Intrigou-me este comportamento do animal. E porque Jesus me ensinou que não há acaso e que, portanto, tudo o que nos acontece deverá ser valorizado como elemento constitutivo do momento presente que a Deus se deve entregar para que o abençoe, seja bom ou seja mau, logo me pus à procura do significado do que me aconteceu. Porque chega ali o cão e volta para trás? Porque me mordeu?
E imediatamente me caiu no espírito a hipótese de assim Deus me querer avisar de qualquer desvio do caminho recto no tão escorregadio e armadilhado território da sensualidade. Fiquei, obviamente, tenso, à escuta. E logo reconheci, pela Paz interior, a Voz do meu Mestre, serena, segura: Deus não avisa com uma bofetada, que outra coisa não seria a mordedela do cão; só o Diabo impõe a sua vontade batendo. Não é, de facto, concebível que um pai, sabendo dos medonhos caminhos que o filho está percorrendo de coração ansioso por lhe regressar a casa, lhe mande um cão para lhe morder, se alguma vez ele não estiver atinando com o caminho certo; antes, de coração excitado pela ternura e pela ânsia de abraçar o filho, enviará alguém da sua confiança ou virá ele próprio ao seu encontro, cobrindo-o de carinhos e levando-o pelo carreiro mais curto e não mais o largará até que descanse na paz e na alegria do lar.
Deste modo, como já em outras ocasiões aconteceu, o Mestre me abriu o coração ao Dom do Discernimento, fazendo brilhar a Sua Luz sobre aquilo que me aconteceu: Satanás não pode permitir que o feudo da sensualidade lhe seja conquistado e aberto à harmonia e à liberdade dos filhos de Deus. Por isso desespera e, na sua desorientação, torna-se cruel. Deixou o meu Amigo que eu sentisse um pouco a sua crueldade, para melhor lhe conhecer as intenções e os processos de actuação.
São 3:56!!
Sem comentários:
Enviar um comentário