.

— Foi preciso esta escolha para Eu te mexer com a vida toda?

— Não… Qualquer escolha ou acção Tua em nós mexe com a nossa vida toda.

— Então em que consiste o teu problema?

— É que não sei que temos nós em comum para assim nos unires.

— E isso é problema teu?

— Pois…não é… As Tuas escolhas não tens que as justificar. Querer entender-Te plenamente é querer encerrar-Te na nossa lógica, é querer-Te fazer do nosso tamanho, é querer substituir-Te.

— Então vá, diz onde está o teu problema.

— Em me ter associado à Vassula talvez precipitadamente, sem conhecer os outros Profetas.

— E escolher o Profeta com quem te deverias juntar é problema teu?

— Não…de modo nenhum… Na verdade, isso seria outra vez querer ocupar o Teu lugar, substituir-Te!

— Então mais uma vez: onde está o teu problema?

— Na dúvida se Te terei ouvido bem.

— E decidir sobre o tipo de ouvido com que Me deves ouvir é problema teu?

— Isso não. Mas é problema meu a presunção de dizer coisas em Teu Nome sem Te ouvir, de fazer revelações sem que mas tenhas comunicado e mandado fazer… É problema meu o pecado.

— Então pode haver um pecado em cada revelação destas páginas, em cada afirmação, em cada palavra até…

— Não pode.

— Não pode?

— Não consigo dizer que pode… Parece-me uma monstruosa ofensa a Ti.

— Não há pecado nenhum em ti?

— Ah, Mestre, não foi isso que eu quis dizer! Estas páginas podem estar cheias de pecados meus, mas não reconhecer nelas o Teu Dom é que seria grave ofensa: Tu até dos meus pecados Te podes servir para revelares a Tua Luz!

— Então diz-Me: tirar os teus pecados é problema teu?

— Não!… É verdade, nem esse é problema meu: só Tu tiras os pecados do mundo, os meus e os de todos os meus semelhantes!

— Pela última vez te pergunto: onde está o teu problema?

— Ah, Mestre, há-de estar certamente onde está sempre: na falta de Fé!

— És Meu amigo?

— Eu pensava que era…

— E és; não tenhas medo: Eu sei da tua fragilidade e do teu desejo e isso, mais do que os passos que dás em cada momento, Me enternece e Me faz desfalecer de amor por ti. Quis só mostrar-te que não estás ainda totalmente abandonado a Mim e que por isso podes ser ainda muito mais Meu amigo. Queres ser mais Meu amigo?

— Tu sabes que quero, Mestre! Muito mais.

— Mas havia um outro motivo…

— Sim, um segundo motivo de conflito interior quando fazes da Vassula e de mim as Duas Testemunhas do Apocalipse, por ser tão grande a missão para tão frágeis pessoas.

— E podes dizer-Me onde estão as pessoas fortes?

— Não, não posso! Somos todos nada perante os Teus Olhos.

— Diz-Me agora: que sentes pela Vassula quando consideras esta aproximação que estou fazendo entre vós?

— Ah! Não tinha entendido!… Esta misteriosa, tão funda afeição que por ela sinto, és Tu reunindo-nos na nossa missão comum?

— Não está claro, Meu patetinha? Como poderia Eu juntar dois discípulos Meus numa mesma missão sem os juntar num mesmo, indestrutível amor?

— A Vassula também gosta de mim?

— E isso é problema teu?

— São 5:09.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

141 — O selo de autenticidade desta Profecia

                       — 10:07:47

Nesta imagem Jesus diz-me que vou bem na escrita do Seu Mandamento e que me ama muito.

Não têm nenhuma das habituais características de uma Profecia estas páginas. Este relato tão esmiuçado de acontecimentos exteriores e sensações interiores de uma só vida, tão pessoais, tão personalizados, tão vulgares, tão banais tantas vezes – quem os poderá considerar Voz universal e intemporal de Deus, como tem que ser toda a verdadeira Profecia? E a resposta vem-ma dando o meu Mestre, confirmando-ma hoje de maneira especial: a Sua Lei deveria ser gravada desta vez com o mais vulgar dos instrumentos, na mais vulgar condição humana!

