E, sem saber bem porquê, eu nunca admiti aqui meio termo: ou estes Escritos são verdadeiramente assistidos pelo Espírito Santo e são, portanto, uma Profecia viva, ou devem ser queimados, porque são textos sacrílegos. Pelo mesmo motivo, não admito também que estes Diálogos possam ser expurgados de possíveis erros teológicos ou heresias. Uma Profecia aceita-se toda, ou rejeita-se toda. De facto, como poderia Deus, através de um instrumento que escolhera para transmitir a Verdade, deixar que ele transmitisse ao mesmo tempo a Mentira? Por isso repito o que sempre afirmei: se houver aqui uma única mentira, deverá rejeitar-se toda esta escrita em bloco como falsa profecia!
A causa profunda desta minha visão tão radical não sei se a conheço. Nunca é por dedução lógica que tenho conhecimento das coisas que aqui vou deixando escritas: conheço-as pelo coração, intuindo, sentindo. Acontecem-me como realidades. Assim neste caso: levanta-se dentro de mim a monstruosidade do Pecado em que todas as igrejas se deixaram cair. Elas usurparam para si mesmas o poder que sempre só a Deus deveria pertencer. Fizeram isto mumificando a Revelação viva de Deus em doutrinas, que definem e administram como propriedade sua. Por isso estraçalharam a Vinha do Senhor, já que cada uma se apropriou da sua parcela e a delimitou com muros intransponíveis. Qual das igrejas poderá agora julgar esta e todas as outras Profecias, em especial as mais recentes? Não se serve agora cada uma da sua doutrina como critério absoluto de verdade? Não é com tais critérios que se põem a catar erros na Revelação de Deus transmitida pelos Profetas?
Nenhuma das doutrinas dogmatizadas das igrejas poderá julgar esta ou qualquer outra Profecia. É a Igreja refundada agora por ocasião desta Segunda Vinda de Jesus que as vai julgar. Porque esta Igreja não julgará segundo a Lei, que é o suporte de toda a doutrina; esta Igreja esperará sempre pelos frutos de toda a árvore, conforme o Mestre lhe ensinou. Esta Igreja terá a Paciência de Deus, que espera até que seja a criatura ou o filho a julgar-se a si mesmo. Se esta Profecia for falsa, dará os frutos da Divisão; se for verdadeira, dará os frutos da Unidade. É preciso esperar.
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