- Maria, não me deixes esmorecer, na escrita.
- Esmorecer como? Tens medo de deixar de escrever?
- Escrever é o meu grande momento de Silêncio. E estou resistindo em escrever ao fim da tarde, como era costume…
- Não admites então que Deus possa querer assim mesmo!?
- Eu admito tudo, quando se trata de esperar coisas de Deus. Desde a alegria extrema ao sofrimento mais duro, desde o anúncio sem descanso por toda a terra, até à absoluta solidão, em que nada de mim transpareça para o mundo. Mas deixar de escrever só o farei se e quando o próprio Deus, através de uma das Suas Pessoas, ou de Ti, claramente mo ordenar.
- Creio, no entanto, ter sentido ultimamente em ti uma certa desconfiança do interesse desta escrita…
- Sim, tenho sentido receio de que as pessoas se saturem de uma prosa tão longa, às vezes também de estar forçando a minha Alma e de, por isso, em vez de coisas novas, escrever puras repetições…
- Olha de novo para dentro de ti… Admites mesmo que aconteça o que acabas de escrever?
- Passam por mim aqueles receios.
- E julgas que o Céu não sabe o que se passa contigo?…
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