E eu sou, de facto, o mais vulgar dos homens: venho de uma família remediada; nunca fui rico nem pobre; visto o que há de mais vulgar em cada época; nunca me salientei, a não ser pontualmente e só no pequenino círculo do meu contacto directo, como pontualmente se salientam, por um motivo ou por outro, todas as pessoas; nunca houve na minha vida reviravoltas espectaculares, dado que a maior de todas — o abandono da vida religiosa e do ministério sacerdotal — aconteceu numa época em que esta atitude era vulgaríssima; sou de temperamento um pouco aluado — há-os muito mais que eu! — mas vou-me conformando com as instituições, como acaba por fazer a generalidade das pessoas; sou opaco e bruto, mas também sei ser sensível, coisa que, mais ou menos, toda a gente é.

Só gostei sempre muito de Jesus. Cheguei a abandonar toda a teologia que aprendi e toda a prática religiosa. Mas nunca consegui esquecer o meu Jesus. Pelo contrário, quanto mais me afastei da prática religiosa e teológica, mais puro e forte Ele Se manifestou dentro de mim, quer como Herói que sempre me empolgou, quer como Amigo que nunca me abandonou. E nada mais esta Profecia tem que a autentique e a recomende: só este indestrutível amor por Jesus.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

140 — O mês 9

1/9/97 — 4:10 — Faro

Este é o mês 9, porventura o mais marcante de toda a minha vida. Se Agosto é o mês em que encontrei Jesus vivo aqui nos caminhos da nossa Cidade e d’Ele me enamorei, Setembro é o mês em que Ele me revelou a minha vocação, de que faz parte como elemento fundamental o escrever o Seu Mandamento para o Dia Nono, o Grande Dia do Seu Regresso. É justamente o que me dizem os algarismos neste meu primeiro acordar de Setembro, com espectacular clareza, segundo o código combinado entre mim e Jesus, a partir de então em verdade o meu único Mestre: continua gravando a Minha Lei! Anuncia o Meu Mandamento! — assim me pediu Jesus ao acordar, ao mesmo tempo que me fazia sentir a Sua Presença, sob a forma de uma doce felicidade física, esta surpreendente invenção do Seu Amor!

E eu tento corresponder o melhor que posso: dou-Lhe a minha caneta, dou-Lhe o meu tempo, dou-Lhe as minhas faculdades todas. E tudo isto é mesmo muito pouco: a minha caneta é de plástico, o meu tempo é Ele que mo arranja, as minhas faculdades é fácil ver que estão todas diminuídas. Não estou a compor a minha própria personagem; é assim que eu sinto. Não escrevo a partir de qualquer êxtase, ou sob qualquer arrebatamento místico; escrevo, pelo contrário, nas mais corriqueiras condições humanas, em ambientes por vezes bem impróprios para a concentração que uma escrita assim era suposto exigir. Vivo, pois, bem no meio da Cidade com a sua aridez e o seu estrondo e está aqui uma das características mais marcantes desta Profecia, que a mim próprio me enternece: Deus não levou desta vez o Seu Moisés para longe da multidão, para o recolhimento do monte Sinai; desta vez ele manteve-o bem no meio do reboliço em que cirandam os homens. Desta vez, gentes, Deus não escreveu, Ele próprio, a fogo, na pedra, o Seu Mandamento; Ele está-se servindo agora da própria deficiência humana assim como a encontrou, na própria ruína que ela habita!

— Meu Senhor!…

— Olha o relógio! — interrompe Ele.

— 6:01

— Interpreta.

— É do próprio reino das Trevas que o Espírito fará levantar agora a Luz!

— Então diz-Me: que há de novo agora, na fixação do Meu Mandamento, relativamente à Minha Primeira Vinda?

— Naquele tempo também o Teu Mandamento foi escrito pelas ruas da nossa Cidade. Mas dessa vez foi escrito por Ti próprio, revestido da nossa deficiência, uma deficiência que culminou na Cruz; nesta Tua Segunda Vinda é a Tua grande Promessa, o Espírito Consolador, que está gravando na nossa própria miséria a Tua Palavra Omnipotente. E tu surgirás, como Luz nunca vista, para todas as nações!

