— 19:09:34
Já há vários anos que a minha situação interior não atingia este estado. Solidão e frieza sempre as houve, mas agora à devastação geral junta-se o desinteresse. Parece que até a fome e sede me desapareceram. Não me apetece nada senão descansar. Tudo quanto escrevi me parece agora um montão de palavras, impressionante no tamanho, mas sem interesse para ninguém.
Jesus pediu-me que fosse sempre sincero e eu estou sendo-o o mais que posso. Vislumbro agora, no meio desta prostração, que a própria sinceridade, assim pura e límpida, é autêntica Voz de Deus. Uma Voz incarnada subindo directamente ao Pai, seja quando está feliz, seja quando sofre, seja quando agradece, seja quando se queixa. Só não é de Deus o que em nós é postiço; a falta de Verdade é tudo o que há de mais contrário a Deus. Quando, pois, deixamos jorrar da nossa Alma, com inteira limpidez, o que lá se encontra e assim conforme ele nos sai o elevamos ao Céu, está nesta nossa atitude Jesus partilhando com o Pai a dor da Incarnação.
Na inteira sinceridade perante o Pai, é o próprio Espírito que, liberto, está ligando a terra ao Céu. Se a nossa carne estiver inocente desta frieza e deste desinteresse por se ter entregue sem reservas ao Caminho de Jesus, nós somos em verdade oração pura, que o Espírito transporta até ao Coração do Pai do Céu. O que importa, pois, é nunca desistir de elevar ao Céu a nossa Alma, esteja ela conforme estiver.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário