8/6/02 – 4:30 — Fátima
— Maria, fala comigo neste lugar, que Te deve ser especialmente querido.
— Tu crês em que Eu estive aqui pessoalmente, em corpo, deixando-Me ver e falando aos pequenitos pastores?
— Inteiramente!
— Nem sempre foi assim…
— Não: houve tempo em que, como a maioria dos padres, eu dizia que “a questão das aparições é secundária”.
— E porque dizem assim os padres?
— Porque são geralmente muito cultos.
— A cultura torna secundário o que é essencial?
— Julgo que é isso mesmo: ela faz parte da riqueza da Cidade, cujo objectivo é secundarizar, ao nível do Universo, o que lhe é essencial.
— E o que é que lhe é essencial?
— O seu Criador: Deus.
— E porque pretende a Cidade secundarizar Deus?
— Para ficar ela em primeiro lugar.
— Mas os padres são, por vocação, os anunciadores de Deus; passam a vida a pregá-Lo aos outros!
— É essa a maneira mais eficaz de O secundarizar.
— Como?
— Fazendo de Deus o tema dos seus discursos, fazem d’Ele um objecto sobre o qual elaboram cuidadas obras de arte, feitas com palavras. Tornam-se assim eles próprios o essencial, pela sua sabedoria e pelas obras verbais que produzem. E já Deus está secundarizado como um simples tema, ou objecto. Quando as pessoas dão conta de si, estão admirando o padre e a peça de arte que ele produziu. E dizem: o senhor padre falou muito bem.
— E de Deus não fica nada nas pessoas?
— Fica. Vai ficando Deus como o tal objecto, porventura uma bela estátua que o padre modelou.
— Vou então pôr-te agora uma questão difícil: quando tu próprio tanto escreves acerca de Deus, não estás fazendo justamente aquilo que estás condenando nos padres?
— É muito difícil, realmente, responder à Tua pergunta, Companheira. Só tenho a certeza de uma coisa: eu não quero secundarizar Deus. Não quero cometer aqui o Pecado Original em que, no fundo, se resumem todos os nossos pecados: pormos Deus em segundo plano para ficarmos nós em primeiro lugar. Eu tenho a certeza de que o meu querer profundo é que, em tudo quanto escrevo, Deus volte ao primeiro lugar, que seja Ele o único Senhor. E mais: que seja Ele o Tudo de todos os homens e de todas as coisas.
— Então que distingue as palavras aqui escritas dos discursos dos padres eruditos que condenaste?
— Não sei. Acho que é só este profundo desejo de que seja Ele o único Senhor, a Quem todos docilmente obedeçamos.
— E não tens medo de que as pessoas, ao lerem o que aqui escreves de Deus e sobretudo o que aqui contas de ti próprio, te passem a admirar a ti, esquecendo Deus?
— Tenho. Tenho sobretudo um enorme medo de me deixar deslumbrar pelo eventual elogio das pessoas e deixar assim Deus morrer no meu coração.
— E que fazes para evitar esse desastre?
— Tenho plena consciência de que a única coisa que eu posso fazer é mesmo pedir-Lhe que nunca deixe isso acontecer. Eu sou um homem de teatro! E lembras-Te de como, logo no início, eu tinha consciência deste perigo e pedia tanto a Jesus e a Ti própria que me tirásseis do palco?
— Se deixares de estar no palco, que serão as palavras que escreves?
— Límpida Voz de Deus.
— Quando tomou posse de ti esse desejo de que Deus fosse o único Senhor de tudo quanto existe, foi aí que começaste a considerar as Minhas Aparições aqui como essenciais?
— Exactamente!
— Porquê essenciais?
— Porque elas revelam precisamente a iniciativa de Deus como único Senhor.
— A iniciativa não foi Minha?
— Todo o milagre vem de Deus. Ele é Tudo em Ti. Foi Ele que Te mostrou em corpo aos pastorinhos.
São 6:25!?
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