São 6:30.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

139 — Fazer-se tudo para todos

30/8/97 — 5:40 — Faro

Ao perguntar-me se não seria já a hora de procurar na Escritura novo alimento, ouço: “Ezequiel quatro, nove”. Tão repetidos são estes algarismos, que peço: “Desta vez não! Dá-me Tu outros, Mestre”. É que esta fixação me parecia vir do Demónio e de facto ele repetia-me estes algarismos em ridículo tom de galhofa. Então, num desafio, pedi: “Deixa ficar estes, Mestre, abençoa-os, e dá com eles uma lição ao Demónio”. Além de que estes algarismos, descodificados, dão o pedido permanente que nestas páginas o Mestre me faz: Anuncia o Meu Regresso! Vou, pois, confiante, onde o Demónio me indicou buscar a Luz que lhe destrua o reino tenebroso. Em
                                                      
                                                          Ez 4, 9

está isto escrito:

Apanharás trigo, cevada, favas, lentilhas, milho e aveia, o que colocarás num mesmo recipiente, a fim de fazeres pão para ti. É isso que comerás durante o tempo que estiveres deitado, ou seja, durante trezentos e noventa dias”.


Efectivamente, além de muito repetidos os algarismos, também o texto já o Senhor mo havia trazido uma vez.

— E agora, Mestre? Como fazemos? Ajuda-me a encontrar os Teus Tesouros que aqui se escondem.

— Lembras-te do que dissemos da outra vez?

— Não tenho a certeza…

— Resume aquilo de que te lembras.

— Enquanto estou “deitado”, isto é, imobilizado, apenas escrevendo, devo fazer dos mais variados frutos – as revelações que me vens fazendo – um pão só… Não sei se foi isto…

— Não fixas as Minhas lições?

— Desculpa, Mestre… Elas são já tantas… E não creio que elas sejam todas para eu fixar agora. Não são sequer todas para mim pessoalmente.

— Mas esta era, não?

— Parece… Mas nem esta era exclusivamente para mim: pelo menos com o profeta Ezequiel já a estou partilhando… Depois, agora é só o tempo da escrita: quando for preciso executar o que me ensinaste, de novo aqui me conduzirás, para que eu tudo recorde e a Tua Vontade seja feita sem desvios.

— Vamos então ampliar o Ensinamento que ficou já registado?

— Vamos, Mestre. Ainda nada vejo, neste momento…

— Vês ao menos que o Profeta tem que fazer um pão estranho.

— Isso vejo. Não ficaria com um sabor intragável?

— Lê de novo o contexto.

— Vejo, nos vs. 4-5, que precisamente durante aqueles trezentos e noventa dias, o Profeta terá de cumprir uma missão estranha: “Toma sobre ti os pecados da casa de Israel (…); suportarás as suas iniquidades (…); aguentarás os pecados de Israel” — diz-lhe o Senhor.

— É, portanto, mesmo um pão intragável, o que ele terá que comer, não?

— Pois é…

— Mas a dureza do que o Senhor pede ao Profeta é maior ainda…

— Sim, Ele pede-lhe que coza aquele pão “na presença deles, ao lume de excrementos humanos” (v. 12).

— Onde está, para o Profeta, a dificuldade, neste caso?

— Está, não tanto na repugnância perante os excrementos humanos, mas na impureza moral que este gesto revelaria: “Eu nunca me tornei impuro!” — responde o Profeta, perplexo. Tanto assim que o Senhor lhe concede que substitua os excrementos humanos por “esterco de boi”.

— E qual é o simbolismo deste gesto do Profeta?

— Revelar a situação dos israelitas dispersos entre as nações pagãs: “É assim – diz o Senhor ao Profeta – que os israelitas comerão os alimentos impuros nas nações por onde Eu os dispersar”.

— Diz, sem medo, o que sentes neste momento.

— Estou aborrecido: não gosto de fazer análise de textos; gosto mais de que me reveles directamente as coisas…

— Não queres comer este pão impuro das nações pagãs?

— Que pão? A análise de textos?

— Não é isto que andam fazendo muitos discípulos Meus – escrevendo muitos volumes de análise de textos, à moda da ciência pagã, textos da Escritura, sem nunca lhes descobrirem o conteúdo?

