14/9/97 — 5:20
De todas as vezes que o Mestre ontem me conduziu a estes Escritos, havia uma referência ao Snupi. E por esta via me foi concentrada a atenção num acontecimento recente: ao meditar eu na bouça, mais uma vez, no Mistério do Prazer, O Snupi de novo começa a escavar a terra. E eu, convencido de que o Senhor me quer transmitir uma mensagem através deste comportamento do cão sem que até agora a tenha entendido, pergunto: “O que há mais fundo que o prazer”? E acto-contínuo, muito clara, ouvi esta resposta: “Mais fundo que o prazer, é a dor”.
Eu duvidava da origem destas palavras, porque sei que estou avançando pelo feudo de Satanás e por isso ele tudo fará para evitar o seu desmascaramento, nomeadamente servindo-se de palavras traiçoeiras. Por outro lado, aquela voz senti-a carregada da serenidade e da misteriosa sedução do meu Companheiro do Deserto. Por isso ficou em mim, pairando, como está ainda pairando em mim Ap 9, 13-15 a partir do passado dia 2, sem que até agora, num e noutro caso, eu tivesse encontrado a intenção do meu Senhor. E quando assim acontece, mesmo que na origem possa estar uma intervenção do Inimigo, sinto que o Mestre quer que ponha na respectiva mensagem um especial cuidado, como se de uma árvore preciosa se tratasse.
No caso da mensagem despoletada pelo Snupi, eu perguntava: Não é Deus todo Prazer? Não é o Prazer, no fundo, a Essência de Deus? Que pode, pois, haver mais fundo que o prazer? Por isso me surpreendeu aquela resposta e novamente senti fugir-me o chão de debaixo dos pés e olhei com algum temor o caminho andado. Mas quanto a este, o caminho andado, logo e sempre o Mestre me tranquiliza: Ele é um Guia seguro e tudo quanto andei foi agarrado à orla do Seu manto; apenas me pede que não pare, porque as Suas Águas são inesgotáveis e há milhares de bocas a saciar.
Então lembrei-me do que ontem o Mestre me disse: “Naquela Cruz, no Gólgota, não estava um homem a fingir, sofrendo a fingir”. Em Jesus, pois, Deus renunciou ao prazer, para ir à procura da dor. Não que a dor seja um objectivo último, mas é certamente o único caminho para resgatar o prazer das mãos imundas de Satanás. E é o único caminho, porque o próprio Deus não viu outro. É preciso, pois, aceitar este prazer efémero da Cidade como dom, mas muito mais fundo está o Prazer eterno que é preciso resgatar através da Dor!
São 7:44!
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