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Insiste o meu Companheiro em que anuncie o Nono Dia, que o Espírito está pronto e que Ele é o Senhor do Nono Dia. O conjunto 10 designa o Mandamento do Senhor, agora reescrito, como se fosse o próprio Mestre falando de novo pelas ruas da grande Cidade…
Que estranho está sendo para mim este final de Agosto!… A sensação é mesmo a de completo esgotamento do Mistério de Deus. Como se há seis anos para dentro dele tivesse sido conduzido e acabasse agora de o percorrer, prostrado de cansaço. Mas este ponto final constituiu, por outro lado, toda a sedução deste meu tempo de Deserto: é aqui que está a comporta da imensa albufeira que se foi enchendo, sem descanso… Diante de mim está uma região sem limite, inteiramente devastada. A comporta, negra e imóvel, aguenta, sem o mínimo sinal de cedência, a gigantesca pressão das águas. E eu outra coisa não posso fazer aqui senão sentar-me sobre o dique descomunal, olhos na comporta, à espera… É uma espera cheia do grito da terra que se estende diante de mim, pedindo Água, numa última convulsão que lhe agita o corpo gretado, como um estertor de morte; do outro lado as imensas Águas puras, ondeantes, prontas para descer ao Vale da Desolação.
Tudo está dependente de um misterioso Sinal do Pai, porque foi o homem que construiu este medonho dique e só quando ele o quiser aberto o Pai dará o Sinal. E só o Pai sabe quando o grito do Vale é sincero. E eu estou agora apenas à espera de um último alento do Espírito para correr o Vale avisando: É agora!
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