— Estás-me pedindo então que, procurando assim, penosamente, o coração das Tuas palavras, eu assuma sobre mim os pecados destes Teus discípulos?

— Sim. Destes e de todos os outros que se acomodaram aos alimentos das nações pagãs e nunca mais procuraram o Meu Pão Vivo que eu próprio lhes prometi e lhes daria em abundância.

— Estás-me pedindo, Mestre, que coma, também eu, de todos os alimentos impuros com que se mancharam os Teus discípulos? Estás-me pedindo que me torne impuro para resgatar a Tua Igreja da impureza das nações em que se atolou?

— Sim, Meu amigo querido: estou-te pedindo que comas, também tu, de todo o pão que a Minha Igreja, dispersa entre as nações, está comendo com elas. Será para ti este pão cada vez mais intragável, como foi intragável para Mim. Mas peço-te que o comas Comigo, por eles, por Mim.

— Tu queres que me faça tudo para todos?

— Sim. Para reunirmos todos os Meus filhos dispersos.

São 8:07!

terça-feira, 13 de julho de 2010

138 — O amor feminino de Maria

20/8/06          — 12:50:21

A proximidade em que o Céu se colocou todo junto de mim sempre me surpreendeu, a ponto de se tornar a fonte das minhas mais dolorosas dúvidas. Também, é claro, de uma felicidade inesperada, tão natural e tão viva, que quando daí regressava ao mundo cinzento da Rotina e da Lei, mais se me realçava a natureza divina do Céu Novo que estava descobrindo. E Deus, em vez de Se rebaixar nesta descida até mim, tornava-Se-me infinito na Sua capacidade de amar. E foi aqui que o meu coração viu Deus. Não é ele Amor? Amor sem nenhum limite?

Não havia, pois, nenhum motivo para que Maria, a nossa Irmã segundo a natureza humana, Se mantivesse afastada de mim, mesmo sendo Ela a Rainha do Céu. Até justamente por esse mesmo facto: no Reino dos Céus, quanto mais grande, mais próximo, porque sempre a maior grandeza corresponde maior Amor. Mas o Amor de Maria é um Amor que até hoje não conhecíamos em Deus, embora, obviamente, n’Ele estivesse desde toda a eternidade, porque não há Amor que não seja Deus: o Amor de Maria é um Amor feminino. Atrevo-me a dizer que é um Amor exclusivamente feminino! Forte, doce, humilde. De uma omnipotente fragilidade. E por isso mesmo de um Encanto inteiramente novo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

137 — Os passos do nosso passado

                      — 11:49:37

Geralmente não ligamos importância nenhuma aos passos do nosso passado. Ficamos marcados para sempre, talvez, por uma qualquer tragédia que nos aconteceu, ou ficamos agarrados a uma claramente doentia saudade de uma fase excepcionalmente boa da nossa vida; de resto, ouvimos contar ou recordamos vários episódios da nossa vida passada como curiosidades mais ou menos longínquas, que em nada marcam a nossa vida presente.

E no entanto, se o nosso coração for acordado para a Vida, começa todo o nosso passado a acordar, a espreguiçar-se, a levantar-se, vigoroso e esplendoroso, atraindo primeiro fortemente a nossa atenção, fascinando-nos irresistivelmente depois, provocando em nós já não um olhar distraído ou curioso, mas uma contemplação embasbacada, como nas paixões. Vede-o no meu testemunho: aquele episodio da viagem da minha mãe à Senhora da Guia dos Arciprestes comigo ao colo, por exemplo, ouvia-o eu contar, estranhamente mais pelas outras pessoas do que pela minha mãe, como facto com algo de mágico e épico, em que se realçava mais a viagem a pé, debaixo da chuva torrencial, dos súbitos raios, dos medonhos trovões, do que o milagre instantâneo do regresso do leite ao seio materno, afinal a esperança e a causa única daquela viagem. Mas vede a sedução permanente que este episódio tem suscitado na minha vida desde a minha Conversão, a ponto de me levar finalmente, sozinho, ao local do acontecimento, atraindo agora, mais fortemente que nunca, o meu olhar. Vede as páginas que já ocupou nesta escrita a longínqua visão da Luz, que nada mais era do que um fenómeno intrigante!…

domingo, 11 de julho de 2010

136 — Os meus Outonos

19/8/06 — 7:15

— Maria, Tu sabes que eu espero sempre, à aproximação do Outono, um acontecimento interior qualquer, que particularmente me surpreenda.

