— 9:40:06/7
Só tenho uma hipótese de sobreviver à situação em que me encontro: que o próprio Deus tome conta de mim. Mas existe ainda, para muitos, a hipótese de Deus não existir. E, por mais que isto choque toda a gente e sobretudo a mim próprio, até esta hipótese me varre o espírito, em tangentes instantâneas, afastando-se a toda a velocidade, com uma risada sarcástica. A mais recente insinuação, e a mais diabólica, é a de que eu sou o próprio Rebelde de que falam todos os Profetas actuais e que eu próprio tantas vezes tenho anunciado como aquele que se infiltrará no Santuário de Deus, para aí abolir o Sacrifício Perpétuo, uma vez que - diz a insinuação - o Santuário de Deus se situa, por natureza, nos corações dos homens e é aí que esta pretensa profecia se dirige, com um impressionante espectáculo de falsa santidade; se ela tiver êxito, como o Diabo espera, destruirá, de facto, toda a estrutura da Igreja, corrompendo os costumes pela liberdade que prega, tão absoluta que logo degenerará em permissividade, em libertinagem, em total anarquia, impossível de eliminar. Seria este, então, o completo triunfo de Satanás.
Mas como? Fazendo tal insinuação, não se estará Satanás desmascarando a si próprio, destruindo assim o seu plano? Se isto que escrevo é diabólico, não teria ele toda a conveniência em que eu prosseguisse, entusiasmado com a minha empresa, sem olhar nem para a direita, nem para a esquerda? Deixando-me pôr sequer esta hipótese, não estará ele destruindo o seu próprio reino?
Foi exactamente isto que Satanás fez com Jesus, há dois mil anos! Insinuando, através dos fariseus, que Jesus estaria expulsando demónios e fazendo todos os milagres que fazia pelo poder de Belzebu, príncipe dos demónios, ele estaria, conforme a luminosa advertência de Jesus, contra si mesmo, destruindo assim o seu próprio reino!
Satanás é o monstro mais estúpido que conheço: na sofreguidão de levar por diante o seu projecto de destruir nos corações a memória de Deus, ele faz as mais inconcebíveis asneiras, ao nível da própria lógica que implantou no seu reino. O que lhe importa, neste caso por exemplo, é que eu deixe de escrever. Atira-se então à bruta e às cegas para a frente das pessoas, desmascarando-se de alto a baixo, quando, desesperado, viu que as suas subtilezas não conseguiram travar o que ele tanto odeia. Vai fazer isto muitas vezes quando a Grande Tribulação se aproximar do seu auge.
Por isso Jesus nos ensinou, com a Sua costumada serenidade e lucidez, que quando formos levados perante os tribunais humanos, não nos preocupemos com o que havemos de dizer; deveremos preocupar-nos apenas com a inocência do nosso coração: serão os nossos julgadores que se desmascararão a si mesmos. É preciso deixar a Maldade dar o seu próprio espectáculo!
E isso ela o fará, tanto mais estupidamente quanto mais radical for a inocência do nosso coração.
É a inocência de coração que tudo vencerá. E a inocência manifesta-se numa Fé ingénua no Amor de Deus. Uma Fé a toda a prova, como a das crianças muito pequeninas: mesmo que sofram muito, é sempre nos pais que elas confiam, sem a mínima quebra. Por isso me interessa agora apenas conservar a minha Fé ingénua no Pai do Céu: o que Ele está fazendo comigo é a melhor coisa que agora me pode acontecer.
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