Mas não sei nunca o que possa mais fazer. A rigor, eu até poderia fazer uma série de coisas mais: poderia castigar esta minha carne rebelde em vários aspectos, poderia, enfim, fazer sempre maior esforço, realizar qualquer obra daquelas que a todos parecem boas. Mas não sei se o deva fazer. Quanto ao castigar a carne, deu-me o Mestre logo de início uma lição que nunca mais esqueci: o meu corpo não só não tem culpa da rebeldia do espírito, mas é sempre a sua maior vítima; Jesus, aliás, sempre me tem insistido em que não trate mal o corpo neste seu progressivo processo de decomposição, já que ele passa a vida a suportar as maldades do nosso egoísmo. Quanto ao fazer qualquer obra boa, também cedo o Mestre me fez compreender que, para mim, só é boa a obra que estiver conforme o Seu Plano de reconstrução do meu ser; isto é, tem que ser sempre Ele a levar-me a realizá-la.
Quando Jesus nos diz que devemos fazer tudo o que pudermos, que Ele fará o resto, é também a este abandono nas Suas Mãos que Ele Se refere. Abandonar-se à Sua Vontade é, de facto, a obra maior que podemos realizar sobre a terra, visto que é justamente percorrer o caminho contrário ao do Pecado. E é talvez esta a obra mais difícil, porque contraria tudo o que até agora fizemos.
Um outro Princípio que o Mestre me deu a conhecer foi que tudo o que no nosso caminho de retorno à Casa do Pai houver a fazer, só é bom se for feito por um impulso de amor. Tudo o que for feito em obediência a qualquer norma exterior, tudo o que realizarmos contrariados, tudo o que for feito por frete, não é obra de Deus. E não se trata de procurar o que é fácil: Deus pode pedir-nos coisas muito duras. Mas mesmo essas, talvez sobretudo essas, as realizaremos de coração feliz.
Mas continua a haver em mim sempre uma leve tremura quando me aparece o Sinal da Besta. E repete-me Jesus agora o Ensinamento que Ele e Sua Mãe, perante o meu espanto, sempre me inculcaram: é preciso permanentemente pôr tudo em causa! É preciso duvidar! É preciso, enfim, vigiar. E a vigilância leva-nos à oração.
São 8:05!
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