Que força, pois, tenho eu, eu mesmo, num território assim, que parece ser palco de uma luta que de todo me transcende? Poderia responder-se que também o Espírito nenhuma força tem, uma vez que a Besta impôs o seu domínio durante três horas inteiras. E então, de duas, uma: ou o Espírito não habitaria em mim ou, excluída a hipótese de o Espírito poder ser vencido pela Besta, foi aquela uma situação permitida pelo próprio Espírito Criador de Lúcifer e de todo o Universo.
Porquê? Para quê?
- Diz-mo Tu mesmo, meu querido Consolador, Avalanche de Deus, irresistível Sedução de todo o ser vivente. Porque Te reduzes a tamanha fragilidade? Que desígnios persegues ao deixares assim o Inimigo poder tanto na Tua presença, se Te bastava um leve acto de vontade para o paralisar inteira e definitivamente?
- Olá, pequenina Loucura do Meu Jesus, Enlevo do teu Pai e da tua Mãe, fonte pura da Minha Alegria! Recebe a nossa Paz. Esteja tranquilo o teu coração, essa pequenina Jóia de Deus. Nós amamos-te acima de tudo o que tu possas escrever com essa caneta, mesmo que o teu corpo estivesse já ressuscitado e a tua carne fosse já imortal.
- Vê, meu Senhor, o que me deixaste escrever!
- O que escreveste é a Verdade. Escreverás nestas páginas sempre a Verdade. O que escreveste de ti é tão Verdade como o que escreveste de Mim.
- E não tens medo, meu sábio Senhor, de que a vaidade tome conta do meu coração?
- Acabei de te dizer que ele é a Nossa Jóia mais preciosa sobre a terra.
- Mas pode manchar-se... Parece-me ainda tão envolvido na minha deficiência…
- Desejas que o teu coração seja inteiramente puro?
- Com tudo aquilo que tenho. Até as minhas deficiências eu queria que estivessem ao serviço deste desejo. Eu não quero ter mancha nenhuma no meu coração.
- E porque haveria de ser isso vaidade? O que seria então humildade? Seria desejar que o coração estivesse cheio de manchas? Não vos prometeu o Nosso Jesus para essa vida sobre a terra a pureza de coração? Porque continuais a fazer ouvidos moucos às Suas palavras infalíveis?
- Mas, meu tão grande e doce Amigo, não pode o nosso pecado sempre manchar o nosso coração?
- Se, manifestando sinceramente toda a tua incapacidade, te apresentares diante de Mim, teu Amigo e teu Deus, desejando que Eu te purifique o coração, como podes tu pensar que o não farei instantaneamente? E como é possível não veres que daí em diante guardarei o Meu Tesouro com toda a Sabedoria e Poder de Deus?
- Mas a carne, meu terno e gigantesco Amor…
- Pára! Não Me fales mais na carne! Não vês que, desde que Me deste o teu coração, a carne não poderá fazer outra coisa senão servi-lo e obedecer-lhe com inteira docilidade? Não voltes a apresentar-Me a tua carne como coisa má, se a vejo, em toda a sua deficiência, tentar servir o coração na inteira medida de todas as suas forças, no meio de tantas dores!
- Está bem, meu Senhor, Alegria de todas as minhas células, as vivas e as mortas, as sãs e as doentes, as libertas e as escravas! Diz-me então porque deixas o Inimigo tomar assim conta da Tua Propriedade…
- Como? Não sabes que na Minha Propriedade ele não toca? Não sabes que tudo o que nela ele faz é trabalhá-la para que dê o Novo Fruto, em inesgotável abundância - o Fruto do Amor?
- Tu és a Eficácia pura, meu Senhor!
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