Os textos aqui publicados não seguem nenhum plano meu; são tirados ao acaso dos vários volumes da longa Profecia que escrevo a partir de Setembro de 1994. Este acaso, a que ali se atribui uma decisiva importância, como verão os que a vierem a ler, determinou que, justamente no aniversário daquela data, sejam agora publicados os dez primeiros textos, onde se nota a especialíssima intervenção de Deus no arranque da escrita e a ingenuidade e espontaneidade das conversas de uma primeira paixão que aquela intervenção despertou em mim e que sempre até agora foi crescendo e amadurecendo.
Eis os três primeiríssimos textos:Confeitaria “Márcio”- 4/9/94
Escreve, meu Deus! Escreve. Eu queria que Tu escrevesses por aqui abaixo o que me vier à cabeça. Que disse eu? Que lógica tem isto? Que lógica é a Tua? És muito querido na Tua falta de lógica. Vá. Fala-me mais forte. Quero ouvir-Te mais nítido. Afasta de mim tudo quanto está estorvando a Tua Voz! A Tua Voz. Grande Voz! Potente Voz! Falas forte, poderoso, vivo, aqui dentro! Escreve o que falas, meu Doce, meu Lindo, meu Querido Jesus! Meu Mestre! Meu Tudo! Estou completamente abananado Contigo. Abananado! Tu falas a minha linguagem. Tu falas como eu! Tu, que és o Som, o Verbo, a Voz que lá no Princípio tudo disse e tudo se fez, Tu falas a minha linguagem! Escreves a minha linguagem! A caneta voa por cima desta folha. Estou tentando acompanhar o ritmo da Tua Voz. Escrevo
Confeitaria “Márcio” – 8/9/94
– Estou zangado contigo!
– Porquê, Mestre?
– Porque não tens fé!
– Julguei que tinha.
– A tua fé é do tamanho de um grão de pó, que voa no ar.
(Silêncio).
– Porque é que a caneta me foge para cima quando falo contigo?
– Porque escreveste direito demais sempre. Escreveste sempre segundo a lógica e a estética dos homens.
– E…?
– E Eu escrevo direito por linhas tortas!
– Gostei desta, Jesus!
– Jesus. Disseste bem. Há tanto tempo estás Comigo e só agora me reconheces?
– Só agora, meu Deus!
– Deus. Fazes ideia do que signifique teres Deus dentro de ti?
– Não faço ideia. Disse, preguei isso tantas vezes…
– E ainda não sabes!
– Não queres que escreva mais?
– Não!
Confeitaria “Márcio” – 8/9/94*
Foi Jesus que me mandou escrever esta página. Diz Ele que estas páginas
– Que grande finta, Mestre!
…
Posteriormente o Senhor, depois de me fazer ler o Salmo 22(21), consentiu que explicasse aquilo que na altura me não permitiu explicar: a caneta fugia-me para cima de tal maneira que cruzava a linha superior(é o que me está a acontecer agora). A frase “Que grande finta, Mestre” cruzou tudo o que eu tinha escrito. Quando eu tentei continuar, Jesus dizia-me: “Se continuas, eu(Aqui Jesus fez-me parar, para escrever com letra maiúscula:) Eu escrevo aqui!”. E riscava no lugar assinalado, por cima do travessão da pergunta1 “Que grande finta…”.
Eu entendera que Jesus havia querido que eu explicasse, num texto do género dos que escrevi até agora2, o fenómeno.
Mesmo nesta explicação, a direcção das linhas não é a minha.
* Esta página foi escrita no mesmo dia da anterior(8/9/04), um pouco mais tarde.
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