Não
há hipótese nenhuma de a Felicidade voltar à Terra sem uma enorme violência.
Nos três últimos anos da vida de Jesus pudemos constatar um permanente clima de
tensão e de violência. E foi Ele que a provocou - e dela foi a maior vítima.
24/4/96 – 0:08
Há hora e meia que me deitei. Que me quer o
Senhor com esta violência?
– Se é violência, não vem de Mim.
– Eu sei, Jesus, mas ela parece obedecer a
um Plano Teu, a um Desígnio do Pai, como a Tua Paixão. A Tua própria Incarnação
foi, toda ela, uma enorme violência e no entanto ela obedeceu a um Plano que o
Teu Pai arquitectara, desde o Pecado.
– Sim, Salomão. Desde que a violência entrou
no mundo.
– A violência nasceu com o Pecado?
– Sim. Foi na violência que Eu incarnei.
Queres ser, hoje, a Minha Carne sujeita à violência do Pecado?
– Quero, sim, meu querido Redentor, Tu sabes
que eu quero.
– Queres de todo o coração?
– Não conheces o meu coração, Jesus?
– O teu coração pode sempre surpreender-Me:
do seu núcleo faz parte a Liberdade.
– Eu posso gemer, ao chegar a hora, mas Tu
sabes, meu Irmão Deus, que nada mais quer o meu coração do que seguir-Te
sempre, onde tu precisares de ir.
– Não estás gemendo, agora?
– Está a custar-me muito escrever.
– Porque te não deitas?
– Essa hipótese está totalmente excluída: só
uma Ordem Tua me faria deitar.
– Se Eu te não der essa Ordem, não sou um
carrasco?
– Não; és Amor puro.
– Queres dizer-Me porquê?
– Porque estás entregando o Teu Corpo para
curar o mundo.
– Tu és corpo Meu?
– Sou.
– Porquê, Meu amor?
– Porque me amas inteiro, tal como estou,
muito mais do que eu amo o meu corpo: Tu amas-me com verdadeira, louca paixão.
– E isso, Meu pequenino, dá-Me o direito de
dispor assim de ti?
– Que linguagem tão rude, meu Senhor!: não
há “direitos”, no Amor.
– Então o que há, no Amor, Meu menino?
– Há Amor só. O Amor é tão transparente como
a Luz. Não sei dizer melhor, Mestre.
– Sossega, Meu pequenino ser, Eu hei-de
libertar-te das palavras.
Senti durante este diálogo o Espírito do
Senhor muito presente em mim, aquecendo-me as palavras que ia escrevendo. E a
nossa Mãe foi como se estivesse ali, silenciosa, sempre com um sorriso feliz no
Seu Rosto lindo e era como se do Seu Coração jorrasse a Paz. E do alto do Céu o
Pai olhava e era como se tivesse ordenado ao Universo inteiro que guardasse
silêncio para Ele ouvir o que aqui neste quarto se dizia. Devo confessar uma
coisa que me intriga: várias vezes me fugiu a caneta para escrever o meu
próprio pronome com maiúscula. E continuo rezando o Salmo de ontem:
“Purifica-me, Senhor, das faltas escondidas. Preserva também o Teu servo da
soberba; que ela não domine sobre mim…”.
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