20/9/97 — 2:13
Eu tinha-me deitado uma hora antes…
— Foste Tu que me acordaste àquela hora, Mestre?
— Porque perguntas?
— Porque só pode ter sido um poder que consiga contrariar as leis da Natureza: não há nenhuma lógica neste despertar, uma vez que acordei carregado de sono. De tal maneira que, ao ajoelhar, julgando terem passado apenas alguns minutos, eram já 3:33!
— E que te diz esta imagem?
— É o mais espectacular Sinal da Presença da Plenitude de Deus em mim!
— Então que concluis? Fui eu que te acordei?
— Foste, certamente… Até porque a primeira imagem numérica me pede que seja testemunha da Luz que jorra da Trindade Santíssima ou, também, da Fonte de todo o Amor — a Unidade de Deus Trino.
— E por isso não poderia ter sido o Demónio a acordar-te?
— Não: ele é o contrário do Amor.
— E que amor pode haver nesta violência de te arrancar ao sono uma hora depois de te teres deitado?
— O amor confiante de um amigo que está sofrendo muito.
— Eu sou esse teu Amigo que está sofrendo muito?
— És: Tu és uma Chaga viva! Ninguém sofre mais que Tu.
— E estava sofrendo especialmente naquele momento?
— Não sei… Mas não precisava de ser uma dor especial: ela é sempre enorme e foi como que um gesto intuitivo dizendo-me que estavas muito só – destes gestos que se têm para com um amigo íntimo…
— Olha: não há uma contradição entre a dor em que me vês e este diálogo que estou tendo contigo, que parece tão descontraído?
— Parece haver uma contradição, sim…e era essa uma sensação que estava passando por mim.
— Foi por isso que Me pediste ajuda?
— Não sei… De facto, muito espontaneamente há pouco me saiu isto: ”Jesus, ajuda-me, para que fique escrita só a Verdade!”
— O modo como falo contigo, como o sentes? A postura, a voz é a de quem não suporta as dores?
— Por acaso, não! É só a de quem, cautelosamente, procura não ser pesado ao amigo que acordou assim no mais pesado sono, como se não conseguisse suportar a solidão e precisasse só de conversar um pouco…
— Diz, diz o que estás sentindo agora, Meu amigo.
— Que Tu, de toda a Tua imensa dor, só pões às nossas costas uma pequenina gota quando assim pedes o ombro a um amigo para descansares um pouco…
— O sofrimento deste teu despertar e desta vigília é só uma pequena gota?
— É, Mestre, é! Que peso tem este sofrimento, comparado com o abandono e desprezo de biliões de filhos Teus e com a Tua dor pela miséria em que nos vês?
— Não, querido companheiro, não é tesouro pequeno ter um amigo que não se zanga quando o acordamos uma hora depois de se ter deitado e nos ouve com atenção.
— E precisas só de falar, Mestre? Não trazes hoje nenhum problema, nenhuma dor em especial que queiras partilhar comigo?
— Não… Só Me dói tanto a vossa dor e a vossa cegueira…
— Não me queres dizer nada sobre a Tua Igreja? Nenhuma recomendação para eu pôr em prática quando chegar a hora?
— A Minha Recomendação é só uma e sempre a mesma: se te mantiveres assim Meu amigo, assim vigilante…
— Só assim, Mestre? Parece-me tão raquítico ainda este amor…
— Não chames raquítico ao Dom do Pai! Olha: escreve o que estiveste pensando há pouco para a Minha Igreja.
— Que todas as insónias dos Teus discípulos fossem passadas Contigo. Que todas as noites as igrejas estivessem cheias de gente com insónias e de gente a quem chames no meio do sono, como fizeste a mim hoje, para que o Amor invada a terra como um grande rio!…
— Não é na rua, em todas as praças da Cidade, em todos os recantos de Babilónia que queres ver os Meus discípulos curando as chagas todas dos seus irmãos?
— Não há rio que não venha de uma fonte e não há fonte que se não alimente da chuva vinda do céu! Não deixes nunca os Teus discípulos saírem do Teu Coração.
— Ah, Meu querido, pequenino pastor, não esqueças nunca de dizer à Minha Igreja que só Eu curo todas as chagas e que as curo num instante e de graça!
São 5:52!
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