— 10:43
Não me apetece nada escrever. Mas tenho tempo disponível e apareceu-me um 4 entre os Sinais. Os outros algarismos dizem-me que continue a gravar o Mistério de Deus Trino.
— Vamos escrever juntos, Mestre…
— Quando te peço que apenas exprimas o que em cada momento encontras dentro de ti, sabes o que pretendo?
— Agora, de repente, vi isto: se eu agarrar sempre o que está dentro de mim, evitarei ser comandado pelo que vem de fora de mim.
— E deves evitar o que vem de fora de ti?
— Devo. Sempre.
— Porquê?
— Porque eu mesmo, a minha mais pura personalidade, está dentro de mim toda, e é ela que me deve comandar, como é óbvio, sob pena de se estabelecer a divisão em mim.
— Mas diz-Me: se te fechas a tudo o que vem de fora de ti, não corres o risco de desprezar todo o Bem e toda a Beleza que há em todas as outras criaturas, fora de ti?
— Isso aconteceria fatalmente se não atendesse ao que vem de dentro de mim!
— Como? Desprezarias todo o Bem e toda a Beleza exterior a ti se não procurasses o que há dentro de ti?
— Isso mesmo, Mestre: se não procurasse com verdadeira sede e não recebesse com verdadeira reverência e carinho o que vem de dentro de mim, estaria desprezando e manchando tudo o que há de bom e belo fora de mim.
— Porquê?
— Porque só na minha funda e autêntica personalidade estão os olhos capazes de ver e o coração capaz de amar sem mancha tudo o que há fora de mim.
— Mas deixa-Me que te ponha ainda a objecção que te vai pôr muita gente: onde está a garantia de que aquilo que encontras ao procurares a tua intimidade vem mesmo do fundo de ti e que não são coisas que justamente atulham o caminho do teu coração, como tantas vezes tens visualizado a maldade que se foi acumulando dentro de ti e que lá se aninhou, vinda de fora?
— Vou seguramente ao encontro da minha alma quando oro, isto é, quando Te peço para vires comigo.
— Como fizeste neste texto?
— Isso. Exactamente isso!
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