A partir do texto 1112, as mensagens são retiradas do
sexto volume destes “Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo”. Sempre
tendo em fundo o Deserto por nós fabricado, continua a revelação dos mais
insuspeitados Mistérios…
Assim me ensinou Jesus: não há várias igrejas; há uma só, constituída
por aqueles que, com sinceridade de coração, invocam o Seu Nome. Mas cruelmente
dividida, desconjuntada, fazendo gemer de dor o Seu Corpo. Por isso quis
conhecer mais directamente esta situação e um impulso interior levou-me a
visitar as várias igrejas sediadas na área do Porto. Eis o testemunho que trouxe
de uma delas.
6/5/96 – 2:17
Pedem-me estes Sinais que dê testemunho da
Paz. E estou associando este pedido ao facto de eu ter ido ontem, Domingo, pela
terceira vez à Igreja Universal do Reino de Deus. Tentei três Domingos
seguidos, a horas diferentes, encontrar ali um espaço em que pudesse falar às
pessoas para lhes levar a bênção que o Senhor me tinha pedido que levasse. Mas
nada. Só a voz do “pastor” ali se ouve, do princípio ao fim, obsessiva,
preenchendo todo o espaço. Das pessoas só se ouve um murmúrio, às vezes, e só
se vêem braços levantados ao alto, de quando em quando. Era aquele murmúrio e
aqueles braços levantados que Jesus queria abençoar através de mim. Mas não
conseguiu. E de Domingo para Domingo cresceu em mim a pena daquela gente,
porque me pareceu pasto de lobos vorazes; são, na sua verdade mais crua,
ovelhas sem pastor, perdidas no monte, cercadas por lobos. Pobrezinhas daquelas
ovelhas que há muito perderam os seus pastores e assim, sem pasto e sem guia,
ali foram parar, seduzidas pelo verde de qualquer pastagem porque todo o seu
mal era fome.
Verdadeiro alimento parece ser aquele: não
encontrei ali nenhum erro “doutrinal”, fala-se em cada segundo no Nome de
Jesus, do Pai, do Espírito Santo, fala-se em Deus continuamente, abre-se a
Bíblia e são proclamadas as palavras que lá se encontram. Parece haver ali
comida à farta. Como são manhosos os lobos! Como se sabe disfarçar bem o “Pai
da Mentira”! Mesmo assim, não chego a entender como é que as pessoas não
descobrem que estão a ser comidas, devoradas, dizimadas! Por cada palavra de
Deus, mil escudos! Ao fim de cada oração, um envelope para encher de notas! Ao
fim de cada reunião, um saco de dinheiro que desaparece pelos fundos, levado
pelos “pastores”!
O que fizemos da Tua Casa, Jesus! O que
fizemos, Pastor Bom, do Teu Rebanho! Tu sabes, Mestre: não me saem do coração
aquelas ovelhinhas, coitadas! Sinto que muito desejarias trazê-las ao colo para
o Teu Redil, mas não pudeste! E todas as outras, de todas as outras igrejas,
meu Jesus, não estão também tosando erva seca, enfezadas, raquíticas? Que gente
é esta que assim trata o Teu Rebanho? Onde estão aqueles a quem, para lhes
entregares o Teu Rebanho, apenas exigiste que Te amassem?
Gente, a doutrina verdadeira vem do Amor.
Não se preocupou Jesus com a doutrina ao entregar a Pedro a condução da Sua
Igreja; perguntou-lhe apenas: “Amas-Me?”. Perguntou-lho três vezes. E tal
preocupação Lhe ia no Coração, que chegou a perguntar-lhe: “Amas-Me mais do que estes?”. O pastor do
Rebanho de Jesus é aquele que mais ama. As ovelhas estão em todas as igrejas:
são todos aqueles que conhecem Jesus e O invocam de coração sincero. É com base
em todas estas pobres ovelhinhas desgarradas, sedentas, esfomeadas, perdidas
pelos barrancos à mercê dos lobos, balindo sem rumo pelos montes, que se vai
refundar a Igreja de Jesus. Não importa mesmo nada a igreja a que pertençam.
Nenhum conhecimento de doutrina lhes será exigido: bastará a Jesus o vê-las
perdidas e com fome. Bastará que lhes note no olhar qualquer imperceptível
brilho a dizer que O conhecem: pegará nelas todas ao colo, onde quer que as
encontre e entregá-las-á a pastores que O amem, apenas que O amem, O amem
apaixonadamente, que O amem mais que todos. Então, à noite, já com as estrelas
despontando, ao ver o Seu Rebanho reunido no mesmo Redil, juntará os pastores à
Sua volta e dir-lhes-á: “Deixo-vos a Paz! Dou-vos a Minha Paz!”
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