Desviamo-nos da Fonte e depois, é claro, passamos a beber outras águas
de outras nascentes. E, de longe, voltados para onde julgamos que está a Fonte,
às vezes dizemos: Desculpa, foi sem querer.
6/5/96
– 8:54:04
O texto da vigília foi escrito, a princípio,
sob um turbulento ataque de Satanás. Nitidamente ele não queria que aquilo
fosse escrito: percorria todo o espaço da minha atenção agitado, descontrolado,
insinuando-me com puros argumentos bíblicos, que eu estava a julgar os pastores
da Igreja Universal. Mas eu escrevia, como em barcaça sobre mar agitado, aquilo
que a minha Fé estava vendo. Desistiu quando eu escrevi “O que fizemos da Tua
Casa, Jesus!”, como se ao incluir-me entre os pecadores, ele me tivesse
definitivamente perdido para a sua causa. E a Paz reinava em mim, no final do
texto, expressa em lágrimas de pura afeição às ovelhinhas abandonadas e
indefesas do Rebanho que Jesus entregara a amigos como eu, para que o
apascentássemos e guardássemos.
Sim, também eu andei já dando pasto
intragável às ovelhas que o Senhor me confiou, pregando-lhes, juntamente com a
Palavra de Deus, pura doutrina da Cidade de Satanás. Desculpo-me, dizendo agora
que foi sem querer. Mas era bem feito que Jesus me respondesse como eu respondo
às minhas filhas quando elas partem um copo por descuido e dizem que foi sem
querer: Já viste o que seria partires esse copo por querer? Pomo-nos a andar por regiões que nos satisfazem os
apetites da carne, alheios ao Reino dos Céus, fazemos por isso, no Reino a que
dizemos pertencer, tudo atabalhoadamente, muito de cabeça no ar e depois,
quando Jesus nos chama a atenção para a asneira, vamos-Lhe com a insuportável
desculpa de que “foi sem querer”! E assim, sempre sem querer, vamos-Lhe deixando o Rebanho mal alimentado, desprotegido,
e quando damos conta está-nos nas mãos de Satanás. Sempre sem querer! Pobre
Jesus! Por isso insiste Ele em que o Seu pastor deve amar mais do que os
outros. Amá-Lo a Ele. E basta. O Seu pastor não precisa de ser grande teólogo,
um homem de letras, um bem-falante, nem especialmente simpático na aparência.
Nunca mais aprendemos que é aquilo que é vil aos olhos do mundo que Deus escolhe para confundir toda a
nobreza deste mundo. Nunca mais nos fixamos naquela figura do pescador
analfabeto da Galileia, constituído por Jesus em Príncipe dos Apóstolos e
Guarda-mor do Seu Rebanho!
É esta para sempre a raiz da Paz, na Igreja
de Jesus: os Seus pastores devem ser escolhidos entre aqueles que mais amam. Se
assim for, nunca haverá perigo de qualquer ovelha se tresmalhar, ou de faltarem
pastagens verdejantes e abundantes ao Rebanho inteiro, porque será o próprio
Jesus a guardá-lo, através do Seu Espírito, aquecido pelo Carinho e pelo Olhar
incansável da sua Mãe. Uma das coisas que mais me impressionou na Igreja
Universal foi nunca ter ouvido falar da Senhora. Que monstros!
Sem comentários:
Enviar um comentário