Tudo o que está escrito veio direitinho e exclusivamente da minha Alma. A própria teologia que aprendi a deixei ostensivamente esquecer quando, ao casar, deixei de ter que a pregar e abandonei todas as práticas religiosas. E nesse tempo de atroz sofrimento foi ao âmago de mim que dirigi todas as perguntas, numa absoluta solidão frente a todos aqueles com quem me cruzava, porque não ouvia ninguém fazer as mesmas perguntas que eu, buscar respostas onde eu as procurava. Passei longas e dolorosas horas, num impressionante silêncio, todo voltado para dentro de mim.
Até que desse misterioso centro interior começou a jorrar esta Profecia. Em todas as páginas dou conta de uma luta permanente para me manter voltado para dentro de mim, para lá dirigindo todas as perguntas e de lá esperando todas as respostas. Ninguém me manobra ou instrumentaliza, porque todos os apelos vindos do exterior eu os confronto com a Voz débil ou medonha que ressoa nesse núcleo central do meu ser. E só a essa Voz na verdade obedeço. Muitas vezes tenho sérias dificuldades em ouvi-la. Continuo a passar horas de sentinela a esse negro e fascinante Abismo dentro de mim para não perder nenhum Sinal que de lá me venha. E espero até que esse Sinal se me faça Voz que eu entenda. Tornei-me assim cada vez mais dependente desta minha Voz interior e é desta dependência que me tem vindo a mais pura alegria, a mais tranquila felicidade.
Mas eu não sou uma excepção na Humanidade; pelo contrário, deverá ser este o caminho de todos os homens, segundo o Mestre nos tem ensinado. A Verdade é dentro de si que cada um a deve procurar. Deve confrontar todas as vozes com a sua Voz interior e só a ela deve obedecer.
São 5:30.
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