26/9/97 — (23:06)
Já são agora 1:12. Acordei e readormeci várias vezes durante estas duas horas. Eu tinha-me deitado às 22 horas, tendo adormecido instantaneamente, ao peso de um sono que nenhum motivo puramente biológico explica ter sido interrompido uma hora depois.
Creio, deste modo, estar sendo comandado cada vez mais exclusivamente pelo Espírito do meu Senhor. Mesmo que eu tivesse sido desta vez acordado pelo Demónio, como sugerem os algarismos, não se trataria neste caso de nenhuma cedência a qualquer tentação, uma vez que eu estava dormindo. A responsabilidade é, pois, inteiramente de Deus!
— Mestre, fala-me desta inteira dependência de Ti, do Pai, do Espírito…
— Alguma coisa em especial te preocupa?
— Não; pelo contrário, estou tão feliz, que desejaria partilhar esta felicidade com toda a Tua Igreja. Mas é ao visionar assim todo o Teu Povo comandado exclusivamente pelo Espírito, que me parece o meu coração pequeno demais para poder acreditar em tal prodígio!
— Porquê? Não pode acontecer com todos os outros Meus discípulos o que está acontecendo contigo?
— Pode, certamente. Por esta inteira dependência do Espírito se conhecerão, aliás, os Teus discípulos. Mas deixar-se conduzir um só pelo seu especial caminho, diferente de todos os outros, eu entendo; agora serem conduzidos todos os membros de um povo inteiro, cada um por seu caminho, e fazerem todos estes caminhos tão diferentes uma unidade perfeita, como se de um só corpo se tratasse — isso está querendo ultrapassar todo o meu entendimento!
— Assim como uma impossibilidade?
— Pois, Mestre! Tem em conta o tamanho do nosso coração… E se atendermos a que todos estes caminhos estarão necessariamente sempre em fases diferentes, cheios sempre, apesar da acção do Espírito, das deficiências próprias da nossa carne…como posso não me sentir perante uma impossibilidade?
— E crês nela, na impossibilidade?
— Creio. Com toda a minha capacidade de acreditar: eu sei que Tu és o Senhor do Impossível!
— Diz-Me então agora: como vês o governo de um povo assim?
— Só com pastores…
— Porque paraste? Nada mais?
— Nada mais, Mestre. Ninguém mais.
— Porquê?
— Porque são necessariamente nómadas: é a fome do rebanho que os conduz.
— Não são eles que conduzem o rebanho?
— Na verdade, não. E aqui está a característica principal do pastor: é sempre o rebanho que o faz mover, de vale em vale, de um monte para outro monte….
— Não é ele que sabe onde se encontram os novos pastos?
— Ele é sempre o que mais ama.
— Amar é saber onde se encontram as novas pastagens?
— É: todo o alimento vem do Teu Coração. Nunca é o pastor que dá o alimento às ovelhas: elas próprias o procuram e quando Tu vieres e o Teu espírito inundar de Água a terra, o que mais haverá é alimento, por toda a parte!…
— Qual é, portanto, a função do pastor?
— Vigiar. Estar atento ao possível extravio de qualquer ovelha e à aproximação do lobo.
— E de que se alimenta o pastor?
— Do próprio rebanho e dos frutos da terra, ao andar. Alimenta-se da mesma fonte do rebanho. O seu cuidado será apenas, além de vigiar, o de orar sempre.
São 3:26!
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