sexta-feira, 30 de setembro de 2011
550 — Uma longa oração ao Espírito, o nosso Rio Interior
– 9:02
– Vem, Espírito do meu Senhor, vivificar a minha carne, para que ela toda, desde o mais imperceptível gesto até à palavra mais gritada, desde o núcleo mais são até às zonas mais apodrecidas, se torne Testemunha dócil e eficaz do Regresso do Senhor Jesus. Tu és omnipotente: mesmo aqueles gestos e aquelas palavras que estão ainda amarradas à minha mais funda incapacidade eu Te peço que as tornes Sinal eficaz da Tua Omnisciência em mim! Se assim convier ao meu Mestre, que esta carne continue perante os olhos do mundo trôpega e desajeitada como está, até ao fim da minha vida terrena; mas que então cada gesto trôpego, cada palavra desajeitada revele, em toda a possível profundidade, o Amor incarnado do nosso Deus! Mais Te peço neste momento e creio que me veio de Ti este desejo: vivifica a minha carne desde que ela foi concebida no seio da minha mãe terrena! Eu sei que Tu podes fazer isto que Te peço, meu eterno Senhor do Impossível! Se Tu quiseres, toda a maldade do mundo, desde as Origens, a poderás transformar em Seiva restauradora da carne toda da Humanidade e reconstrutora da Criação arruinada por causa do Pecado. Se eu, aqui neste café, neste pontinho invisível do gigantesco Universo, nesta leveza sem peso no conjunto das medonhas energias cósmicas, to pedir, de forma que Te surpreenda, Tu podes avançar pela podridão toda que o homem acumulou desde aquele dia trágico da conversa de Eva com a Serpente e fazer dela fertilizante do Homem Novo que Jesus está para nos trazer neste Seu Regresso. Tu, meu subtil e gigantesco Coração de todas as coisas, podes, se eu To pedir, fazer com que esta camada de maldade e dor que desde Adão nos recobre e asfixia, se converta em Ternura de Deus nosso Pai caindo como orvalho sobre a terra. Tu podes fazer com que hoje seja apenas Primavera, a Primavera que nunca houve desde que Eva mordeu aquele fruto. Porque – diz-me, meu querido Rio Interior se não é verdade o que vou escrever: quando vieste, naquele Pentecostes primeiro, a Primavera que deveria surgir e desabrochar no Verão, não a enterrámos nós debaixo dos mausoléus das nossas obras?
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