− Procura dentro de ti o teu maior desejo.
− Tu sabes muito bem que o meu maior desejo é entrar no Teu Coração e deixar-me abrasar por ele.
− Aí tens o Meu maior desejo.
− Como? Entrares, também Tu, no meu coração e deixares-Te abrasar por ele?
− Sim. Sempre que te tenho perto de Mim, é esse o Meu maior desejo.
− E eu tenho coração que chegue para abrasar o Teu? Como podes entrar sequer num coração tão minúsculo?
− Não imaginais o tamanho do vosso coração quando com todas as forças Me procurais!
− Como agora? Raramente tenho feito maior esforço para chegar a Ti do que aquele que estou fazendo neste momento: parece que um ciclone Te arrebatou para longe de mim. Manter-me procurando-Te dói muito, nestes casos.
− E já Me encontraste, agora?
− Já ouço a Tua Voz, sim, Mas o meu coração parece reduzido a uma esponja seca.
− Essa esponja seca deseja-Me quanto pode?
− Ai isso deseja, Mestre! Com toda a secura em que se encontra.
− Com todas as forças quantas pode ter uma esponja seca?
− Sim, Mestre. Disso não tenho dúvida. Não é possível desejar mais do que desejo. Estou aqui há duas horas ajoelhado, reduzido ao desejo de que a Tua Água me ensope todo.
− E achas que perante alguém reduzido assim a um desejo exclusivo, assim único, o Meu maior desejo não é entrar nesse desejo e enchê-lo completamente?
− O nosso coração torna-se assim do tamanho do nosso desejo?
− Sim. E sabes que tamanho tem um coração assim?
− Um coração que pode assim seduzir um Coração de Deus há-de ter um tamanho sem medida.
− Mas não continua seco como uma esponja o teu coração?
− Continua. Mas é exactamente esta secura que, seduzindo assim Deus, torna o meu coração do tamanho necessário para receber em si o Deus Altíssimo, Senhor do Céu e da Terra! O Que faz o Amor!
− E quando virá Deus ao teu gigantesco coração?
− Já cá está. Também todo feito gigantesca Ânsia.
− E porque não o satisfaz?
− Porque me escolheu para com Ele assumir o vazio dos corações. Até que chegue a Hora.
São 5:31.
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