20/2/01 — 3:51
Da razia que os exércitos do Inferno têm feito nos últimos dias na minha Alma sobressai-me isto: eu estou inteiramente abandonado a Deus. Só n’Ele confio. Só Ele me salva de todas as situações dolorosas. Só Ele entende todos os meus atrevimentos. Ninguém mais conseguiria restabelecer no meu coração a Paz, depois dos abalos que neste caminho sofro.
Ele não vai deixar frustrar a minha Fé. Ele vai ultrapassar todos os limites até onde a minha Fé consegue chegar. E ela não tem já limite nenhum: os seus horizontes são sempre abertos e estão sendo continuamente ultrapassados. É por isso que em regiões tão estranhas a este mundo e ao senso comum só Deus me pode guiar. Por isso, tudo o que eu agora faço é n’Ele e com Ele e por Ele que o realizo. Por isso estes momentos de especial devastação e sofrimento são um preciosíssimo Dom de Deus. Por isso a espera pelo Tempo de Deus é sempre fecunda.
— Maria, onde estás? Onde tens estado nestes dias tão negros e agitados? Como? Também envolvida na mesma batalha que eu?
— Não sabes que é a Mim que o Inimigo pretende atingir?
Maria aparece-me agora vestida com uma daquelas armaduras antigas, de guerreira. Retira da cabeça o elmo e soltam-se-Lhe os cabelos doirados…
— São loiros, agora, os Meus cabelos?
— São. Tu nunca és igual.
— Não? Como consegues então identificar-Me?
— É que Tu és sempre igual.
— Como?
— Acho que é pelo Coração que Te identifico. É o Teu Coração que é um sedutor inesgotável, faz-Te diferente todas as vezes que Te vejo.
— Não serás tu que estás diferente todas as vezes que Me vês?
— Não sei… Se calhar… É verdade que desde este último encontro com Jesus eu nunca estou igual, embora seja sempre igual o Deserto em que vivo.
— E então? Gostas de Mim assim vestida?
— Não há momento nenhum em que eu não goste de Ti. Não há nada que Tu faças que me não encante.
— E que te encanta agora?
— Esse Teu ar decidido e ao mesmo tempo leve… Tu és sempre leve, mesmo com essa armadura, que nem sei se é de ferro…
— A primeira vez que Me viste vestida de guerreira não era assim?
— Não: Tu eras esplendorosa e terrível. Parecia que em Ti se concentrava o fogo dos vulcões, o misterioso ímpeto de todas as energias cósmicas e o portentoso negrume do Abismo.
— E era leve?
— Sempre. Como se bastasse a Tua presença para fazer ajoelhar diante de Ti o Inimigo.
— De medo?
— Acho que não; de encanto!
— Agora o Inimigo não ajoelhou?
— Agora és só a minha Companheira Maria.
— Não sou a tua Comandante?
— És. Mas és Comandante por seres Companheira. É a Tua presença tão próxima que comanda o meu coração e o torna invencível. Bem hajas!
São 5:49.
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