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No conjunto 35 do fim da vigília li: Jesus é Deus! Ao lado, está o Sinal do Diabo, como que a contrariar esta afirmação.
Em todas as linhas destes Diálogos, à vista ou escondida, está esta mesma afirmação gravada. Como se explica então esta insistência em que de novo a proclame? À partida sabemos que nenhum dos Mistérios por onde caminhámos ficou visto: quando voltarmos a passar por ele, teremos sempre coisas novas a contemplar. Assim neste caso: agora o que contemplo em Jesus é o Deus Trino, isto é, Deus Diverso, impossível de definir, de enquadrar em qualquer tratado doutrinário. E mais especificamente agora vejo este Deus no próprio comportamento humano de Jesus: Ele era sempre inesperado nas Suas atitudes. Foi chamado Mestre, mas também foi chamado louco. Foi visto a derrubar, de chicote na mão, toda uma fiada de bancas de negócio, mas também foi visto a acariciar crianças. Foi visto gritando, mas também foi visto calando. Foi visto girando entre pessoas em grupo pequeno ou grande multidão, mas também foi visto retirar-Se do convívio e da agitação social para um ermo qualquer. Foi visto esmagado como um verme, mas também foi visto transfigurado em deslumbrante Figura divina. Foi visto entre pobres e pecadores, mas também foi visto entre ricaços e respeitáveis personalidades. Foi visto manso e irado. Foi visto como homem vulgar e como homem investido do poder de fazer milagres. Estilizar e encadernar Jesus numa Doutrina, como fizeram todas as igrejas, é um hediondo Crime, que só será perdoado, ou lavado, quando desaparecer de todo.
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