Mas estranhamente desta vez não me imaginei envergonhado, intimidado; era com muita segurança e serenidade que eu enfrentaria a reacção das pessoas, aproveitando para lhes chamar a atenção para este grande Princípio da acção de Deus entre os homens: o que é vil e desprezível é que Ele escolhe para confundir os sábios e poderosos. Sempre pelo mesmo motivo: porque o Seu Reino é todo ao contrário deste que neste mundo está implantado.
Ora não faz diferença nenhuma a forma de governo das actuais igrejas relativamente à forma de governo dos reinos deste mundo: a mesma pirâmide hierárquica, a mesma montanha de leis, o mesmo controle doutrinal, no fundo até as mesmas cerimónias e ritos públicos. E a Igreja de Jesus deverá constituir uma radical diferença de tudo isto. Decididamente, ela não é deste mundo! É este sinal de contradição que lhe deve sempre transparecer no rosto perante o mundo. Todos aqueles, pois, que em nome da eficácia postulam para a Igreja um governo à imagem dos governos deste mundo, são falsos profetas: é por este caminho que se desvitaliza e se esteriliza completamente a Força da Igreja de Deus. Foi por este caminho que chegámos à Apostasia generalizada de que Jesus tanto Se queixa e que irá determinar uma autêntica Refundação da Igreja, por não ser já possível revitalizar o velho corpo, seco e desconjuntado.
É sobre Pedro que repousa sempre toda esta radicalidade. Ele será sempre a rocha fiel a esta Via da Contradição com o mundo. Precisa, portanto, de amar mais o Mestre que todos os outros. É que todos aqueles que querem ser senhores à maneira deste mundo o vão pressionar para que lhes legitime a pretensão, tornando-se imperador. A tentação é terrível e está sempre ao alcance da mão. Não são os que se consideram discípulos de Jesus um povo tão numeroso? Como se poderão governar eficazmente tamanhas e tão variadas multidões? Pedro nunca se pode esquecer de que, de facto, ninguém poderá governar um tão grande Povo. Só mesmo o Espírito.
São 8:01
Sem comentários:
Enviar um comentário