Procuro a Vontade do Senhor dentro de mim,
porque a Vontade do Senhor é que façamos a Sua Vontade e nisto consiste o Amor,
conforme a Senhora através da Vassula me ensinou. Mas eu sou de espírito opaco.
Tão opaco, que não sou permeável a qualquer tipo de magnetismo ou hipnotismo.
Nunca ninguém conseguiu hipnotizar-me. Devo ser dos espíritos mais pesados e
rudes que há. E creio que o Senhor me fez assim para me proteger. É que assim
mais dificilmente o Demónio me pode manobrar. E a missão que o Senhor me está
entregando exige de mim que eu seja rochedo totalmente impermeável às
arremetidas de Satanás: as portas do Inferno nunca poderão prevalecer contra a
Igreja de Jesus! Mas é isso que constitui também a minha grande desvantagem:
sou tardo e pesado no apreender os Desejos do meu Senhor. Se um dia esta
situação se alterar, será um autêntico milagre. Por isso vivo só da minha Fé
que, essa sim, o Senhor me tem dado, abundante e teimosa. Acredito sempre sem
ver, sem ouvir e até sem sentir. É verdade que houve já algumas intervenções
mais sensíveis e até espectaculares da parte de Deus, como sejam a visão da
Luz, quando jovem, e em Setembro de 94 os movimentos rotativos e a momentânea
intervenção na minha mão que me levou à redacção destes Escritos. Não posso
esquecer também o subtil movimento rotativo da caneta quando comentava o Livro
de Daniel. Mas nunca ouvi a Voz de Deus, nem vi figura nenhuma do Céu; quando
falo em ouvir, refiro-me a este meu subtil ouvido da Fé e quando refiro alguma
visão, ela acontece só ao nível da imaginação. É, pois, o mais vulgar que pode
haver o meu processo de comunicar com Deus. Fenómenos mais estranhos, a
qualquer um Deus os dará mais intensos que a mim, porque Ele dá sempre mil por
um, Ele só está bem a dar.
Não sei porque escrevi isto, quando os meus
Sinais do início deste texto me falavam da Senhora….
– Fala comigo, Mãe. Estou confuso. Que
queriam dizer aqueles Sinais?
– Que Eu gosto muito de ti.
– Dizes sempre assim…
– Não queres que diga que te amo?
– Quero, Mãe. Não sabes que quero? De tal
maneira me é agradável ouvir isso, que até duvido: não será só a minha
necessidade de ser amado que me faz ouvir assim?
– É. É a tua necessidade de ser amado que te
faz ouvir assim.
– Explica, Mãe, senão…
– Senão quê, Meu filho? Não está claro?
– Isso dito assim, cá para nós…
– Vós complicastes tudo. A necessidade de
ser amado não é uma necessidade boa?
– É. Estou agora vendo: é talvez a
necessidade primordial, a mais pura do ser humano.
– Tira o “talvez”.
– Ah!
– Não entendes ainda?
– Não sei… Eu ouço…pela necessidade de
ouvir?
– Não acabaste de dizer que Jesus vem de
dentro?
– Então as nossas necessidades boas…
– É Deus que está vindo.
– Ah! Então nós temos andado a destruir tudo
cá por dentro!…
– O vosso desarranjo por dentro é muito mais
espectacular que o desarranjo do mundo por fora.
– Então, Mãe, não me leves a mal esta
pergunta: quando eu escrevo que vou ser Papa, isto é uma necessidade boa do meu
íntimo?
– É. Foi lá posta desde toda a eternidade
pelo próprio Deus.
– Ah! Mas então…espera aí: eu não posso ter
escrito que vou ser Papa por pura vaidade?… Mãezinha, não me fujas. Responde.
– Não sabes a resposta?
– Não.
Acho que não. Ajuda aqui, Mãe. Creio que chegámos a um ponto difícil. Responde
não só a mim, mas a todos os Teus filhos que caminham no meio das mesmas trevas
em que eu caminho procurando sinceramente o Teu Filho. Diz-nos, Mãe: como
discernimos as necessidades boas das más, no nosso coração?
– Como distingues um fruto bom dum fruto
mau?
– Pela aparência… Comendo-o, provando-o, sei
lá…
– Já alguma vez provaste Jesus?
– Que pergunta, Mãe! Então não já?
– Gostaste d’Ele?
– Tu sabes que gostei. Muito.
– Não estás já a entender, Meu sábio?
– Eu sou lento, como Tu sabes, e pesado…
– Há muitos irmãos teus também assim lentos
e pesados. Não queres ajudá-los?
– Fazes cada pergunta hoje, Mãe! Então não
hei-de querer? Eu acho até que tudo quanto escrevo é mais para os outros do que
para mim…
–
Ajudar os teus irmãos é uma necessidade do teu coração?
– É, Mãe.
– Uma necessidade boa?
– Não vejo como possa ser má. Ajudar é bom.
– Mas é uma necessidade tua?
– É. Queria muito que todos encontrassem o
mesmo Jesus que encontrei, queria que todos Te encontrassem a Ti, queria que
todos fossem assim felizes como eu.
– Não entendes ainda?
– Não. Como distinguir as necessidades boas
das más acho que ainda não sei.
– Qual é a necessidade que tens neste
momento no coração?
– Distinguir as necessidades boas das más.
– É bom, isso que sentes?
– Aqui é que não há por onde fugir: desejar
distinguir o Bem do Mal é um desejo bom. Só pode ser uma necessidade boa.
– Não será melhor descansares?
– Mãe, Tu és um espectáculo!
São 4:48!
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