– Que se passa, Mãe? Vem falar comigo. Não vês como estou vacilando de novo, eu diria mais que nunca? Vem, que tenho saudades do Teu colo e não compreendo ainda porque tão pouco espaço me tem sido dado para Ti no meu coração. Diz-me: que é feito do Teu Encanto, que me abalava todo o ser?
– Olá, Meu filhinho! Porque estás assim triste? Nada se perdeu daquilo que te foi dado pelo nosso Pai.
– Onde está, então, o Teu Encanto?
– Está crescendo!… E não saiu do mesmo lugar onde estava, aí dentro; antes se está enraizando fundo na tua alma.
– Mas porque o não sinto crescer para cima, para fora?
– Porque não chegou ainda a Primavera.
– E porque está assim a minha Fé vacilando, tremendo toda, até aos fundamentos do meu ser?
– Porque os terramotos são necessários: lembram as convulsões do parto das Origens e agitam todas as raízes, provocando-as ao avanço para mais fundo, criando-lhes novos espaços.
– O meu Reconstrutor está-Se ocupando agora das minhas raízes?
– Sossega: o teu Jesus não pára.
– Eu sei, Mãe. Só tenho medo de parar eu, de interromper, de qualquer forma, a obra do meu querido Artista do Amor. Vê como é fundo o abalo que me percorre: até já me passou pelo espírito que Ele nunca sequer a começou, que tudo isto não passa de um enorme vazio que eu vou preenchendo com palha, palha inútil, destinada ao fogo. Olha a que dura prova está sendo sujeita a minha Fé! Se eu não sinto sequer o Teu Encanto! Porquê isto agora, Mãezinha? Se não vens dar ânimo ao meu coração, eu vou sofrer muito. Esta via da Fé é muito dura de percorrer…
– Ouve, Meu tolinho: não sabes que o Pai do Céu tudo vê? Não viste como ele abandonou o próprio Filho na hora do Seu maior sofrimento?
– E Tu, Mãezinha, Tu nessa hora que sentias? Não Te passou a Ti também pelo espírito que tudo não terá sido apenas um grande equívoco, que terminava ali, no total fracasso?
– Todas as vossas dores passaram por Mim, nessa hora.
– Esta também, a da Fé vacilando assim?
– Essa também, Meu filhinho. Aquela foi a hora mais absurda de toda a história do Universo: os seus próprios fundamentos foram abalados e com eles tremeu a própria Fé do Filho de Deus! Como não havia, por momentos, de parecer desmoronar-se tudo em Mim?
– E isso não é falta de Fé, Mãe?
– Não: é só um caminho que ela precisa de percorrer. É a hora de descer aos Infernos. Sem esta hora, não haveria Ressurreição.
– Olha, Mãe, diz-me: que sonho era aquele, ao acordar?
– Aqueles todos que queriam dialogar Comigo são de facto milhões, que estão precisando da Minha ajuda. Virá o tempo em que eles não te largarão, para que os ajudes, também tu, a falar Comigo. Eles precisam da tua Fé.
São 3:51.
Gostei, Paz e Bem
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