— 18:52:31
— Maria, diz-me se Jesus está contente comigo.
— Achas que Ele pode ter alguma razão para não estar contente contigo?
— Não sei… Às vezes fico tão sozinho… Fica tudo silencioso à minha volta e só as minhas deficiências me cercam de todos os lados.
— E que te dizem elas, as tuas deficiências?
— Dizem-me exactamente que estou cheio de deficiências, que de mim nada posso fazer, que estou todo dependente da acção de Deus em mim.
— E não sentes Deus actuar em ti?
— Nestes momentos em que assim me sinto, não. São aqueles momentos - lembras-Te? - em que Te peço assim: Mamã, protege a minha vida! É exactamente a sensação de estar completamente desprotegido neste mundo que nessas alturas me invade.
— Olha, Meu menino: tu sabes quantos milhões de Almas são dominadas por momentos desses continuamente?
— Deve haver muitas, sim… Esta sofreguidão pelo dinheiro e pelos bens materiais parece mesmo uma contínua tentativa de atenuar essa mesma sensação contínua de insegurança.
— pois é. E vê bem: tu até só atravessas esses momentos de vez em quando…
— Deus quer que eu participe na insegurança de todos estes milhões de Almas?
—Deus quer que a tua Fé seja um rochedo inamovível. É preciso que dês perante os teus irmãos um testemunho radical de segurança.
— E é assim, sentindo-me às vezes completamente desprotegido, que o meu testemunho pode ser sólido?
— Quando te sentes assim desprotegido agarras-te ao dinheiro?
— Fico preocupado quando o dinheiro ameaça faltar-me para as despesas correntes.
— Desaparece nessa altura a Força que te protege?
— É aqui mesmo que eu quero chegar: às vezes não sinto essa Força.
— Se a sentisses, ficavas tranquilo?
— Certamente.
— E como participarias na intranquilidade dos teus irmãos?
— Mas eu não tenho que dar um permanente testemunho de tranquilidade?
— É esse o desejo de Jesus. Como poderias de outra forma guiar o Seu Rebanho?
— Não sei se entendo, minha Irmã querida: para que eu dê um permanente testemunho de tranquillidade é necessário que participe na intranquilidade dos meus irmãos?
— Não é preciso que lhes mostres onde está a verdadeira segurança?
— É.
— E mostrava-lo melhor se não conhecesses a insegurança?
— Não sei se já entendo…
— Diz o que entendes.
— Nunca seria modelo de segurança se aparecesse diante dos meus irmãos como um homem impecável, longe sempre do lugar onde eles se encontram; só darei um verdadeiro testemunho de segurança se de todas as situações de insegurança comuns a todos nós eles me virem caminhar para os Braços de Deus como quem sabe que em nenhum outro lugar deste mundo se pode achar um refúgio seguro.
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