— E desde quando te apercebeste desse facto?

— Desde que me pus a contemplar a minha história pessoal.

— E quando é que isso aconteceu?

— A partir do Outono de 1994 — o primeiro Outono da minha Conversão.

— E estás agora verificando uma outra constante da tua história…

— É verdade! Advirto agora em que os três prodígios mais espectaculares da minha história se deram na Primavera: o milagre do leite materno, o milagre da luz e o milagre da cura instantânea de uma depressão de máximo grau.

— Que se seguiram a Outonos particularmente densos…

— Sim: o do meu nascimento, o de uma profunda viragem interior aquando da minha profissão solene na Ordem Franciscana e o da minha saída de casa para salvar o meu casamento.

— Mas também um dos Outonos, para além do denso acontecimento interior, foi marcado por um desses milagres espectaculares…

— Sim, justamente o primeiro Outono da minha Conversão: o movimento na mão ao iniciar esta escrita e os movimentos rotativos, em cujo contexto Jesus me entregou a missão de refundar o Seu Povo.

— Eh lá! Empregaste agora uma expressão muito forte!… tu, refundar o Povo de Deus??

— Eu adverti no escândalo antes de o escrever, mas não pude evitá-lo: um impulso interior muito forte me impelia a escrever assim.

— Deixa então ficar assim. Veremos depois como vamos lidar com o escândalo. Mas houve uma razão para enveredarmos por este tema dos Outonos…

— Sim: porque os Sinais me apontavam particularmente Jesus, tentei dialogar com Ele; depois tentei com o Espírito, mas uma intervenção bruta, claramente do Demónio, mo impediu… Julguei então que pudesse estar iminente um novo, especial Outono…

— O Outono está, de facto, iminente. Fica apenas atento, como sempre.

São 8:38/9!

sábado, 10 de julho de 2010

135 — Um só é o vosso Mestre

                     — 19:38:43

— Maria, tu vais ajudar-nos a entender como será possível ser a Igreja governada exclusivamente pela Autoridade do Espírito Santo, não vais?

— Estavas a lembrar-te agora mesmo de uma afirmação de Jesus…

— Sim, era esta: Um só é o vosso Mestre — Jesus.

— Tem sido a Autoridade do Espírito exercida até agora por outros mestres?

— Embora se apresentem como os genuínos e únicos intérpretes da Autoridade do Espírito, muitos se serviram dessa divina Autoridade para a bloquearem, apresentando-se eles próprios como mestres.

— Diz-Me: porque falas da Autoridade do Espírito, quando falas de Jesus como o único Mestre? Quem é, afinal, a Autoridade?

— A Autoridade única, não só na Igreja, não só na terra, mas em todo o Universo é, obviamente, Deus, uno e indivisível, mas autónomo em cada uma das Suas Três Pessoas e é essa autonomia que As faz actuar sempre numa Unidade perfeita. A Autoridade de Deus é exercida pelo Pai, coordenando tudo e vigiando; pelo Filho Jesus, ensinando com palavra e exemplo; e pelo Espírito Santo, actualizando e vivificando continuamente o Ensinamento de Jesus. Nunca mais entendemos o Amor, não é, Maria?

sexta-feira, 9 de julho de 2010

134 — Um conluio sacrílego

                       — 11:19:25

Não concebemos qualquer tipo de ordem num grupo humano, pequeno ou grande, sem que haja nele uma autoridade que defina o que é bem e o que é mal e tenha força para garantir o cumprimento das suas directrizes — a bem ou a mal. Foi assim que nasceram todas as instituições, mesmo aquelas a que hoje chamamos igrejas: também estas, mais até do que as outras, fizeram um hercúleo esforço para reduzirem o Carisma de Jesus ao seu próprio entendimento do que é bem e do que é mal, concretizando esse entendimento, naturalmente diferente e até oposto entre elas, em directrizes rígidas, que chegaram a impor a todos os respectivos membros com a violência de cruéis torturas por suas próprias mãos ou, mais hipocritamente, entregando esse trabalho “sujo” a outras instituições, com que fizeram um sacrílego conluio.

