Toda a minha caminhada se dirige para Lá. É Lá que eu quero chegar.
E é também no caminho para Lá que eu encontrarei o lugar onde se instalou o comando da Maldade. Porque também a Maldade tem um centro, uma origem onde se encontra a fonte que continuamente a alimenta – assim me ensinou Jesus.
Só, portanto, caminhando para o Centro encontraremos o Bem original, sem mancha. E também só por este caminho encontraremos o Mal, na sua verdadeira natureza. Só, portanto, caminhando para o Centro chegaremos ao perfeito Discernimento do Bem e do Mal, uma capacidade que perdemos quando tentámos, em conluio com a Serpente, autonomizar-nos frente ao Centro único de todas as coisas. Isto é, caminhando para o Centro, descobriremos a força que dele nos desvia.
Sempre Jesus nos disse que não veio remendar a Criação. E entende-se: nunca ninguém poderá impor a Deus uma Criação remendada! Desde que o Mal nasceu, outra coisa não pode Deus, portanto, desejar, na Sua acção no Universo, senão chegar à fonte do Mal, para simplesmente a fazer desaparecer, reiniciando aí mesmo um processo que tudo faça de novo, em harmonia com o Centro único, sem nada deixar para trás que possa ser semente de nova árvore do Mal. E tudo o que no lugar do Mal nascer será Maravilha maior do que o prodígio anterior ao Mal.
É por isso que eu pareço caminhar desinteressado daqueles problemas graves da Humanidade de que toda a gente fala. Vejo as pessoas todas enredadas nas teias do Mal, gemendo no silêncio as suas frustrações ou gritando para o ar as suas dores, como se rolar neste Fluxo paralisante fosse uma fatalidade. Vejo-as por isso contentar-se em atenuar o sofrimento, passando o tempo a construir casulos onde se metam, para conseguirem ao menos a ilusão da segurança e do bem-estar. Mas os casulos estão sempre desfazendo-se e por isso, numa canseira confrangedora, as pessoas passam a vida refazendo os seus casulos ou construindo outros, cujo fim é também a desagregação.
E eu não suporto mais esta tão dolorosa, universal Cegueira. Sei que, enquanto ela continuar, sempre havemos de berrar aos quatro ventos os mesmos problemas. Eu tenho que sair daqui, para empreender uma viagem em direcção à Origem de todas as coisas. Só assim poderei encontrar também a origem de toda esta estranha condição de seres aparentemente condenados à insegurança contínua e a problemas em série. Tenho, por isso, que abandonar, sempre que tiver uma oportunidade, este território onde também eu tenho o meu poiso habitual, para ir à procura da Fonte do Bem, de que tenho uma vaga memória e uma contínua ânsia. Pelo caminho encontrarei certamente também a fonte do Mal que sempre me rodeia e me penetra até aos ossos.
Tenho que arranjar tempo para ir à procura da Fonte; os problemas, os dos outros e também os meus, que esperem um pouco. Ou um muito, se for necessário. Importa é chegar à Fonte do Bem para, com a sua força, dinamitar a fonte do Mal. Já vi que não resolvo nada pondo pensos nas nossas feridas e remendos nos nossos casulos. Quero Tudo Novo e só o Bem!
São 5:37!
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