12/9/97 — 1:51
— Bem hajas por me acordares a esta hora, Mestre! Bem hajas por tudo quanto me fazes! Molda com a Tua Mão sábia o meu corpo imortal, conforme Te der mais jeito, sem atenderes nunca à minha conveniência: a minha inteira conveniência, já To disse centenas de vezes, é que Tu faças em mim a Tua exacta Vontade. Por isso não Te importes de qualquer violência que tenhas de fazer comigo neste Teu trabalho de Artista: eu sei que qualquer toque Teu nesta massa informe do meu ser arrancará dele a Tua perfeita Imagem. E a Imagem do Pai. E a Imagem do Espírito. E, se me deixasses querer alguma coisa, eu pedia-Te que gravasses em mim alguns traços da minha Mãe…
— Quais?
— A Humildade e a Ternura.
— Só?
— Não me importava de que ficassem gravados ainda outros, à Tua escolha…
— Não tenhas medo: expressa-Me esse teu desejo.
— Assim como na Vassula, em vez do dela, Tu fazes surgir o Teu Rosto, assim também em mim Tu fizesses aparecer o Rosto da Tua e minha Mãe!
— Para quê?
— Não sei bem, mas arde-me o coração no desejo de que todos os homens conheçam e amem a sua Mãe.
— Revela essa sombra que poisou no teu coração.
— É um invencível medo de Te magoar.
— Em quê?
— No pedir-Te assim este prodígio: tenho medo de que nele esteja infiltrada a vaidade e assim Te manche a obra que estás erguendo em mim. Tenho tanto medo da vaidade, Mestre! Eu acho que sou muito achacado a este mal, não sou, Mestre?
Procuro a resposta de Jesus a dizer que sim, que sou muito vaidoso, mas o que encontro é o meu Amigo e meu Deus ardendo de amor por mim. Não sei como é: Ele não diz nada, mas eu sinto-Lhe o Coração. É como se o meu coração entrasse no d’Ele e o percorresse…tal como na imagem que ontem li na Vassula: o meu coração é uma gota que cai e se mistura no grande mar que é o Seu Coração. Nunca Lhe senti este enorme Coração recriminando-me: só me ama muito e sempre este meu Amigo! A única coisa que Ele fez foi revelar-me a verdade acerca do estado em que me encontrou e me encontro ainda: disforme e incapaz. Mas Ele parece amar-me ainda mais por isso. Não encontro neste Coração nenhuma resistência, nenhuma repulsa pelo que quer que seja, em mim; antes O sinto feliz – uma felicidade que O queima e me queima a mim – como se todos estes meus aleijões fossem para Ele materiais preciosos que Ele sofregamente me aceita, se eu Lhos der, para curar não sei que feridas, imensas feridas, não sei onde…
Querido Deus! Querido Senhor de todos os mundos aqui tão perto, tão pequenino, Omnipotência reduzida ao meu tamanho! Como foi possível Ele ter-me encontrado aqui, neste ponto invisível do Universo, tão perdido e tão desfigurado!
São 3:43.
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