No Nono Dia, o Dia do Espírito ou da Liberdade, toda esta abominação desoladora que, sob formas mais polidas, ainda hoje se mantém intacta, desaparecerá do Povo do Senhor e, através do seu testemunho, de todos os outros povos. Será este o tempo em que acreditaremos com absoluta ingenuidade no coração uns dos outros, em que, portanto, ninguém se arrogará o direito de possuir da Revelação de Deus o entendimento correcto e exclusivo, muito menos de o impor aos outros. Este tempo virá mais depressa do que julgamos. Porque este será o tempo em que teremos recuperado a Lucidez.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

133 — Só através da Profecia será conduzida a Igreja

18/8/06 — 5:03

— Maria, Tu sabes o que eu estou a pensar…

— Sei. E é muito interessante. Ora mostra-o.

— Que, agora sim, está completa a Profecia, depois de ter sido revelado o novo Adão.

— Deus não teria então mais nada a dizer!?

— Pelo contrário: agora ele seria Palavra viva e contínua no coração de todo aquele que O encontrasse e O recebesse.

— Todos esses, agora, seriam Profetas!?

— Sim, nós sabemos que haveria de chegar a hora em que todos os crentes formariam um Povo de Profetas.

— Que dispensaria os Profetas expressamente designados por Deus como tais!?

— Não…espera… talvez continue a haver necessidade de Profetas especialmente designados para gravarem a Palavra de Deus, enquanto a escrita tiver que existir.

— E terá que existir até quando?

— Até que toda a Civilização desapareça: a escrita é um dos mais característicos elementos da Civilização.

— Estás então a dar à escrita uma importância muito especial!?

— Sim, ela é, enquanto precisarmos de referências materiais, a grande Referência com que todos os Profetas se deverão confrontar, para avaliarem da autenticidade da sua própria Voz interior.

— Estás então mais descansado: podes continuar a escrever!?

— É verdade que a escrita tem sido todo o meu alento. Mas aceitarei, muito feliz, abandonar a escrita se e quando o nosso Jesus quiser.

— E imaginas o que haverá ainda para escrever, depois desta última revelação?

— Não. Sei apenas que a Igreja deverá ser guiada sempre e só pela Profecia, quer ela brote, espontânea, do coração de cada um, quer ela seja gravada por Profetas para isso designados. E acima de tudo, é claro, no imenso Dia do Senhor, se verá como é inesgotável e deslumbrante de Beleza o Mistério de Deus, do Homem e de Todas as Coisas!

— Olha: queres um final bonito para este texto, não queres?

— Quero!

Esta atitude divertida de Maria, o Seu olhar, a Sua carícia, todo o Seu Encanto… Que final mais bonito poderia eu desejar?

São 9:00:11!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

132 — Uma Companheira bem disposta

                      — 19:07:47

— Maria, vês as voltas que eu dei já, para iniciar este texto?

— E ainda não descobriste porque precisaste de dar tantas voltas?

— Parecem ser várias coisas ao mesmo tempo: é o clima chuvoso e frio, de verdadeiro inverno, que se abateu de repente sobre a montanha, é a lassidão própria das férias, é o não ter tema nenhum borbulhando dentro de mim…

— Enfim, tudo o que há de mais vulgar numa vida. Diz-Me então: porque teimaste em escrever?

— Porque tinha meia página da folha em branco, porque é hábito escrever a esta hora…

— Enfim, por motivos de feitio e hábitos estritamente pessoais. Mas tinhas a consciência de que, mesmo assim, irias escrever a Palavra de Deus!?

— Sim, espero ser sempre Voz de Deus quando escrevo nestas folhas.

— E então? Até agora Deus disse já alguma coisa?

— Acho que disse. Mais do que eu atinjo.

— Diz uma coisa que tenhas atingido.

— Acabo de escrever, da parte d’Ele, que Tu és uma Companheira encantadoramente bem disposta.