29/8/97 — 18:54:17
Vontade de escrever não tenho. Nunca. Seduz-me na escrita apenas o saber que Jesus me pede que escreva e eu ao meu Mestre dou tudo o que Ele quiser, com toda a alegria que me permite o meu ser impotente e cansado. Se Ele me pedisse para eu estar vinte e quatro horas seguidas escrevendo, eu estava. Seguro de que continuamente estaria revelando o Mistério de Deus e que quanto mais as minhas faculdades me faltassem, mais pura ficaria registada a Sua Voz.
— Meu Amor do Deserto, gosto tanto de Ti! Se as estrelas fossem minhas, eu dava-Tas todas! Se o Teu Poder fosse meu, eu havia de Te realizar todos os Sonhos no instante em que os sonhasses. Eu sei e só vou entendendo porque Tu não tens feito outra vida senão tentar explicar-mo: o Teu Poder tem-no o Pai e Tu continuas aqui no Deserto comigo, estás aqui há dois mil anos e nenhum dos sonhos que sonhaste em criança, em jovem, em adulto, nas noites silenciosas de Nazaré, depois nos caminhos todos da Galileia a Jerusalém, mesmo os que sonhaste depois de ressuscitado quando viste a Tua Igreja nascer — nenhum dos Teus lindos, loucos Sonhos o Pai, o Teu omnipotente Pai até hoje Te conseguiu realizar! E Tu voltaste aqui à nossa beira, continuas neste interminável Território de Desolação agarrado aos Teus Sonhos todos, embora tenhas a garganta seca como papelão, o Teu Coração todo transformado numa única chaga e os Teus pés incapazes já de se moverem. E acho que sei o que Te faz assim manter nesta teima absurda de veres os Teus Sonhos realizados: é que Tu acreditas em nós! Acreditas até esse absurdo que ninguém entende. Por isso Te amo assim com esta loucura que me vem não sei donde — esta loucura de andar aqui Contigo até que veja a Tua teimosa Fé em nós explodir na Festa dos Teus Sonhos todos brotando deste Deserto!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário